Incertezas dominam o cenário econômico


Polêmica sobre os juros, eleição americana e cenário interno deixam o horizonte nublado

Por Estadão Blue Studio

O mercado financeiro brasileiro tem enfrentado alta volatilidade em 2024, marcado por incertezas fiscais e pressões econômicas tanto no cenário interno quanto internacional. No curto e médio prazos, a tendência é praticamente a mesma.

No Brasil, a sustentabilidade da dívida pública segue tirando o sono de investidores, analistas e economistas. “Por aqui, o principal problema é fiscal, com o governo gastando como se não houvesse amanhã”, afirma Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.

O especialista destaca que isso provoca dois problemas principais. O primeiro é a necessidade de o País arrecadar mais por meio de impostos. O segundo é o aumento dos juros. “O mercado exige taxas maiores para emprestar dinheiro para o governo, diante do risco de calote ou da necessidade de imprimir dinheiro”, afirma.

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Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, concorda que as preocupações sobre a dívida pública são o principal fator de insegurança para os investidores atualmente. “Os juros altos, também sustentados pela atual política fiscal, encarecem o crédito e desestimulam investimentos produtivos”, diz.

Divulgação Foto: Getty Images

De acordo com o executivo, a falta de progresso nas reformas limita o potencial de crescimento da economia e cria incertezas regulatórias no País. “Esses fatores impactam a alocação de portfólio, levando investidores a serem mais cautelosos e a optarem por ativos mais seguros, aproveitando o retorno elevado da renda fixa”, afirma.

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Mas a atenção dos investidores não se concentra apenas dentro das fronteiras brasileiras. Nos EUA, depois que os juros atingiram o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano – o maior patamar das últimas duas décadas –, a pergunta que fica é quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) deve começar a reduzir as taxas e qual será a magnitude dos cortes.

“No dia da última reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto, na sigla em inglês), o mercado chegou a precificar quase 75 pontos-base de cortes. Essa parece ser uma precificação mais condizente com a leitura do comitê e representaria reduções de 25 pontos-base em cada uma das três reuniões que restam no ano”, afirma Barcellos.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, avalia que, assim que os Estados Unidos começarem a diminuir os juros, é natural que haja uma migração de capital para outros países, especialmente os emergentes. “O Brasil vai concorrer com outras nações, como o México, mas a situação interna precisa estar mais organizada. Enquanto isso não acontecer, o investidor sempre vai ficar com o pé atrás. O resultado são esses movimentos que a Bolsa vem apresentando no ano: sobe um pouco, cai um pouco, mas não segue uma direção”, pontua. Tendência que mudou um pouco na segunda metade do mês de agosto, com o Ibovespa atingindo números históricos.

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Eleições nos EUA

Um outro evento nos EUA deve mexer com os mercados este ano: a eleição presidencial, que promete ser bastante acirrada e polarizada. De um lado, está Donald Trump, representando os republicanos; do outro, a atual vice-presidente, Kamala Harris, será a candidata pelo Partido Democrata após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.

Felipe Castro, da Matriz Capital, diz que em anos eleitorais o mercado costuma ficar em compasso de espera. “A partir do resultado da eleição, normalmente observamos altas mais relevantes”, afirma. Ele lembra que a bolsa norte-americana atingiu suas máximas históricas recentemente, mas o movimento foi impulsionado pelas chamadas “big techs”, como Alphabet, Meta, Microsoft e Amazon, e pelo entusiasmo com o avanço da inteligência artificial, que valorizou os papéis da Nvidia. “A maior parte das ações que compõem os principais índices não acompanhou esse desempenho. A expectativa é de que o tradicional rali pós-eleições seja mais bem distribuído entre as ações”, analisa.

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Especialistas também entendem que uma vitória de Trump pode azedar ainda mais a relação entre os EUA e a China. “Se isso acontecer, haverá um impacto direto nos mercados emergentes, especialmente no Brasil. Trump provavelmente tentará impor mais impostos à China e criar sanções, o que pode levar a uma desaceleração da economia chinesa”, afirma Jefferson Laatus. E o gigante asiático vem enfrentando problemas desde a pandemia.

Além das tensões entre China e EUA, Wilson Barcellos, da Azimut, destaca que há um conjunto de outros fatores globais que, combinados, têm aumentado as incertezas, fazendo com que os investidores exijam um retorno mais elevado para alocar seu capital. “Inflação elevada, tensões geopolíticas, como as guerras entre Rússia e Ucrânia, Israel e Hamas, além da recente alta nas taxas de juros pelo Banco do Japão (BOJ), influenciam a liquidez e a disposição para assumir riscos”, afirma.

