Tempo de espera nos portos brasileiros sobe de 9 para 20 horas entre 2019 e 2023, diz estudo


Trabalho do Centronave mostra que demora resulta em perdas de R$ 60 milhões por ano; profundidade dos canais continua sendo o principal problema para receber grandes navios

Por Luiz Araújo
Atualização:

BRASÍLIA - A infraestrutura dos portos brasileiros tem avançado de forma lenta e mantém empresas de navegação limitadas. O apontamento está entre as conclusões do novo estudo do Centro de Navegação Transatlântico (Centronave), que será divulgado nesta semana e foi antecipado ao Estadão/Broadcast.

Segundo o trabalho, o Brasil recuperou cerca de três anos de atraso nos últimos 12 meses, mas segue 12 anos atrasado - estimativa feita considerando a capacidade de receber navios modernos de grande porte. O avanço foi possível pelo início das operações do navio 366m (14.432 TEUs - medida para 20 pés de comprimento de contêiner), da MSC. Porém, com atividades limitadas.

O principal obstáculo segue sendo a profundidade dos canais de acesso, com demanda por obras de dragagem mais céleres, o que tem sido cobrado pelo setor ao longo dos últimos anos. Como apontamento novo, o estudo chama a atenção para o aumento do tempo de espera para o início de carregamentos em razão do limite de espaço nos berços de atracação.

continua após a publicidade

“Com aumento da demanda e mesma capacidade de atracação, as empresas estão tendo de esperar cada vez mais. Em 2019, os navios dos nossos associados tinham de esperar em média nove horas. No ano passado, isso subiu para 20 horas”, afirma o diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro de Souza.

Porto de Santos, o maior do Brasil e da América Latina Foto: José Patrício / Estadão

Na estimativa do Centronave, o tempo de espera resulta em perda de R$ 60 milhões por ano. “A indústria de exportação de café, por exemplo, já tem tido dificuldade de chegar aos terminais. Temos contêiner de café esperando fora do berço de atracação em cima de caminhão”, diz Souza.

continua após a publicidade

A lentidão no aprofundamento dos leitos também significa perdas financeiras, considera o estudo do Centronave. “Em resumo, os problemas resultam em custos maiores e perda de competitividade. Sem poder adquirir navios maiores, as empresas perdem em ganho de escala”, afirma o representante.

Demandas

O governo federal lançou na semana passada o Navegue Simples, programa de incentivo que busca “recuperar e ampliar os investimentos no setor portuário”, com investimentos e medidas de “desburocratização”. No conjunto de ações, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

continua após a publicidade

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada. “A partir daí, será possível realizar investimentos de acordo com as demandas”, explica o presidente da ABTP, Jesualdo Silva. A ABTP considera que a medida resultaria em maior celeridade para obras que hoje só podem ser feitas pelo poder público.

Apesar do lançamento do Navegue Simples, o Centronave avalia que, a partir do que já é conhecido, falta clareza sobre a condução de políticas para o setor. “Não fica claro, por exemplo, qual é a visão dos programas de dragagem e manutenção”, reclama Claudio de Souza.

Na conclusão do estudo, o Centronave aponta que, para atender ao crescimento do mercado, as empresas precisam substituir a frota por navios maiores ou adicionar navios, mas que isso tem sido inviável, seja pela pouca profundidade dos canais, seja pela falta de espaço nos berços de atracação. A solução, considera o estudo, passa pela retomada de leilões de terminais.

BRASÍLIA - A infraestrutura dos portos brasileiros tem avançado de forma lenta e mantém empresas de navegação limitadas. O apontamento está entre as conclusões do novo estudo do Centro de Navegação Transatlântico (Centronave), que será divulgado nesta semana e foi antecipado ao Estadão/Broadcast.

Segundo o trabalho, o Brasil recuperou cerca de três anos de atraso nos últimos 12 meses, mas segue 12 anos atrasado - estimativa feita considerando a capacidade de receber navios modernos de grande porte. O avanço foi possível pelo início das operações do navio 366m (14.432 TEUs - medida para 20 pés de comprimento de contêiner), da MSC. Porém, com atividades limitadas.

O principal obstáculo segue sendo a profundidade dos canais de acesso, com demanda por obras de dragagem mais céleres, o que tem sido cobrado pelo setor ao longo dos últimos anos. Como apontamento novo, o estudo chama a atenção para o aumento do tempo de espera para o início de carregamentos em razão do limite de espaço nos berços de atracação.

“Com aumento da demanda e mesma capacidade de atracação, as empresas estão tendo de esperar cada vez mais. Em 2019, os navios dos nossos associados tinham de esperar em média nove horas. No ano passado, isso subiu para 20 horas”, afirma o diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro de Souza.

