IBGE: vendas em supermercados sobem 3,2% e salvam varejo do vermelho em abril


Comércio varejista brasileiro completou os quatro primeiros meses do ano sem perdas; volume vendido no período está 4,7% acima do nível que encerrou 2022

Por Daniela Amorim e Daniel Tozzi Mendes

RIO E SÃO PAULO - O aumento nas vendas de supermercados salvou o varejo do vermelho em abril. O volume vendido pelo comércio varejista teve ligeira alta de 0,1% em relação a março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio varejista brasileiro completou os quatro primeiros meses de 2023 sem registrar perdas, e o volume vendido está 4,7% acima do nível que encerrou o ano de 2022. No entanto, assim como ocorreu em fevereiro, o desempenho de abril deve ser encarado como uma estabilidade, ponderou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

“A resiliência do mercado de trabalho, o aumento das transferências de renda do governo e a queda da inflação (especialmente em alimentos e bens industriais) permitem uma desaceleração suave dos gastos pessoais este ano”, destacou o economista Rodolfo Margato, da gestora de recursos da XP Investimentos.

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Na passagem de março para abril, apenas três das oito atividades pesquisadas registraram avanços: artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%), livros e papelaria (1,0%) e hipermercados e supermercados (3,2%).

O setor de supermercados tem o maior peso na Pesquisa Mensal de Comércio, uma participação de 57%. O avanço em abril foi impulsionado pela inflação mais baixa e pelas compras para a Páscoa, disse Cristiano Santos.

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“Os supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo”, frisou o pesquisador do IBGE.

Na direção oposta, as quedas ocorreram em equipamentos para informática e comunicação (-7,2%), tecidos, vestuário e calçados (-3,7%), combustíveis (-1,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem as lojas de departamento (-1,4%) e móveis e eletrodomésticos (-0,5%).

O juro alto e o crédito mais escasso afetaram as vendas de bens de maior valor agregado, justificou Santos. A queda nas concessões de crédito para pessoas físicas, a redução recente na massa de salários em circulação na economia e a diminuição da população ocupada também ajudam a explicar o menor dinamismo no varejo em abril.

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Supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo, diz pesquisador do IBGE Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“Esses são indicadores que demonstram essa perda de fôlego”, afirmou Santos, lembrando, que, por outro lado, a inflação vem perdendo ímpeto e pressionando menos o desempenho do varejo.

No comércio varejista ampliado — que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício — houve retração de 1,6% em abril ante março. O segmento de veículos, motos, partes e peças registrou queda de 5,9%, enquanto material de construção caiu 0,8%. Não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

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Os resultados da pesquisa mostram que a demanda doméstica está concentrada em segmentos específicos, afirmou o economista Homero Guizzo, da gestora de recursos Terra Investimentos.

“Esse dado do varejo não desfaz aquela impressão que tivemos com o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, em que vimos o crescimento da atividade (econômica) concentrada em poucos segmentos, como foi com o agro, e mais ligado à oferta”, disse Guizzo.

À frente, porém, Guizzo pontua que as vendas do varejo podem ser beneficiadas pela expectativa de materialização de cortes na taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre do ano. Outro vetor que pode contribuir positivamente para o varejo ampliado, segundo o economista, é o programa de incentivo às montadoras, anunciado pelo governo neste mês. O impacto, contudo, seria apenas de antecipação de algumas compras, e não necessariamente de incentivo para novos compradores.

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“Não sei se esse desconto sozinho converteria uma pessoa que não compraria carro em alguém que compraria. Por isso o impacto deve ser de concentração dessas vendas em um curto período”, explicou o economista da Terra Investimentos, que projeta, por ora, um crescimento de 2,3% no PIB em 2023.

RIO E SÃO PAULO - O aumento nas vendas de supermercados salvou o varejo do vermelho em abril. O volume vendido pelo comércio varejista teve ligeira alta de 0,1% em relação a março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio varejista brasileiro completou os quatro primeiros meses de 2023 sem registrar perdas, e o volume vendido está 4,7% acima do nível que encerrou o ano de 2022. No entanto, assim como ocorreu em fevereiro, o desempenho de abril deve ser encarado como uma estabilidade, ponderou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

“A resiliência do mercado de trabalho, o aumento das transferências de renda do governo e a queda da inflação (especialmente em alimentos e bens industriais) permitem uma desaceleração suave dos gastos pessoais este ano”, destacou o economista Rodolfo Margato, da gestora de recursos da XP Investimentos.

Na passagem de março para abril, apenas três das oito atividades pesquisadas registraram avanços: artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%), livros e papelaria (1,0%) e hipermercados e supermercados (3,2%).

O setor de supermercados tem o maior peso na Pesquisa Mensal de Comércio, uma participação de 57%. O avanço em abril foi impulsionado pela inflação mais baixa e pelas compras para a Páscoa, disse Cristiano Santos.

“Os supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo”, frisou o pesquisador do IBGE.

Na direção oposta, as quedas ocorreram em equipamentos para informática e comunicação (-7,2%), tecidos, vestuário e calçados (-3,7%), combustíveis (-1,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem as lojas de departamento (-1,4%) e móveis e eletrodomésticos (-0,5%).

