A JBS anunciou a suspensão, por três dias, da produção de carne bovina em 33 das 36 unidades da empresa no Brasil. A suspensão é reflexo direto da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que acabou resultando na redução da demanda por carne, principalmente pelo bloqueio das exportações.
Além da suspensão temporária, o grupo também informou que, na próxima semana, todas as suas unidades passarão a operar com uma redução de 35% na sua produção. “Essas medidas visam a ajustar a produção até que se tenha uma definição referente aos embargos impostos pelos países importadores da carne brasileira”, disse a empresa, em nota.
Maior produtora de carnes do mundo, a JBS tem uma capacidade de produção diária no Brasil estimada em cerca de 35 mil cabeças de gado por dia, o equivalente a mais de 40% da produção brasileira. Mas a maior parte da produção da companhia não está no Brasil, e sim em suas plantas no exterior. “No total, 72,7% das receitas da JBS são geradas em subsidiárias nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e na Europa, que não teriam nenhuma exposição real às investigações feitas Brasil”, disse, em relatório, a agência Moody’s.
15 perguntas e respostas sobre a Operação Carne Fraca
Segundo analistas que acompanham a empresa, a suspensão da produção anunciada não deve ter realmente grande reflexo financeiro, até porque a JBS tem capacidade de recuperar a produção dos dias parados em pouco tempo, e também pelo fato de o boi poder ser mantido nos pastos, sem prejuízo ou sem necessidade de abate, como acontece no caso dos frangos. Além disso, com a queda na demanda, a empresa acaba tendo maior poder para negociar os preços do boi com os pecuaristas, transferindo parte dos eventuais prejuízos.
Em Mato Grosso, Estado que concentra a maior parte do rebanho bovino do País, a suspensão foi recebida sem grande surpresa. “No momento não assusta. Se a JBS não tomasse essa decisão, o próprio pecuarista iria parar de vender. Estamos no período de águas (chuvas), o que nos ajuda a manter os animais nos pastos”, disse Luis Fernando Conte, produtor na região de Juara e vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Impacto. Os reflexos da Operação Carne Fraca, que investiga corrupção envolvendo empresas e fiscais federais, têm sido fortes no campo econômico. As exportações brasileiras caíram de uma média de US$ 63 milhões para cerca de US$ 70 mil por dia, após os embargos impostos por vários países importadores.
Em Colombo, no Paraná, os frigoríficos Master Carne e Souza Ramos, investigados na operação, fecharam as portas e demitiram 280 funcionários. A unidade da BRF em Toledo, também no Paraná, deu férias coletivas para seus 1,7 mil empregados. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, estimou que as perdas para o Brasil em exportações de carne este ano podem chegar a US$ 1,5 bilhão. / JOSÉ ROBERTO GOMES, TÂNIA RABELLO E JOSETTE GOULART
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