SÃO PAULO - A indústria paulista demitiu 27,5 mil trabalhadores em junho e acumula saldo negativo de 62,5 mil cortes em 2015, informou nesta quinta-feira, 16, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado de junho é o pior para o mês na série histórica da pesquisa, iniciada em 2005.
"Há anos, a indústria vem perdendo postos de trabalho, porém a violência da perda deste ano de 2015 surpreende", afirmou, em nota, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini. Nas estimativas de Francini, a indústria de transformação paulista deve encerrar 2015 com pelo menos 150 mil empregos a menos na comparação com 2014, quando já houve perda de cerca de 130 mil postos de trabalho.
Na comparação com junho de 2014, a indústria paulista chegou a junho deste ano com um saldo negativo de 191 mil empregos. "Estamos surpresos, perplexos e tristes com a redução que estamos sofrendo e não vemos o seu término. Não sentimos que o pé bateu no fundo do poço para, agora, tomarmos impulso para voltar a subir", diz o diretor.
Com as demissões em junho, o nível de emprego da indústria paulista caiu 1% ante maio, na série com ajuste sazonal. Na mesma base de comparação, o Índice de Nível de Emprego recuou 1,12% na série sem ajuste sazonal. Já em relação a junho de 2014, o indicador teve uma queda de 7,29%. Dos 22 setores avaliados pela Fiesp, 18 demitiram em junho, três mantiveram o quadro de funcionários e somente um contratou.
Setores. A indústria de veículos automotores continua sendo um dos setores com o maior número de demissões. Em junho, o setor desligou 4.691 funcionários. "Na esteira, o segmento de máquinas e equipamentos também exibiu significativas baixas, com a demissão de 4.081 trabalhadores", informa a Fiesp. Outro segmento que tem registrado demissões nos últimos meses, o setor de açúcar e álcool respondeu por 1.987 demissões em junho.
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