Investimento norueguês em energia renovável no Brasil dispara e chega a R$ 5,8 bi em dois anos


Empresas do país europeu investem em projetos de energia solar e eólica, mas parte relevante também é destinada a óleo e gás

Por Gabriel Vasconcelos

RIO - Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior.

Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.

Historicamente, empresas norueguesas já investiram US$ 39,8 bilhões no Brasil, pouco mais de R$ 196 bilhões na cotação atual. Embora parcela substancial desses investimentos tenha sido destinada a atividades poluentes, como óleo e gás, Tangen tem bons motivos para apostar em energias renováveis como o próximo foco de atuação do capital norueguês no Brasil.

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Energias renováveis

Os investimentos em renováveis saltaram 611% em dois anos, de R$ 825 milhões (US$ 167 milhões) em 2019-2020 para R$ 5,86 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 2021-2022.

De um período para outro, a participação dos investimentos em usinas eólicas e solares, etanol e outras frentes subiu de 2% para 16%.

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Projetos de energia renovável são prioridade da Noruega no Brasil Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

A disparada dos investimentos noruegueses em renováveis se deve à atuação de seis empresas exclusivamente dedicadas a energias renováveis (Statkraft, Scatec Solar, Norsk Solar, Cambi Group, UBE Gruppen e Otovo), mas também a empresas que têm outro core business, mas diversificaram em renováveis, casos da petroleira Equinor e da Hydro Rein.

“Queremos que esse número de empresas voltadas à geração renovável e transição energética no Brasil aumente e, com elas, os investimentos. Mas isso depende de como o mundo vai caminhar e, também, de decisões políticas brasileiras. Algumas empresas norueguesas aguardam regulações para desenvolver atividades no Brasil”, disse Mette Tangen. A cônsul faz referência à definição de regras para eólicas offshore e captura de carbono, outro mercado no qual os noruegueses têm se especializado.

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Ela lembrou que contratos de energia são de longo prazo, o que garante a presença das companhias norueguesas no País e afirmou que, no atual contexto geopolítico, marcado por duas guerras e escalada de disputas comerciais, o Brasil é considerado politicamente estável e entrosado com a Noruega no concerto internacional. Na destinação de investimentos noruegueses, o Brasil só fica atrás da União Europeia e Estados Unidos.

O relatório lista uma série de projetos de energia renováveis ainda em construção e com contratos de fornecimento previamente fechados. Um deles é o parque solar Mendubim, em construção no Rio Grande do Norte por US$ 430 milhões pela joint-venture formada por Scatec, Hydro Rein e Equinor. Outros são a usina solar Boa Sorte, em Paracatu (MG), ao custo de US$ 320 milhões, e Feijão, projeto que congrega geração solar e eólica no Piauí e Pernambuco, também com participações da Hydro Rein.

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Consta, também, a assinatura de um acordo de cooperação para produção de hidrogênio e amônia verdes na Bahia a partir de 2027 entre Statkraft e Aker Clean Hydrogen. Ainda incipiente, o projeto não engrossa a massa de investimentos nórdicos no País, mas aponta um dos caminhos que os noruegueses planejam trilhar desse lado do Atlântico.

Primazia do mar, óleo e gás

Ao todo, 236 empresas da Noruega investiram no Brasil nos últimos dois anos, gerando 31 mil empregos diretos e 133 mil indiretos. Os números dessa atividade estrangeira são expressivos para um país de 5,4 milhões de habitantes.

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A maior parte das empresas, 152, pertence a setores tradicionais da economia do país nórdico, como atividades offshore, armação e transporte marítimo, e óleo e gás. Sozinhas, essas atividades responderam por 56% do total de investimentos dos últimos dois anos, pouco mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 20,2 bilhões). Tangen ressalta a resiliência dessas operações em anos marcados pela pandemia de Covid-19 e, depois, pela guerra da Ucrânia.

