IBGE: vendas no varejo em junho caem 1%, com impacto de retração dos supermercados


Recuo foi o mais acentuado desde maio de 2023 e interrompe uma sequência de cinco meses de altas, mostra pesquisa

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - O comércio varejista registrou, em junho, o primeiro tropeço do ano. Após uma sequência de cinco resultados positivos, o volume vendido encolheu 1% em relação a maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda superou a estimativa mediana de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma ligeira redução de 0,1%. No varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas subiram 0,4% em junho ante maio. Apesar do crescimento, o resultado também ficou abaixo da alta mediana de 1,2% prevista por economistas.

A despeito da decepção com o ritmo de vendas, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ainda deve mostrar força, previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

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“De modo geral, o desempenho da economia foi positivo neste período, com expansão da atividade. Nossa projeção é que o PIB fique um pouco acima de 1% no segundo trimestre, um resultado que consideramos forte. Para o segundo semestre, esperamos uma desaceleração da atividade. Mesmo assim, prevemos uma alta do PIB de 2,5% para 2024″, contou Moreno, em comentário.

Volume de vendas no varejo acumulou, até maio, um aumento de 4,7% ante o patamar de dezembro de 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio não tiram o otimismo com o cenário do PIB para o segundo trimestre nem para o fechamento de 2024, corroborou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

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“O varejo é um setor que vem de cinco altas seguidas e estava no recorde da série histórica”, frisou Cadilhac. “Ao olhar as aberturas, todas estão com a cara muito boa e seguem com a cara muito boa.”

O comércio varejista está passando por um processo de acomodação, mas em um nível que é bastante alto, complementou a economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.

“Não indica nenhuma preocupação, porque já vínhamos de cinco meses de altas consecutivas no varejo restrito. Caiu agora, mas segue alto”, avalia Tavares, que atrela a continuidade do ritmo forte no varejo, principalmente, ao mercado de trabalho robusto nos primeiros meses do ano. “O balanço do comércio no segundo trimestre é positivo”, emendou.

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As vendas do comércio varejista subiram 1,5% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre deste ano. No varejo ampliado, as vendas subiram 0,3% no período.

Queda pontual em junho

Na passagem de maio para junho, a queda de 1% no volume vendido pelo comércio varejista restrito foi pontual, com forte influência da base de comparação elevada, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

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“Esse é o primeiro resultado negativo do ano”, reforçou Santos. “Esse resultado vem muito mais com esse principal fator que é o efeito base (de comparação elevada)”, reforçou.

O pesquisador lembra que a sequência de cinco meses consecutivos de expansão fez o varejo renovar patamares recordes de vendas até maio. Entre as atividades varejistas, a queda global em junho foi puxada pela retração de 2,1% nas vendas dos supermercados, que possui o maior peso na pesquisa.

“Então isso arrasta esse resultado médio para o campo negativo”, disse Santos. “E a questão da base (de comparação) alta também faz sentido para o setor de hipermercados e supermercados. Porque a gente vem de uma série bem constante de crescimento nessa atividade, ou próxima da estabilidade, indicando que essa base também estava bem alta. Supermercados também estavam no ponto mais alto da série histórica em maio.”

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A retração de 1,8% nas vendas do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico teve efeito negativo também relevante sobre a média do varejo em junho ante maio. Santos revelou que houve contribuição de um “recuo um pouco mais forte para lojas de material esportivo, mas também com queda (nas vendas) nas lojas de departamento”.

Os dois segmentos foram afetados ainda por pressões inflacionárias em junho, acrescentou o IBGE. Santos pondera que a leitura permanece positiva para o varejo numa perspectiva de médio e longo prazos: as vendas se mantêm em crescimento nas comparações trimestral (1,5%), semestral (5,2%) e no acumulado em 12 meses (3,6%).

“Em qualquer um dos indicadores que a gente olhar, que tenha essa perspectiva mais de longo prazo, essa leitura (positiva) é válida”, disse. “Em curto prazo, tem supermercados caindo, farmacêutica continua subindo. Na leitura de médio e longo prazo, ambas estão fazendo esses indicadores (do varejo) ficarem mais positivos.”

