Venda de jatos executivos deve crescer 15%, com preços de mais de R$ 300 mi; veja modelos no mercado


Setor se mantém aquecido desde a pandemia, e frota no Brasil se aproxima das 10 mil unidades

Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Após avançar na pandemia, o mercado de aviação executiva brasileiro dá sinais de estar se estabelecendo em um novo patamar. Em julho, a frota do país tinha 9.723 aeronaves, um aumento de 6,4% na comparação com o mesmo mês de 2019.

A venda de aviões e helicópteros executivos cresceu nos últimos anos conforme profissionais precisavam viajar para trabalhar, mas não havia oferta de voos comerciais por causa da covid-19. Diante disso, empresas optaram por comprar aeronaves próprias. Parte do setor da aviação acreditava que a alta demanda seria temporária e que as vendas voltariam ao patamar anterior passada a pandemia. Não foi o que ocorreu.

Confira aviões expostos na Labace 2023

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Praetor 600, da Embraer

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Falcon 2000LX, da Dassault

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“Se me perguntassem no início de 2022, eu talvez afirmasse que o aumento dos negócios era uma bolha gerada pelo desequilíbrio de oferta e demanda. Não parece mais ser o caso”, diz Flávio Pires, diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A entidade é organizadora da Labace, feira do setor que acontece de hoje até quinta-feira, 10, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Estarão expostas 45 aeronaves, cujos preços alcançam US$ 67 milhões (R$ 330 milhões).

Pires afirma acreditar que o setor manterá o ritmo de crescimento dos anos anteriores em 2023, com aumento das vendas entre 10% a 15%. Também neste ano, a frota brasileira deve avançar. No mês passado, ela era 2,5% maior do que no mesmo período de 2022. Em julho do ano passado, o aumento era de 1,8%.

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Diretor de vendas da aviação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira diz que o setor está mantendo um “bom momento” nos últimos anos e que tem agora um “novo normal”. A empresa não revela o número de aviões executivos vendidos no Brasil, mas pretende entregar, no mundo todo, entre 120 e 130 jatos em 2023. Em 2022, foram 102 e, em 2021, 93.

Teixeira afirma que hoje 30% dos clientes são de primeira compra. Antes, eram 10%. Isso significa que o mercado está em expansão. “Há uma migração da aviação comercial para a executiva. Antes da pandemia, havia empresa que já tinha condição de ser usuária de avião executivo, mas não estava usufruindo. Na pandemia, elas perceberam os benefícios de ter um jato e acabaram ficando.”

Ainda de acordo com o executivo, com o aumento da demanda - não só no Brasil, mas no mundo todo -, o estoque de aeronaves usadas à venda caiu de 8% a 10% da frota mundial para entre 3% e 5%.

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Segundo o vice-presidente de vendas para América Latina da Dassault Falcon Jet, Rodrigo Pessoa, a chegada de novos clientes ao mercado tem movimentado sobretudo o mercado de aeronaves usadas. Ele também destaca que o setor se mantém aquecido desde 2021.

Na TAM Aviação Executiva, as vendas cresceram de 42 aeronaves em 2019 para 106 no ano passado. O diretor executivo da companhia, Leonardo Fiuza, também afirma que a demanda tanto por aeronaves novas como usadas continua em alta desde o começo da pandemia.

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Com o mercado aquecido e com as fabricantes ainda enfrentando dificuldades para produzir devido à falta de peças decorrente das interrupções das cadeias na pandemia, o prazo para entrega aumentou. Segundo Fiuza, hoje leva de um ano e meio a dois anos para o fabricante entregar uma aeronave nova.

A importadora Sertrading também percebe a demora nas entregas. Luciano Sapata, sócio da empresa, diz que, dependendo da marca e do modelo, o prazo chega a dois anos. Antes da covid, algumas entregas eram feitas em três meses, segundo ele.

A Sertrading importou cerca de R$ 1,5 bilhão em aeronaves em 2021. No último ano antes da pandemia, haviam sido R$ 700 milhões. “Em 2018 e 2019, o mercado vinha mostrando uma recuperação, mas agora sentimos um aquecimento completamente diferente”, diz. O empresário, porém, pondera que o melhor ano da retomada pode ter sido 2022. “O mercado continua aquecido, mas a euforia parece estar um pouco menor” afirma ele, que espera repetir, em 2023, a importação de 30 aeronaves, mesmo número de 2022.

