IPCA-15 acelera e vai a 0,44% em maio, mas fica abaixo do esperado pelo mercado


No acumulado em 12 meses, indicador ficou em 3,7%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE

Por Daniela Amorim, Maria Regina Silva e Marianna Gualter
Atualização:

RIO E SÃO PAULO - Pressionada pela elevação de custos nos transportes e saúde, a prévia da inflação oficial no País acelerou de uma alta de 0,21% em abril para 0,44% em maio, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do avanço, o resultado de maio foi mais ameno do que o previsto por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que projetavam uma inflação mediana de 0,47%. O IPCA-15 foi também o mais brando para meses de maio desde 2021, resultando num arrefecimento da taxa acumulada em 12 meses pelo terceiro mês consecutivo: de 3,77% em abril para 3,70% em maio.

“A dinâmica benigna do IPCA-15 é uma boa notícia no curto prazo, mas não reduz as preocupações expressas pelo Banco Central em relação à deterioração do balanço de riscos para a inflação, em especial, a desancoragem das expectativas de inflação e as incertezas fiscais”, avaliou o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, em relatório.

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A gestora de investimentos Quantitas prevê que o Comitê de Política Monetária do Banco Central decida manter a taxa básica de juros, a Selic, nos atuais 10,50% ao ano na reunião de junho. No entanto, a inflação corrente benigna é uma boa notícia, e deve corroborar para que, ao longo do tempo, o País trabalhe com juros não tão altos, apontou o economista João Fernandes, da Quantitas.

Grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve o maior impacto no IPCA-15 de maio Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“O problema do Banco Central não tem sido tanto a inflação corrente. Não é de hoje que a inflação corrente deu uma melhorada”, explicou Fernandes, acrescentando que os limitadores para a continuidade do atual ciclo de cortes nos juros têm sido, principalmente, a percepção sobre a política fiscal e a dinâmica das expectativas de inflação. “Duas questões interligadas”, acrescentou.

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No mês de maio, os aumentos nos preços da gasolina, de 1,90%, e das passagens aéreas, de 6,04%, exerceram as maiores pressões sobre a inflação. O etanol também subiu: 4,70%.

Pesaram ainda no bolso das famílias os aumentos nos planos de saúde, 0,77%, e nos produtos farmacêuticos, que avançaram 2,06%, na esteira da autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Já os alimentos reduziram o ritmo de alta para 0,26% em maio. Ficaram mais caros a cebola (16,05%), o café moído (2,78%) e o leite longa vida (1,94%), mas os consumidores pagaram menos pelo feijão carioca (-5,36%), frutas (-1,89%), arroz (-1,25%) e carnes (-0,72%).

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Coleta remota no RS

O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de aumentos de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Rio de Janeiro (0,15%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Salvador (0,87%). Afetada pelas chuvas, a região metropolitana de Porto Alegre teve inflação de 0,86% em maio, atrás apenas do resultado da capital baiana.

A coleta de preços em Porto Alegre para o IPCA-15 de maio já estava 70% completa quando houve o desastre provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, informou o IBGE. Os cerca de 30% restantes foram obtidos através de esforços de coleta predominantemente remota, via telefone ou internet, e também, quando possível, em modo presencial. No entanto, houve impossibilidade de obter informações de alguns subitens, que precisaram passar por uma imputação de dados, como foi o caso de algumas hortaliças e verduras.

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A coleta de preços para o IPCA-15 deste mês se estendeu de 16 de abril a 15 de maio de 2024. As informações apropriadas no índice de maio, divulgado nesta terça-feira, 28, “foram validadas com base nas metodologias de cálculo, crítica e imputação de preços vigentes no Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC)”.

“Cabe informar que o calendário de coleta do mês de maio iniciou em 16/04 e finalizou em 15/05, e a coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 06/05, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados. Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras. Nos casos de ausência de preços foi realizada a imputação dos dados, procedimento previsto e descrito na publicação ‘Sistema nacional de índices de preços ao consumidor: Métodos de cálculo - 8ª edição’”, acrescentou o instituto, em nota.

A metodologia prevê imputação através de uma média de preços de similares ou carregamento da observação do mês anterior, por exemplo.

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O IBGE frisou ainda que é vedada a revisão de dados de índices de preços que são utilizados como base para correção monetária de contratos, o que inclui o IPCA-15.

“A Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do IBGE estabelece que os índices de preços utilizados como indexadores de inflação na correção monetária de contratos públicos e privados não são revisados, para garantir a segurança jurídica dos contratos. Neste contexto estão incluídos os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15 e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E”, relembrou o órgão.

