Economistas, políticos e empresários lamentam morte de Pastore: ‘Perda enorme para o País’


Personalidades destacam trajetória, rigor científico e importância de Affonso Celso Pastore para o pensamento econômico brasileiro

Por Redação
Atualização:

A morte de Affonso Celso Pastore, de 84 anos, na manhã desta segunda-feira, 21, comoveu economistas do País. Em depoimentos, eles falam de sua paixão pela economia e pelo trabalho dos banco centrais. “Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP”, diz Ilan Goldfajn, do BID. Confira os depoimentos:

Pedro Malan, ministro da Fazenda entre 1995 e 2002

O economista Pedro Malan, um dos criadores do Plano Real Foto: Hélvio Romero/Estadão
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“Perdemos um dos mais influentes economistas brasileiros. Poucos podem, como Pastore, exibir várias décadas de relevantes contribuições para o entendimento — e melhoria da qualidade — do debate sobre inflação, crescimento e política macroeconômica no Brasil.

Pastore escrevia e se expressava com o vigor e a clareza de um mestre que domina seu ofício em sua principal área de interesse: as interações entre as políticas monetária, fiscal e cambial — sempre afetadas por expectativas sobre o Brasil e seu futuro.”

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

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Ilan Goldfajn, presidente do BID Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

“Estou muito triste com a morte de Afonso Celso Pastore. Ele foi um grande amigo, inspirador e parceiro. Foi o maior expoente e promotor do foco na ciência para a análise de políticas econômicas. Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP (Universidade de São Paulo), passando por sua larga e profícua carreira até quando tive a honra de, com ele e outros colegas, criar o Centro de Debate de Política Públicas (CDPP).”

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Roberto Campos Neto, presidente do BC

Roberto Campos Neto, presidente do BC Foto: Alex Silva / Estadão

”É uma enorme perda. Era uma pessoa muito querida e muito comentada no âmbito dos banqueiros centrais. O Pastore sempre foi uma pessoa que defendeu o Banco Central. Uma vez o encontrei em um avião e ele disse que, sempre que houvesse algum evento no BC, poderíamos convidá-lo. Ele dizia que era apaixonado pelo BC e que sempre iria defender as causas da instituição. Sentirei muita falta do Pastore e mando condolências a todos os familiares e amigos”

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Samuel Pessôa, economista e pesquisador da FGV

Samuel Pessoa, economista Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

“A regra de Taylor, criada pelo economista John Taylor e que estabeleceu a relação entre inflação e taxa de juros, por pouco não foi a ‘regra de Pastore’. Ele publicou um trabalho, anos antes de Taylor, no qual descrevia a estabilização de preços numa economia via taxa de juros - numa época em que a governança para moedas baseadas no padrão fiduciário, em oposição ao padrão ouro, era desconhecida. Se a equação que ele derivou tivesse dado um passo a mais, ele chegaria à regra de Taylor. Isso mostra como ele, aqui, na periferia do conhecimento, dialogava de igual para igual na literatura, sempre na fronteira, com a pesquisa mais avançada que existia. Pastore foi, ao lado de Carlos Langoni (ex-presidente do Banco Central, morto em 2021), o pesquisador que tem a melhor e a mais consistente produção de economia aplicada brasileira em sua geração. Além do estudo sobre política monetária, Pastore também deu outra grande contribuição à teoria econômica, debruçando-se sobre dados ligados à agricultura. Pastore era um pesquisador empírico, sem muita paciência para teoria. Também uma pessoa pragmática, que entendeu que, mesmo numa ditadura, poderia ajudar o Brasil trabalhando no governo. Ele era um democrata que percebeu que, dadas as circunstâncias, o melhor que ele poderia fazer era servir o País porque, de forma discreta, ele era muito nacionalista.”

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Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp

“O Brasil perde um importante pensador e economista. Além de ser um estudioso das nossas questões econômicas, também teve relevante trajetória pública, atuando em momentos-chave, como na negociação da dívida externa brasileira quando era presidente do Banco Central.”

