IPCA-15 acelera, puxado pela alta da energia, e fica em 0,54% em outubro


No acumulado em 12 meses, indicador, que é uma prévia da inflação oficial, saltou para 4,47%, próximo do teto da meta, conforme os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, 24

Por Daniela Amorim e Anna Scabello
Atualização:

RIO E SÃO PAULO - Sob pressão dos aumentos no custo da energia elétrica e dos alimentos, a prévia da inflação oficial no País acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 voltar a subir, após dois meses seguidos de arrefecimentos: de 4,12% em setembro para 4,47% em outubro, próxima ao teto da meta perseguida pelo Banco Central — que é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O avanço no IPCA-15 de outubro reflete a atividade econômica aquecida, a desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da estiagem, avalia a estrategista de inflação da gestora de recursos Warren Investimentos, Andréa Angelo. A Warren já espera o IPCA em 4,75% ao fim de 2024, ou seja, estourando o teto de 4,5% da meta de inflação.

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“O IPCA agora tem mais chances de ficar acima do teto, por influência do câmbio, do aumento de repasse dos preços e da atividade aquecida”, ressalta Angelo.

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No grupo Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Além disso, o IBGE destaca também, a alta do gás de botijão (2,17%).

No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. “Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%)”, diz o IBGE.

Aumento da energia teve o maior impacto na inflação no mês Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Segundo ela, o fator de risco para o estouro da meta era a bandeira tarifária de energia elétrica mais cara, mas um aumento nas chuvas nas últimas duas semanas indica uma bandeira mais barata à frente. O banco Inter estima que o IPCA encerre 2024 em 4,5%, exatamente no teto da meta de inflação, já considerando um retorno da bandeira vermelha patamar 1 em dezembro em substituição à bandeira vermelha patamar 2 vigente atualmente.

O IPCA-15 do mês de outubro não altera a expectativa de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em novembro, opina André Valério, economista-sênior da instituição financeira. Ele espera que a redução de despesas por parte do governo possa contribuir com a política monetária, ajudando a reduzir a pressão da atividade econômica e, consequentemente, da inflação.

“Temos expectativa de que, com o impulso fiscal menor agora, no último trimestre, o governo possa cortar os gastos, principalmente após as eleições”, completou Valério.

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O impacto por grupo de produtos e serviços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em outubro, com destaque para a alta de 1,72% nos gastos com habitação. A energia elétrica residencial subiu 5,29%, responsável por cerca de 40% de toda a inflação de outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro, em substituição à bandeira vermelha patamar 1. O gás de botijão também aumentou: 2,17%.

O custo de Alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,87% no mês. Os produtos alimentícios de origem animal pressionaram, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior.

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As carnes subiram 4,18%, enquanto leite e derivados ficaram 1,49% mais caros. Na direção oposta, houve reduções nos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%).

Em transportes, os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, subitem de maior alívio no IPCA-15. Houve deflação também no transporte público: ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) ficaram mais baratos em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Os preços dos combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Baixaram o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

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“Projetamos +0,53% para o IPCA (fechado) em outubro, em boa medida, pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, pela alta sazonal de Vestuário, pelo aumento de serviços pessoais dentro do grupo Despesas pessoais e pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e TV por assinatura”, avaliou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório.

RIO E SÃO PAULO - Sob pressão dos aumentos no custo da energia elétrica e dos alimentos, a prévia da inflação oficial no País acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 voltar a subir, após dois meses seguidos de arrefecimentos: de 4,12% em setembro para 4,47% em outubro, próxima ao teto da meta perseguida pelo Banco Central — que é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O avanço no IPCA-15 de outubro reflete a atividade econômica aquecida, a desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da estiagem, avalia a estrategista de inflação da gestora de recursos Warren Investimentos, Andréa Angelo. A Warren já espera o IPCA em 4,75% ao fim de 2024, ou seja, estourando o teto de 4,5% da meta de inflação.