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Entre os elementos macroeconômicos positivos favorecendo o varejo estão o crescimento da massa salarial e elevação do número de pessoas ocupadas, justificou o pesquisador./Colaboraram Anna Scabello e Daniel Tozzi Mendes

RIO - O comércio varejista registrou, em junho, o primeiro tropeço do ano. Após uma sequência de cinco resultados positivos, o volume vendido encolheu 1% em relação a maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda superou a estimativa mediana de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma ligeira redução de 0,1%. No varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas subiram 0,4% em junho ante maio. Apesar do crescimento, o resultado também ficou abaixo da alta mediana de 1,2% prevista por economistas.

A despeito da decepção com o ritmo de vendas, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ainda deve mostrar força, previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

“De modo geral, o desempenho da economia foi positivo neste período, com expansão da atividade. Nossa projeção é que o PIB fique um pouco acima de 1% no segundo trimestre, um resultado que consideramos forte. Para o segundo semestre, esperamos uma desaceleração da atividade. Mesmo assim, prevemos uma alta do PIB de 2,5% para 2024″, contou Moreno, em comentário.

Volume de vendas no varejo acumulou, até maio, um aumento de 4,7% ante o patamar de dezembro de 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio não tiram o otimismo com o cenário do PIB para o segundo trimestre nem para o fechamento de 2024, corroborou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“O varejo é um setor que vem de cinco altas seguidas e estava no recorde da série histórica”, frisou Cadilhac. “Ao olhar as aberturas, todas estão com a cara muito boa e seguem com a cara muito boa.”

O comércio varejista está passando por um processo de acomodação, mas em um nível que é bastante alto, complementou a economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.

“Não indica nenhuma preocupação, porque já vínhamos de cinco meses de altas consecutivas no varejo restrito. Caiu agora, mas segue alto”, avalia Tavares, que atrela a continuidade do ritmo forte no varejo, principalmente, ao mercado de trabalho robusto nos primeiros meses do ano. “O balanço do comércio no segundo trimestre é positivo”, emendou.

As vendas do comércio varejista subiram 1,5% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre deste ano. No varejo ampliado, as vendas subiram 0,3% no período.

Queda pontual em junho

Na passagem de maio para junho, a queda de 1% no volume vendido pelo comércio varejista restrito foi pontual, com forte influência da base de comparação elevada, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

“Esse é o primeiro resultado negativo do ano”, reforçou Santos. “Esse resultado vem muito mais com esse principal fator que é o efeito base (de comparação elevada)”, reforçou.

O pesquisador lembra que a sequência de cinco meses consecutivos de expansão fez o varejo renovar patamares recordes de vendas até maio. Entre as atividades varejistas, a queda global em junho foi puxada pela retração de 2,1% nas vendas dos supermercados, que possui o maior peso na pesquisa.

“Então isso arrasta esse resultado médio para o campo negativo”, disse Santos. “E a questão da base (de comparação) alta também faz sentido para o setor de hipermercados e supermercados. Porque a gente vem de uma série bem constante de crescimento nessa atividade, ou próxima da estabilidade, indicando que essa base também estava bem alta. Supermercados também estavam no ponto mais alto da série histórica em maio.”

A retração de 1,8% nas vendas do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico teve efeito negativo também relevante sobre a média do varejo em junho ante maio. Santos revelou que houve contribuição de um “recuo um pouco mais forte para lojas de material esportivo, mas também com queda (nas vendas) nas lojas de departamento”.

Os dois segmentos foram afetados ainda por pressões inflacionárias em junho, acrescentou o IBGE. Santos pondera que a leitura permanece positiva para o varejo numa perspectiva de médio e longo prazos: as vendas se mantêm em crescimento nas comparações trimestral (1,5%), semestral (5,2%) e no acumulado em 12 meses (3,6%).

“Em qualquer um dos indicadores que a gente olhar, que tenha essa perspectiva mais de longo prazo, essa leitura (positiva) é válida”, disse. “Em curto prazo, tem supermercados caindo, farmacêutica continua subindo. Na leitura de médio e longo prazo, ambas estão fazendo esses indicadores (do varejo) ficarem mais positivos.”