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp. Foto: Felipe Rau/Estadão
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Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda

“O falecimento de Affonso Celso Pastore é uma perda enorme para o pensamento econômico brasileiro. Pastore prestou serviços de alto valor para o Brasil, fosse como presidente do Banco Central, fosse como estudioso apaixonado pela nossa economia. Convivemos em diversos círculos ao longo de anos, sempre com trocas de ideias muito interessantes e férteis. Pastore era um economista de alto gabarito. Sinto a perda de um grande amigo. Meus sentimentos à família”, declarou em publicação no X (antigo Twitter).

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e presidente do BC. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Foi um professor muito influente da USP, avançou muito os estudos de uso de métodos quantitativos na universidade. Teve, depois, um longo período de colaboração com o governo formal quando era presidente do Banco Central. E mesmos antes, informal. O Delfim o respeitava muito.

Era uma figura muito firme nas suas ideias, muito centrado na preocupação de (adotar) políticas públicas com base em evidência e feitas com rigor. Eram palavras que ele, inclusive, usava muito. Foi um intelectual público.

Felipe Salto, ex-secretário da Fazenda e Planejamento SP

O economista Felipe Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Affonso Celso Pastore foi um dos maiores economistas do País e continuará a ser uma referência para todos nós, no setor público e privado, que estamos preocupados em decifrar os caminhos do desenvolvimento econômico. A sua dedicação à economia é inspiradora e a sua generosidade para com as novas gerações, sobre a qual dou testemunho, foi gigantesca. Quando assumi a IFI (Instituição Fiscal Independente), com menos de 30 anos, ele topou fazer parte do conselho inicial formado por mim. Anos à frente, continuou sempre participando das iniciativas para as quais o convidei, sempre emprestando sua credibilidade e motivando a todos por onde passava. Foi assim na aula que ele nos deu na Secretaria da Fazenda, em São Paulo, quando o convidei para participar do grupo de conjuntura que montei quando fui secretário, em 2022. Deixa muitas saudades e um dever para todos nós: honrar o seu legado.”

Sergio Moro (União Brasil-PR), senador da República

“O Brasil perde um de seus maiores economistas, Affonso Celso Pastore, que se destacava pelo rigor e integridade de suas análises econômicas. Tive a oportunidade e a honra de receber os seus conselhos. Sua obra e legado continuarão. Meus sentimentos à Cristina e à família”, declarou o senador Sergio Moro, em publicação na rede social X (antigo Twitter).

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Wilton Junior/Estadão

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo

“É com profundo pesar que recebo a notícia do falecimento do professor Affonso Celso Pastore. Um dos mais influentes e respeitados economistas do país, que deixa uma enorme contribuição para o debate econômico do Brasil. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, declarou Paulo Hartung, em publicação no X (antigo Twitter).

Paulo Hartung, economista e ex-governador do Espírito Santo. Foto: Gabriel Lordello/Estadão

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

“O secretário Samuel Kinoshita e o corpo de servidores da Sefaz-SP estendem suas condolências à família desse incansável estudioso das políticas econômicas que tanto se dedicou pelo País”, declarou a pasta em nota.

A morte de Affonso Celso Pastore, de 84 anos, na manhã desta segunda-feira, 21, comoveu economistas do País. Em depoimentos, eles falam de sua paixão pela economia e pelo trabalho dos banco centrais. “Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP”, diz Ilan Goldfajn, do BID. Confira os depoimentos:

Pedro Malan, ministro da Fazenda entre 1995 e 2002

O economista Pedro Malan, um dos criadores do Plano Real Foto: Hélvio Romero/Estadão

“Perdemos um dos mais influentes economistas brasileiros. Poucos podem, como Pastore, exibir várias décadas de relevantes contribuições para o entendimento — e melhoria da qualidade — do debate sobre inflação, crescimento e política macroeconômica no Brasil.

Pastore escrevia e se expressava com o vigor e a clareza de um mestre que domina seu ofício em sua principal área de interesse: as interações entre as políticas monetária, fiscal e cambial — sempre afetadas por expectativas sobre o Brasil e seu futuro.”

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Ilan Goldfajn, presidente do BID Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

“Estou muito triste com a morte de Afonso Celso Pastore. Ele foi um grande amigo, inspirador e parceiro. Foi o maior expoente e promotor do foco na ciência para a análise de políticas econômicas. Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP (Universidade de São Paulo), passando por sua larga e profícua carreira até quando tive a honra de, com ele e outros colegas, criar o Centro de Debate de Política Públicas (CDPP).”