A petroleira Equinor é responsável por parte significativa dos investimentos no período. Tangen afirma que a empresa já reportou um total de investimentos de US$ 11 bilhões no Brasil e planeja investir mais US$ 15 bilhões até 2030.

A atividade da Equinor no pré-sal brasileiro explica um pico de 39,4% registrado entre 2017 e 2018 no reinvestimento local dos lucros de empresas norueguesas no Brasil. No biênio até 2022, esse porcentual, que segue impulsionado pela Equinor, ficou em 17,6%, acima dos 10,5% verificados em 2019 e 2020.

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“O mundo ainda vai precisar de petróleo e gás por vários anos”, diz a cônsul, admitindo que a relevância do setor de óleo e gás em negócios noruegueses no Brasil nos próximos anos. O mesmo vale para atividades ligadas à indústria naval e offshore que, depois do óleo e gás, podem assistir a uma nova era de ouro ligada à expansão da geração eólica offshore a partir de 2030.

RIO - Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior.

Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.

Historicamente, empresas norueguesas já investiram US$ 39,8 bilhões no Brasil, pouco mais de R$ 196 bilhões na cotação atual. Embora parcela substancial desses investimentos tenha sido destinada a atividades poluentes, como óleo e gás, Tangen tem bons motivos para apostar em energias renováveis como o próximo foco de atuação do capital norueguês no Brasil.

Energias renováveis

Os investimentos em renováveis saltaram 611% em dois anos, de R$ 825 milhões (US$ 167 milhões) em 2019-2020 para R$ 5,86 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 2021-2022.

De um período para outro, a participação dos investimentos em usinas eólicas e solares, etanol e outras frentes subiu de 2% para 16%.

Projetos de energia renovável são prioridade da Noruega no Brasil Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

A disparada dos investimentos noruegueses em renováveis se deve à atuação de seis empresas exclusivamente dedicadas a energias renováveis (Statkraft, Scatec Solar, Norsk Solar, Cambi Group, UBE Gruppen e Otovo), mas também a empresas que têm outro core business, mas diversificaram em renováveis, casos da petroleira Equinor e da Hydro Rein.

“Queremos que esse número de empresas voltadas à geração renovável e transição energética no Brasil aumente e, com elas, os investimentos. Mas isso depende de como o mundo vai caminhar e, também, de decisões políticas brasileiras. Algumas empresas norueguesas aguardam regulações para desenvolver atividades no Brasil”, disse Mette Tangen. A cônsul faz referência à definição de regras para eólicas offshore e captura de carbono, outro mercado no qual os noruegueses têm se especializado.

Ela lembrou que contratos de energia são de longo prazo, o que garante a presença das companhias norueguesas no País e afirmou que, no atual contexto geopolítico, marcado por duas guerras e escalada de disputas comerciais, o Brasil é considerado politicamente estável e entrosado com a Noruega no concerto internacional. Na destinação de investimentos noruegueses, o Brasil só fica atrás da União Europeia e Estados Unidos.

O relatório lista uma série de projetos de energia renováveis ainda em construção e com contratos de fornecimento previamente fechados. Um deles é o parque solar Mendubim, em construção no Rio Grande do Norte por US$ 430 milhões pela joint-venture formada por Scatec, Hydro Rein e Equinor. Outros são a usina solar Boa Sorte, em Paracatu (MG), ao custo de US$ 320 milhões, e Feijão, projeto que congrega geração solar e eólica no Piauí e Pernambuco, também com participações da Hydro Rein.

Consta, também, a assinatura de um acordo de cooperação para produção de hidrogênio e amônia verdes na Bahia a partir de 2027 entre Statkraft e Aker Clean Hydrogen. Ainda incipiente, o projeto não engrossa a massa de investimentos nórdicos no País, mas aponta um dos caminhos que os noruegueses planejam trilhar desse lado do Atlântico.

Primazia do mar, óleo e gás

Ao todo, 236 empresas da Noruega investiram no Brasil nos últimos dois anos, gerando 31 mil empregos diretos e 133 mil indiretos. Os números dessa atividade estrangeira são expressivos para um país de 5,4 milhões de habitantes.