Entre os elementos macroeconômicos positivos favorecendo o varejo estão o crescimento da massa salarial e elevação do número de pessoas ocupadas, justificou o pesquisador./Colaboraram Anna Scabello e Daniel Tozzi Mendes

RIO - O comércio varejista registrou, em junho, o primeiro tropeço do ano. Após uma sequência de cinco resultados positivos, o volume vendido encolheu 1% em relação a maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda superou a estimativa mediana de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma ligeira redução de 0,1%. No varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas subiram 0,4% em junho ante maio. Apesar do crescimento, o resultado também ficou abaixo da alta mediana de 1,2% prevista por economistas.

A despeito da decepção com o ritmo de vendas, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ainda deve mostrar força, previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

“De modo geral, o desempenho da economia foi positivo neste período, com expansão da atividade. Nossa projeção é que o PIB fique um pouco acima de 1% no segundo trimestre, um resultado que consideramos forte. Para o segundo semestre, esperamos uma desaceleração da atividade. Mesmo assim, prevemos uma alta do PIB de 2,5% para 2024″, contou Moreno, em comentário.

Volume de vendas no varejo acumulou, até maio, um aumento de 4,7% ante o patamar de dezembro de 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio não tiram o otimismo com o cenário do PIB para o segundo trimestre nem para o fechamento de 2024, corroborou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“O varejo é um setor que vem de cinco altas seguidas e estava no recorde da série histórica”, frisou Cadilhac. “Ao olhar as aberturas, todas estão com a cara muito boa e seguem com a cara muito boa.”

O comércio varejista está passando por um processo de acomodação, mas em um nível que é bastante alto, complementou a economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.

“Não indica nenhuma preocupação, porque já vínhamos de cinco meses de altas consecutivas no varejo restrito. Caiu agora, mas segue alto”, avalia Tavares, que atrela a continuidade do ritmo forte no varejo, principalmente, ao mercado de trabalho robusto nos primeiros meses do ano. “O balanço do comércio no segundo trimestre é positivo”, emendou.

As vendas do comércio varejista subiram 1,5% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre deste ano. No varejo ampliado, as vendas subiram 0,3% no período.

Queda pontual em junho

Na passagem de maio para junho, a queda de 1% no volume vendido pelo comércio varejista restrito foi pontual, com forte influência da base de comparação elevada, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

“Esse é o primeiro resultado negativo do ano”, reforçou Santos. “Esse resultado vem muito mais com esse principal fator que é o efeito base (de comparação elevada)”, reforçou.

O pesquisador lembra que a sequência de cinco meses consecutivos de expansão fez o varejo renovar patamares recordes de vendas até maio. Entre as atividades varejistas, a queda global em junho foi puxada pela retração de 2,1% nas vendas dos supermercados, que possui o maior peso na pesquisa.

“Então isso arrasta esse resultado médio para o campo negativo”, disse Santos. “E a questão da base (de comparação) alta também faz sentido para o setor de hipermercados e supermercados. Porque a gente vem de uma série bem constante de crescimento nessa atividade, ou próxima da estabilidade, indicando que essa base também estava bem alta. Supermercados também estavam no ponto mais alto da série histórica em maio.”

A retração de 1,8% nas vendas do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico teve efeito negativo também relevante sobre a média do varejo em junho ante maio. Santos revelou que houve contribuição de um “recuo um pouco mais forte para lojas de material esportivo, mas também com queda (nas vendas) nas lojas de departamento”.

Os dois segmentos foram afetados ainda por pressões inflacionárias em junho, acrescentou o IBGE. Santos pondera que a leitura permanece positiva para o varejo numa perspectiva de médio e longo prazos: as vendas se mantêm em crescimento nas comparações trimestral (1,5%), semestral (5,2%) e no acumulado em 12 meses (3,6%).

“Em qualquer um dos indicadores que a gente olhar, que tenha essa perspectiva mais de longo prazo, essa leitura (positiva) é válida”, disse. “Em curto prazo, tem supermercados caindo, farmacêutica continua subindo. Na leitura de médio e longo prazo, ambas estão fazendo esses indicadores (do varejo) ficarem mais positivos.”

