Interesse de bolsas de valores em bitcoin pode atrair fundos


Bolsa de Chicago já negocia contratos com ativo e Frankfurt avalia mercado; no Brasil, moeda tende a crescer

Por Jéssica Kruckenfellner
Atualização:

O crescente interesse das bolsas de valores pelo bitcoin pode atrair os fundos de investimento para as moedas virtuais. Mesmo com a alta volatilidade, especialistas acreditam que o início da negociação de contratos futuros lastreados na moeda, que fixam um valor para o ativo em uma data predeterminada, tendem a trazer alguma previsibilidade, mesmo que mínima, para o bitcoin, além de oferecer ao aplicador um produto diferente do mercado para composição das carteiras de investimento. 

O bitcoin é uma moeda criada para operar exclusivamente pela internet. Ele não é emitido por nenhum banco central e tem sua flutuação unicamente fundamentada pela demanda e oferta dos usuários e investidores. Apesar de acumular uma valorização de mais de 1.400% desde o começo do ano, na sexta-feira passada, o investidor teve um exemplo de sua volatilidade. A moeda perdeu 30% de valor em 24 horas.

Na sexta-feira, dia 22, investidoresentrarm em pânico com queda de mais de 30% em 24 horas na cotação do bitcoin Foto: Dado Ruvio/Reuters
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Mesmo assim, segue na moda, sendo adotado por fundos de hedge, bancos e pequenos investidores comuns. Mais recentemente, a Bolsa de Chicago passou a negociar contratos futuros da moeda, tecnicamente chamados de derivativos.

A Bolsa de Frankfurt também já manifestou interesse. No começo de dezembro, o presidente da B3 (bolsa paulista), Gilson Finkelsztain, disse que a moeda virtual “está no radar da instituição.”

Com base nisso, os principais fundos de investimento já falam abertamente sobre as possibilidades do bitcoin em seus produtos. Eles não falam em compra de moeda, já que a exposição ao risco é muito grande, mas na aquisição de produtos financeiros, como derivativos. “O contrato futuro, por exemplo, é ótimo. A vantagem do bitcoin frente a qualquer outro ativo é que ele não tem correlação com nada na economia. Imagine que uma carteira com um pouco de bitcoin em eventos que têm impacto no mercado, como a crise da JBS de maio. Essa carteira passaria por isso muito melhor que uma outra apenas com ativos tradicionais”, diz o professor da B3, Gustavo Cunha. Segundo ele, no entanto, o mercado brasileiro ainda demoraria para oferecer um produto assim. “Não vejo isso na B3 tão rapidamente.”

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Para o especialista em criptomoedas do Grupo XP, Fernando Ulrich, mesmo que demore um pouco, é inegável que o interesse das Bolsas de Chicago e Frankfurt chama a atenção de todo o mercado. “Elas operam como um selo de legitimidade para o bitcoin”, diz. Ele acredita que o mercado futuro da moeda vai permitir uma entrada expressiva de investidores institucionais, qualificados e de fundos de hedge no setor. “Mas eu também acho que o Brasil ainda vai demorar para ter um mercado futuro de criptomoedas, já que o Banco Central (BC) ainda tem se mostrado bastante receoso”, destaca Ulrich.

Em recente declaração sobre o bitcoin, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a compra da moeda visando a venda depois da valorização é arriscada. “Ou seja, comprar e passar para frente, o que é uma típica bolha ou pirâmide. Não é algo que nós reguladores deveríamos incentivar”, afirmou.

Tempo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados adiou para 2018 a votação de um projeto que discute a regulamentação do bitcoin. O presidente da comissão especial formada para debater o assunto, o deputado federal Alexandre Valle (PR-RJ), justificou a medida por considerar que não houve tempo hábil para se formar uma opinião sobre o tema. A comissão especial foi criada para analisar o PL 2.303/2017, do deputado federal Aureo (SD-RJ), que propõe a inclusão de moedas virtuais e programas de milhagens aéreas na definição de arranjos de pagamento sob a supervisão do BC. / Colaborou Anna Carolina Papp

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PARA ENTENDER

1. Quais são as principais características dos contratos de futuros? Em qualquer modalidade tem como principal característica a fixação de um preço de compra ou venda para uma data futura.

2.O que leva os investidores a negociarem isso? Um deles é ‘proteger’ o valor da mercadoria negociada no contrato. Esses contratos são usados ainda para especulação, quando o objetivo é apostar na alta ou na baixa do valor de um ativo, como o dólar. Quando eles acertam essa aposta, o investidor ganha a diferença.

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3. O que é o ajuste diário? Todos os contratos passam por ajustes diários. No fim do dia, considerando o ‘preço de ajuste’, se o valor de referência ficou acima do previsto no contrato, quem ganha é o comprador e o vendedor perde essa diferença do valor de ajuste e vice-versa. 

