Mercado vê Brasil em ‘recessão técnica’ no fim do ano, após IBC-Br abaixo do esperado


Para analistas, País pode registrar atividade econômica negativa no terceiro e quarto trimestres

Por Daniel Tozzi Mendes e Marianna Gualter

São Paulo - A previsão do mercado financeiro para o desempenho do PIB no terceiro e quarto trimestres diminuiu após a frustração com os dados recentes da atividade econômica. Segundo divulgado nesta sexta-feira, 20, o IBC-Br (o índice de atividade econômica levantado pelo Banco Central) recuou 0,77% em agosto, mais que a queda de 0,6% esperada pelos analistas. Além disso, também houve surpresas negativas com os resultados divulgados pelo IBGE nesta semana para o setor de serviços e o varejo ampliado.

Com isso, segundo pesquisa do Projeções Broadcast feita com 30 instituições financeiras, a projeção mediana para o PIB do terceiro trimestre saiu de estabilidade (0,0%) há um mês para uma queda de 0,2% agora. Para o PIB do quarto trimestre, a mediana também diminuiu, de estabilidade (0,0%) para queda de 0,1%.

Caso essas projeções se confirmem, o País entrará em recessão técnica, já que haverá dois trimestres consecutivos de recuo da atividade econômica. A última vez que isso ocorreu foi ao fim do segundo trimestre de 2020.

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Na esteira dos dados, a G5 Partners reduziu a projeção para o PIB do terceiro trimestre, de alta de 0,1% para recuo de 0,1%. Embora a desaceleração para o período já fosse esperada, o economista Pedro Crispim reforça que houve fraqueza acima do projetado nos resultados, principalmente de serviços e varejo. “Tem muito também da dissipação do efeito positivo do setor agropecuário, que é sazonalmente mais fraco no segundo semestre e deve moderar a atividade à frente”, acrescenta.

Dados do IBC-Br divulgados pelo BC vieram piores que o esperado Foto: Dida Sampaio/Estadão

Assim como Crispim, o economista Gabriel Couto, do Santander Brasil, também destaca o recuo de 0,9% do volume de serviços em agosto. “Olhando para os dados do mês, foi a grande surpresa para nós. O restante veio razoavelmente em linha”, afirma Couto, que prevê queda de 0,3% para o PIB do terceiro trimestre.

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O cenário do banco abarca também uma segunda contração do PIB no quarto trimestre, desta vez de 0,5%, levando a um crescimento anual da atividade econômica de 2,5% em 2023. Couto pondera que as estimativas consideram o conjunto de informações disponíveis até o momento, mas que são comuns revisões de série pelo IBGE na divulgação do dado do terceiro trimestre, o que pode acarretar em alterações nas projeções da instituição.

Sobre o balanço de riscos da projeção para o PIB de 2023, o economista afirma que há vetores tanto para cima quanto para baixo. “Do lado mais negativo, temos visto uma resistência maior das condições financeiras. Chegamos a ver uma melhora na virada do segundo para o terceiro trimestre, com o início do afrouxamento monetário, mas os últimos meses têm sido de novos apertos, até por indicadores mais externos, com a incerteza sobre a política monetária lá fora”, avalia.

Do lado mais positivo, em contrapartida, ele cita que a taxa de desemprego continua próxima de mínimas recentes, além dos potenciais impactos positivos do programa Desenrola.

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Crispim, da G5, também avalia que o programa Desenrola tende a trazer efeitos positivos para o PIB do último trimestre, para o qual espera alta de 0,2% na margem. “O processo de desinflação e o consequente aumento da renda das famílias também tende a ajudar; devemos ter um consumo um pouco mais pujante no final do ano”, acrescenta o economista. A casa prevê crescimento de 3,0% para o PIB de 2023.

Carrego estatístico

No teto das estimativas, o economista da Pezco Helcio Takeda prevê crescimento ainda mais forte do PIB no ano, de 3,3%. Embora os dados mais fracos de atividade em agosto tenham levado a casa a reduzir a estimativa para o terceiro trimestre, de 0,1% para 0,0%, Takeda analisa que um crescimento acima de 3% no ano “ainda parece razoável”.

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“Na nossa conta, o carrego deixado pelo PIB do segundo trimestre foi de 3,08% para o ano, então um crescimento zero ou levemente negativo no terceiro trimestre não muda esse nosso cenário, porque a tendência é de recuperação nos últimos três meses”, explica.