A maior parte das empresas, 152, pertence a setores tradicionais da economia do país nórdico, como atividades offshore, armação e transporte marítimo, e óleo e gás. Sozinhas, essas atividades responderam por 56% do total de investimentos dos últimos dois anos, pouco mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 20,2 bilhões). Tangen ressalta a resiliência dessas operações em anos marcados pela pandemia de Covid-19 e, depois, pela guerra da Ucrânia.

A petroleira Equinor é responsável por parte significativa dos investimentos no período. Tangen afirma que a empresa já reportou um total de investimentos de US$ 11 bilhões no Brasil e planeja investir mais US$ 15 bilhões até 2030.

A atividade da Equinor no pré-sal brasileiro explica um pico de 39,4% registrado entre 2017 e 2018 no reinvestimento local dos lucros de empresas norueguesas no Brasil. No biênio até 2022, esse porcentual, que segue impulsionado pela Equinor, ficou em 17,6%, acima dos 10,5% verificados em 2019 e 2020.

“O mundo ainda vai precisar de petróleo e gás por vários anos”, diz a cônsul, admitindo que a relevância do setor de óleo e gás em negócios noruegueses no Brasil nos próximos anos. O mesmo vale para atividades ligadas à indústria naval e offshore que, depois do óleo e gás, podem assistir a uma nova era de ouro ligada à expansão da geração eólica offshore a partir de 2030.

RIO - Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior.

Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.

Historicamente, empresas norueguesas já investiram US$ 39,8 bilhões no Brasil, pouco mais de R$ 196 bilhões na cotação atual. Embora parcela substancial desses investimentos tenha sido destinada a atividades poluentes, como óleo e gás, Tangen tem bons motivos para apostar em energias renováveis como o próximo foco de atuação do capital norueguês no Brasil.

Energias renováveis

Os investimentos em renováveis saltaram 611% em dois anos, de R$ 825 milhões (US$ 167 milhões) em 2019-2020 para R$ 5,86 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 2021-2022.

De um período para outro, a participação dos investimentos em usinas eólicas e solares, etanol e outras frentes subiu de 2% para 16%.

Projetos de energia renovável são prioridade da Noruega no Brasil Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

A disparada dos investimentos noruegueses em renováveis se deve à atuação de seis empresas exclusivamente dedicadas a energias renováveis (Statkraft, Scatec Solar, Norsk Solar, Cambi Group, UBE Gruppen e Otovo), mas também a empresas que têm outro core business, mas diversificaram em renováveis, casos da petroleira Equinor e da Hydro Rein.

“Queremos que esse número de empresas voltadas à geração renovável e transição energética no Brasil aumente e, com elas, os investimentos. Mas isso depende de como o mundo vai caminhar e, também, de decisões políticas brasileiras. Algumas empresas norueguesas aguardam regulações para desenvolver atividades no Brasil”, disse Mette Tangen. A cônsul faz referência à definição de regras para eólicas offshore e captura de carbono, outro mercado no qual os noruegueses têm se especializado.

Ela lembrou que contratos de energia são de longo prazo, o que garante a presença das companhias norueguesas no País e afirmou que, no atual contexto geopolítico, marcado por duas guerras e escalada de disputas comerciais, o Brasil é considerado politicamente estável e entrosado com a Noruega no concerto internacional. Na destinação de investimentos noruegueses, o Brasil só fica atrás da União Europeia e Estados Unidos.

O relatório lista uma série de projetos de energia renováveis ainda em construção e com contratos de fornecimento previamente fechados. Um deles é o parque solar Mendubim, em construção no Rio Grande do Norte por US$ 430 milhões pela joint-venture formada por Scatec, Hydro Rein e Equinor. Outros são a usina solar Boa Sorte, em Paracatu (MG), ao custo de US$ 320 milhões, e Feijão, projeto que congrega geração solar e eólica no Piauí e Pernambuco, também com participações da Hydro Rein.