4. Já é possível negociar futuros de bitcoin no Brasil? Não, o mercado brasileiro ainda não possui esse tipo de contrato e não há data prevista para começar. Segundo especialistas, em menos de cinco anos esses contratos podem ser oferecidos, a depender da regulação e da B3.

O crescente interesse das bolsas de valores pelo bitcoin pode atrair os fundos de investimento para as moedas virtuais. Mesmo com a alta volatilidade, especialistas acreditam que o início da negociação de contratos futuros lastreados na moeda, que fixam um valor para o ativo em uma data predeterminada, tendem a trazer alguma previsibilidade, mesmo que mínima, para o bitcoin, além de oferecer ao aplicador um produto diferente do mercado para composição das carteiras de investimento. 

O bitcoin é uma moeda criada para operar exclusivamente pela internet. Ele não é emitido por nenhum banco central e tem sua flutuação unicamente fundamentada pela demanda e oferta dos usuários e investidores. Apesar de acumular uma valorização de mais de 1.400% desde o começo do ano, na sexta-feira passada, o investidor teve um exemplo de sua volatilidade. A moeda perdeu 30% de valor em 24 horas.

Na sexta-feira, dia 22, investidoresentrarm em pânico com queda de mais de 30% em 24 horas na cotação do bitcoin Foto: Dado Ruvio/Reuters

Mesmo assim, segue na moda, sendo adotado por fundos de hedge, bancos e pequenos investidores comuns. Mais recentemente, a Bolsa de Chicago passou a negociar contratos futuros da moeda, tecnicamente chamados de derivativos.

A Bolsa de Frankfurt também já manifestou interesse. No começo de dezembro, o presidente da B3 (bolsa paulista), Gilson Finkelsztain, disse que a moeda virtual “está no radar da instituição.”

Com base nisso, os principais fundos de investimento já falam abertamente sobre as possibilidades do bitcoin em seus produtos. Eles não falam em compra de moeda, já que a exposição ao risco é muito grande, mas na aquisição de produtos financeiros, como derivativos. “O contrato futuro, por exemplo, é ótimo. A vantagem do bitcoin frente a qualquer outro ativo é que ele não tem correlação com nada na economia. Imagine que uma carteira com um pouco de bitcoin em eventos que têm impacto no mercado, como a crise da JBS de maio. Essa carteira passaria por isso muito melhor que uma outra apenas com ativos tradicionais”, diz o professor da B3, Gustavo Cunha. Segundo ele, no entanto, o mercado brasileiro ainda demoraria para oferecer um produto assim. “Não vejo isso na B3 tão rapidamente.”

Para o especialista em criptomoedas do Grupo XP, Fernando Ulrich, mesmo que demore um pouco, é inegável que o interesse das Bolsas de Chicago e Frankfurt chama a atenção de todo o mercado. “Elas operam como um selo de legitimidade para o bitcoin”, diz. Ele acredita que o mercado futuro da moeda vai permitir uma entrada expressiva de investidores institucionais, qualificados e de fundos de hedge no setor. “Mas eu também acho que o Brasil ainda vai demorar para ter um mercado futuro de criptomoedas, já que o Banco Central (BC) ainda tem se mostrado bastante receoso”, destaca Ulrich.

Em recente declaração sobre o bitcoin, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a compra da moeda visando a venda depois da valorização é arriscada. “Ou seja, comprar e passar para frente, o que é uma típica bolha ou pirâmide. Não é algo que nós reguladores deveríamos incentivar”, afirmou.

Tempo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados adiou para 2018 a votação de um projeto que discute a regulamentação do bitcoin. O presidente da comissão especial formada para debater o assunto, o deputado federal Alexandre Valle (PR-RJ), justificou a medida por considerar que não houve tempo hábil para se formar uma opinião sobre o tema. A comissão especial foi criada para analisar o PL 2.303/2017, do deputado federal Aureo (SD-RJ), que propõe a inclusão de moedas virtuais e programas de milhagens aéreas na definição de arranjos de pagamento sob a supervisão do BC. / Colaborou Anna Carolina Papp

PARA ENTENDER

1. Quais são as principais características dos contratos de futuros? Em qualquer modalidade tem como principal característica a fixação de um preço de compra ou venda para uma data futura.

2.O que leva os investidores a negociarem isso? Um deles é ‘proteger’ o valor da mercadoria negociada no contrato. Esses contratos são usados ainda para especulação, quando o objetivo é apostar na alta ou na baixa do valor de um ativo, como o dólar. Quando eles acertam essa aposta, o investidor ganha a diferença.

3. O que é o ajuste diário? Todos os contratos passam por ajustes diários. No fim do dia, considerando o ‘preço de ajuste’, se o valor de referência ficou acima do previsto no contrato, quem ganha é o comprador e o vendedor perde essa diferença do valor de ajuste e vice-versa. 

4. Já é possível negociar futuros de bitcoin no Brasil? Não, o mercado brasileiro ainda não possui esse tipo de contrato e não há data prevista para começar. Segundo especialistas, em menos de cinco anos esses contratos podem ser oferecidos, a depender da regulação e da B3.

