Rio - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,44%, ante uma variação de 0,52% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa fechou agosto no maior patamar para o mês desde 2007, quando estava em 0,47%.
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de uma taxa de 0,35% a 0,48%, com mediana de 0,44%. O grupo Alimentação e Bebidas, que de 1,32% em julho foi para 0,30% em agosto, é o principal responsável pela desaceleração do IPCA.
A taxa acumulada no ano foi de 5,42%. Em 12 meses, o resultado ficou em 8,97%, ainda muito acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
O grupo Alimentação e Bebidas diminuiu o ritmo de alta de 1,32% em julho para 0,30% em agosto, o principal responsável pela desaceleração da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, que passou de 0,52% para 0,44%. O grupo saiu de um impacto de 0,34 ponto porcentual para o IPCA de julho para 0,08 ponto porcentual sobre a taxa de agosto.
O recuo nos preços da batata-inglesa (-8,00%) e do feijão-carioca (-5,60%) deram as maiores contribuições negativas para a inflação do último mês: -0,03 ponto porcentual cada um. Ainda assim, o feijão-carioca acumula alta de 136,57% no ano, devido aos fortes aumentos registrados nos últimos meses. Já a batata-inglesa já ficou 13,39% mais cara no ano.
Na direção oposta, as frutas exerceram a maior pressão sobre o IPCA. A alta de 4,94% no item resultou numa contribuição positiva de 0,05 ponto porcentual para a taxa de inflação do mês.
Embora a inflação tenha arrefecido na passagem de julho para agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continua em patamar elevado. A avaliação é de Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA saiu de 0,52% em julho para 0,44% de agosto. Apesar da taxa menor, foi o pior resultado para o mês desde 2007.
"Em geral, os meses do meio do ano são quando a safra está sendo comercializada, porque nos primeiros meses é período de safra. Nos meses centrais, tem o escoamento e comercialização da produção. No geral, junho, julho e agosto registram as taxas de IPCA mais baixas do ano. Entretanto, esse IPCA é o maior agosto dos últimos dez anos", apontou Eulina.
A coordenadora diz que, apesar da deterioração no mercado de trabalho e da demanda menor, há pressão de custos, sobretudo oriundos da alimentação. Os alimentos acumulam um aumento de 13,92%.
"Apesar da demanda estar menos aquecida, a inflação ainda está um pouco resistente", observou Eulina. "Há menor oferta de alimentos, isso pressiona preços", acrescentou.
Além de Alimentação e Bebidas (de 1,32% em julho para 0,30% em agosto), outros três grupos, dos nove pesquisados, mostraram desaceleração: Artigos de Residência (de 0,53% para 0,36%), Transportes (de 0,40% para 0,27%) e Comunicação (de 0,02% para -0,02%). A desaceleração do grupo Transportes se deve, em grande parte, às passagens aéreas, com queda de 3,85% em média. Os preços das passagens aéreas recuaram em 10 das 13 regiões pesquisadas e as três exceções foram Rio de Janeiro (7,50%), Belo Horizonte (6,15%) e Brasília (3,11%).
Entre os grupos em aceleração, Educação (0,99%) e Despesas Pessoais (0,96%) foram os mais elevados. Educação refletiu o resultado apurado na coleta realizada em agosto a fim de captar a realidade dos preços praticados no segundo semestre do ano letivo.