Roberto Campos Neto, presidente do BC

Roberto Campos Neto, presidente do BC Foto: Alex Silva / Estadão

”É uma enorme perda. Era uma pessoa muito querida e muito comentada no âmbito dos banqueiros centrais. O Pastore sempre foi uma pessoa que defendeu o Banco Central. Uma vez o encontrei em um avião e ele disse que, sempre que houvesse algum evento no BC, poderíamos convidá-lo. Ele dizia que era apaixonado pelo BC e que sempre iria defender as causas da instituição. Sentirei muita falta do Pastore e mando condolências a todos os familiares e amigos”

Samuel Pessôa, economista e pesquisador da FGV

Samuel Pessoa, economista Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

“A regra de Taylor, criada pelo economista John Taylor e que estabeleceu a relação entre inflação e taxa de juros, por pouco não foi a ‘regra de Pastore’. Ele publicou um trabalho, anos antes de Taylor, no qual descrevia a estabilização de preços numa economia via taxa de juros - numa época em que a governança para moedas baseadas no padrão fiduciário, em oposição ao padrão ouro, era desconhecida. Se a equação que ele derivou tivesse dado um passo a mais, ele chegaria à regra de Taylor. Isso mostra como ele, aqui, na periferia do conhecimento, dialogava de igual para igual na literatura, sempre na fronteira, com a pesquisa mais avançada que existia. Pastore foi, ao lado de Carlos Langoni (ex-presidente do Banco Central, morto em 2021), o pesquisador que tem a melhor e a mais consistente produção de economia aplicada brasileira em sua geração. Além do estudo sobre política monetária, Pastore também deu outra grande contribuição à teoria econômica, debruçando-se sobre dados ligados à agricultura. Pastore era um pesquisador empírico, sem muita paciência para teoria. Também uma pessoa pragmática, que entendeu que, mesmo numa ditadura, poderia ajudar o Brasil trabalhando no governo. Ele era um democrata que percebeu que, dadas as circunstâncias, o melhor que ele poderia fazer era servir o País porque, de forma discreta, ele era muito nacionalista.”

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp

“O Brasil perde um importante pensador e economista. Além de ser um estudioso das nossas questões econômicas, também teve relevante trajetória pública, atuando em momentos-chave, como na negociação da dívida externa brasileira quando era presidente do Banco Central.”

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp. Foto: Felipe Rau/Estadão

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda

“O falecimento de Affonso Celso Pastore é uma perda enorme para o pensamento econômico brasileiro. Pastore prestou serviços de alto valor para o Brasil, fosse como presidente do Banco Central, fosse como estudioso apaixonado pela nossa economia. Convivemos em diversos círculos ao longo de anos, sempre com trocas de ideias muito interessantes e férteis. Pastore era um economista de alto gabarito. Sinto a perda de um grande amigo. Meus sentimentos à família”, declarou em publicação no X (antigo Twitter).

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e presidente do BC. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Foi um professor muito influente da USP, avançou muito os estudos de uso de métodos quantitativos na universidade. Teve, depois, um longo período de colaboração com o governo formal quando era presidente do Banco Central. E mesmos antes, informal. O Delfim o respeitava muito.

Era uma figura muito firme nas suas ideias, muito centrado na preocupação de (adotar) políticas públicas com base em evidência e feitas com rigor. Eram palavras que ele, inclusive, usava muito. Foi um intelectual público.

Felipe Salto, ex-secretário da Fazenda e Planejamento SP

O economista Felipe Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Affonso Celso Pastore foi um dos maiores economistas do País e continuará a ser uma referência para todos nós, no setor público e privado, que estamos preocupados em decifrar os caminhos do desenvolvimento econômico. A sua dedicação à economia é inspiradora e a sua generosidade para com as novas gerações, sobre a qual dou testemunho, foi gigantesca. Quando assumi a IFI (Instituição Fiscal Independente), com menos de 30 anos, ele topou fazer parte do conselho inicial formado por mim. Anos à frente, continuou sempre participando das iniciativas para as quais o convidei, sempre emprestando sua credibilidade e motivando a todos por onde passava. Foi assim na aula que ele nos deu na Secretaria da Fazenda, em São Paulo, quando o convidei para participar do grupo de conjuntura que montei quando fui secretário, em 2022. Deixa muitas saudades e um dever para todos nós: honrar o seu legado.”