O mercado financeiro brasileiro tem enfrentado alta volatilidade em 2024, marcado por incertezas fiscais e pressões econômicas tanto no cenário interno quanto internacional. No curto e médio prazos, a tendência é praticamente a mesma.

No Brasil, a sustentabilidade da dívida pública segue tirando o sono de investidores, analistas e economistas. “Por aqui, o principal problema é fiscal, com o governo gastando como se não houvesse amanhã”, afirma Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.

O especialista destaca que isso provoca dois problemas principais. O primeiro é a necessidade de o País arrecadar mais por meio de impostos. O segundo é o aumento dos juros. “O mercado exige taxas maiores para emprestar dinheiro para o governo, diante do risco de calote ou da necessidade de imprimir dinheiro”, afirma.

Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, concorda que as preocupações sobre a dívida pública são o principal fator de insegurança para os investidores atualmente. “Os juros altos, também sustentados pela atual política fiscal, encarecem o crédito e desestimulam investimentos produtivos”, diz.

Divulgação Foto: Getty Images

De acordo com o executivo, a falta de progresso nas reformas limita o potencial de crescimento da economia e cria incertezas regulatórias no País. “Esses fatores impactam a alocação de portfólio, levando investidores a serem mais cautelosos e a optarem por ativos mais seguros, aproveitando o retorno elevado da renda fixa”, afirma.

Mas a atenção dos investidores não se concentra apenas dentro das fronteiras brasileiras. Nos EUA, depois que os juros atingiram o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano – o maior patamar das últimas duas décadas –, a pergunta que fica é quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) deve começar a reduzir as taxas e qual será a magnitude dos cortes.

“No dia da última reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto, na sigla em inglês), o mercado chegou a precificar quase 75 pontos-base de cortes. Essa parece ser uma precificação mais condizente com a leitura do comitê e representaria reduções de 25 pontos-base em cada uma das três reuniões que restam no ano”, afirma Barcellos.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, avalia que, assim que os Estados Unidos começarem a diminuir os juros, é natural que haja uma migração de capital para outros países, especialmente os emergentes. “O Brasil vai concorrer com outras nações, como o México, mas a situação interna precisa estar mais organizada. Enquanto isso não acontecer, o investidor sempre vai ficar com o pé atrás. O resultado são esses movimentos que a Bolsa vem apresentando no ano: sobe um pouco, cai um pouco, mas não segue uma direção”, pontua. Tendência que mudou um pouco na segunda metade do mês de agosto, com o Ibovespa atingindo números históricos.

Eleições nos EUA

Um outro evento nos EUA deve mexer com os mercados este ano: a eleição presidencial, que promete ser bastante acirrada e polarizada. De um lado, está Donald Trump, representando os republicanos; do outro, a atual vice-presidente, Kamala Harris, será a candidata pelo Partido Democrata após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.

Felipe Castro, da Matriz Capital, diz que em anos eleitorais o mercado costuma ficar em compasso de espera. “A partir do resultado da eleição, normalmente observamos altas mais relevantes”, afirma. Ele lembra que a bolsa norte-americana atingiu suas máximas históricas recentemente, mas o movimento foi impulsionado pelas chamadas “big techs”, como Alphabet, Meta, Microsoft e Amazon, e pelo entusiasmo com o avanço da inteligência artificial, que valorizou os papéis da Nvidia. “A maior parte das ações que compõem os principais índices não acompanhou esse desempenho. A expectativa é de que o tradicional rali pós-eleições seja mais bem distribuído entre as ações”, analisa.

Especialistas também entendem que uma vitória de Trump pode azedar ainda mais a relação entre os EUA e a China. “Se isso acontecer, haverá um impacto direto nos mercados emergentes, especialmente no Brasil. Trump provavelmente tentará impor mais impostos à China e criar sanções, o que pode levar a uma desaceleração da economia chinesa”, afirma Jefferson Laatus. E o gigante asiático vem enfrentando problemas desde a pandemia.

Além das tensões entre China e EUA, Wilson Barcellos, da Azimut, destaca que há um conjunto de outros fatores globais que, combinados, têm aumentado as incertezas, fazendo com que os investidores exijam um retorno mais elevado para alocar seu capital. “Inflação elevada, tensões geopolíticas, como as guerras entre Rússia e Ucrânia, Israel e Hamas, além da recente alta nas taxas de juros pelo Banco do Japão (BOJ), influenciam a liquidez e a disposição para assumir riscos”, afirma.