Consta, também, a assinatura de um acordo de cooperação para produção de hidrogênio e amônia verdes na Bahia a partir de 2027 entre Statkraft e Aker Clean Hydrogen. Ainda incipiente, o projeto não engrossa a massa de investimentos nórdicos no País, mas aponta um dos caminhos que os noruegueses planejam trilhar desse lado do Atlântico.

Primazia do mar, óleo e gás

Ao todo, 236 empresas da Noruega investiram no Brasil nos últimos dois anos, gerando 31 mil empregos diretos e 133 mil indiretos. Os números dessa atividade estrangeira são expressivos para um país de 5,4 milhões de habitantes.

A maior parte das empresas, 152, pertence a setores tradicionais da economia do país nórdico, como atividades offshore, armação e transporte marítimo, e óleo e gás. Sozinhas, essas atividades responderam por 56% do total de investimentos dos últimos dois anos, pouco mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 20,2 bilhões). Tangen ressalta a resiliência dessas operações em anos marcados pela pandemia de Covid-19 e, depois, pela guerra da Ucrânia.

A petroleira Equinor é responsável por parte significativa dos investimentos no período. Tangen afirma que a empresa já reportou um total de investimentos de US$ 11 bilhões no Brasil e planeja investir mais US$ 15 bilhões até 2030.

A atividade da Equinor no pré-sal brasileiro explica um pico de 39,4% registrado entre 2017 e 2018 no reinvestimento local dos lucros de empresas norueguesas no Brasil. No biênio até 2022, esse porcentual, que segue impulsionado pela Equinor, ficou em 17,6%, acima dos 10,5% verificados em 2019 e 2020.

“O mundo ainda vai precisar de petróleo e gás por vários anos”, diz a cônsul, admitindo que a relevância do setor de óleo e gás em negócios noruegueses no Brasil nos próximos anos. O mesmo vale para atividades ligadas à indústria naval e offshore que, depois do óleo e gás, podem assistir a uma nova era de ouro ligada à expansão da geração eólica offshore a partir de 2030.

RIO - Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior.

Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.

Historicamente, empresas norueguesas já investiram US$ 39,8 bilhões no Brasil, pouco mais de R$ 196 bilhões na cotação atual. Embora parcela substancial desses investimentos tenha sido destinada a atividades poluentes, como óleo e gás, Tangen tem bons motivos para apostar em energias renováveis como o próximo foco de atuação do capital norueguês no Brasil.

Energias renováveis

Os investimentos em renováveis saltaram 611% em dois anos, de R$ 825 milhões (US$ 167 milhões) em 2019-2020 para R$ 5,86 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 2021-2022.

De um período para outro, a participação dos investimentos em usinas eólicas e solares, etanol e outras frentes subiu de 2% para 16%.

Projetos de energia renovável são prioridade da Noruega no Brasil Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

A disparada dos investimentos noruegueses em renováveis se deve à atuação de seis empresas exclusivamente dedicadas a energias renováveis (Statkraft, Scatec Solar, Norsk Solar, Cambi Group, UBE Gruppen e Otovo), mas também a empresas que têm outro core business, mas diversificaram em renováveis, casos da petroleira Equinor e da Hydro Rein.

“Queremos que esse número de empresas voltadas à geração renovável e transição energética no Brasil aumente e, com elas, os investimentos. Mas isso depende de como o mundo vai caminhar e, também, de decisões políticas brasileiras. Algumas empresas norueguesas aguardam regulações para desenvolver atividades no Brasil”, disse Mette Tangen. A cônsul faz referência à definição de regras para eólicas offshore e captura de carbono, outro mercado no qual os noruegueses têm se especializado.

Ela lembrou que contratos de energia são de longo prazo, o que garante a presença das companhias norueguesas no País e afirmou que, no atual contexto geopolítico, marcado por duas guerras e escalada de disputas comerciais, o Brasil é considerado politicamente estável e entrosado com a Noruega no concerto internacional. Na destinação de investimentos noruegueses, o Brasil só fica atrás da União Europeia e Estados Unidos.