Após avançar na pandemia, o mercado de aviação executiva brasileiro dá sinais de estar se estabelecendo em um novo patamar. Em julho, a frota do país tinha 9.723 aeronaves, um aumento de 6,4% na comparação com o mesmo mês de 2019.

A venda de aviões e helicópteros executivos cresceu nos últimos anos conforme profissionais precisavam viajar para trabalhar, mas não havia oferta de voos comerciais por causa da covid-19. Diante disso, empresas optaram por comprar aeronaves próprias. Parte do setor da aviação acreditava que a alta demanda seria temporária e que as vendas voltariam ao patamar anterior passada a pandemia. Não foi o que ocorreu.

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“Se me perguntassem no início de 2022, eu talvez afirmasse que o aumento dos negócios era uma bolha gerada pelo desequilíbrio de oferta e demanda. Não parece mais ser o caso”, diz Flávio Pires, diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A entidade é organizadora da Labace, feira do setor que acontece de hoje até quinta-feira, 10, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Estarão expostas 45 aeronaves, cujos preços alcançam US$ 67 milhões (R$ 330 milhões).

Pires afirma acreditar que o setor manterá o ritmo de crescimento dos anos anteriores em 2023, com aumento das vendas entre 10% a 15%. Também neste ano, a frota brasileira deve avançar. No mês passado, ela era 2,5% maior do que no mesmo período de 2022. Em julho do ano passado, o aumento era de 1,8%.

Diretor de vendas da aviação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira diz que o setor está mantendo um “bom momento” nos últimos anos e que tem agora um “novo normal”. A empresa não revela o número de aviões executivos vendidos no Brasil, mas pretende entregar, no mundo todo, entre 120 e 130 jatos em 2023. Em 2022, foram 102 e, em 2021, 93.

Teixeira afirma que hoje 30% dos clientes são de primeira compra. Antes, eram 10%. Isso significa que o mercado está em expansão. “Há uma migração da aviação comercial para a executiva. Antes da pandemia, havia empresa que já tinha condição de ser usuária de avião executivo, mas não estava usufruindo. Na pandemia, elas perceberam os benefícios de ter um jato e acabaram ficando.”

Ainda de acordo com o executivo, com o aumento da demanda - não só no Brasil, mas no mundo todo -, o estoque de aeronaves usadas à venda caiu de 8% a 10% da frota mundial para entre 3% e 5%.

Segundo o vice-presidente de vendas para América Latina da Dassault Falcon Jet, Rodrigo Pessoa, a chegada de novos clientes ao mercado tem movimentado sobretudo o mercado de aeronaves usadas. Ele também destaca que o setor se mantém aquecido desde 2021.

Na TAM Aviação Executiva, as vendas cresceram de 42 aeronaves em 2019 para 106 no ano passado. O diretor executivo da companhia, Leonardo Fiuza, também afirma que a demanda tanto por aeronaves novas como usadas continua em alta desde o começo da pandemia.

Com o mercado aquecido e com as fabricantes ainda enfrentando dificuldades para produzir devido à falta de peças decorrente das interrupções das cadeias na pandemia, o prazo para entrega aumentou. Segundo Fiuza, hoje leva de um ano e meio a dois anos para o fabricante entregar uma aeronave nova.

A importadora Sertrading também percebe a demora nas entregas. Luciano Sapata, sócio da empresa, diz que, dependendo da marca e do modelo, o prazo chega a dois anos. Antes da covid, algumas entregas eram feitas em três meses, segundo ele.

A Sertrading importou cerca de R$ 1,5 bilhão em aeronaves em 2021. No último ano antes da pandemia, haviam sido R$ 700 milhões. “Em 2018 e 2019, o mercado vinha mostrando uma recuperação, mas agora sentimos um aquecimento completamente diferente”, diz. O empresário, porém, pondera que o melhor ano da retomada pode ter sido 2022. “O mercado continua aquecido, mas a euforia parece estar um pouco menor” afirma ele, que espera repetir, em 2023, a importação de 30 aeronaves, mesmo número de 2022.