Entre os elementos macroeconômicos positivos favorecendo o varejo estão o crescimento da massa salarial e elevação do número de pessoas ocupadas, justificou o pesquisador./Colaboraram Anna Scabello e Daniel Tozzi Mendes

RIO - O comércio varejista registrou, em junho, o primeiro tropeço do ano. Após uma sequência de cinco resultados positivos, o volume vendido encolheu 1% em relação a maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda superou a estimativa mediana de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma ligeira redução de 0,1%. No varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas subiram 0,4% em junho ante maio. Apesar do crescimento, o resultado também ficou abaixo da alta mediana de 1,2% prevista por economistas.

A despeito da decepção com o ritmo de vendas, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ainda deve mostrar força, previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

“De modo geral, o desempenho da economia foi positivo neste período, com expansão da atividade. Nossa projeção é que o PIB fique um pouco acima de 1% no segundo trimestre, um resultado que consideramos forte. Para o segundo semestre, esperamos uma desaceleração da atividade. Mesmo assim, prevemos uma alta do PIB de 2,5% para 2024″, contou Moreno, em comentário.

Volume de vendas no varejo acumulou, até maio, um aumento de 4,7% ante o patamar de dezembro de 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio não tiram o otimismo com o cenário do PIB para o segundo trimestre nem para o fechamento de 2024, corroborou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“O varejo é um setor que vem de cinco altas seguidas e estava no recorde da série histórica”, frisou Cadilhac. “Ao olhar as aberturas, todas estão com a cara muito boa e seguem com a cara muito boa.”

O comércio varejista está passando por um processo de acomodação, mas em um nível que é bastante alto, complementou a economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.

“Não indica nenhuma preocupação, porque já vínhamos de cinco meses de altas consecutivas no varejo restrito. Caiu agora, mas segue alto”, avalia Tavares, que atrela a continuidade do ritmo forte no varejo, principalmente, ao mercado de trabalho robusto nos primeiros meses do ano. “O balanço do comércio no segundo trimestre é positivo”, emendou.

As vendas do comércio varejista subiram 1,5% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre deste ano. No varejo ampliado, as vendas subiram 0,3% no período.

Queda pontual em junho

Na passagem de maio para junho, a queda de 1% no volume vendido pelo comércio varejista restrito foi pontual, com forte influência da base de comparação elevada, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

“Esse é o primeiro resultado negativo do ano”, reforçou Santos. “Esse resultado vem muito mais com esse principal fator que é o efeito base (de comparação elevada)”, reforçou.

O pesquisador lembra que a sequência de cinco meses consecutivos de expansão fez o varejo renovar patamares recordes de vendas até maio. Entre as atividades varejistas, a queda global em junho foi puxada pela retração de 2,1% nas vendas dos supermercados, que possui o maior peso na pesquisa.

“Então isso arrasta esse resultado médio para o campo negativo”, disse Santos. “E a questão da base (de comparação) alta também faz sentido para o setor de hipermercados e supermercados. Porque a gente vem de uma série bem constante de crescimento nessa atividade, ou próxima da estabilidade, indicando que essa base também estava bem alta. Supermercados também estavam no ponto mais alto da série histórica em maio.”

A retração de 1,8% nas vendas do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico teve efeito negativo também relevante sobre a média do varejo em junho ante maio. Santos revelou que houve contribuição de um “recuo um pouco mais forte para lojas de material esportivo, mas também com queda (nas vendas) nas lojas de departamento”.

Os dois segmentos foram afetados ainda por pressões inflacionárias em junho, acrescentou o IBGE. Santos pondera que a leitura permanece positiva para o varejo numa perspectiva de médio e longo prazos: as vendas se mantêm em crescimento nas comparações trimestral (1,5%), semestral (5,2%) e no acumulado em 12 meses (3,6%).

“Em qualquer um dos indicadores que a gente olhar, que tenha essa perspectiva mais de longo prazo, essa leitura (positiva) é válida”, disse. “Em curto prazo, tem supermercados caindo, farmacêutica continua subindo. Na leitura de médio e longo prazo, ambas estão fazendo esses indicadores (do varejo) ficarem mais positivos.”

Entre os elementos macroeconômicos positivos favorecendo o varejo estão o crescimento da massa salarial e elevação do número de pessoas ocupadas, justificou o pesquisador./Colaboraram Anna Scabello e Daniel Tozzi Mendes

RIO - O comércio varejista registrou, em junho, o primeiro tropeço do ano. Após uma sequência de cinco resultados positivos, o volume vendido encolheu 1% em relação a maio, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 14, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda superou a estimativa mediana de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma ligeira redução de 0,1%. No varejo ampliado — que inclui as atividades de material de construção, veículos e atacado alimentício —, as vendas subiram 0,4% em junho ante maio. Apesar do crescimento, o resultado também ficou abaixo da alta mediana de 1,2% prevista por economistas.