O relatório lista uma série de projetos de energia renováveis ainda em construção e com contratos de fornecimento previamente fechados. Um deles é o parque solar Mendubim, em construção no Rio Grande do Norte por US$ 430 milhões pela joint-venture formada por Scatec, Hydro Rein e Equinor. Outros são a usina solar Boa Sorte, em Paracatu (MG), ao custo de US$ 320 milhões, e Feijão, projeto que congrega geração solar e eólica no Piauí e Pernambuco, também com participações da Hydro Rein.

Consta, também, a assinatura de um acordo de cooperação para produção de hidrogênio e amônia verdes na Bahia a partir de 2027 entre Statkraft e Aker Clean Hydrogen. Ainda incipiente, o projeto não engrossa a massa de investimentos nórdicos no País, mas aponta um dos caminhos que os noruegueses planejam trilhar desse lado do Atlântico.

Primazia do mar, óleo e gás

Ao todo, 236 empresas da Noruega investiram no Brasil nos últimos dois anos, gerando 31 mil empregos diretos e 133 mil indiretos. Os números dessa atividade estrangeira são expressivos para um país de 5,4 milhões de habitantes.

A maior parte das empresas, 152, pertence a setores tradicionais da economia do país nórdico, como atividades offshore, armação e transporte marítimo, e óleo e gás. Sozinhas, essas atividades responderam por 56% do total de investimentos dos últimos dois anos, pouco mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 20,2 bilhões). Tangen ressalta a resiliência dessas operações em anos marcados pela pandemia de Covid-19 e, depois, pela guerra da Ucrânia.

A petroleira Equinor é responsável por parte significativa dos investimentos no período. Tangen afirma que a empresa já reportou um total de investimentos de US$ 11 bilhões no Brasil e planeja investir mais US$ 15 bilhões até 2030.

A atividade da Equinor no pré-sal brasileiro explica um pico de 39,4% registrado entre 2017 e 2018 no reinvestimento local dos lucros de empresas norueguesas no Brasil. No biênio até 2022, esse porcentual, que segue impulsionado pela Equinor, ficou em 17,6%, acima dos 10,5% verificados em 2019 e 2020.

“O mundo ainda vai precisar de petróleo e gás por vários anos”, diz a cônsul, admitindo que a relevância do setor de óleo e gás em negócios noruegueses no Brasil nos próximos anos. O mesmo vale para atividades ligadas à indústria naval e offshore que, depois do óleo e gás, podem assistir a uma nova era de ouro ligada à expansão da geração eólica offshore a partir de 2030.

RIO - Potência em energia renovável e país considerado seguro dos pontos de vista geopolítico e jurídico, o Brasil é um dos destinos prioritários para negócios de empresas norueguesas. Essa é a mensagem de um relatório divulgado nesta sexta-feira, 27, pelo serviço diplomático da Noruega, que registra investimento total de R$ 36 bilhões (US$ 7,3 bilhões) dessas empresas no País durante os anos de 2021 e 2022. O montante é 5,6% superior ao verificado no biênio anterior.

Para a cônsul geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a conta tende a subir mais no período até 2024, expectativa ligada a compromissos já assumidos e oportunidades relacionadas à transição energética.

Historicamente, empresas norueguesas já investiram US$ 39,8 bilhões no Brasil, pouco mais de R$ 196 bilhões na cotação atual. Embora parcela substancial desses investimentos tenha sido destinada a atividades poluentes, como óleo e gás, Tangen tem bons motivos para apostar em energias renováveis como o próximo foco de atuação do capital norueguês no Brasil.

Energias renováveis

Os investimentos em renováveis saltaram 611% em dois anos, de R$ 825 milhões (US$ 167 milhões) em 2019-2020 para R$ 5,86 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em 2021-2022.