Após avançar na pandemia, o mercado de aviação executiva brasileiro dá sinais de estar se estabelecendo em um novo patamar. Em julho, a frota do país tinha 9.723 aeronaves, um aumento de 6,4% na comparação com o mesmo mês de 2019.

A venda de aviões e helicópteros executivos cresceu nos últimos anos conforme profissionais precisavam viajar para trabalhar, mas não havia oferta de voos comerciais por causa da covid-19. Diante disso, empresas optaram por comprar aeronaves próprias. Parte do setor da aviação acreditava que a alta demanda seria temporária e que as vendas voltariam ao patamar anterior passada a pandemia. Não foi o que ocorreu.

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“Se me perguntassem no início de 2022, eu talvez afirmasse que o aumento dos negócios era uma bolha gerada pelo desequilíbrio de oferta e demanda. Não parece mais ser o caso”, diz Flávio Pires, diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A entidade é organizadora da Labace, feira do setor que acontece de hoje até quinta-feira, 10, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Estarão expostas 45 aeronaves, cujos preços alcançam US$ 67 milhões (R$ 330 milhões).

Pires afirma acreditar que o setor manterá o ritmo de crescimento dos anos anteriores em 2023, com aumento das vendas entre 10% a 15%. Também neste ano, a frota brasileira deve avançar. No mês passado, ela era 2,5% maior do que no mesmo período de 2022. Em julho do ano passado, o aumento era de 1,8%.

Diretor de vendas da aviação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira diz que o setor está mantendo um “bom momento” nos últimos anos e que tem agora um “novo normal”. A empresa não revela o número de aviões executivos vendidos no Brasil, mas pretende entregar, no mundo todo, entre 120 e 130 jatos em 2023. Em 2022, foram 102 e, em 2021, 93.

Teixeira afirma que hoje 30% dos clientes são de primeira compra. Antes, eram 10%. Isso significa que o mercado está em expansão. “Há uma migração da aviação comercial para a executiva. Antes da pandemia, havia empresa que já tinha condição de ser usuária de avião executivo, mas não estava usufruindo. Na pandemia, elas perceberam os benefícios de ter um jato e acabaram ficando.”

Ainda de acordo com o executivo, com o aumento da demanda - não só no Brasil, mas no mundo todo -, o estoque de aeronaves usadas à venda caiu de 8% a 10% da frota mundial para entre 3% e 5%.

Segundo o vice-presidente de vendas para América Latina da Dassault Falcon Jet, Rodrigo Pessoa, a chegada de novos clientes ao mercado tem movimentado sobretudo o mercado de aeronaves usadas. Ele também destaca que o setor se mantém aquecido desde 2021.

Na TAM Aviação Executiva, as vendas cresceram de 42 aeronaves em 2019 para 106 no ano passado. O diretor executivo da companhia, Leonardo Fiuza, também afirma que a demanda tanto por aeronaves novas como usadas continua em alta desde o começo da pandemia.

Com o mercado aquecido e com as fabricantes ainda enfrentando dificuldades para produzir devido à falta de peças decorrente das interrupções das cadeias na pandemia, o prazo para entrega aumentou. Segundo Fiuza, hoje leva de um ano e meio a dois anos para o fabricante entregar uma aeronave nova.

A importadora Sertrading também percebe a demora nas entregas. Luciano Sapata, sócio da empresa, diz que, dependendo da marca e do modelo, o prazo chega a dois anos. Antes da covid, algumas entregas eram feitas em três meses, segundo ele.

A Sertrading importou cerca de R$ 1,5 bilhão em aeronaves em 2021. No último ano antes da pandemia, haviam sido R$ 700 milhões. “Em 2018 e 2019, o mercado vinha mostrando uma recuperação, mas agora sentimos um aquecimento completamente diferente”, diz. O empresário, porém, pondera que o melhor ano da retomada pode ter sido 2022. “O mercado continua aquecido, mas a euforia parece estar um pouco menor” afirma ele, que espera repetir, em 2023, a importação de 30 aeronaves, mesmo número de 2022.

