Investimento público precisa voltar a crescer no Brasil


Em contraste ao atual governo, ex-presidente Lula anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público

Por Raul Velloso
Atualização:

Poucos duvidam que o País precisa crescer bem mais seu Produto Interno Bruto (PIB) pelo maior emprego e melhoria da vida das pessoas. Dos anos 1970 para cá, as taxas têm desabado década após década, desde 9% na primeira até zero na última, passando por taxas apenas sofríveis no meio do caminho e meramente acompanhando a desabada simultânea que ocorria na trajetória dos investimentos em infraestrutura – esse, sim, o “x” da questão.

Com efeito, está comprovado estatisticamente que, quanto maior e de melhor qualidade o estoque de infraestrutura, maior o PIB (e o emprego) e menor o grau de desigualdade da renda. Mas, no Brasil, os investimentos privados nesse setor não saem da média de 1,1% do PIB desde os anos 1980, ao tempo que os públicos desabaram nove vezes, passando, pasmem, de 5,1% para 0,6% do PIB. Ou seja, no curto prazo, a saída é correr atrás desses últimos.

Paralelamente, disse-me lá atrás o ministro da Economia do atual governo que não acreditava em investimento público, e que o privado daria conta do recado sozinho. Pois bem: o primeiro continua caindo (até porque há um “teto de gastos públicos” que não o deixa crescer), enquanto, no agregado e em termos de peso no PIB, o segundo não sai do lugar. Em contraste, e por diversas vezes publicamente, Lula da Silva anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público e que logo reveria o malfadado teto de gastos. Ou seja, a saída está em suas mãos.

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A que se deveu o encolhimento do espaço para investir nos Orçamentos, hoje quase zerado? À transformação destes em uma folha gigantesca, especialmente de previdência. Por volta de 2006, os investimentos já estavam próximos do seu piso recente quando se deu uma nova disparada daqueles benefícios, vista de hoje, como acabo de fazer, com taxas reais médias de crescimento entre 3,1% e 12,5% ao ano conforme o ente para um PIB que não crescia mais que 1,6% ao ano em média.

Ministro da Economia do atual governo disse que não acreditava em investimento público; em contraste, Lula anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público - ou seja, a saída está em suas mãos.  Foto: Nelson Almeida/AFP e Joédson Alves/EFE

A partir daí, o que fazer? A saída para isso é conhecida, mas é grande a resistência a pô-la em prática. Jair Bolsonaro ignorou o assunto em todo o mandato, mas casos realmente emblemáticos, como o do pequeno Piauí, meu Estado natal, existem, conforme já discuti neste espaço, tal que, ajustado, transformará uma ameaça de investimento zero este ano em adição de capacidade de R$ 1,7 bilhão. Sem temer o desgaste decorrente do ajuste, o trio Wellington Dias, Rejane Dias e Rafael Fonteles, agora eleitos para novas funções (senador, deputada federal e governador), conseguiram esse grande feito, além de colocarem o peso de Lula, em porcentual do total dos votos, à frente dos demais Estados na primeira fase de votação.

Poucos duvidam que o País precisa crescer bem mais seu Produto Interno Bruto (PIB) pelo maior emprego e melhoria da vida das pessoas. Dos anos 1970 para cá, as taxas têm desabado década após década, desde 9% na primeira até zero na última, passando por taxas apenas sofríveis no meio do caminho e meramente acompanhando a desabada simultânea que ocorria na trajetória dos investimentos em infraestrutura – esse, sim, o “x” da questão.

Com efeito, está comprovado estatisticamente que, quanto maior e de melhor qualidade o estoque de infraestrutura, maior o PIB (e o emprego) e menor o grau de desigualdade da renda. Mas, no Brasil, os investimentos privados nesse setor não saem da média de 1,1% do PIB desde os anos 1980, ao tempo que os públicos desabaram nove vezes, passando, pasmem, de 5,1% para 0,6% do PIB. Ou seja, no curto prazo, a saída é correr atrás desses últimos.

Paralelamente, disse-me lá atrás o ministro da Economia do atual governo que não acreditava em investimento público, e que o privado daria conta do recado sozinho. Pois bem: o primeiro continua caindo (até porque há um “teto de gastos públicos” que não o deixa crescer), enquanto, no agregado e em termos de peso no PIB, o segundo não sai do lugar. Em contraste, e por diversas vezes publicamente, Lula da Silva anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público e que logo reveria o malfadado teto de gastos. Ou seja, a saída está em suas mãos.

