BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta sexta-feira, 11, que a janela de maior relevância para a implementação do horário de verão no País é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Após esse período, na avaliação dele, a importância da política diminui, mas ainda poderia surtir efeitos.
Silveira participou de evento do grupo Esfera Brasil, em Roma, na Itália. “O horário de verão tem uma transversalidade, tem alguns setores que são extremamente afetados pelo horário de verão. Se tem algo que não se pode abrir mão em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade”, declarou o ministro.
O titular da pasta de Minas e Energia também voltou a criticar o que chamou de “decisão ideológica” do governo anterior em pôr fim à política de horário especial. “Os números demonstram que pode ter sido um dos motivos de, em 2021, nós termos chegado à beira de um colapso energético no Brasil”.
Silveira disse que a volta do horário de verão ocorrerá necessariamente neste ano se o País enfrentar risco de suprimento de energia elétrica. Por outro lado, sem esse risco, será avaliado o “custo-benefício” da política, em diálogo com diferentes setores afetados.
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O ministro também reforçou que a decisão sobre o retorno do horário de verão será tomada na próxima semana. Se for implementado, será após um intervalo mínimo de 20 dias para o planejamento dos setores afetados, sem impacto no segundo turno das eleições, segundo ele.
“Nós estamos tendo todo o cuidado, toda a serenidade. O resumo da ópera é o seguinte: se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão. Se não houver risco energético, será um custo-benefício que eu terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil”, declarou.
O MME informou que, nas últimas semanas, houve debates com diferentes setores, incluindo as companhias aéreas. A decisão sobre horário de verão será “técnica e com sensibilidade social e política”, disse também o ministro.
Silveira voltou a mencionar que não há “problema energético” no Brasil, no período da seca, em função de medidas preventivas adotadas. Ele cita como exemplo a diminuição da vazão de Jupiá e Porto Primavera. Foram preservadas mais de 11% de água doce nos reservatórios, segundo o ministro.