IPCA sobe 0,56% em outubro, com aumento na conta de luz e no preço das carnes


No período de 12 meses, índice de preços avançou para 4,76%, e ultrapassou o teto da meta de inflação do BC

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

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Preço da carne nos supermercados subiu 5,81% Foto: Helvio Romero/Estadão

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

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Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

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“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.

O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

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Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

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“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

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“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

RIO - Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Preço da carne nos supermercados subiu 5,81% Foto: Helvio Romero/Estadão

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.

O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

RIO - Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Preço da carne nos supermercados subiu 5,81% Foto: Helvio Romero/Estadão

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.

O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

RIO - Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Preço da carne nos supermercados subiu 5,81% Foto: Helvio Romero/Estadão

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.

O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

RIO - Sob efeito da estiagem, os aumentos de custos de alimentos e de energia elétrica voltaram a pressionar a inflação oficial no País em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou de uma alta de 0,44% em setembro para uma elevação de 0,56% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais elevado desde fevereiro de 2024. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, subindo a 4,76% em outubro, estourando assim a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, que é de 3,0% em 2024, com teto de tolerância de 4,50%.

“Os dados do IPCA reforçam nossa visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) precisará manter o ritmo de alta dos juros na reunião de dezembro”, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Preço da carne nos supermercados subiu 5,81% Foto: Helvio Romero/Estadão

O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, aumentou de 56% em setembro para 62% em outubro, ou seja, a inflação ficou mais espalhada.

“Para os próximos meses, será importante observar a evolução da inflação de serviços, dada a conjunção de atividade econômica aquecida e baixa ociosidade, e de alimentos, haja vista a menor oferta de carnes e o câmbio depreciado”, escreveu Matheus Ferreira, analista da Tendências Consultoria Integrada, em relatório.

Os aumentos de preços que resultaram nas principais pressões sobre a inflação do País tanto em setembro quanto em outubro foram impulsionados pela estiagem, afirmou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

“De maneira geral a gente pode dizer que a estiagem, as temperaturas mais altas, as secas tiveram influência no IPCA de setembro e outubro sim”, afirmou Almeida.

O ranking de pressões sobre o IPCA de outubro foi liderado pelos aumentos de 4,74% na energia elétrica, um impacto de 0,20 ponto porcentual, e de 1,06% em alimentação e bebidas, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual.

“Os principais itens que impactaram o mês de outubro foram a energia elétrica e os alimentos, em especial as carnes”, disse Almeida.

O preço da carne aumentou

As carnes tiveram uma alta média de 5,81% outubro, após já terem aumentado 2,97% em setembro. O resultado foi uma elevação acumulada de 8,95% nos preços nos últimos dois meses.

Em outubro, as carnes contribuíram com 0,14 ponto porcentual para o IPCA do mês, somados todos os tipos de cortes. Houve reajustes no acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Segundo Almeida, esse período do ano já é considerado de entressafra, mas a situação foi agravada pela estiagem.

“Essa alta (de preços) está relacionada a questões climáticas. A gente teve um período de seca bem mais intenso, o que reduz a oferta de animais, prejudica a produção. Além disso, a menor oferta é influenciada por menor disponibilidade de número de animais para abates e também por exportações que estão maiores que no ano passado. Então a oferta de carnes no mercado interno está menor”, enumerou Almeida.

Quanto ao impacto das queimadas, o pesquisador reforça que os incêndios são consequência de períodos de secas. Sobre a valorização do dólar ante o real, ele menciona uma possível influência no aumento das exportações.

“O câmbio pode ser um dos fatores que contribui para a decisão dos produtores em disponibilizar esse produto no mercado externo”, disse Almeida. “O câmbio pode influenciar tanto a parte de alimentos quanto produtos com componentes importados”, completou.

A conta de luz também pesou

A pressão exercida pela energia elétrica no IPCA também foi influenciada pela estiagem. A conta de luz registrou uma alta de 4,74% em outubro, devido ao acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.

“Em novembro, teremos acionamento da bandeira amarela. Claro que temos outros componentes que fazem parte da energia elétrica, mas, quando a gente olha o componente da bandeira tarifária, é um fator de alívio”, lembrou Almeida, sobre uma possível descompressão da conta de luz em novembro.

O acionamento da bandeira amarela em substituição à bandeira vermelha patamar 2 deve ajudar a desacelerar o IPCA para uma alta de 0,18% em novembro, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, em relatório. A projeção inclui também os descontos esperados na campanha de promoções Black Friday, “que ficarão mais evidentes nos grupos Artigos de residência, Vestuário e Saúde e cuidados pessoais”, apontou Romão, em relatório.

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