A região metropolitana de Porto Alegre responde por uma fatia de 8,61% na formação da taxa do IPCA-15 nacional.

RIO E SÃO PAULO - Pressionada pela elevação de custos nos transportes e saúde, a prévia da inflação oficial no País acelerou de uma alta de 0,21% em abril para 0,44% em maio, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do avanço, o resultado de maio foi mais ameno do que o previsto por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que projetavam uma inflação mediana de 0,47%. O IPCA-15 foi também o mais brando para meses de maio desde 2021, resultando num arrefecimento da taxa acumulada em 12 meses pelo terceiro mês consecutivo: de 3,77% em abril para 3,70% em maio.

“A dinâmica benigna do IPCA-15 é uma boa notícia no curto prazo, mas não reduz as preocupações expressas pelo Banco Central em relação à deterioração do balanço de riscos para a inflação, em especial, a desancoragem das expectativas de inflação e as incertezas fiscais”, avaliou o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, em relatório.

A gestora de investimentos Quantitas prevê que o Comitê de Política Monetária do Banco Central decida manter a taxa básica de juros, a Selic, nos atuais 10,50% ao ano na reunião de junho. No entanto, a inflação corrente benigna é uma boa notícia, e deve corroborar para que, ao longo do tempo, o País trabalhe com juros não tão altos, apontou o economista João Fernandes, da Quantitas.

Grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve o maior impacto no IPCA-15 de maio Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“O problema do Banco Central não tem sido tanto a inflação corrente. Não é de hoje que a inflação corrente deu uma melhorada”, explicou Fernandes, acrescentando que os limitadores para a continuidade do atual ciclo de cortes nos juros têm sido, principalmente, a percepção sobre a política fiscal e a dinâmica das expectativas de inflação. “Duas questões interligadas”, acrescentou.

No mês de maio, os aumentos nos preços da gasolina, de 1,90%, e das passagens aéreas, de 6,04%, exerceram as maiores pressões sobre a inflação. O etanol também subiu: 4,70%.

Pesaram ainda no bolso das famílias os aumentos nos planos de saúde, 0,77%, e nos produtos farmacêuticos, que avançaram 2,06%, na esteira da autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Já os alimentos reduziram o ritmo de alta para 0,26% em maio. Ficaram mais caros a cebola (16,05%), o café moído (2,78%) e o leite longa vida (1,94%), mas os consumidores pagaram menos pelo feijão carioca (-5,36%), frutas (-1,89%), arroz (-1,25%) e carnes (-0,72%).

Coleta remota no RS

O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de aumentos de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Rio de Janeiro (0,15%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Salvador (0,87%). Afetada pelas chuvas, a região metropolitana de Porto Alegre teve inflação de 0,86% em maio, atrás apenas do resultado da capital baiana.

A coleta de preços em Porto Alegre para o IPCA-15 de maio já estava 70% completa quando houve o desastre provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, informou o IBGE. Os cerca de 30% restantes foram obtidos através de esforços de coleta predominantemente remota, via telefone ou internet, e também, quando possível, em modo presencial. No entanto, houve impossibilidade de obter informações de alguns subitens, que precisaram passar por uma imputação de dados, como foi o caso de algumas hortaliças e verduras.

A coleta de preços para o IPCA-15 deste mês se estendeu de 16 de abril a 15 de maio de 2024. As informações apropriadas no índice de maio, divulgado nesta terça-feira, 28, “foram validadas com base nas metodologias de cálculo, crítica e imputação de preços vigentes no Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC)”.

“Cabe informar que o calendário de coleta do mês de maio iniciou em 16/04 e finalizou em 15/05, e a coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 06/05, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados. Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras. Nos casos de ausência de preços foi realizada a imputação dos dados, procedimento previsto e descrito na publicação ‘Sistema nacional de índices de preços ao consumidor: Métodos de cálculo - 8ª edição’”, acrescentou o instituto, em nota.

A metodologia prevê imputação através de uma média de preços de similares ou carregamento da observação do mês anterior, por exemplo.

O IBGE frisou ainda que é vedada a revisão de dados de índices de preços que são utilizados como base para correção monetária de contratos, o que inclui o IPCA-15.

“A Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do IBGE estabelece que os índices de preços utilizados como indexadores de inflação na correção monetária de contratos públicos e privados não são revisados, para garantir a segurança jurídica dos contratos. Neste contexto estão incluídos os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15 e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E”, relembrou o órgão.

A região metropolitana de Porto Alegre responde por uma fatia de 8,61% na formação da taxa do IPCA-15 nacional.

