'Jeitinho brasileiro' na hora de exportar


Empresários se queixam da falta de estrutura

Por Roberta Scrivano e O GLOBO

A Presley & Mozart sobrevive há três décadas produzindo exclusivamente flautas doces. Na linha de produção, são 11 funcionários e 3 máquinas injetoras de plástico para fabricar 2 milhões de unidades por ano, 30% das quais exportadas, principalmente, para Bolívia, Argentina e Paraguai. Mas um fantasma ameaça cada vez mais a sobrevivência da empresa.

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A fatia de venda ao exterior, que chegou a responder por 53% do faturamento até 2004, está hoje em apenas 35%. Por trás dessa queda, misturam-se em partes iguais o aumento do custo de produção no Brasil e a invasão (às vezes, feita de forma desleal) de produtos chineses. "O nosso custo de produção é muito alto e há muita burocracia e pouco incentivo para exportar", conta André Castro, filho do fundador, que está à frente dos negócios há quase dez anos. "Se há problema para exportar, nós mesmos temos de resolver, não há uma interlocução (por parte do governo) com os outros países para nos aproximar ou facilitar a venda dos produtos."

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A dificuldade de Castro resume um pouco o calvário enfrentado por fábricas de todos os portes e setores do País. Um relatório feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, de 33 setores industriais, 21 diminuíram desde janeiro a parcela da produção destinada à exportação. A entidade afirma que, embora a balança comercial tenha apresentado superávit de US$ 3,2 bilhões em agosto, o resultado é 17% menor que o do mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado do ano até agosto, a queda foi ainda mais expressiva, com saldo 34% inferior na comparação com os mesmos meses de 2011.

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"Os números evidenciam que, em 2012, apesar das medidas anunciadas pelo governo, as exportações continuam caindo em um ritmo proporcionalmente maior do que as importações", diz o relatório, assinado por Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Fiesp.

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O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) concorda. "As exportações caem cada vez mais. Mesmo com o câmbio a R$ 2 ou R$ 2,10, as indústrias não querem exportar porque não vale a pena. Isso ocorre pelos graves problemas estruturais que temos", explica Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi e professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

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Com a infraestrutura aquém do necessário, além da alta carga tributária e da excessiva burocracia, os empresários têm de usar o 'jeitinho brasileiro'. A mãe de André Castro era boliviana. O conhecimento da cultura local é uma vantagem na hora de negociar. O empresário conta com essa identidade cultural para manter os pedidos, além de programar visitas aos compradores - algo que os chineses ainda não fazem.

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Indústrias de maior porte, como a Granol, que agrega valor à soja e faz produtos como óleo, farelo e biodiesel, também têm se esforçado para combater a redução das exportações. Segundo a diretora financeira da empresa, Paula Cadette, o principal problema é a tributação nacional. Os destinos dos produtos Granol são basicamente a União Europeia e a China. "Meu concorrente é o próprio agricultor brasileiro, que vende o grão da soja para outros países sem ser tributado. Eu, que agrego valor à commodity, pago 12% de ICMS na compra do grão. Portanto, chego no porto já com essa carga, o que me tira a competitividade. Se eu pudesse, não exportaria."

A Presley & Mozart sobrevive há três décadas produzindo exclusivamente flautas doces. Na linha de produção, são 11 funcionários e 3 máquinas injetoras de plástico para fabricar 2 milhões de unidades por ano, 30% das quais exportadas, principalmente, para Bolívia, Argentina e Paraguai. Mas um fantasma ameaça cada vez mais a sobrevivência da empresa.

A fatia de venda ao exterior, que chegou a responder por 53% do faturamento até 2004, está hoje em apenas 35%. Por trás dessa queda, misturam-se em partes iguais o aumento do custo de produção no Brasil e a invasão (às vezes, feita de forma desleal) de produtos chineses. "O nosso custo de produção é muito alto e há muita burocracia e pouco incentivo para exportar", conta André Castro, filho do fundador, que está à frente dos negócios há quase dez anos. "Se há problema para exportar, nós mesmos temos de resolver, não há uma interlocução (por parte do governo) com os outros países para nos aproximar ou facilitar a venda dos produtos."

A dificuldade de Castro resume um pouco o calvário enfrentado por fábricas de todos os portes e setores do País. Um relatório feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, de 33 setores industriais, 21 diminuíram desde janeiro a parcela da produção destinada à exportação. A entidade afirma que, embora a balança comercial tenha apresentado superávit de US$ 3,2 bilhões em agosto, o resultado é 17% menor que o do mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado do ano até agosto, a queda foi ainda mais expressiva, com saldo 34% inferior na comparação com os mesmos meses de 2011.

"Os números evidenciam que, em 2012, apesar das medidas anunciadas pelo governo, as exportações continuam caindo em um ritmo proporcionalmente maior do que as importações", diz o relatório, assinado por Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Fiesp.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) concorda. "As exportações caem cada vez mais. Mesmo com o câmbio a R$ 2 ou R$ 2,10, as indústrias não querem exportar porque não vale a pena. Isso ocorre pelos graves problemas estruturais que temos", explica Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi e professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

Com a infraestrutura aquém do necessário, além da alta carga tributária e da excessiva burocracia, os empresários têm de usar o 'jeitinho brasileiro'. A mãe de André Castro era boliviana. O conhecimento da cultura local é uma vantagem na hora de negociar. O empresário conta com essa identidade cultural para manter os pedidos, além de programar visitas aos compradores - algo que os chineses ainda não fazem.