“O IPCA agora tem mais chances de ficar acima do teto, por influência do câmbio, do aumento de repasse dos preços e da atividade aquecida”, ressalta Angelo.

No grupo Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Além disso, o IBGE destaca também, a alta do gás de botijão (2,17%).

No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. “Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%)”, diz o IBGE.

Aumento da energia teve o maior impacto na inflação no mês Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo ela, o fator de risco para o estouro da meta era a bandeira tarifária de energia elétrica mais cara, mas um aumento nas chuvas nas últimas duas semanas indica uma bandeira mais barata à frente. O banco Inter estima que o IPCA encerre 2024 em 4,5%, exatamente no teto da meta de inflação, já considerando um retorno da bandeira vermelha patamar 1 em dezembro em substituição à bandeira vermelha patamar 2 vigente atualmente.

O IPCA-15 do mês de outubro não altera a expectativa de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em novembro, opina André Valério, economista-sênior da instituição financeira. Ele espera que a redução de despesas por parte do governo possa contribuir com a política monetária, ajudando a reduzir a pressão da atividade econômica e, consequentemente, da inflação.

“Temos expectativa de que, com o impulso fiscal menor agora, no último trimestre, o governo possa cortar os gastos, principalmente após as eleições”, completou Valério.

O impacto por grupo de produtos e serviços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em outubro, com destaque para a alta de 1,72% nos gastos com habitação. A energia elétrica residencial subiu 5,29%, responsável por cerca de 40% de toda a inflação de outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro, em substituição à bandeira vermelha patamar 1. O gás de botijão também aumentou: 2,17%.

O custo de Alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,87% no mês. Os produtos alimentícios de origem animal pressionaram, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior.

As carnes subiram 4,18%, enquanto leite e derivados ficaram 1,49% mais caros. Na direção oposta, houve reduções nos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%).

Em transportes, os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, subitem de maior alívio no IPCA-15. Houve deflação também no transporte público: ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) ficaram mais baratos em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Os preços dos combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Baixaram o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

“Projetamos +0,53% para o IPCA (fechado) em outubro, em boa medida, pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, pela alta sazonal de Vestuário, pelo aumento de serviços pessoais dentro do grupo Despesas pessoais e pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e TV por assinatura”, avaliou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório.

RIO E SÃO PAULO - Sob pressão dos aumentos no custo da energia elétrica e dos alimentos, a prévia da inflação oficial no País acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 voltar a subir, após dois meses seguidos de arrefecimentos: de 4,12% em setembro para 4,47% em outubro, próxima ao teto da meta perseguida pelo Banco Central — que é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O avanço no IPCA-15 de outubro reflete a atividade econômica aquecida, a desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da estiagem, avalia a estrategista de inflação da gestora de recursos Warren Investimentos, Andréa Angelo. A Warren já espera o IPCA em 4,75% ao fim de 2024, ou seja, estourando o teto de 4,5% da meta de inflação.

“O IPCA agora tem mais chances de ficar acima do teto, por influência do câmbio, do aumento de repasse dos preços e da atividade aquecida”, ressalta Angelo.

No grupo Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Além disso, o IBGE destaca também, a alta do gás de botijão (2,17%).

No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. “Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%)”, diz o IBGE.

Aumento da energia teve o maior impacto na inflação no mês Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo ela, o fator de risco para o estouro da meta era a bandeira tarifária de energia elétrica mais cara, mas um aumento nas chuvas nas últimas duas semanas indica uma bandeira mais barata à frente. O banco Inter estima que o IPCA encerre 2024 em 4,5%, exatamente no teto da meta de inflação, já considerando um retorno da bandeira vermelha patamar 1 em dezembro em substituição à bandeira vermelha patamar 2 vigente atualmente.

O IPCA-15 do mês de outubro não altera a expectativa de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em novembro, opina André Valério, economista-sênior da instituição financeira. Ele espera que a redução de despesas por parte do governo possa contribuir com a política monetária, ajudando a reduzir a pressão da atividade econômica e, consequentemente, da inflação.