Após avançar na pandemia, o mercado de aviação executiva brasileiro dá sinais de estar se estabelecendo em um novo patamar. Em julho, a frota do país tinha 9.723 aeronaves, um aumento de 6,4% na comparação com o mesmo mês de 2019.

A venda de aviões e helicópteros executivos cresceu nos últimos anos conforme profissionais precisavam viajar para trabalhar, mas não havia oferta de voos comerciais por causa da covid-19. Diante disso, empresas optaram por comprar aeronaves próprias. Parte do setor da aviação acreditava que a alta demanda seria temporária e que as vendas voltariam ao patamar anterior passada a pandemia. Não foi o que ocorreu.

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“Se me perguntassem no início de 2022, eu talvez afirmasse que o aumento dos negócios era uma bolha gerada pelo desequilíbrio de oferta e demanda. Não parece mais ser o caso”, diz Flávio Pires, diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A entidade é organizadora da Labace, feira do setor que acontece de hoje até quinta-feira, 10, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Estarão expostas 45 aeronaves, cujos preços alcançam US$ 67 milhões (R$ 330 milhões).

Pires afirma acreditar que o setor manterá o ritmo de crescimento dos anos anteriores em 2023, com aumento das vendas entre 10% a 15%. Também neste ano, a frota brasileira deve avançar. No mês passado, ela era 2,5% maior do que no mesmo período de 2022. Em julho do ano passado, o aumento era de 1,8%.

Diretor de vendas da aviação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira diz que o setor está mantendo um “bom momento” nos últimos anos e que tem agora um “novo normal”. A empresa não revela o número de aviões executivos vendidos no Brasil, mas pretende entregar, no mundo todo, entre 120 e 130 jatos em 2023. Em 2022, foram 102 e, em 2021, 93.

Teixeira afirma que hoje 30% dos clientes são de primeira compra. Antes, eram 10%. Isso significa que o mercado está em expansão. “Há uma migração da aviação comercial para a executiva. Antes da pandemia, havia empresa que já tinha condição de ser usuária de avião executivo, mas não estava usufruindo. Na pandemia, elas perceberam os benefícios de ter um jato e acabaram ficando.”

Ainda de acordo com o executivo, com o aumento da demanda - não só no Brasil, mas no mundo todo -, o estoque de aeronaves usadas à venda caiu de 8% a 10% da frota mundial para entre 3% e 5%.

Segundo o vice-presidente de vendas para América Latina da Dassault Falcon Jet, Rodrigo Pessoa, a chegada de novos clientes ao mercado tem movimentado sobretudo o mercado de aeronaves usadas. Ele também destaca que o setor se mantém aquecido desde 2021.

Na TAM Aviação Executiva, as vendas cresceram de 42 aeronaves em 2019 para 106 no ano passado. O diretor executivo da companhia, Leonardo Fiuza, também afirma que a demanda tanto por aeronaves novas como usadas continua em alta desde o começo da pandemia.

Com o mercado aquecido e com as fabricantes ainda enfrentando dificuldades para produzir devido à falta de peças decorrente das interrupções das cadeias na pandemia, o prazo para entrega aumentou. Segundo Fiuza, hoje leva de um ano e meio a dois anos para o fabricante entregar uma aeronave nova.

A importadora Sertrading também percebe a demora nas entregas. Luciano Sapata, sócio da empresa, diz que, dependendo da marca e do modelo, o prazo chega a dois anos. Antes da covid, algumas entregas eram feitas em três meses, segundo ele.

A Sertrading importou cerca de R$ 1,5 bilhão em aeronaves em 2021. No último ano antes da pandemia, haviam sido R$ 700 milhões. “Em 2018 e 2019, o mercado vinha mostrando uma recuperação, mas agora sentimos um aquecimento completamente diferente”, diz. O empresário, porém, pondera que o melhor ano da retomada pode ter sido 2022. “O mercado continua aquecido, mas a euforia parece estar um pouco menor” afirma ele, que espera repetir, em 2023, a importação de 30 aeronaves, mesmo número de 2022.