O mercado financeiro brasileiro tem enfrentado alta volatilidade em 2024, marcado por incertezas fiscais e pressões econômicas tanto no cenário interno quanto internacional. No curto e médio prazos, a tendência é praticamente a mesma.

No Brasil, a sustentabilidade da dívida pública segue tirando o sono de investidores, analistas e economistas. “Por aqui, o principal problema é fiscal, com o governo gastando como se não houvesse amanhã”, afirma Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.

O especialista destaca que isso provoca dois problemas principais. O primeiro é a necessidade de o País arrecadar mais por meio de impostos. O segundo é o aumento dos juros. “O mercado exige taxas maiores para emprestar dinheiro para o governo, diante do risco de calote ou da necessidade de imprimir dinheiro”, afirma.

Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, concorda que as preocupações sobre a dívida pública são o principal fator de insegurança para os investidores atualmente. “Os juros altos, também sustentados pela atual política fiscal, encarecem o crédito e desestimulam investimentos produtivos”, diz.

Divulgação Foto: Getty Images

De acordo com o executivo, a falta de progresso nas reformas limita o potencial de crescimento da economia e cria incertezas regulatórias no País. “Esses fatores impactam a alocação de portfólio, levando investidores a serem mais cautelosos e a optarem por ativos mais seguros, aproveitando o retorno elevado da renda fixa”, afirma.

Mas a atenção dos investidores não se concentra apenas dentro das fronteiras brasileiras. Nos EUA, depois que os juros atingiram o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano – o maior patamar das últimas duas décadas –, a pergunta que fica é quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) deve começar a reduzir as taxas e qual será a magnitude dos cortes.

“No dia da última reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto, na sigla em inglês), o mercado chegou a precificar quase 75 pontos-base de cortes. Essa parece ser uma precificação mais condizente com a leitura do comitê e representaria reduções de 25 pontos-base em cada uma das três reuniões que restam no ano”, afirma Barcellos.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, avalia que, assim que os Estados Unidos começarem a diminuir os juros, é natural que haja uma migração de capital para outros países, especialmente os emergentes. “O Brasil vai concorrer com outras nações, como o México, mas a situação interna precisa estar mais organizada. Enquanto isso não acontecer, o investidor sempre vai ficar com o pé atrás. O resultado são esses movimentos que a Bolsa vem apresentando no ano: sobe um pouco, cai um pouco, mas não segue uma direção”, pontua. Tendência que mudou um pouco na segunda metade do mês de agosto, com o Ibovespa atingindo números históricos.

Eleições nos EUA

Um outro evento nos EUA deve mexer com os mercados este ano: a eleição presidencial, que promete ser bastante acirrada e polarizada. De um lado, está Donald Trump, representando os republicanos; do outro, a atual vice-presidente, Kamala Harris, será a candidata pelo Partido Democrata após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.

Felipe Castro, da Matriz Capital, diz que em anos eleitorais o mercado costuma ficar em compasso de espera. “A partir do resultado da eleição, normalmente observamos altas mais relevantes”, afirma. Ele lembra que a bolsa norte-americana atingiu suas máximas históricas recentemente, mas o movimento foi impulsionado pelas chamadas “big techs”, como Alphabet, Meta, Microsoft e Amazon, e pelo entusiasmo com o avanço da inteligência artificial, que valorizou os papéis da Nvidia. “A maior parte das ações que compõem os principais índices não acompanhou esse desempenho. A expectativa é de que o tradicional rali pós-eleições seja mais bem distribuído entre as ações”, analisa.

Especialistas também entendem que uma vitória de Trump pode azedar ainda mais a relação entre os EUA e a China. “Se isso acontecer, haverá um impacto direto nos mercados emergentes, especialmente no Brasil. Trump provavelmente tentará impor mais impostos à China e criar sanções, o que pode levar a uma desaceleração da economia chinesa”, afirma Jefferson Laatus. E o gigante asiático vem enfrentando problemas desde a pandemia.

Além das tensões entre China e EUA, Wilson Barcellos, da Azimut, destaca que há um conjunto de outros fatores globais que, combinados, têm aumentado as incertezas, fazendo com que os investidores exijam um retorno mais elevado para alocar seu capital. “Inflação elevada, tensões geopolíticas, como as guerras entre Rússia e Ucrânia, Israel e Hamas, além da recente alta nas taxas de juros pelo Banco do Japão (BOJ), influenciam a liquidez e a disposição para assumir riscos”, afirma.

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