Intervenção do BC no câmbio em dezembro é a maior em um mês desde a pandemia


Autoridade monetária já injetou US$ 12,76 bilhões no mercado por meio de leilões; dólar, no entanto, tem sido resistente às operações

Por Cícero Cotrim e Célia Froufe

BRASÍLIA - A injeção de US$ 12,76 bilhões feita pelo Banco Central no mercado de câmbio desde 12 de dezembro, por meio de sete leilões à vista ou com compromisso de recompra (leilão de linha), é a maior para um único mês desde março de 2020. Naquele mês, durante a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, a autoridade monetária injetou US$ 23,354 bilhões no mercado via leilões desse tipo.

As intervenções feitas desde a última quinta-feira, 12, ocorrem em paralelo ao fortalecimento do dólar, que tem operado consistentemente acima da linha de R$ 6 desde que o governo anunciou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado. Além disso, o dólar tem avançado em relação à moeda de países vendedores de commodities. Nesta terça-feira, 17, a moeda americana chegou a subir até R$ 6,20, na máxima intradiária da história.

Sede do Banco Central: autarquia tem tentado lidar com alta do dólar  Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Como mostrou o Estadão/Broadcast no fim desta manhã, o BC tem mapeado diariamente com os operadores do mercados de câmbio a previsão de saída de dólares do País. Os leilões pontuais têm servido para garantir a liquidez, oferecendo moeda conforme a demanda, diante de um fluxo de saída significativo. Todo mês de dezembro, há uma espécie de bolha de remessas, inclusive intercompanhias, além do fechamento do caixa de exportadoras para balanço anual.

As intervenções de dezembro ocorrem após o BC ter passado quase dois anos sem interferir no câmbio. Entre janeiro de 2023 e novembro deste ano, a autoridade monetária realizou apenas cinco leilões de dólares à vista ou de linha, totalizando US$ 7,50 bilhões - pouco mais da metade do que foi injetado no mercado cambial nos últimos cinco dias.

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Apesar do volume mais elevado em relação aos anos anteriores, para alguns agentes de mercado, o BC tem sido “conservador” em sua atuação no câmbio. A autoridade monetária, por sua vez, precisa fazer as intervenções com parcimônia para identificar o que é realmente demanda e o que pode ser especulação em cima da moeda.

O próprio diretor de Política Monetária - responsável pela área -, Gabriel Galípolo, já brincou com o fato de interferir pouco no mercado cambial: “No ano de 2023, foi o primeiro ano que a gente não fez nenhuma intervenção extraordinária no final do ano. Aí passei a ser acusado de ser mão fraca, ‘ele não intervém, ele deixa correr.’ Então, essas coisas às vezes oscilam muito”, disse, em outubro, durante sabatina com senadores para se tornar o presidente da instituição no ano que vem.

BRASÍLIA - A injeção de US$ 12,76 bilhões feita pelo Banco Central no mercado de câmbio desde 12 de dezembro, por meio de sete leilões à vista ou com compromisso de recompra (leilão de linha), é a maior para um único mês desde março de 2020. Naquele mês, durante a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, a autoridade monetária injetou US$ 23,354 bilhões no mercado via leilões desse tipo.

As intervenções feitas desde a última quinta-feira, 12, ocorrem em paralelo ao fortalecimento do dólar, que tem operado consistentemente acima da linha de R$ 6 desde que o governo anunciou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado. Além disso, o dólar tem avançado em relação à moeda de países vendedores de commodities. Nesta terça-feira, 17, a moeda americana chegou a subir até R$ 6,20, na máxima intradiária da história.

Sede do Banco Central: autarquia tem tentado lidar com alta do dólar  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Como mostrou o Estadão/Broadcast no fim desta manhã, o BC tem mapeado diariamente com os operadores do mercados de câmbio a previsão de saída de dólares do País. Os leilões pontuais têm servido para garantir a liquidez, oferecendo moeda conforme a demanda, diante de um fluxo de saída significativo. Todo mês de dezembro, há uma espécie de bolha de remessas, inclusive intercompanhias, além do fechamento do caixa de exportadoras para balanço anual.