“Temos expectativa de que, com o impulso fiscal menor agora, no último trimestre, o governo possa cortar os gastos, principalmente após as eleições”, completou Valério.

O impacto por grupo de produtos e serviços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em outubro, com destaque para a alta de 1,72% nos gastos com habitação. A energia elétrica residencial subiu 5,29%, responsável por cerca de 40% de toda a inflação de outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro, em substituição à bandeira vermelha patamar 1. O gás de botijão também aumentou: 2,17%.

O custo de Alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,87% no mês. Os produtos alimentícios de origem animal pressionaram, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior.

As carnes subiram 4,18%, enquanto leite e derivados ficaram 1,49% mais caros. Na direção oposta, houve reduções nos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%).

Em transportes, os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, subitem de maior alívio no IPCA-15. Houve deflação também no transporte público: ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) ficaram mais baratos em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Os preços dos combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Baixaram o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

“Projetamos +0,53% para o IPCA (fechado) em outubro, em boa medida, pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, pela alta sazonal de Vestuário, pelo aumento de serviços pessoais dentro do grupo Despesas pessoais e pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e TV por assinatura”, avaliou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório.

RIO E SÃO PAULO - Sob pressão dos aumentos no custo da energia elétrica e dos alimentos, a prévia da inflação oficial no País acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 voltar a subir, após dois meses seguidos de arrefecimentos: de 4,12% em setembro para 4,47% em outubro, próxima ao teto da meta perseguida pelo Banco Central — que é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O avanço no IPCA-15 de outubro reflete a atividade econômica aquecida, a desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da estiagem, avalia a estrategista de inflação da gestora de recursos Warren Investimentos, Andréa Angelo. A Warren já espera o IPCA em 4,75% ao fim de 2024, ou seja, estourando o teto de 4,5% da meta de inflação.

“O IPCA agora tem mais chances de ficar acima do teto, por influência do câmbio, do aumento de repasse dos preços e da atividade aquecida”, ressalta Angelo.

No grupo Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Além disso, o IBGE destaca também, a alta do gás de botijão (2,17%).

No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. “Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%)”, diz o IBGE.

Aumento da energia teve o maior impacto na inflação no mês Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo ela, o fator de risco para o estouro da meta era a bandeira tarifária de energia elétrica mais cara, mas um aumento nas chuvas nas últimas duas semanas indica uma bandeira mais barata à frente. O banco Inter estima que o IPCA encerre 2024 em 4,5%, exatamente no teto da meta de inflação, já considerando um retorno da bandeira vermelha patamar 1 em dezembro em substituição à bandeira vermelha patamar 2 vigente atualmente.

O IPCA-15 do mês de outubro não altera a expectativa de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em novembro, opina André Valério, economista-sênior da instituição financeira. Ele espera que a redução de despesas por parte do governo possa contribuir com a política monetária, ajudando a reduzir a pressão da atividade econômica e, consequentemente, da inflação.

“Temos expectativa de que, com o impulso fiscal menor agora, no último trimestre, o governo possa cortar os gastos, principalmente após as eleições”, completou Valério.

O impacto por grupo de produtos e serviços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em outubro, com destaque para a alta de 1,72% nos gastos com habitação. A energia elétrica residencial subiu 5,29%, responsável por cerca de 40% de toda a inflação de outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro, em substituição à bandeira vermelha patamar 1. O gás de botijão também aumentou: 2,17%.

O custo de Alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,87% no mês. Os produtos alimentícios de origem animal pressionaram, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior.

As carnes subiram 4,18%, enquanto leite e derivados ficaram 1,49% mais caros. Na direção oposta, houve reduções nos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%).

