IBGE: volume de serviços prestados cai 1,6% de março a abril


Queda foi a mais intensa para o mês desde 2020 e se disseminou entre as atividades

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - O volume de serviços prestados no País encolheu 1,6% na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de disseminada entre as atividades e locais pesquisados, a queda foi a mais intensa para o mês desde 2020, quando houve retração de 10,9%, em meio à pandemia de covid-19.

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Após a contração, o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, não descarta variação negativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, uma vez que “a base de comparação com o primeiro trimestre está alta”.

“Mas mesmo um resultado negativo no segundo trimestre não deve alterar o ‘piso’ do crescimento para o PIB no ano, de pelo menos 2,0%”, contemporizou Vale. “Estamos vendo o esperado, com o agro forte e a indústria e os serviços patinando”, completou.

O recuo no volume de serviços prestados no País em abril ante março chama atenção por sua disseminação setorial e territorial, mas não significa reversão da trajetória de crescimento, mas sim uma perda de fôlego diante de uma base de comparação elevada, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

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Queda foi a mais intensa para o mês após a recuperação depois da pandemia Foto: Alex Silva / Estadão

“É inegável que ele (o recuo em abril) chama atenção, nem tanto pela magnitude, mas pelo espalhamento, seja por quatro dos cinco setores mostrando queda, seja pelo espalhamento também em termos regionais. Mas, como os serviços estão operando muito perto do seu ponto mais alto, o resultado isolado de abril não reverte trajetória”, disse.

Em abril, o volume de serviços prestados no País estava 2,9% abaixo do ápice alcançado em dezembro de 2022. Após atingir patamar recorde no fim do ano passado, o setor de serviços registrou duas taxas negativas e duas positivas em 2023: janeiro (-3,4%), fevereiro (0,8%), março (1,4%) e abril (-1,6%).

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“Apesar da volatilidade no mês a mês, o resultado de hoje acaba nivelando o indicador ao patamar de setembro do ano passado — ou seja, o setor de serviços parou de crescer desde então. À frente acreditamos que este segmento deve continuar andando de lado. Isso se dá, sobretudo, por conta dos juros altos que vêm impactando o setor desde o final do ano passado e desacelerando a economia como um todo”, apontou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.

A única expansão em abril ante março ocorreu nos serviços prestados às famílias (1,2%). Houve perdas nas demais quatro atividades investigadas, com destaque para o setor de transportes (-4,4%), que devolveu parte do ganho de 7,5% acumulado em fevereiro e março. Os demais recuos ocorreram nos serviços de informação e comunicação (-1,0%), profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e outros serviços (-1,1%).

O volume de serviços recuou em 26 das 27 Unidades da Federação em abril ante março, tendo como impactos mais importantes as perdas de São Paulo (-1,5%) e Rio de Janeiro (-5,5%), seguidas por Santa Catarina (-3,5%), Goiás (-5,6%) e Mato Grosso (-4,2%). O Ceará (1,0%) exerceu a única contribuição positiva do mês.

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“De fato, não há como negar que, para o mês de abril, essa queda foi espalhada, tanto em termos setoriais como em termos regionais”, disse Lobo.

O pesquisador lembra que os serviços cresceram por dois anos em ritmo forte, recuperando-se do choque inicial provocado pela pandemia de covid-19. Com a base de comparação já suficientemente elevada, fica difícil sustentar o crescimento no mesmo ritmo, e, portanto, os serviços têm “naturalmente perda de fôlego”, justificou. Lobo avalia que, apesar da oscilação nos quatro primeiros meses de 2023, os serviços mostram resiliência, conseguindo se manter em patamar próximo ao recorde visto em dezembro de 2022.

“É uma manutenção, ligeiramente abaixo, mas não é queda vertiginosa. Não há trajetória descendente clara”, insistiu Lobo.

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Segundo o pesquisador do IBGE, a pesquisa não tem mostrado sinais de impacto da política monetária sobre a atividade de serviços por enquanto, por ser apenas um dos pilares a influenciar a demanda, além de provocar prejuízos maiores aos investimentos de longo prazo.

