BRASÍLIA - O bilionário americano Elon Musk chegou na manhã desta sexta-feira, 20, a Porto Feliz, interior de São Paulo, onde irá se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro nas próximas horas no Hotel Fasano Boa Vista. Admirador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Musk é dono da Tesla e negocia uma operação para comprar o Twitter. Em janeiro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu aval ao pedido da Starlink, empresa de Musk, para operar satélites de órbita baixa no Brasil.
Acompanham a comitiva presidencial os ministros Fábio Faria (Comunicações), Carlos França (Relações Exteriores), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ciro Nogueira (Casa Civil). A informação foi revelada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pelo Estadão/Broadcast com fontes do Palácio do Planalto.
A estratégia de comunicação nas redes sociais é classificada como crucial pelo Planalto para Bolsonaro enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro. Como mostrou o Estadão, integrantes da família Bolsonaro ganharam cerca de 200 mil novos seguidores no Twitter após a venda do aplicativo para Musk. Especialistas levantam a hipótese de haver impulsionamento por contas automatizadas. Esse padrão não foi identificado nos perfis dos políticos no Instagram.
O encontro, que não consta da agenda oficial do presidente, ocorre às margens do “Conecta Amazônia”, evento para discutir marcos regulatórios, regulação na Amazônia e conectividade nas escolas.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse na quinta, 19, que teria um encontro reservado com uma “pessoa muito importante, reconhecida no mundo todo” nesta sexta-feira. “Essa pessoa veio para ajudar nossa Amazônia”, afirmou o presidente, sem revelar a identidade. Após o encontro com Musk, Bolsonaro segue para Curitiba, onde participará no sábado da Marcha para Jesus.
Satélites de Musk
O funcionamento dos satélites de órbita baixa de Musk no Brasil está na agenda do Ministério das Comunicações, comandado por Fábio Faria, que em dezembro chegou a encontrar Musk para debater o oferecimento do serviço no Brasil. As autorizações concedidas em janeiro são as primeiras para operação desse tipo de satélite no País.
Faria já afirmou em outras ocasiões que o objetivo desse tipo de tecnologia é levar internet para áreas rurais e lugares remotos, além de ajudar no controle de incêndios e desmatamentos ilegais na floresta amazônica. A Internet da Starlink, de acordo com informações da empresa, funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde se desloca mais rapidamente do que em cabos de fibra óptica, o que a torna mais acessível a mais pessoas e locais.
O direito de exploração pela Starlink no Brasil deve valer até 2027.