A que se deveu o encolhimento do espaço para investir nos Orçamentos, hoje quase zerado? À transformação destes em uma folha gigantesca, especialmente de previdência. Por volta de 2006, os investimentos já estavam próximos do seu piso recente quando se deu uma nova disparada daqueles benefícios, vista de hoje, como acabo de fazer, com taxas reais médias de crescimento entre 3,1% e 12,5% ao ano conforme o ente para um PIB que não crescia mais que 1,6% ao ano em média.

Ministro da Economia do atual governo disse que não acreditava em investimento público; em contraste, Lula anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público - ou seja, a saída está em suas mãos.  Foto: Nelson Almeida/AFP e Joédson Alves/EFE

A partir daí, o que fazer? A saída para isso é conhecida, mas é grande a resistência a pô-la em prática. Jair Bolsonaro ignorou o assunto em todo o mandato, mas casos realmente emblemáticos, como o do pequeno Piauí, meu Estado natal, existem, conforme já discuti neste espaço, tal que, ajustado, transformará uma ameaça de investimento zero este ano em adição de capacidade de R$ 1,7 bilhão. Sem temer o desgaste decorrente do ajuste, o trio Wellington Dias, Rejane Dias e Rafael Fonteles, agora eleitos para novas funções (senador, deputada federal e governador), conseguiram esse grande feito, além de colocarem o peso de Lula, em porcentual do total dos votos, à frente dos demais Estados na primeira fase de votação.

Poucos duvidam que o País precisa crescer bem mais seu Produto Interno Bruto (PIB) pelo maior emprego e melhoria da vida das pessoas. Dos anos 1970 para cá, as taxas têm desabado década após década, desde 9% na primeira até zero na última, passando por taxas apenas sofríveis no meio do caminho e meramente acompanhando a desabada simultânea que ocorria na trajetória dos investimentos em infraestrutura – esse, sim, o “x” da questão.

Com efeito, está comprovado estatisticamente que, quanto maior e de melhor qualidade o estoque de infraestrutura, maior o PIB (e o emprego) e menor o grau de desigualdade da renda. Mas, no Brasil, os investimentos privados nesse setor não saem da média de 1,1% do PIB desde os anos 1980, ao tempo que os públicos desabaram nove vezes, passando, pasmem, de 5,1% para 0,6% do PIB. Ou seja, no curto prazo, a saída é correr atrás desses últimos.

Paralelamente, disse-me lá atrás o ministro da Economia do atual governo que não acreditava em investimento público, e que o privado daria conta do recado sozinho. Pois bem: o primeiro continua caindo (até porque há um “teto de gastos públicos” que não o deixa crescer), enquanto, no agregado e em termos de peso no PIB, o segundo não sai do lugar. Em contraste, e por diversas vezes publicamente, Lula da Silva anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público e que logo reveria o malfadado teto de gastos. Ou seja, a saída está em suas mãos.

A que se deveu o encolhimento do espaço para investir nos Orçamentos, hoje quase zerado? À transformação destes em uma folha gigantesca, especialmente de previdência. Por volta de 2006, os investimentos já estavam próximos do seu piso recente quando se deu uma nova disparada daqueles benefícios, vista de hoje, como acabo de fazer, com taxas reais médias de crescimento entre 3,1% e 12,5% ao ano conforme o ente para um PIB que não crescia mais que 1,6% ao ano em média.

Ministro da Economia do atual governo disse que não acreditava em investimento público; em contraste, Lula anunciou que jogaria todas as fichas no investimento público - ou seja, a saída está em suas mãos.  Foto: Nelson Almeida/AFP e Joédson Alves/EFE

A partir daí, o que fazer? A saída para isso é conhecida, mas é grande a resistência a pô-la em prática. Jair Bolsonaro ignorou o assunto em todo o mandato, mas casos realmente emblemáticos, como o do pequeno Piauí, meu Estado natal, existem, conforme já discuti neste espaço, tal que, ajustado, transformará uma ameaça de investimento zero este ano em adição de capacidade de R$ 1,7 bilhão. Sem temer o desgaste decorrente do ajuste, o trio Wellington Dias, Rejane Dias e Rafael Fonteles, agora eleitos para novas funções (senador, deputada federal e governador), conseguiram esse grande feito, além de colocarem o peso de Lula, em porcentual do total dos votos, à frente dos demais Estados na primeira fase de votação.

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