Takeda prevê expansão de 0,1% na margem para o PIB do último trimestre, e cita o mercado de trabalho aquecido e o incremento da massa de renda das famílias como os principais vetores positivos para a atividade nos meses finais do ano.

São Paulo - A previsão do mercado financeiro para o desempenho do PIB no terceiro e quarto trimestres diminuiu após a frustração com os dados recentes da atividade econômica. Segundo divulgado nesta sexta-feira, 20, o IBC-Br (o índice de atividade econômica levantado pelo Banco Central) recuou 0,77% em agosto, mais que a queda de 0,6% esperada pelos analistas. Além disso, também houve surpresas negativas com os resultados divulgados pelo IBGE nesta semana para o setor de serviços e o varejo ampliado.

Com isso, segundo pesquisa do Projeções Broadcast feita com 30 instituições financeiras, a projeção mediana para o PIB do terceiro trimestre saiu de estabilidade (0,0%) há um mês para uma queda de 0,2% agora. Para o PIB do quarto trimestre, a mediana também diminuiu, de estabilidade (0,0%) para queda de 0,1%.

Caso essas projeções se confirmem, o País entrará em recessão técnica, já que haverá dois trimestres consecutivos de recuo da atividade econômica. A última vez que isso ocorreu foi ao fim do segundo trimestre de 2020.

Na esteira dos dados, a G5 Partners reduziu a projeção para o PIB do terceiro trimestre, de alta de 0,1% para recuo de 0,1%. Embora a desaceleração para o período já fosse esperada, o economista Pedro Crispim reforça que houve fraqueza acima do projetado nos resultados, principalmente de serviços e varejo. “Tem muito também da dissipação do efeito positivo do setor agropecuário, que é sazonalmente mais fraco no segundo semestre e deve moderar a atividade à frente”, acrescenta.

Dados do IBC-Br divulgados pelo BC vieram piores que o esperado Foto: Dida Sampaio/Estadão

Assim como Crispim, o economista Gabriel Couto, do Santander Brasil, também destaca o recuo de 0,9% do volume de serviços em agosto. “Olhando para os dados do mês, foi a grande surpresa para nós. O restante veio razoavelmente em linha”, afirma Couto, que prevê queda de 0,3% para o PIB do terceiro trimestre.

O cenário do banco abarca também uma segunda contração do PIB no quarto trimestre, desta vez de 0,5%, levando a um crescimento anual da atividade econômica de 2,5% em 2023. Couto pondera que as estimativas consideram o conjunto de informações disponíveis até o momento, mas que são comuns revisões de série pelo IBGE na divulgação do dado do terceiro trimestre, o que pode acarretar em alterações nas projeções da instituição.

Sobre o balanço de riscos da projeção para o PIB de 2023, o economista afirma que há vetores tanto para cima quanto para baixo. “Do lado mais negativo, temos visto uma resistência maior das condições financeiras. Chegamos a ver uma melhora na virada do segundo para o terceiro trimestre, com o início do afrouxamento monetário, mas os últimos meses têm sido de novos apertos, até por indicadores mais externos, com a incerteza sobre a política monetária lá fora”, avalia.

Do lado mais positivo, em contrapartida, ele cita que a taxa de desemprego continua próxima de mínimas recentes, além dos potenciais impactos positivos do programa Desenrola.

Crispim, da G5, também avalia que o programa Desenrola tende a trazer efeitos positivos para o PIB do último trimestre, para o qual espera alta de 0,2% na margem. “O processo de desinflação e o consequente aumento da renda das famílias também tende a ajudar; devemos ter um consumo um pouco mais pujante no final do ano”, acrescenta o economista. A casa prevê crescimento de 3,0% para o PIB de 2023.

Carrego estatístico

No teto das estimativas, o economista da Pezco Helcio Takeda prevê crescimento ainda mais forte do PIB no ano, de 3,3%. Embora os dados mais fracos de atividade em agosto tenham levado a casa a reduzir a estimativa para o terceiro trimestre, de 0,1% para 0,0%, Takeda analisa que um crescimento acima de 3% no ano “ainda parece razoável”.

“Na nossa conta, o carrego deixado pelo PIB do segundo trimestre foi de 3,08% para o ano, então um crescimento zero ou levemente negativo no terceiro trimestre não muda esse nosso cenário, porque a tendência é de recuperação nos últimos três meses”, explica.

Takeda prevê expansão de 0,1% na margem para o PIB do último trimestre, e cita o mercado de trabalho aquecido e o incremento da massa de renda das famílias como os principais vetores positivos para a atividade nos meses finais do ano.