A despeito da decepção com o ritmo de vendas, o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ainda deve mostrar força, previu Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

“De modo geral, o desempenho da economia foi positivo neste período, com expansão da atividade. Nossa projeção é que o PIB fique um pouco acima de 1% no segundo trimestre, um resultado que consideramos forte. Para o segundo semestre, esperamos uma desaceleração da atividade. Mesmo assim, prevemos uma alta do PIB de 2,5% para 2024″, contou Moreno, em comentário.

Volume de vendas no varejo acumulou, até maio, um aumento de 4,7% ante o patamar de dezembro de 2023 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio não tiram o otimismo com o cenário do PIB para o segundo trimestre nem para o fechamento de 2024, corroborou o economista Igor Cadilhac, do banco PicPay.

“O varejo é um setor que vem de cinco altas seguidas e estava no recorde da série histórica”, frisou Cadilhac. “Ao olhar as aberturas, todas estão com a cara muito boa e seguem com a cara muito boa.”

O comércio varejista está passando por um processo de acomodação, mas em um nível que é bastante alto, complementou a economista Isabela Tavares, da Tendências Consultoria Integrada.

“Não indica nenhuma preocupação, porque já vínhamos de cinco meses de altas consecutivas no varejo restrito. Caiu agora, mas segue alto”, avalia Tavares, que atrela a continuidade do ritmo forte no varejo, principalmente, ao mercado de trabalho robusto nos primeiros meses do ano. “O balanço do comércio no segundo trimestre é positivo”, emendou.

As vendas do comércio varejista subiram 1,5% no segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre deste ano. No varejo ampliado, as vendas subiram 0,3% no período.

Queda pontual em junho

Na passagem de maio para junho, a queda de 1% no volume vendido pelo comércio varejista restrito foi pontual, com forte influência da base de comparação elevada, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

“Esse é o primeiro resultado negativo do ano”, reforçou Santos. “Esse resultado vem muito mais com esse principal fator que é o efeito base (de comparação elevada)”, reforçou.

O pesquisador lembra que a sequência de cinco meses consecutivos de expansão fez o varejo renovar patamares recordes de vendas até maio. Entre as atividades varejistas, a queda global em junho foi puxada pela retração de 2,1% nas vendas dos supermercados, que possui o maior peso na pesquisa.

“Então isso arrasta esse resultado médio para o campo negativo”, disse Santos. “E a questão da base (de comparação) alta também faz sentido para o setor de hipermercados e supermercados. Porque a gente vem de uma série bem constante de crescimento nessa atividade, ou próxima da estabilidade, indicando que essa base também estava bem alta. Supermercados também estavam no ponto mais alto da série histórica em maio.”

A retração de 1,8% nas vendas do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico teve efeito negativo também relevante sobre a média do varejo em junho ante maio. Santos revelou que houve contribuição de um “recuo um pouco mais forte para lojas de material esportivo, mas também com queda (nas vendas) nas lojas de departamento”.

Os dois segmentos foram afetados ainda por pressões inflacionárias em junho, acrescentou o IBGE. Santos pondera que a leitura permanece positiva para o varejo numa perspectiva de médio e longo prazos: as vendas se mantêm em crescimento nas comparações trimestral (1,5%), semestral (5,2%) e no acumulado em 12 meses (3,6%).

“Em qualquer um dos indicadores que a gente olhar, que tenha essa perspectiva mais de longo prazo, essa leitura (positiva) é válida”, disse. “Em curto prazo, tem supermercados caindo, farmacêutica continua subindo. Na leitura de médio e longo prazo, ambas estão fazendo esses indicadores (do varejo) ficarem mais positivos.”

Entre os elementos macroeconômicos positivos favorecendo o varejo estão o crescimento da massa salarial e elevação do número de pessoas ocupadas, justificou o pesquisador./Colaboraram Anna Scabello e Daniel Tozzi Mendes

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