Os erros da Inglaterra – e do Brasil


Os investidores esperam sinais de retomada da responsabilidade fiscal no Brasil

Por Henrique Meirelles
Atualização:

Após dias de desvalorização da libra, o Banco da Inglaterra interveio no mercado de forma emergencial para evitar uma catástrofe. Anunciou que gastará até 65 bilhões de libras na recompra de títulos de longo prazo, para estancar a desvalorização dos papéis – que poderia levar ao colapso de fundos de pensão e à desestabilização de todo o mercado.

A causa é o pacote econômico do governo da primeira-ministra Liz Truss, com cortes de impostos de 45 bilhões de libras até 2026, que beneficiam principalmente os de maior renda. A justificativa é que sobrarão mais recursos para os cidadãos bancarem a alta do custo de vida, afetado pela maior inflação em 40 anos, na casa dos 10%. O problema é que isso elevará a dívida pública, o que provocou uma fuga dos títulos ingleses e a desvalorização da moeda. Não restava alternativa ao Banco da Inglaterra senão intervir para dar confiança ao mercado. Mas, ao mesmo tempo, a taxa de juros subiu para 2,25% ao ano para conter a inflação – e pode chegar a 6%, uma enormidade para seus padrões.

O governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros.  Foto: Dida Sampaio/Estadão
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O FMI pediu que o governo inglês reavalie os cortes de impostos. “Dada as elevadas pressões inflacionárias (...), é importante que a política fiscal não trabalhe com objetivos opostos aos da política monetária”. É o que tenho dito: quando política fiscal e política monetária não andam na mesma direção, os juros têm de ser mais altos e o crescimento é menor.

Ray Dalio, fundador do hedge fund Bridgewater, disse que o governo inglês age “como o governo de um país emergente”. A frase é dura para os emergentes, o que inclui a nós, brasileiros. Mas, como diria Nelson Rodrigues, “nada mais brutal que o fato”. E o fato é que muitos emergentes têm agido desta maneira, até o Brasil, que está fazendo isto no momento.

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A principal lição do tropeço inglês é que o ativo mais importante a se preservar é a confiança. Ao desmantelar sua política fiscal, o Brasil perdeu parte da confiança que angariou ao longo dos anos. Assim como a Inglaterra quer fazer, o governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros para conter a inflação – e pagará este erro com um crescimento menor em 2023.

Os investidores esperam sinais de que o País vai retomar a responsabilidade fiscal. É necessário um orçamento racional e transparente e sinalizarmos com reformas que abram espaço para gastos sociais e em infraestrutura, além das reformas para aumentar a produtividade da economia, como a tributária. Num mundo com inflação alta e uma guerra em curso, ideias ruins são punidas rapidamente e custam caro.

Após dias de desvalorização da libra, o Banco da Inglaterra interveio no mercado de forma emergencial para evitar uma catástrofe. Anunciou que gastará até 65 bilhões de libras na recompra de títulos de longo prazo, para estancar a desvalorização dos papéis – que poderia levar ao colapso de fundos de pensão e à desestabilização de todo o mercado.

A causa é o pacote econômico do governo da primeira-ministra Liz Truss, com cortes de impostos de 45 bilhões de libras até 2026, que beneficiam principalmente os de maior renda. A justificativa é que sobrarão mais recursos para os cidadãos bancarem a alta do custo de vida, afetado pela maior inflação em 40 anos, na casa dos 10%. O problema é que isso elevará a dívida pública, o que provocou uma fuga dos títulos ingleses e a desvalorização da moeda. Não restava alternativa ao Banco da Inglaterra senão intervir para dar confiança ao mercado. Mas, ao mesmo tempo, a taxa de juros subiu para 2,25% ao ano para conter a inflação – e pode chegar a 6%, uma enormidade para seus padrões.

O governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

O FMI pediu que o governo inglês reavalie os cortes de impostos. “Dada as elevadas pressões inflacionárias (...), é importante que a política fiscal não trabalhe com objetivos opostos aos da política monetária”. É o que tenho dito: quando política fiscal e política monetária não andam na mesma direção, os juros têm de ser mais altos e o crescimento é menor.

Ray Dalio, fundador do hedge fund Bridgewater, disse que o governo inglês age “como o governo de um país emergente”. A frase é dura para os emergentes, o que inclui a nós, brasileiros. Mas, como diria Nelson Rodrigues, “nada mais brutal que o fato”. E o fato é que muitos emergentes têm agido desta maneira, até o Brasil, que está fazendo isto no momento.

A principal lição do tropeço inglês é que o ativo mais importante a se preservar é a confiança. Ao desmantelar sua política fiscal, o Brasil perdeu parte da confiança que angariou ao longo dos anos. Assim como a Inglaterra quer fazer, o governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros para conter a inflação – e pagará este erro com um crescimento menor em 2023.

Os investidores esperam sinais de que o País vai retomar a responsabilidade fiscal. É necessário um orçamento racional e transparente e sinalizarmos com reformas que abram espaço para gastos sociais e em infraestrutura, além das reformas para aumentar a produtividade da economia, como a tributária. Num mundo com inflação alta e uma guerra em curso, ideias ruins são punidas rapidamente e custam caro.