De um período para outro, a participação dos investimentos em usinas eólicas e solares, etanol e outras frentes subiu de 2% para 16%.

Projetos de energia renovável são prioridade da Noruega no Brasil Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

A disparada dos investimentos noruegueses em renováveis se deve à atuação de seis empresas exclusivamente dedicadas a energias renováveis (Statkraft, Scatec Solar, Norsk Solar, Cambi Group, UBE Gruppen e Otovo), mas também a empresas que têm outro core business, mas diversificaram em renováveis, casos da petroleira Equinor e da Hydro Rein.

“Queremos que esse número de empresas voltadas à geração renovável e transição energética no Brasil aumente e, com elas, os investimentos. Mas isso depende de como o mundo vai caminhar e, também, de decisões políticas brasileiras. Algumas empresas norueguesas aguardam regulações para desenvolver atividades no Brasil”, disse Mette Tangen. A cônsul faz referência à definição de regras para eólicas offshore e captura de carbono, outro mercado no qual os noruegueses têm se especializado.

Ela lembrou que contratos de energia são de longo prazo, o que garante a presença das companhias norueguesas no País e afirmou que, no atual contexto geopolítico, marcado por duas guerras e escalada de disputas comerciais, o Brasil é considerado politicamente estável e entrosado com a Noruega no concerto internacional. Na destinação de investimentos noruegueses, o Brasil só fica atrás da União Europeia e Estados Unidos.

O relatório lista uma série de projetos de energia renováveis ainda em construção e com contratos de fornecimento previamente fechados. Um deles é o parque solar Mendubim, em construção no Rio Grande do Norte por US$ 430 milhões pela joint-venture formada por Scatec, Hydro Rein e Equinor. Outros são a usina solar Boa Sorte, em Paracatu (MG), ao custo de US$ 320 milhões, e Feijão, projeto que congrega geração solar e eólica no Piauí e Pernambuco, também com participações da Hydro Rein.

Consta, também, a assinatura de um acordo de cooperação para produção de hidrogênio e amônia verdes na Bahia a partir de 2027 entre Statkraft e Aker Clean Hydrogen. Ainda incipiente, o projeto não engrossa a massa de investimentos nórdicos no País, mas aponta um dos caminhos que os noruegueses planejam trilhar desse lado do Atlântico.

Primazia do mar, óleo e gás

Ao todo, 236 empresas da Noruega investiram no Brasil nos últimos dois anos, gerando 31 mil empregos diretos e 133 mil indiretos. Os números dessa atividade estrangeira são expressivos para um país de 5,4 milhões de habitantes.

A maior parte das empresas, 152, pertence a setores tradicionais da economia do país nórdico, como atividades offshore, armação e transporte marítimo, e óleo e gás. Sozinhas, essas atividades responderam por 56% do total de investimentos dos últimos dois anos, pouco mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 20,2 bilhões). Tangen ressalta a resiliência dessas operações em anos marcados pela pandemia de Covid-19 e, depois, pela guerra da Ucrânia.

A petroleira Equinor é responsável por parte significativa dos investimentos no período. Tangen afirma que a empresa já reportou um total de investimentos de US$ 11 bilhões no Brasil e planeja investir mais US$ 15 bilhões até 2030.

A atividade da Equinor no pré-sal brasileiro explica um pico de 39,4% registrado entre 2017 e 2018 no reinvestimento local dos lucros de empresas norueguesas no Brasil. No biênio até 2022, esse porcentual, que segue impulsionado pela Equinor, ficou em 17,6%, acima dos 10,5% verificados em 2019 e 2020.

“O mundo ainda vai precisar de petróleo e gás por vários anos”, diz a cônsul, admitindo que a relevância do setor de óleo e gás em negócios noruegueses no Brasil nos próximos anos. O mesmo vale para atividades ligadas à indústria naval e offshore que, depois do óleo e gás, podem assistir a uma nova era de ouro ligada à expansão da geração eólica offshore a partir de 2030.

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