RIO E SÃO PAULO - Pressionada pela elevação de custos nos transportes e saúde, a prévia da inflação oficial no País acelerou de uma alta de 0,21% em abril para 0,44% em maio, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do avanço, o resultado de maio foi mais ameno do que o previsto por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que projetavam uma inflação mediana de 0,47%. O IPCA-15 foi também o mais brando para meses de maio desde 2021, resultando num arrefecimento da taxa acumulada em 12 meses pelo terceiro mês consecutivo: de 3,77% em abril para 3,70% em maio.

“A dinâmica benigna do IPCA-15 é uma boa notícia no curto prazo, mas não reduz as preocupações expressas pelo Banco Central em relação à deterioração do balanço de riscos para a inflação, em especial, a desancoragem das expectativas de inflação e as incertezas fiscais”, avaliou o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, em relatório.

A gestora de investimentos Quantitas prevê que o Comitê de Política Monetária do Banco Central decida manter a taxa básica de juros, a Selic, nos atuais 10,50% ao ano na reunião de junho. No entanto, a inflação corrente benigna é uma boa notícia, e deve corroborar para que, ao longo do tempo, o País trabalhe com juros não tão altos, apontou o economista João Fernandes, da Quantitas.

Grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve o maior impacto no IPCA-15 de maio Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“O problema do Banco Central não tem sido tanto a inflação corrente. Não é de hoje que a inflação corrente deu uma melhorada”, explicou Fernandes, acrescentando que os limitadores para a continuidade do atual ciclo de cortes nos juros têm sido, principalmente, a percepção sobre a política fiscal e a dinâmica das expectativas de inflação. “Duas questões interligadas”, acrescentou.

No mês de maio, os aumentos nos preços da gasolina, de 1,90%, e das passagens aéreas, de 6,04%, exerceram as maiores pressões sobre a inflação. O etanol também subiu: 4,70%.

Pesaram ainda no bolso das famílias os aumentos nos planos de saúde, 0,77%, e nos produtos farmacêuticos, que avançaram 2,06%, na esteira da autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Já os alimentos reduziram o ritmo de alta para 0,26% em maio. Ficaram mais caros a cebola (16,05%), o café moído (2,78%) e o leite longa vida (1,94%), mas os consumidores pagaram menos pelo feijão carioca (-5,36%), frutas (-1,89%), arroz (-1,25%) e carnes (-0,72%).

Coleta remota no RS

O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de aumentos de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu no Rio de Janeiro (0,15%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Salvador (0,87%). Afetada pelas chuvas, a região metropolitana de Porto Alegre teve inflação de 0,86% em maio, atrás apenas do resultado da capital baiana.

A coleta de preços em Porto Alegre para o IPCA-15 de maio já estava 70% completa quando houve o desastre provocado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, informou o IBGE. Os cerca de 30% restantes foram obtidos através de esforços de coleta predominantemente remota, via telefone ou internet, e também, quando possível, em modo presencial. No entanto, houve impossibilidade de obter informações de alguns subitens, que precisaram passar por uma imputação de dados, como foi o caso de algumas hortaliças e verduras.

A coleta de preços para o IPCA-15 deste mês se estendeu de 16 de abril a 15 de maio de 2024. As informações apropriadas no índice de maio, divulgado nesta terça-feira, 28, “foram validadas com base nas metodologias de cálculo, crítica e imputação de preços vigentes no Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC)”.

“Cabe informar que o calendário de coleta do mês de maio iniciou em 16/04 e finalizou em 15/05, e a coleta remota de preços foi intensificada a partir do dia 06/05, quando aproximadamente 70% dos preços já tinham sido coletados. Ainda assim, nem todos os subitens puderam ser coletados por telefone ou pela internet, como foi o caso de alguns subitens do item hortaliças e verduras. Nos casos de ausência de preços foi realizada a imputação dos dados, procedimento previsto e descrito na publicação ‘Sistema nacional de índices de preços ao consumidor: Métodos de cálculo - 8ª edição’”, acrescentou o instituto, em nota.

A metodologia prevê imputação através de uma média de preços de similares ou carregamento da observação do mês anterior, por exemplo.

O IBGE frisou ainda que é vedada a revisão de dados de índices de preços que são utilizados como base para correção monetária de contratos, o que inclui o IPCA-15.

“A Política de Revisão de Dados Divulgados das Operações Estatísticas do IBGE estabelece que os índices de preços utilizados como indexadores de inflação na correção monetária de contratos públicos e privados não são revisados, para garantir a segurança jurídica dos contratos. Neste contexto estão incluídos os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 - IPCA-15 e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E”, relembrou o órgão.

A região metropolitana de Porto Alegre responde por uma fatia de 8,61% na formação da taxa do IPCA-15 nacional.

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