Após dias de desvalorização da libra, o Banco da Inglaterra interveio no mercado de forma emergencial para evitar uma catástrofe. Anunciou que gastará até 65 bilhões de libras na recompra de títulos de longo prazo, para estancar a desvalorização dos papéis – que poderia levar ao colapso de fundos de pensão e à desestabilização de todo o mercado.

A causa é o pacote econômico do governo da primeira-ministra Liz Truss, com cortes de impostos de 45 bilhões de libras até 2026, que beneficiam principalmente os de maior renda. A justificativa é que sobrarão mais recursos para os cidadãos bancarem a alta do custo de vida, afetado pela maior inflação em 40 anos, na casa dos 10%. O problema é que isso elevará a dívida pública, o que provocou uma fuga dos títulos ingleses e a desvalorização da moeda. Não restava alternativa ao Banco da Inglaterra senão intervir para dar confiança ao mercado. Mas, ao mesmo tempo, a taxa de juros subiu para 2,25% ao ano para conter a inflação – e pode chegar a 6%, uma enormidade para seus padrões.

O governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

O FMI pediu que o governo inglês reavalie os cortes de impostos. “Dada as elevadas pressões inflacionárias (...), é importante que a política fiscal não trabalhe com objetivos opostos aos da política monetária”. É o que tenho dito: quando política fiscal e política monetária não andam na mesma direção, os juros têm de ser mais altos e o crescimento é menor.

Ray Dalio, fundador do hedge fund Bridgewater, disse que o governo inglês age “como o governo de um país emergente”. A frase é dura para os emergentes, o que inclui a nós, brasileiros. Mas, como diria Nelson Rodrigues, “nada mais brutal que o fato”. E o fato é que muitos emergentes têm agido desta maneira, até o Brasil, que está fazendo isto no momento.

A principal lição do tropeço inglês é que o ativo mais importante a se preservar é a confiança. Ao desmantelar sua política fiscal, o Brasil perdeu parte da confiança que angariou ao longo dos anos. Assim como a Inglaterra quer fazer, o governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros para conter a inflação – e pagará este erro com um crescimento menor em 2023.

Os investidores esperam sinais de que o País vai retomar a responsabilidade fiscal. É necessário um orçamento racional e transparente e sinalizarmos com reformas que abram espaço para gastos sociais e em infraestrutura, além das reformas para aumentar a produtividade da economia, como a tributária. Num mundo com inflação alta e uma guerra em curso, ideias ruins são punidas rapidamente e custam caro.

Após dias de desvalorização da libra, o Banco da Inglaterra interveio no mercado de forma emergencial para evitar uma catástrofe. Anunciou que gastará até 65 bilhões de libras na recompra de títulos de longo prazo, para estancar a desvalorização dos papéis – que poderia levar ao colapso de fundos de pensão e à desestabilização de todo o mercado.

A causa é o pacote econômico do governo da primeira-ministra Liz Truss, com cortes de impostos de 45 bilhões de libras até 2026, que beneficiam principalmente os de maior renda. A justificativa é que sobrarão mais recursos para os cidadãos bancarem a alta do custo de vida, afetado pela maior inflação em 40 anos, na casa dos 10%. O problema é que isso elevará a dívida pública, o que provocou uma fuga dos títulos ingleses e a desvalorização da moeda. Não restava alternativa ao Banco da Inglaterra senão intervir para dar confiança ao mercado. Mas, ao mesmo tempo, a taxa de juros subiu para 2,25% ao ano para conter a inflação – e pode chegar a 6%, uma enormidade para seus padrões.

O governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

O FMI pediu que o governo inglês reavalie os cortes de impostos. “Dada as elevadas pressões inflacionárias (...), é importante que a política fiscal não trabalhe com objetivos opostos aos da política monetária”. É o que tenho dito: quando política fiscal e política monetária não andam na mesma direção, os juros têm de ser mais altos e o crescimento é menor.

Ray Dalio, fundador do hedge fund Bridgewater, disse que o governo inglês age “como o governo de um país emergente”. A frase é dura para os emergentes, o que inclui a nós, brasileiros. Mas, como diria Nelson Rodrigues, “nada mais brutal que o fato”. E o fato é que muitos emergentes têm agido desta maneira, até o Brasil, que está fazendo isto no momento.

A principal lição do tropeço inglês é que o ativo mais importante a se preservar é a confiança. Ao desmantelar sua política fiscal, o Brasil perdeu parte da confiança que angariou ao longo dos anos. Assim como a Inglaterra quer fazer, o governo brasileiro expande gastos ao mesmo tempo que o Banco Central eleva os juros para conter a inflação – e pagará este erro com um crescimento menor em 2023.

Os investidores esperam sinais de que o País vai retomar a responsabilidade fiscal. É necessário um orçamento racional e transparente e sinalizarmos com reformas que abram espaço para gastos sociais e em infraestrutura, além das reformas para aumentar a produtividade da economia, como a tributária. Num mundo com inflação alta e uma guerra em curso, ideias ruins são punidas rapidamente e custam caro.

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