O crescente interesse das bolsas de valores pelo bitcoin pode atrair os fundos de investimento para as moedas virtuais. Mesmo com a alta volatilidade, especialistas acreditam que o início da negociação de contratos futuros lastreados na moeda, que fixam um valor para o ativo em uma data predeterminada, tendem a trazer alguma previsibilidade, mesmo que mínima, para o bitcoin, além de oferecer ao aplicador um produto diferente do mercado para composição das carteiras de investimento. 

O bitcoin é uma moeda criada para operar exclusivamente pela internet. Ele não é emitido por nenhum banco central e tem sua flutuação unicamente fundamentada pela demanda e oferta dos usuários e investidores. Apesar de acumular uma valorização de mais de 1.400% desde o começo do ano, na sexta-feira passada, o investidor teve um exemplo de sua volatilidade. A moeda perdeu 30% de valor em 24 horas.

Na sexta-feira, dia 22, investidoresentrarm em pânico com queda de mais de 30% em 24 horas na cotação do bitcoin Foto: Dado Ruvio/Reuters

Mesmo assim, segue na moda, sendo adotado por fundos de hedge, bancos e pequenos investidores comuns. Mais recentemente, a Bolsa de Chicago passou a negociar contratos futuros da moeda, tecnicamente chamados de derivativos.

A Bolsa de Frankfurt também já manifestou interesse. No começo de dezembro, o presidente da B3 (bolsa paulista), Gilson Finkelsztain, disse que a moeda virtual “está no radar da instituição.”

Com base nisso, os principais fundos de investimento já falam abertamente sobre as possibilidades do bitcoin em seus produtos. Eles não falam em compra de moeda, já que a exposição ao risco é muito grande, mas na aquisição de produtos financeiros, como derivativos. “O contrato futuro, por exemplo, é ótimo. A vantagem do bitcoin frente a qualquer outro ativo é que ele não tem correlação com nada na economia. Imagine que uma carteira com um pouco de bitcoin em eventos que têm impacto no mercado, como a crise da JBS de maio. Essa carteira passaria por isso muito melhor que uma outra apenas com ativos tradicionais”, diz o professor da B3, Gustavo Cunha. Segundo ele, no entanto, o mercado brasileiro ainda demoraria para oferecer um produto assim. “Não vejo isso na B3 tão rapidamente.”

Para o especialista em criptomoedas do Grupo XP, Fernando Ulrich, mesmo que demore um pouco, é inegável que o interesse das Bolsas de Chicago e Frankfurt chama a atenção de todo o mercado. “Elas operam como um selo de legitimidade para o bitcoin”, diz. Ele acredita que o mercado futuro da moeda vai permitir uma entrada expressiva de investidores institucionais, qualificados e de fundos de hedge no setor. “Mas eu também acho que o Brasil ainda vai demorar para ter um mercado futuro de criptomoedas, já que o Banco Central (BC) ainda tem se mostrado bastante receoso”, destaca Ulrich.

Em recente declaração sobre o bitcoin, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que a compra da moeda visando a venda depois da valorização é arriscada. “Ou seja, comprar e passar para frente, o que é uma típica bolha ou pirâmide. Não é algo que nós reguladores deveríamos incentivar”, afirmou.

Tempo. Na semana passada, a Câmara dos Deputados adiou para 2018 a votação de um projeto que discute a regulamentação do bitcoin. O presidente da comissão especial formada para debater o assunto, o deputado federal Alexandre Valle (PR-RJ), justificou a medida por considerar que não houve tempo hábil para se formar uma opinião sobre o tema. A comissão especial foi criada para analisar o PL 2.303/2017, do deputado federal Aureo (SD-RJ), que propõe a inclusão de moedas virtuais e programas de milhagens aéreas na definição de arranjos de pagamento sob a supervisão do BC. / Colaborou Anna Carolina Papp

PARA ENTENDER

1. Quais são as principais características dos contratos de futuros? Em qualquer modalidade tem como principal característica a fixação de um preço de compra ou venda para uma data futura.

2.O que leva os investidores a negociarem isso? Um deles é ‘proteger’ o valor da mercadoria negociada no contrato. Esses contratos são usados ainda para especulação, quando o objetivo é apostar na alta ou na baixa do valor de um ativo, como o dólar. Quando eles acertam essa aposta, o investidor ganha a diferença.

3. O que é o ajuste diário? Todos os contratos passam por ajustes diários. No fim do dia, considerando o ‘preço de ajuste’, se o valor de referência ficou acima do previsto no contrato, quem ganha é o comprador e o vendedor perde essa diferença do valor de ajuste e vice-versa. 

4. Já é possível negociar futuros de bitcoin no Brasil? Não, o mercado brasileiro ainda não possui esse tipo de contrato e não há data prevista para começar. Segundo especialistas, em menos de cinco anos esses contratos podem ser oferecidos, a depender da regulação e da B3.

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