Porto de Santos, o maior do Brasil e da América Latina Foto: José Patrício / Estadão

Na estimativa do Centronave, o tempo de espera resulta em perda de R$ 60 milhões por ano. “A indústria de exportação de café, por exemplo, já tem tido dificuldade de chegar aos terminais. Temos contêiner de café esperando fora do berço de atracação em cima de caminhão”, diz Souza.

A lentidão no aprofundamento dos leitos também significa perdas financeiras, considera o estudo do Centronave. “Em resumo, os problemas resultam em custos maiores e perda de competitividade. Sem poder adquirir navios maiores, as empresas perdem em ganho de escala”, afirma o representante.

Demandas

O governo federal lançou na semana passada o Navegue Simples, programa de incentivo que busca “recuperar e ampliar os investimentos no setor portuário”, com investimentos e medidas de “desburocratização”. No conjunto de ações, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada. “A partir daí, será possível realizar investimentos de acordo com as demandas”, explica o presidente da ABTP, Jesualdo Silva. A ABTP considera que a medida resultaria em maior celeridade para obras que hoje só podem ser feitas pelo poder público.

Apesar do lançamento do Navegue Simples, o Centronave avalia que, a partir do que já é conhecido, falta clareza sobre a condução de políticas para o setor. “Não fica claro, por exemplo, qual é a visão dos programas de dragagem e manutenção”, reclama Claudio de Souza.

Na conclusão do estudo, o Centronave aponta que, para atender ao crescimento do mercado, as empresas precisam substituir a frota por navios maiores ou adicionar navios, mas que isso tem sido inviável, seja pela pouca profundidade dos canais, seja pela falta de espaço nos berços de atracação. A solução, considera o estudo, passa pela retomada de leilões de terminais.

BRASÍLIA - A infraestrutura dos portos brasileiros tem avançado de forma lenta e mantém empresas de navegação limitadas. O apontamento está entre as conclusões do novo estudo do Centro de Navegação Transatlântico (Centronave), que será divulgado nesta semana e foi antecipado ao Estadão/Broadcast.

Segundo o trabalho, o Brasil recuperou cerca de três anos de atraso nos últimos 12 meses, mas segue 12 anos atrasado - estimativa feita considerando a capacidade de receber navios modernos de grande porte. O avanço foi possível pelo início das operações do navio 366m (14.432 TEUs - medida para 20 pés de comprimento de contêiner), da MSC. Porém, com atividades limitadas.

O principal obstáculo segue sendo a profundidade dos canais de acesso, com demanda por obras de dragagem mais céleres, o que tem sido cobrado pelo setor ao longo dos últimos anos. Como apontamento novo, o estudo chama a atenção para o aumento do tempo de espera para o início de carregamentos em razão do limite de espaço nos berços de atracação.

“Com aumento da demanda e mesma capacidade de atracação, as empresas estão tendo de esperar cada vez mais. Em 2019, os navios dos nossos associados tinham de esperar em média nove horas. No ano passado, isso subiu para 20 horas”, afirma o diretor-executivo do Centronave, Claudio Loureiro de Souza.

Porto de Santos, o maior do Brasil e da América Latina Foto: José Patrício / Estadão

Na estimativa do Centronave, o tempo de espera resulta em perda de R$ 60 milhões por ano. “A indústria de exportação de café, por exemplo, já tem tido dificuldade de chegar aos terminais. Temos contêiner de café esperando fora do berço de atracação em cima de caminhão”, diz Souza.

A lentidão no aprofundamento dos leitos também significa perdas financeiras, considera o estudo do Centronave. “Em resumo, os problemas resultam em custos maiores e perda de competitividade. Sem poder adquirir navios maiores, as empresas perdem em ganho de escala”, afirma o representante.

Demandas

O governo federal lançou na semana passada o Navegue Simples, programa de incentivo que busca “recuperar e ampliar os investimentos no setor portuário”, com investimentos e medidas de “desburocratização”. No conjunto de ações, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões em autorizações e arrendamentos portuários.

Uma das demandas do setor, tendo sido apresentada pela Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) no ano passado, é transformar os contratos de arrendamento em contratos de exploração, com natureza privada. “A partir daí, será possível realizar investimentos de acordo com as demandas”, explica o presidente da ABTP, Jesualdo Silva. A ABTP considera que a medida resultaria em maior celeridade para obras que hoje só podem ser feitas pelo poder público.

Apesar do lançamento do Navegue Simples, o Centronave avalia que, a partir do que já é conhecido, falta clareza sobre a condução de políticas para o setor. “Não fica claro, por exemplo, qual é a visão dos programas de dragagem e manutenção”, reclama Claudio de Souza.

Na conclusão do estudo, o Centronave aponta que, para atender ao crescimento do mercado, as empresas precisam substituir a frota por navios maiores ou adicionar navios, mas que isso tem sido inviável, seja pela pouca profundidade dos canais, seja pela falta de espaço nos berços de atracação. A solução, considera o estudo, passa pela retomada de leilões de terminais.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.