Sergio Moro (União Brasil-PR), senador da República

“O Brasil perde um de seus maiores economistas, Affonso Celso Pastore, que se destacava pelo rigor e integridade de suas análises econômicas. Tive a oportunidade e a honra de receber os seus conselhos. Sua obra e legado continuarão. Meus sentimentos à Cristina e à família”, declarou o senador Sergio Moro, em publicação na rede social X (antigo Twitter).

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Wilton Junior/Estadão

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo

“É com profundo pesar que recebo a notícia do falecimento do professor Affonso Celso Pastore. Um dos mais influentes e respeitados economistas do país, que deixa uma enorme contribuição para o debate econômico do Brasil. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, declarou Paulo Hartung, em publicação no X (antigo Twitter).

Paulo Hartung, economista e ex-governador do Espírito Santo. Foto: Gabriel Lordello/Estadão

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

“O secretário Samuel Kinoshita e o corpo de servidores da Sefaz-SP estendem suas condolências à família desse incansável estudioso das políticas econômicas que tanto se dedicou pelo País”, declarou a pasta em nota.

A morte de Affonso Celso Pastore, de 84 anos, na manhã desta segunda-feira, 21, comoveu economistas do País. Em depoimentos, eles falam de sua paixão pela economia e pelo trabalho dos banco centrais. “Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP”, diz Ilan Goldfajn, do BID. Confira os depoimentos:

Pedro Malan, ministro da Fazenda entre 1995 e 2002

O economista Pedro Malan, um dos criadores do Plano Real Foto: Hélvio Romero/Estadão

“Perdemos um dos mais influentes economistas brasileiros. Poucos podem, como Pastore, exibir várias décadas de relevantes contribuições para o entendimento — e melhoria da qualidade — do debate sobre inflação, crescimento e política macroeconômica no Brasil.

Pastore escrevia e se expressava com o vigor e a clareza de um mestre que domina seu ofício em sua principal área de interesse: as interações entre as políticas monetária, fiscal e cambial — sempre afetadas por expectativas sobre o Brasil e seu futuro.”

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Ilan Goldfajn, presidente do BID Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

“Estou muito triste com a morte de Afonso Celso Pastore. Ele foi um grande amigo, inspirador e parceiro. Foi o maior expoente e promotor do foco na ciência para a análise de políticas econômicas. Sempre esteve à frente do seu tempo, desde os primeiros anos na USP (Universidade de São Paulo), passando por sua larga e profícua carreira até quando tive a honra de, com ele e outros colegas, criar o Centro de Debate de Política Públicas (CDPP).”

Roberto Campos Neto, presidente do BC

Roberto Campos Neto, presidente do BC Foto: Alex Silva / Estadão

”É uma enorme perda. Era uma pessoa muito querida e muito comentada no âmbito dos banqueiros centrais. O Pastore sempre foi uma pessoa que defendeu o Banco Central. Uma vez o encontrei em um avião e ele disse que, sempre que houvesse algum evento no BC, poderíamos convidá-lo. Ele dizia que era apaixonado pelo BC e que sempre iria defender as causas da instituição. Sentirei muita falta do Pastore e mando condolências a todos os familiares e amigos”

