A Hypera Pharma, uma das maiores farmacêuticas do País, está na mira da EMS — a empresa rival fez uma proposta de fusão que, se efetivada, poderá criar a maior farmacêutica da América Latina e uma das maiores do mundo, que já nascerá com receita líquida anual de quase R$ 16 bilhões. O aval, porém, depende do conselho de administração da Hypera e das autoridades reguladoras.
Atualmente, a Hypera é dona de algumas das marcas mais famosas de medicamentos, como Doril, Coristina, Benegrip, Merthiolate, Estomazil, Engov e Polaramine, além dos adoçantes Zero Cal, Finn, e de multivitamínicos Vitasay, Addera entre outros. O grande responsável pelo sucesso da empresa é o empresário João Alves de Queiroz Filho, mais conhecido como Júnior: a Hypera foi criada por Júnior com o objetivo de ser uma espécie de “Unilever brasileira”.
Para entender como ele construiu seu império, que teve receita líquida de R$ 7,9 bilhões em 2023, é necessário percorrer a trajetória de Júnior como empresário. Em 1969, ele cofundou com o pai a Arisco, que inicialmente fazia apenas uma pasta de sal temperada. A expansão dos negócios nos 30 anos seguintes incluiu atomatados, caldos, sopas refrescos e achocolatados. Sua estratégia de crescimento consistia em fusões e aquisições. Até que, no ano de 2000, a Arisco foi vendida para a Bestfoods — por sua vez, adquirida pela Unilever.
Júnior então fundou a Hypermarcas, antecessora da Hypera, para atuar como uma versão brasileira da Unilever, vendendo diversos produtos. Uma das empresas da Arisco era a Prátika Industrial, fabricante da palha de aço Assolan, readquirida por Júnior.
Inicialmente, além do negócio de palha de aço, vendido logo depois, a empresa focava nos mercados de higiene pessoal, limpeza e alimentos. Assim como ocorreu com a Arisco, as aquisições, os lançamentos de produtos e o reforço na publicidade fizeram o sucesso da Hypermarcas, que abriu o capital em 2008.
Um dos grandes negócios da então Hypermarcas foi a venda das unidades de cuidados pessoais e bens de consumo para a francesa Coty em 2016, em um negócio de US$ 1 bilhão.
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O reposicionamento da marca e a mudança de nome ocorreram em 2017, quando a empresa foi rebatizada com o nome atual, Hypera Pharma, focada na produção e na comercialização de medicamentos de prescrição e venda livre (sem necessidade de receita). São mais de 3,4 mil funcionários em todo o País. Segundo seu mais recente relatório, relativo ao terceiro trimestre, a empresa teve lucro de R$ 370 milhões. Entre seus planos para o futuro, a empresa reportou planejamento de lançar 500 novos produtos nos próximos anos.
Uma das marcas da Hypera é o laboratório Neo Química, que, por 20 anos, ostentará seu nome na Arena Corinthians, estádio do time de futebol localizado em Itaquera, na cidade de São Paulo. Veja a seguir um breve histórico da empresa e de suas aquisições:
- 2001 – Inicia suas operações no mercado de higiene pessoal, limpeza e alimentos;
- 2007 – Entra no ramo farmacêutico com aquisição da DM Indústria Farmacêutica;
- 2008 - Adquire a Farmasa;
- 2009- Adquire a Neo Química;
- 2011 – Adquire a Mantecorp;
- 2012 - Participação na Bionovis S.A.;
- 2015 a 2017 - Início da diversificação para venda de preservativos, cosméticos e descartáveis;
- 2018 - Lançamento do centro de pesquisa Hynova;
- 2020 - Adquire as marcas Buscopan e Buscofen;
- 2021 - Adquire as marcas Takeda, Simple Organic e Bioage;
- 2022 - Adquire o porfólio da Sanofi.