“A taxa de juros já está no patamar de 13% já há algum tempo. Ela não foi impedimento para que os serviços alcançassem nível recorde em dezembro de 2022″, argumentou Lobo./Colaborou Daniel Tozzi Mendes

RIO - O volume de serviços prestados no País encolheu 1,6% na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de disseminada entre as atividades e locais pesquisados, a queda foi a mais intensa para o mês desde 2020, quando houve retração de 10,9%, em meio à pandemia de covid-19.

Após a contração, o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, não descarta variação negativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, uma vez que “a base de comparação com o primeiro trimestre está alta”.

“Mas mesmo um resultado negativo no segundo trimestre não deve alterar o ‘piso’ do crescimento para o PIB no ano, de pelo menos 2,0%”, contemporizou Vale. “Estamos vendo o esperado, com o agro forte e a indústria e os serviços patinando”, completou.

O recuo no volume de serviços prestados no País em abril ante março chama atenção por sua disseminação setorial e territorial, mas não significa reversão da trajetória de crescimento, mas sim uma perda de fôlego diante de uma base de comparação elevada, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

Queda foi a mais intensa para o mês após a recuperação depois da pandemia Foto: Alex Silva / Estadão

“É inegável que ele (o recuo em abril) chama atenção, nem tanto pela magnitude, mas pelo espalhamento, seja por quatro dos cinco setores mostrando queda, seja pelo espalhamento também em termos regionais. Mas, como os serviços estão operando muito perto do seu ponto mais alto, o resultado isolado de abril não reverte trajetória”, disse.

Em abril, o volume de serviços prestados no País estava 2,9% abaixo do ápice alcançado em dezembro de 2022. Após atingir patamar recorde no fim do ano passado, o setor de serviços registrou duas taxas negativas e duas positivas em 2023: janeiro (-3,4%), fevereiro (0,8%), março (1,4%) e abril (-1,6%).

“Apesar da volatilidade no mês a mês, o resultado de hoje acaba nivelando o indicador ao patamar de setembro do ano passado — ou seja, o setor de serviços parou de crescer desde então. À frente acreditamos que este segmento deve continuar andando de lado. Isso se dá, sobretudo, por conta dos juros altos que vêm impactando o setor desde o final do ano passado e desacelerando a economia como um todo”, apontou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.

A única expansão em abril ante março ocorreu nos serviços prestados às famílias (1,2%). Houve perdas nas demais quatro atividades investigadas, com destaque para o setor de transportes (-4,4%), que devolveu parte do ganho de 7,5% acumulado em fevereiro e março. Os demais recuos ocorreram nos serviços de informação e comunicação (-1,0%), profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e outros serviços (-1,1%).

O volume de serviços recuou em 26 das 27 Unidades da Federação em abril ante março, tendo como impactos mais importantes as perdas de São Paulo (-1,5%) e Rio de Janeiro (-5,5%), seguidas por Santa Catarina (-3,5%), Goiás (-5,6%) e Mato Grosso (-4,2%). O Ceará (1,0%) exerceu a única contribuição positiva do mês.

“De fato, não há como negar que, para o mês de abril, essa queda foi espalhada, tanto em termos setoriais como em termos regionais”, disse Lobo.

O pesquisador lembra que os serviços cresceram por dois anos em ritmo forte, recuperando-se do choque inicial provocado pela pandemia de covid-19. Com a base de comparação já suficientemente elevada, fica difícil sustentar o crescimento no mesmo ritmo, e, portanto, os serviços têm “naturalmente perda de fôlego”, justificou. Lobo avalia que, apesar da oscilação nos quatro primeiros meses de 2023, os serviços mostram resiliência, conseguindo se manter em patamar próximo ao recorde visto em dezembro de 2022.

“É uma manutenção, ligeiramente abaixo, mas não é queda vertiginosa. Não há trajetória descendente clara”, insistiu Lobo.

Segundo o pesquisador do IBGE, a pesquisa não tem mostrado sinais de impacto da política monetária sobre a atividade de serviços por enquanto, por ser apenas um dos pilares a influenciar a demanda, além de provocar prejuízos maiores aos investimentos de longo prazo.