O juro alto e o crédito mais escasso afetaram as vendas de bens de maior valor agregado, justificou Santos. A queda nas concessões de crédito para pessoas físicas, a redução recente na massa de salários em circulação na economia e a diminuição da população ocupada também ajudam a explicar o menor dinamismo no varejo em abril.

Supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo, diz pesquisador do IBGE Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“Esses são indicadores que demonstram essa perda de fôlego”, afirmou Santos, lembrando, que, por outro lado, a inflação vem perdendo ímpeto e pressionando menos o desempenho do varejo.

No comércio varejista ampliado — que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício — houve retração de 1,6% em abril ante março. O segmento de veículos, motos, partes e peças registrou queda de 5,9%, enquanto material de construção caiu 0,8%. Não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Os resultados da pesquisa mostram que a demanda doméstica está concentrada em segmentos específicos, afirmou o economista Homero Guizzo, da gestora de recursos Terra Investimentos.

“Esse dado do varejo não desfaz aquela impressão que tivemos com o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, em que vimos o crescimento da atividade (econômica) concentrada em poucos segmentos, como foi com o agro, e mais ligado à oferta”, disse Guizzo.

À frente, porém, Guizzo pontua que as vendas do varejo podem ser beneficiadas pela expectativa de materialização de cortes na taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre do ano. Outro vetor que pode contribuir positivamente para o varejo ampliado, segundo o economista, é o programa de incentivo às montadoras, anunciado pelo governo neste mês. O impacto, contudo, seria apenas de antecipação de algumas compras, e não necessariamente de incentivo para novos compradores.

“Não sei se esse desconto sozinho converteria uma pessoa que não compraria carro em alguém que compraria. Por isso o impacto deve ser de concentração dessas vendas em um curto período”, explicou o economista da Terra Investimentos, que projeta, por ora, um crescimento de 2,3% no PIB em 2023.

RIO E SÃO PAULO - O aumento nas vendas de supermercados salvou o varejo do vermelho em abril. O volume vendido pelo comércio varejista teve ligeira alta de 0,1% em relação a março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio varejista brasileiro completou os quatro primeiros meses de 2023 sem registrar perdas, e o volume vendido está 4,7% acima do nível que encerrou o ano de 2022. No entanto, assim como ocorreu em fevereiro, o desempenho de abril deve ser encarado como uma estabilidade, ponderou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

“A resiliência do mercado de trabalho, o aumento das transferências de renda do governo e a queda da inflação (especialmente em alimentos e bens industriais) permitem uma desaceleração suave dos gastos pessoais este ano”, destacou o economista Rodolfo Margato, da gestora de recursos da XP Investimentos.

Na passagem de março para abril, apenas três das oito atividades pesquisadas registraram avanços: artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%), livros e papelaria (1,0%) e hipermercados e supermercados (3,2%).

O setor de supermercados tem o maior peso na Pesquisa Mensal de Comércio, uma participação de 57%. O avanço em abril foi impulsionado pela inflação mais baixa e pelas compras para a Páscoa, disse Cristiano Santos.

“Os supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo”, frisou o pesquisador do IBGE.

Na direção oposta, as quedas ocorreram em equipamentos para informática e comunicação (-7,2%), tecidos, vestuário e calçados (-3,7%), combustíveis (-1,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem as lojas de departamento (-1,4%) e móveis e eletrodomésticos (-0,5%).

O juro alto e o crédito mais escasso afetaram as vendas de bens de maior valor agregado, justificou Santos. A queda nas concessões de crédito para pessoas físicas, a redução recente na massa de salários em circulação na economia e a diminuição da população ocupada também ajudam a explicar o menor dinamismo no varejo em abril.

Supermercados, pelo fato de concentrarem bens mais essenciais, se descolam do restante do varejo, diz pesquisador do IBGE Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“Esses são indicadores que demonstram essa perda de fôlego”, afirmou Santos, lembrando, que, por outro lado, a inflação vem perdendo ímpeto e pressionando menos o desempenho do varejo.

No comércio varejista ampliado — que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício — houve retração de 1,6% em abril ante março. O segmento de veículos, motos, partes e peças registrou queda de 5,9%, enquanto material de construção caiu 0,8%. Não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal.

Os resultados da pesquisa mostram que a demanda doméstica está concentrada em segmentos específicos, afirmou o economista Homero Guizzo, da gestora de recursos Terra Investimentos.

“Esse dado do varejo não desfaz aquela impressão que tivemos com o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, em que vimos o crescimento da atividade (econômica) concentrada em poucos segmentos, como foi com o agro, e mais ligado à oferta”, disse Guizzo.

À frente, porém, Guizzo pontua que as vendas do varejo podem ser beneficiadas pela expectativa de materialização de cortes na taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre do ano. Outro vetor que pode contribuir positivamente para o varejo ampliado, segundo o economista, é o programa de incentivo às montadoras, anunciado pelo governo neste mês. O impacto, contudo, seria apenas de antecipação de algumas compras, e não necessariamente de incentivo para novos compradores.

“Não sei se esse desconto sozinho converteria uma pessoa que não compraria carro em alguém que compraria. Por isso o impacto deve ser de concentração dessas vendas em um curto período”, explicou o economista da Terra Investimentos, que projeta, por ora, um crescimento de 2,3% no PIB em 2023.

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