Inteligência emocional e maturidade: o que as empresas enxergam nos trabalhadores mais velhos


Com o envelhecimento da população brasileira, companhias começaram a desenvolver programas exclusivos para trabalhadores com mais de 50 anos

Por Luiz Guilherme Gerbelli e Renée Pereira

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.

O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.

“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.

São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”

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Empresas destacam que os profissionais mais velhos trazem maturidade  Foto: PEDRO KIRILOS

Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.

No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”

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Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.

A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”

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Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.

De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”

Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.

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Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”

A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.

Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.

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O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.

“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.

Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.

O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.

“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.

São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”

Empresas destacam que os profissionais mais velhos trazem maturidade  Foto: PEDRO KIRILOS

Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.

No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”

Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.

A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”

Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.

De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”

Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.

Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”

A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.

Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.

O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.

“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.

Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.

O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.

“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.

São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”

Empresas destacam que os profissionais mais velhos trazem maturidade  Foto: PEDRO KIRILOS

Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.

No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”

Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.

A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”

Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.

De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”

Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.

Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”

A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.

Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.

O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.

“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.

Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.

O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.

“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.

São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”

Empresas destacam que os profissionais mais velhos trazem maturidade  Foto: PEDRO KIRILOS

Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.

No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”

Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.

A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”

Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.

De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”

Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.

Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”

A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.

Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.

O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.

“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.

Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.

O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.

“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.

São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”

Empresas destacam que os profissionais mais velhos trazem maturidade  Foto: PEDRO KIRILOS

Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.

No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”

Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.

A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”

Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.

De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”

Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.

Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”

A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.

Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.

O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.

“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.

Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

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