IPCA-15 sobe 0,40% em dezembro e fecha ano em 4,72%, diz IBGE


Alta de 9,02% no preço das passagens aéreas deu a maior contribuição individual para o IPCA-15 do mês

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28.

O resultado superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018.

Desta forma, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.

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“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota.

Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo Perfeito, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano.

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“Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024″, acrescentou Perfeito.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março do ano que vem.

“Nossa projeção é que a taxa básica de juros termine 2024 em 9,25%”, apontou Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”

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Passagem aérea puxa alta

As famílias gastaram 0,77% mais com transportes em dezembro. A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial no mês, responsável sozinho por quase um quarto do IPCA-15.

O táxi teve alta de 0,83%, e o ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

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“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%), enquanto o gás veicular subiu 0,08%.

O custo da alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,54% em dezembro.

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A alimentação fora de casa aumentou 0,53%: a refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Quanto à alimentação para consumo no domicílio, houve elevação de 0,55%, com altas nos preços da cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%).

Apesar do avanço em dezembro, os preços dos alimentos comprados em supermercados ficaram mais baratos no ano de 2023 como um todo, com quedas em itens importantes para a cesta de consumo das famílias, como as carnes e o óleo de soja.

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O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,83% neste ano, mas a alimentação no domicílio caiu 0,82% no período.

Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 8,59% mais baratos em 2023, e os preços das carnes diminuíram 9,26%. Aves e ovos acumularam queda de 6,88% neste ano, e óleos e gorduras recuaram 13,74%. O óleo de soja teve redução de preço de 27,95% no ano; o café moído caiu 8,63%; a margarina, -5,11%; o leite longa vida, -9,36%; o frango em pedaços, -10,73%; o filé mignon, -12,13%; a picanha, -9,49%; e o feijão-carioca, -16,61%. Já o arroz subiu 23,69%.

A alimentação fora de casa aumentou 5,26% em 2023. A refeição fora de casa subiu 3,90%, enquanto o lanche avançou 7,73%.

IPCA-15 no ano

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços no ano de 2023. O único recuo ocorreu em Artigos de residência, -0,03%.

Além de Alimentação e bebidas (0,83%), os demais grupos com avanços foram Transportes (7,41%), Habitação (4,94%), Educação (8,20%), Despesas pessoais (5,54%), Saúde e cuidados pessoais (7,31%), Comunicação (2,85%) e Vestuário (3,39%).

A alta de 21,37% no custo do emplacamento e licença exerceu a maior pressão individual sobre a prévia da inflação oficial em 2023, uma contribuição de 0,54 ponto porcentual para a taxa de 4,72% apurada pelo IPCA-15 neste ano. Também figuraram no ranking de maiores pressões os itens gasolina (alta de 11,10% e impacto de 0,52 p.p.), plano de saúde (11,56% e 0,43 p.p.), passagem aérea (48,11% e 0,36 p.p.) e energia elétrica residencial (8,96% e 0,35 p.p.). Por outro lado, o automóvel usado teve a maior influência negativa sobre a inflação de 2023, com queda de 5,15% e contribuição de -0,10 ponto porcentual. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do ano foram gás de botijão (-7,04% e -0,10 p.p.), óleo de soja (-27,95% e -0,09 p.p.), cebola (-30,86% e -0,09 p.p.) e frango em pedaços (-10,73% e -0,08 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em 2023 foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Recife (3,53%), enquanto a mais acentuada foi a registrada em Brasília (5,57%).

RIO - Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28.

O resultado superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018.

Desta forma, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.

“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota.

Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo Perfeito, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano.

“Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024″, acrescentou Perfeito.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março do ano que vem.

“Nossa projeção é que a taxa básica de juros termine 2024 em 9,25%”, apontou Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”

Passagem aérea puxa alta

As famílias gastaram 0,77% mais com transportes em dezembro. A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial no mês, responsável sozinho por quase um quarto do IPCA-15.

O táxi teve alta de 0,83%, e o ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%), enquanto o gás veicular subiu 0,08%.

O custo da alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,54% em dezembro.

A alimentação fora de casa aumentou 0,53%: a refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Quanto à alimentação para consumo no domicílio, houve elevação de 0,55%, com altas nos preços da cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%).

Apesar do avanço em dezembro, os preços dos alimentos comprados em supermercados ficaram mais baratos no ano de 2023 como um todo, com quedas em itens importantes para a cesta de consumo das famílias, como as carnes e o óleo de soja.

O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,83% neste ano, mas a alimentação no domicílio caiu 0,82% no período.

Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 8,59% mais baratos em 2023, e os preços das carnes diminuíram 9,26%. Aves e ovos acumularam queda de 6,88% neste ano, e óleos e gorduras recuaram 13,74%. O óleo de soja teve redução de preço de 27,95% no ano; o café moído caiu 8,63%; a margarina, -5,11%; o leite longa vida, -9,36%; o frango em pedaços, -10,73%; o filé mignon, -12,13%; a picanha, -9,49%; e o feijão-carioca, -16,61%. Já o arroz subiu 23,69%.

A alimentação fora de casa aumentou 5,26% em 2023. A refeição fora de casa subiu 3,90%, enquanto o lanche avançou 7,73%.

IPCA-15 no ano

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços no ano de 2023. O único recuo ocorreu em Artigos de residência, -0,03%.

Além de Alimentação e bebidas (0,83%), os demais grupos com avanços foram Transportes (7,41%), Habitação (4,94%), Educação (8,20%), Despesas pessoais (5,54%), Saúde e cuidados pessoais (7,31%), Comunicação (2,85%) e Vestuário (3,39%).

A alta de 21,37% no custo do emplacamento e licença exerceu a maior pressão individual sobre a prévia da inflação oficial em 2023, uma contribuição de 0,54 ponto porcentual para a taxa de 4,72% apurada pelo IPCA-15 neste ano. Também figuraram no ranking de maiores pressões os itens gasolina (alta de 11,10% e impacto de 0,52 p.p.), plano de saúde (11,56% e 0,43 p.p.), passagem aérea (48,11% e 0,36 p.p.) e energia elétrica residencial (8,96% e 0,35 p.p.). Por outro lado, o automóvel usado teve a maior influência negativa sobre a inflação de 2023, com queda de 5,15% e contribuição de -0,10 ponto porcentual. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do ano foram gás de botijão (-7,04% e -0,10 p.p.), óleo de soja (-27,95% e -0,09 p.p.), cebola (-30,86% e -0,09 p.p.) e frango em pedaços (-10,73% e -0,08 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em 2023 foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Recife (3,53%), enquanto a mais acentuada foi a registrada em Brasília (5,57%).

RIO - Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28.

O resultado superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018.

Desta forma, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.

“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota.

Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo Perfeito, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano.

“Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024″, acrescentou Perfeito.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março do ano que vem.

“Nossa projeção é que a taxa básica de juros termine 2024 em 9,25%”, apontou Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”

Passagem aérea puxa alta

As famílias gastaram 0,77% mais com transportes em dezembro. A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial no mês, responsável sozinho por quase um quarto do IPCA-15.

O táxi teve alta de 0,83%, e o ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%), enquanto o gás veicular subiu 0,08%.

O custo da alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,54% em dezembro.

A alimentação fora de casa aumentou 0,53%: a refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Quanto à alimentação para consumo no domicílio, houve elevação de 0,55%, com altas nos preços da cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%).

Apesar do avanço em dezembro, os preços dos alimentos comprados em supermercados ficaram mais baratos no ano de 2023 como um todo, com quedas em itens importantes para a cesta de consumo das famílias, como as carnes e o óleo de soja.

O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,83% neste ano, mas a alimentação no domicílio caiu 0,82% no período.

Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 8,59% mais baratos em 2023, e os preços das carnes diminuíram 9,26%. Aves e ovos acumularam queda de 6,88% neste ano, e óleos e gorduras recuaram 13,74%. O óleo de soja teve redução de preço de 27,95% no ano; o café moído caiu 8,63%; a margarina, -5,11%; o leite longa vida, -9,36%; o frango em pedaços, -10,73%; o filé mignon, -12,13%; a picanha, -9,49%; e o feijão-carioca, -16,61%. Já o arroz subiu 23,69%.

A alimentação fora de casa aumentou 5,26% em 2023. A refeição fora de casa subiu 3,90%, enquanto o lanche avançou 7,73%.

IPCA-15 no ano

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços no ano de 2023. O único recuo ocorreu em Artigos de residência, -0,03%.

Além de Alimentação e bebidas (0,83%), os demais grupos com avanços foram Transportes (7,41%), Habitação (4,94%), Educação (8,20%), Despesas pessoais (5,54%), Saúde e cuidados pessoais (7,31%), Comunicação (2,85%) e Vestuário (3,39%).