Samuel Pessôa, economista e pesquisador da FGV

Samuel Pessoa, economista Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

“A regra de Taylor, criada pelo economista John Taylor e que estabeleceu a relação entre inflação e taxa de juros, por pouco não foi a ‘regra de Pastore’. Ele publicou um trabalho, anos antes de Taylor, no qual descrevia a estabilização de preços numa economia via taxa de juros - numa época em que a governança para moedas baseadas no padrão fiduciário, em oposição ao padrão ouro, era desconhecida. Se a equação que ele derivou tivesse dado um passo a mais, ele chegaria à regra de Taylor. Isso mostra como ele, aqui, na periferia do conhecimento, dialogava de igual para igual na literatura, sempre na fronteira, com a pesquisa mais avançada que existia. Pastore foi, ao lado de Carlos Langoni (ex-presidente do Banco Central, morto em 2021), o pesquisador que tem a melhor e a mais consistente produção de economia aplicada brasileira em sua geração. Além do estudo sobre política monetária, Pastore também deu outra grande contribuição à teoria econômica, debruçando-se sobre dados ligados à agricultura. Pastore era um pesquisador empírico, sem muita paciência para teoria. Também uma pessoa pragmática, que entendeu que, mesmo numa ditadura, poderia ajudar o Brasil trabalhando no governo. Ele era um democrata que percebeu que, dadas as circunstâncias, o melhor que ele poderia fazer era servir o País porque, de forma discreta, ele era muito nacionalista.”

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp

“O Brasil perde um importante pensador e economista. Além de ser um estudioso das nossas questões econômicas, também teve relevante trajetória pública, atuando em momentos-chave, como na negociação da dívida externa brasileira quando era presidente do Banco Central.”

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp. Foto: Felipe Rau/Estadão

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda

“O falecimento de Affonso Celso Pastore é uma perda enorme para o pensamento econômico brasileiro. Pastore prestou serviços de alto valor para o Brasil, fosse como presidente do Banco Central, fosse como estudioso apaixonado pela nossa economia. Convivemos em diversos círculos ao longo de anos, sempre com trocas de ideias muito interessantes e férteis. Pastore era um economista de alto gabarito. Sinto a perda de um grande amigo. Meus sentimentos à família”, declarou em publicação no X (antigo Twitter).

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e presidente do BC. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central

Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Foi um professor muito influente da USP, avançou muito os estudos de uso de métodos quantitativos na universidade. Teve, depois, um longo período de colaboração com o governo formal quando era presidente do Banco Central. E mesmos antes, informal. O Delfim o respeitava muito.

Era uma figura muito firme nas suas ideias, muito centrado na preocupação de (adotar) políticas públicas com base em evidência e feitas com rigor. Eram palavras que ele, inclusive, usava muito. Foi um intelectual público.

Felipe Salto, ex-secretário da Fazenda e Planejamento SP

O economista Felipe Salto  Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Affonso Celso Pastore foi um dos maiores economistas do País e continuará a ser uma referência para todos nós, no setor público e privado, que estamos preocupados em decifrar os caminhos do desenvolvimento econômico. A sua dedicação à economia é inspiradora e a sua generosidade para com as novas gerações, sobre a qual dou testemunho, foi gigantesca. Quando assumi a IFI (Instituição Fiscal Independente), com menos de 30 anos, ele topou fazer parte do conselho inicial formado por mim. Anos à frente, continuou sempre participando das iniciativas para as quais o convidei, sempre emprestando sua credibilidade e motivando a todos por onde passava. Foi assim na aula que ele nos deu na Secretaria da Fazenda, em São Paulo, quando o convidei para participar do grupo de conjuntura que montei quando fui secretário, em 2022. Deixa muitas saudades e um dever para todos nós: honrar o seu legado.”

Sergio Moro (União Brasil-PR), senador da República

“O Brasil perde um de seus maiores economistas, Affonso Celso Pastore, que se destacava pelo rigor e integridade de suas análises econômicas. Tive a oportunidade e a honra de receber os seus conselhos. Sua obra e legado continuarão. Meus sentimentos à Cristina e à família”, declarou o senador Sergio Moro, em publicação na rede social X (antigo Twitter).

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Foto: Wilton Junior/Estadão

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo

“É com profundo pesar que recebo a notícia do falecimento do professor Affonso Celso Pastore. Um dos mais influentes e respeitados economistas do país, que deixa uma enorme contribuição para o debate econômico do Brasil. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, declarou Paulo Hartung, em publicação no X (antigo Twitter).

Paulo Hartung, economista e ex-governador do Espírito Santo. Foto: Gabriel Lordello/Estadão

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

“O secretário Samuel Kinoshita e o corpo de servidores da Sefaz-SP estendem suas condolências à família desse incansável estudioso das políticas econômicas que tanto se dedicou pelo País”, declarou a pasta em nota.

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