São Paulo - A previsão do mercado financeiro para o desempenho do PIB no terceiro e quarto trimestres diminuiu após a frustração com os dados recentes da atividade econômica. Segundo divulgado nesta sexta-feira, 20, o IBC-Br (o índice de atividade econômica levantado pelo Banco Central) recuou 0,77% em agosto, mais que a queda de 0,6% esperada pelos analistas. Além disso, também houve surpresas negativas com os resultados divulgados pelo IBGE nesta semana para o setor de serviços e o varejo ampliado.

Com isso, segundo pesquisa do Projeções Broadcast feita com 30 instituições financeiras, a projeção mediana para o PIB do terceiro trimestre saiu de estabilidade (0,0%) há um mês para uma queda de 0,2% agora. Para o PIB do quarto trimestre, a mediana também diminuiu, de estabilidade (0,0%) para queda de 0,1%.

Caso essas projeções se confirmem, o País entrará em recessão técnica, já que haverá dois trimestres consecutivos de recuo da atividade econômica. A última vez que isso ocorreu foi ao fim do segundo trimestre de 2020.

Na esteira dos dados, a G5 Partners reduziu a projeção para o PIB do terceiro trimestre, de alta de 0,1% para recuo de 0,1%. Embora a desaceleração para o período já fosse esperada, o economista Pedro Crispim reforça que houve fraqueza acima do projetado nos resultados, principalmente de serviços e varejo. “Tem muito também da dissipação do efeito positivo do setor agropecuário, que é sazonalmente mais fraco no segundo semestre e deve moderar a atividade à frente”, acrescenta.

Dados do IBC-Br divulgados pelo BC vieram piores que o esperado Foto: Dida Sampaio/Estadão

Assim como Crispim, o economista Gabriel Couto, do Santander Brasil, também destaca o recuo de 0,9% do volume de serviços em agosto. “Olhando para os dados do mês, foi a grande surpresa para nós. O restante veio razoavelmente em linha”, afirma Couto, que prevê queda de 0,3% para o PIB do terceiro trimestre.

O cenário do banco abarca também uma segunda contração do PIB no quarto trimestre, desta vez de 0,5%, levando a um crescimento anual da atividade econômica de 2,5% em 2023. Couto pondera que as estimativas consideram o conjunto de informações disponíveis até o momento, mas que são comuns revisões de série pelo IBGE na divulgação do dado do terceiro trimestre, o que pode acarretar em alterações nas projeções da instituição.

Sobre o balanço de riscos da projeção para o PIB de 2023, o economista afirma que há vetores tanto para cima quanto para baixo. “Do lado mais negativo, temos visto uma resistência maior das condições financeiras. Chegamos a ver uma melhora na virada do segundo para o terceiro trimestre, com o início do afrouxamento monetário, mas os últimos meses têm sido de novos apertos, até por indicadores mais externos, com a incerteza sobre a política monetária lá fora”, avalia.

Do lado mais positivo, em contrapartida, ele cita que a taxa de desemprego continua próxima de mínimas recentes, além dos potenciais impactos positivos do programa Desenrola.

Crispim, da G5, também avalia que o programa Desenrola tende a trazer efeitos positivos para o PIB do último trimestre, para o qual espera alta de 0,2% na margem. “O processo de desinflação e o consequente aumento da renda das famílias também tende a ajudar; devemos ter um consumo um pouco mais pujante no final do ano”, acrescenta o economista. A casa prevê crescimento de 3,0% para o PIB de 2023.

Carrego estatístico

No teto das estimativas, o economista da Pezco Helcio Takeda prevê crescimento ainda mais forte do PIB no ano, de 3,3%. Embora os dados mais fracos de atividade em agosto tenham levado a casa a reduzir a estimativa para o terceiro trimestre, de 0,1% para 0,0%, Takeda analisa que um crescimento acima de 3% no ano “ainda parece razoável”.

“Na nossa conta, o carrego deixado pelo PIB do segundo trimestre foi de 3,08% para o ano, então um crescimento zero ou levemente negativo no terceiro trimestre não muda esse nosso cenário, porque a tendência é de recuperação nos últimos três meses”, explica.

Takeda prevê expansão de 0,1% na margem para o PIB do último trimestre, e cita o mercado de trabalho aquecido e o incremento da massa de renda das famílias como os principais vetores positivos para a atividade nos meses finais do ano.

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