A alta de 21,37% no custo do emplacamento e licença exerceu a maior pressão individual sobre a prévia da inflação oficial em 2023, uma contribuição de 0,54 ponto porcentual para a taxa de 4,72% apurada pelo IPCA-15 neste ano. Também figuraram no ranking de maiores pressões os itens gasolina (alta de 11,10% e impacto de 0,52 p.p.), plano de saúde (11,56% e 0,43 p.p.), passagem aérea (48,11% e 0,36 p.p.) e energia elétrica residencial (8,96% e 0,35 p.p.). Por outro lado, o automóvel usado teve a maior influência negativa sobre a inflação de 2023, com queda de 5,15% e contribuição de -0,10 ponto porcentual. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do ano foram gás de botijão (-7,04% e -0,10 p.p.), óleo de soja (-27,95% e -0,09 p.p.), cebola (-30,86% e -0,09 p.p.) e frango em pedaços (-10,73% e -0,08 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em 2023 foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Recife (3,53%), enquanto a mais acentuada foi a registrada em Brasília (5,57%).

RIO - Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28.

O resultado superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018.

Desta forma, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.

“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota.

Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo Perfeito, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano.

“Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024″, acrescentou Perfeito.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março do ano que vem.

“Nossa projeção é que a taxa básica de juros termine 2024 em 9,25%”, apontou Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”

Passagem aérea puxa alta

As famílias gastaram 0,77% mais com transportes em dezembro. A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial no mês, responsável sozinho por quase um quarto do IPCA-15.

O táxi teve alta de 0,83%, e o ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%), enquanto o gás veicular subiu 0,08%.

O custo da alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,54% em dezembro.

A alimentação fora de casa aumentou 0,53%: a refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Quanto à alimentação para consumo no domicílio, houve elevação de 0,55%, com altas nos preços da cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%).

Apesar do avanço em dezembro, os preços dos alimentos comprados em supermercados ficaram mais baratos no ano de 2023 como um todo, com quedas em itens importantes para a cesta de consumo das famílias, como as carnes e o óleo de soja.

O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,83% neste ano, mas a alimentação no domicílio caiu 0,82% no período.

Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 8,59% mais baratos em 2023, e os preços das carnes diminuíram 9,26%. Aves e ovos acumularam queda de 6,88% neste ano, e óleos e gorduras recuaram 13,74%. O óleo de soja teve redução de preço de 27,95% no ano; o café moído caiu 8,63%; a margarina, -5,11%; o leite longa vida, -9,36%; o frango em pedaços, -10,73%; o filé mignon, -12,13%; a picanha, -9,49%; e o feijão-carioca, -16,61%. Já o arroz subiu 23,69%.

A alimentação fora de casa aumentou 5,26% em 2023. A refeição fora de casa subiu 3,90%, enquanto o lanche avançou 7,73%.

IPCA-15 no ano

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços no ano de 2023. O único recuo ocorreu em Artigos de residência, -0,03%.

Além de Alimentação e bebidas (0,83%), os demais grupos com avanços foram Transportes (7,41%), Habitação (4,94%), Educação (8,20%), Despesas pessoais (5,54%), Saúde e cuidados pessoais (7,31%), Comunicação (2,85%) e Vestuário (3,39%).

A alta de 21,37% no custo do emplacamento e licença exerceu a maior pressão individual sobre a prévia da inflação oficial em 2023, uma contribuição de 0,54 ponto porcentual para a taxa de 4,72% apurada pelo IPCA-15 neste ano. Também figuraram no ranking de maiores pressões os itens gasolina (alta de 11,10% e impacto de 0,52 p.p.), plano de saúde (11,56% e 0,43 p.p.), passagem aérea (48,11% e 0,36 p.p.) e energia elétrica residencial (8,96% e 0,35 p.p.). Por outro lado, o automóvel usado teve a maior influência negativa sobre a inflação de 2023, com queda de 5,15% e contribuição de -0,10 ponto porcentual. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do ano foram gás de botijão (-7,04% e -0,10 p.p.), óleo de soja (-27,95% e -0,09 p.p.), cebola (-30,86% e -0,09 p.p.) e frango em pedaços (-10,73% e -0,08 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em 2023 foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Recife (3,53%), enquanto a mais acentuada foi a registrada em Brasília (5,57%).

RIO - Os aumentos nos preços das passagens aéreas e dos alimentos pressionaram a prévia da inflação oficial no País neste fim de ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) saiu de uma alta de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 28.

O resultado superou até mesmo as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,17% e 0,35%, com mediana positiva de 0,25%. No entanto, a taxa ainda foi a mais branda para meses de dezembro desde 2018.

Desta forma, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023, mantendo-se dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto é de 4,75%.

“Apesar da surpresa negativa (em dezembro) não vejo uma piora significativa”, avaliou o economista André Perfeito, em nota.

Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,72% no ano de 2023. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo Perfeito, com a melhora nos dados econômicos, em especial a queda do desemprego, é razoável supor alguma elevação de preços, especialmente nos de serviços. Portanto, o economista não crê que o IPCA-15 altere as apostas para a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,75% ao ano.