Após avançar na pandemia, o mercado de aviação executiva brasileiro dá sinais de estar se estabelecendo em um novo patamar. Em julho, a frota do país tinha 9.723 aeronaves, um aumento de 6,4% na comparação com o mesmo mês de 2019.

A venda de aviões e helicópteros executivos cresceu nos últimos anos conforme profissionais precisavam viajar para trabalhar, mas não havia oferta de voos comerciais por causa da covid-19. Diante disso, empresas optaram por comprar aeronaves próprias. Parte do setor da aviação acreditava que a alta demanda seria temporária e que as vendas voltariam ao patamar anterior passada a pandemia. Não foi o que ocorreu.

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“Se me perguntassem no início de 2022, eu talvez afirmasse que o aumento dos negócios era uma bolha gerada pelo desequilíbrio de oferta e demanda. Não parece mais ser o caso”, diz Flávio Pires, diretor executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A entidade é organizadora da Labace, feira do setor que acontece de hoje até quinta-feira, 10, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Estarão expostas 45 aeronaves, cujos preços alcançam US$ 67 milhões (R$ 330 milhões).

Pires afirma acreditar que o setor manterá o ritmo de crescimento dos anos anteriores em 2023, com aumento das vendas entre 10% a 15%. Também neste ano, a frota brasileira deve avançar. No mês passado, ela era 2,5% maior do que no mesmo período de 2022. Em julho do ano passado, o aumento era de 1,8%.

Diretor de vendas da aviação executiva da Embraer, Gustavo Teixeira diz que o setor está mantendo um “bom momento” nos últimos anos e que tem agora um “novo normal”. A empresa não revela o número de aviões executivos vendidos no Brasil, mas pretende entregar, no mundo todo, entre 120 e 130 jatos em 2023. Em 2022, foram 102 e, em 2021, 93.

Teixeira afirma que hoje 30% dos clientes são de primeira compra. Antes, eram 10%. Isso significa que o mercado está em expansão. “Há uma migração da aviação comercial para a executiva. Antes da pandemia, havia empresa que já tinha condição de ser usuária de avião executivo, mas não estava usufruindo. Na pandemia, elas perceberam os benefícios de ter um jato e acabaram ficando.”

Ainda de acordo com o executivo, com o aumento da demanda - não só no Brasil, mas no mundo todo -, o estoque de aeronaves usadas à venda caiu de 8% a 10% da frota mundial para entre 3% e 5%.

Segundo o vice-presidente de vendas para América Latina da Dassault Falcon Jet, Rodrigo Pessoa, a chegada de novos clientes ao mercado tem movimentado sobretudo o mercado de aeronaves usadas. Ele também destaca que o setor se mantém aquecido desde 2021.

Na TAM Aviação Executiva, as vendas cresceram de 42 aeronaves em 2019 para 106 no ano passado. O diretor executivo da companhia, Leonardo Fiuza, também afirma que a demanda tanto por aeronaves novas como usadas continua em alta desde o começo da pandemia.

Com o mercado aquecido e com as fabricantes ainda enfrentando dificuldades para produzir devido à falta de peças decorrente das interrupções das cadeias na pandemia, o prazo para entrega aumentou. Segundo Fiuza, hoje leva de um ano e meio a dois anos para o fabricante entregar uma aeronave nova.

A importadora Sertrading também percebe a demora nas entregas. Luciano Sapata, sócio da empresa, diz que, dependendo da marca e do modelo, o prazo chega a dois anos. Antes da covid, algumas entregas eram feitas em três meses, segundo ele.

A Sertrading importou cerca de R$ 1,5 bilhão em aeronaves em 2021. No último ano antes da pandemia, haviam sido R$ 700 milhões. “Em 2018 e 2019, o mercado vinha mostrando uma recuperação, mas agora sentimos um aquecimento completamente diferente”, diz. O empresário, porém, pondera que o melhor ano da retomada pode ter sido 2022. “O mercado continua aquecido, mas a euforia parece estar um pouco menor” afirma ele, que espera repetir, em 2023, a importação de 30 aeronaves, mesmo número de 2022.

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