“A taxa de juros já está no patamar de 13% já há algum tempo. Ela não foi impedimento para que os serviços alcançassem nível recorde em dezembro de 2022″, argumentou Lobo./Colaborou Daniel Tozzi Mendes

RIO - O volume de serviços prestados no País encolheu 1,6% na passagem de março para abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de disseminada entre as atividades e locais pesquisados, a queda foi a mais intensa para o mês desde 2020, quando houve retração de 10,9%, em meio à pandemia de covid-19.

Após a contração, o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, não descarta variação negativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, uma vez que “a base de comparação com o primeiro trimestre está alta”.

“Mas mesmo um resultado negativo no segundo trimestre não deve alterar o ‘piso’ do crescimento para o PIB no ano, de pelo menos 2,0%”, contemporizou Vale. “Estamos vendo o esperado, com o agro forte e a indústria e os serviços patinando”, completou.

O recuo no volume de serviços prestados no País em abril ante março chama atenção por sua disseminação setorial e territorial, mas não significa reversão da trajetória de crescimento, mas sim uma perda de fôlego diante de uma base de comparação elevada, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

Queda foi a mais intensa para o mês após a recuperação depois da pandemia Foto: Alex Silva / Estadão

“É inegável que ele (o recuo em abril) chama atenção, nem tanto pela magnitude, mas pelo espalhamento, seja por quatro dos cinco setores mostrando queda, seja pelo espalhamento também em termos regionais. Mas, como os serviços estão operando muito perto do seu ponto mais alto, o resultado isolado de abril não reverte trajetória”, disse.

Em abril, o volume de serviços prestados no País estava 2,9% abaixo do ápice alcançado em dezembro de 2022. Após atingir patamar recorde no fim do ano passado, o setor de serviços registrou duas taxas negativas e duas positivas em 2023: janeiro (-3,4%), fevereiro (0,8%), março (1,4%) e abril (-1,6%).

“Apesar da volatilidade no mês a mês, o resultado de hoje acaba nivelando o indicador ao patamar de setembro do ano passado — ou seja, o setor de serviços parou de crescer desde então. À frente acreditamos que este segmento deve continuar andando de lado. Isso se dá, sobretudo, por conta dos juros altos que vêm impactando o setor desde o final do ano passado e desacelerando a economia como um todo”, apontou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário.

A única expansão em abril ante março ocorreu nos serviços prestados às famílias (1,2%). Houve perdas nas demais quatro atividades investigadas, com destaque para o setor de transportes (-4,4%), que devolveu parte do ganho de 7,5% acumulado em fevereiro e março. Os demais recuos ocorreram nos serviços de informação e comunicação (-1,0%), profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e outros serviços (-1,1%).

O volume de serviços recuou em 26 das 27 Unidades da Federação em abril ante março, tendo como impactos mais importantes as perdas de São Paulo (-1,5%) e Rio de Janeiro (-5,5%), seguidas por Santa Catarina (-3,5%), Goiás (-5,6%) e Mato Grosso (-4,2%). O Ceará (1,0%) exerceu a única contribuição positiva do mês.

“De fato, não há como negar que, para o mês de abril, essa queda foi espalhada, tanto em termos setoriais como em termos regionais”, disse Lobo.

O pesquisador lembra que os serviços cresceram por dois anos em ritmo forte, recuperando-se do choque inicial provocado pela pandemia de covid-19. Com a base de comparação já suficientemente elevada, fica difícil sustentar o crescimento no mesmo ritmo, e, portanto, os serviços têm “naturalmente perda de fôlego”, justificou. Lobo avalia que, apesar da oscilação nos quatro primeiros meses de 2023, os serviços mostram resiliência, conseguindo se manter em patamar próximo ao recorde visto em dezembro de 2022.

“É uma manutenção, ligeiramente abaixo, mas não é queda vertiginosa. Não há trajetória descendente clara”, insistiu Lobo.

Segundo o pesquisador do IBGE, a pesquisa não tem mostrado sinais de impacto da política monetária sobre a atividade de serviços por enquanto, por ser apenas um dos pilares a influenciar a demanda, além de provocar prejuízos maiores aos investimentos de longo prazo.

“A taxa de juros já está no patamar de 13% já há algum tempo. Ela não foi impedimento para que os serviços alcançassem nível recorde em dezembro de 2022″, argumentou Lobo./Colaborou Daniel Tozzi Mendes

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