As intervenções de dezembro ocorrem após o BC ter passado quase dois anos sem interferir no câmbio. Entre janeiro de 2023 e novembro deste ano, a autoridade monetária realizou apenas cinco leilões de dólares à vista ou de linha, totalizando US$ 7,50 bilhões - pouco mais da metade do que foi injetado no mercado cambial nos últimos cinco dias.

Apesar do volume mais elevado em relação aos anos anteriores, para alguns agentes de mercado, o BC tem sido “conservador” em sua atuação no câmbio. A autoridade monetária, por sua vez, precisa fazer as intervenções com parcimônia para identificar o que é realmente demanda e o que pode ser especulação em cima da moeda.

O próprio diretor de Política Monetária - responsável pela área -, Gabriel Galípolo, já brincou com o fato de interferir pouco no mercado cambial: “No ano de 2023, foi o primeiro ano que a gente não fez nenhuma intervenção extraordinária no final do ano. Aí passei a ser acusado de ser mão fraca, ‘ele não intervém, ele deixa correr.’ Então, essas coisas às vezes oscilam muito”, disse, em outubro, durante sabatina com senadores para se tornar o presidente da instituição no ano que vem.

BRASÍLIA - A injeção de US$ 12,76 bilhões feita pelo Banco Central no mercado de câmbio desde 12 de dezembro, por meio de sete leilões à vista ou com compromisso de recompra (leilão de linha), é a maior para um único mês desde março de 2020. Naquele mês, durante a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, a autoridade monetária injetou US$ 23,354 bilhões no mercado via leilões desse tipo.

As intervenções feitas desde a última quinta-feira, 12, ocorrem em paralelo ao fortalecimento do dólar, que tem operado consistentemente acima da linha de R$ 6 desde que o governo anunciou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado. Além disso, o dólar tem avançado em relação à moeda de países vendedores de commodities. Nesta terça-feira, 17, a moeda americana chegou a subir até R$ 6,20, na máxima intradiária da história.

Sede do Banco Central: autarquia tem tentado lidar com alta do dólar  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Como mostrou o Estadão/Broadcast no fim desta manhã, o BC tem mapeado diariamente com os operadores do mercados de câmbio a previsão de saída de dólares do País. Os leilões pontuais têm servido para garantir a liquidez, oferecendo moeda conforme a demanda, diante de um fluxo de saída significativo. Todo mês de dezembro, há uma espécie de bolha de remessas, inclusive intercompanhias, além do fechamento do caixa de exportadoras para balanço anual.

As intervenções de dezembro ocorrem após o BC ter passado quase dois anos sem interferir no câmbio. Entre janeiro de 2023 e novembro deste ano, a autoridade monetária realizou apenas cinco leilões de dólares à vista ou de linha, totalizando US$ 7,50 bilhões - pouco mais da metade do que foi injetado no mercado cambial nos últimos cinco dias.

Apesar do volume mais elevado em relação aos anos anteriores, para alguns agentes de mercado, o BC tem sido “conservador” em sua atuação no câmbio. A autoridade monetária, por sua vez, precisa fazer as intervenções com parcimônia para identificar o que é realmente demanda e o que pode ser especulação em cima da moeda.

O próprio diretor de Política Monetária - responsável pela área -, Gabriel Galípolo, já brincou com o fato de interferir pouco no mercado cambial: “No ano de 2023, foi o primeiro ano que a gente não fez nenhuma intervenção extraordinária no final do ano. Aí passei a ser acusado de ser mão fraca, ‘ele não intervém, ele deixa correr.’ Então, essas coisas às vezes oscilam muito”, disse, em outubro, durante sabatina com senadores para se tornar o presidente da instituição no ano que vem.

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