“Neste sentido mantenho projeção de Selic em 9,75% ao final do ciclo em 2024″, acrescentou Perfeito.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, tampouco espera mudanças no plano de voo do Comitê de Política Monetária do Banco Central, prevendo mais dois cortes de 0,50 ponto porcentual na taxa de juros nas reuniões de janeiro e março do ano que vem.

“Nossa projeção é que a taxa básica de juros termine 2024 em 9,25%”, apontou Moreno, em nota. “A composição do IPCA-15 de dezembro mostra um resultado mais benigno do que a surpresa dos 0,40% sugere.”

Passagem aérea puxa alta

As famílias gastaram 0,77% mais com transportes em dezembro. A alta de 9,02% nas passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial no mês, responsável sozinho por quase um quarto do IPCA-15.

O táxi teve alta de 0,83%, e o ônibus urbano aumentou 1,91%, influenciado pelo reajuste de 6,12% em Salvador a partir de 13 de novembro e pela recomposição de preços em São Paulo.

“Em São Paulo, destaca-se a alta de 6,67% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público, que haviam recuado 6,25%, no mês anterior, em decorrência da gratuidade concedida nos transportes metropolitanos para toda a população nos dias de realização das provas do Enem”, explicou o IBGE.

Já os combustíveis recuaram 0,27% em dezembro. A gasolina ficou 0,24% mais barata. Houve quedas também no etanol (-0,35%) e no óleo diesel (-0,75%), enquanto o gás veicular subiu 0,08%.

O custo da alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,54% em dezembro.

A alimentação fora de casa aumentou 0,53%: a refeição fora de casa subiu 0,46%, e o lanche avançou 0,50%.

Quanto à alimentação para consumo no domicílio, houve elevação de 0,55%, com altas nos preços da cebola (10,63%), batata-inglesa (10,32%), arroz (5,46%) e carnes (0,65%). Na direção oposta, as famílias pagaram menos pelo tomate (-7,95%) e leite longa vida (-1,91%).

Apesar do avanço em dezembro, os preços dos alimentos comprados em supermercados ficaram mais baratos no ano de 2023 como um todo, com quedas em itens importantes para a cesta de consumo das famílias, como as carnes e o óleo de soja.

O grupo Alimentação e bebidas acumulou uma alta de 0,83% neste ano, mas a alimentação no domicílio caiu 0,82% no período.

Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 8,59% mais baratos em 2023, e os preços das carnes diminuíram 9,26%. Aves e ovos acumularam queda de 6,88% neste ano, e óleos e gorduras recuaram 13,74%. O óleo de soja teve redução de preço de 27,95% no ano; o café moído caiu 8,63%; a margarina, -5,11%; o leite longa vida, -9,36%; o frango em pedaços, -10,73%; o filé mignon, -12,13%; a picanha, -9,49%; e o feijão-carioca, -16,61%. Já o arroz subiu 23,69%.

A alimentação fora de casa aumentou 5,26% em 2023. A refeição fora de casa subiu 3,90%, enquanto o lanche avançou 7,73%.

IPCA-15 no ano

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços no ano de 2023. O único recuo ocorreu em Artigos de residência, -0,03%.

Além de Alimentação e bebidas (0,83%), os demais grupos com avanços foram Transportes (7,41%), Habitação (4,94%), Educação (8,20%), Despesas pessoais (5,54%), Saúde e cuidados pessoais (7,31%), Comunicação (2,85%) e Vestuário (3,39%).

A alta de 21,37% no custo do emplacamento e licença exerceu a maior pressão individual sobre a prévia da inflação oficial em 2023, uma contribuição de 0,54 ponto porcentual para a taxa de 4,72% apurada pelo IPCA-15 neste ano. Também figuraram no ranking de maiores pressões os itens gasolina (alta de 11,10% e impacto de 0,52 p.p.), plano de saúde (11,56% e 0,43 p.p.), passagem aérea (48,11% e 0,36 p.p.) e energia elétrica residencial (8,96% e 0,35 p.p.). Por outro lado, o automóvel usado teve a maior influência negativa sobre a inflação de 2023, com queda de 5,15% e contribuição de -0,10 ponto porcentual. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do ano foram gás de botijão (-7,04% e -0,10 p.p.), óleo de soja (-27,95% e -0,09 p.p.), cebola (-30,86% e -0,09 p.p.) e frango em pedaços (-10,73% e -0,08 p.p.).

O resultado geral do IPCA-15 em 2023 foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Recife (3,53%), enquanto a mais acentuada foi a registrada em Brasília (5,57%).

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