Em transportes, os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, subitem de maior alívio no IPCA-15. Houve deflação também no transporte público: ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) ficaram mais baratos em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Os preços dos combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Baixaram o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

“Projetamos +0,53% para o IPCA (fechado) em outubro, em boa medida, pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, pela alta sazonal de Vestuário, pelo aumento de serviços pessoais dentro do grupo Despesas pessoais e pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e TV por assinatura”, avaliou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório.

RIO E SÃO PAULO - Sob pressão dos aumentos no custo da energia elétrica e dos alimentos, a prévia da inflação oficial no País acelerou de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 voltar a subir, após dois meses seguidos de arrefecimentos: de 4,12% em setembro para 4,47% em outubro, próxima ao teto da meta perseguida pelo Banco Central — que é de 3% no ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

O avanço no IPCA-15 de outubro reflete a atividade econômica aquecida, a desvalorização do real ante o dólar e os efeitos da estiagem, avalia a estrategista de inflação da gestora de recursos Warren Investimentos, Andréa Angelo. A Warren já espera o IPCA em 4,75% ao fim de 2024, ou seja, estourando o teto de 4,5% da meta de inflação.

“O IPCA agora tem mais chances de ficar acima do teto, por influência do câmbio, do aumento de repasse dos preços e da atividade aquecida”, ressalta Angelo.

No grupo Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de 0,84% em setembro para 5,29% em outubro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro. Além disso, o IBGE destaca também, a alta do gás de botijão (2,17%).

No grupo Alimentação e Bebidas, por sua vez, a alimentação no domicílio registrou aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de queda. “Contribuíram para esse resultado os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%) e do leite longa vida (2,00%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%)”, diz o IBGE.

Aumento da energia teve o maior impacto na inflação no mês Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo ela, o fator de risco para o estouro da meta era a bandeira tarifária de energia elétrica mais cara, mas um aumento nas chuvas nas últimas duas semanas indica uma bandeira mais barata à frente. O banco Inter estima que o IPCA encerre 2024 em 4,5%, exatamente no teto da meta de inflação, já considerando um retorno da bandeira vermelha patamar 1 em dezembro em substituição à bandeira vermelha patamar 2 vigente atualmente.

O IPCA-15 do mês de outubro não altera a expectativa de uma alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em novembro, opina André Valério, economista-sênior da instituição financeira. Ele espera que a redução de despesas por parte do governo possa contribuir com a política monetária, ajudando a reduzir a pressão da atividade econômica e, consequentemente, da inflação.

“Temos expectativa de que, com o impulso fiscal menor agora, no último trimestre, o governo possa cortar os gastos, principalmente após as eleições”, completou Valério.

O impacto por grupo de produtos e serviços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em outubro, com destaque para a alta de 1,72% nos gastos com habitação. A energia elétrica residencial subiu 5,29%, responsável por cerca de 40% de toda a inflação de outubro. O movimento foi impulsionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha patamar 2 a partir de 1º de outubro, em substituição à bandeira vermelha patamar 1. O gás de botijão também aumentou: 2,17%.

O custo de Alimentação e bebidas teve uma elevação de 0,87% no mês. Os produtos alimentícios de origem animal pressionaram, mas recuos em subgrupos de alimentos in natura impediram um avanço maior.

As carnes subiram 4,18%, enquanto leite e derivados ficaram 1,49% mais caros. Na direção oposta, houve reduções nos tubérculos, raízes e legumes (-6,14%), hortaliças e verduras (-2,02%) e frutas (-0,19%).

Em transportes, os preços das passagens aéreas recuaram 11,40% em outubro, subitem de maior alívio no IPCA-15. Houve deflação também no transporte público: ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) ficaram mais baratos em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Os preços dos combustíveis diminuíram 0,01% no mês. Baixaram o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%), mas o etanol subiu 0,02%. A gasolina registrou estabilidade de preço (0,00%).

“Projetamos +0,53% para o IPCA (fechado) em outubro, em boa medida, pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, pela alta sazonal de Vestuário, pelo aumento de serviços pessoais dentro do grupo Despesas pessoais e pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e TV por assinatura”, avaliou o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório.

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