Indústrias de maior porte, como a Granol, que agrega valor à soja e faz produtos como óleo, farelo e biodiesel, também têm se esforçado para combater a redução das exportações. Segundo a diretora financeira da empresa, Paula Cadette, o principal problema é a tributação nacional. Os destinos dos produtos Granol são basicamente a União Europeia e a China. "Meu concorrente é o próprio agricultor brasileiro, que vende o grão da soja para outros países sem ser tributado. Eu, que agrego valor à commodity, pago 12% de ICMS na compra do grão. Portanto, chego no porto já com essa carga, o que me tira a competitividade. Se eu pudesse, não exportaria."

A Presley & Mozart sobrevive há três décadas produzindo exclusivamente flautas doces. Na linha de produção, são 11 funcionários e 3 máquinas injetoras de plástico para fabricar 2 milhões de unidades por ano, 30% das quais exportadas, principalmente, para Bolívia, Argentina e Paraguai. Mas um fantasma ameaça cada vez mais a sobrevivência da empresa.

A fatia de venda ao exterior, que chegou a responder por 53% do faturamento até 2004, está hoje em apenas 35%. Por trás dessa queda, misturam-se em partes iguais o aumento do custo de produção no Brasil e a invasão (às vezes, feita de forma desleal) de produtos chineses. "O nosso custo de produção é muito alto e há muita burocracia e pouco incentivo para exportar", conta André Castro, filho do fundador, que está à frente dos negócios há quase dez anos. "Se há problema para exportar, nós mesmos temos de resolver, não há uma interlocução (por parte do governo) com os outros países para nos aproximar ou facilitar a venda dos produtos."

A dificuldade de Castro resume um pouco o calvário enfrentado por fábricas de todos os portes e setores do País. Um relatório feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, de 33 setores industriais, 21 diminuíram desde janeiro a parcela da produção destinada à exportação. A entidade afirma que, embora a balança comercial tenha apresentado superávit de US$ 3,2 bilhões em agosto, o resultado é 17% menor que o do mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado do ano até agosto, a queda foi ainda mais expressiva, com saldo 34% inferior na comparação com os mesmos meses de 2011.

"Os números evidenciam que, em 2012, apesar das medidas anunciadas pelo governo, as exportações continuam caindo em um ritmo proporcionalmente maior do que as importações", diz o relatório, assinado por Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Fiesp.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) concorda. "As exportações caem cada vez mais. Mesmo com o câmbio a R$ 2 ou R$ 2,10, as indústrias não querem exportar porque não vale a pena. Isso ocorre pelos graves problemas estruturais que temos", explica Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi e professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

Com a infraestrutura aquém do necessário, além da alta carga tributária e da excessiva burocracia, os empresários têm de usar o 'jeitinho brasileiro'. A mãe de André Castro era boliviana. O conhecimento da cultura local é uma vantagem na hora de negociar. O empresário conta com essa identidade cultural para manter os pedidos, além de programar visitas aos compradores - algo que os chineses ainda não fazem.

Indústrias de maior porte, como a Granol, que agrega valor à soja e faz produtos como óleo, farelo e biodiesel, também têm se esforçado para combater a redução das exportações. Segundo a diretora financeira da empresa, Paula Cadette, o principal problema é a tributação nacional. Os destinos dos produtos Granol são basicamente a União Europeia e a China. "Meu concorrente é o próprio agricultor brasileiro, que vende o grão da soja para outros países sem ser tributado. Eu, que agrego valor à commodity, pago 12% de ICMS na compra do grão. Portanto, chego no porto já com essa carga, o que me tira a competitividade. Se eu pudesse, não exportaria."

A Presley & Mozart sobrevive há três décadas produzindo exclusivamente flautas doces. Na linha de produção, são 11 funcionários e 3 máquinas injetoras de plástico para fabricar 2 milhões de unidades por ano, 30% das quais exportadas, principalmente, para Bolívia, Argentina e Paraguai. Mas um fantasma ameaça cada vez mais a sobrevivência da empresa.

A fatia de venda ao exterior, que chegou a responder por 53% do faturamento até 2004, está hoje em apenas 35%. Por trás dessa queda, misturam-se em partes iguais o aumento do custo de produção no Brasil e a invasão (às vezes, feita de forma desleal) de produtos chineses. "O nosso custo de produção é muito alto e há muita burocracia e pouco incentivo para exportar", conta André Castro, filho do fundador, que está à frente dos negócios há quase dez anos. "Se há problema para exportar, nós mesmos temos de resolver, não há uma interlocução (por parte do governo) com os outros países para nos aproximar ou facilitar a venda dos produtos."

A dificuldade de Castro resume um pouco o calvário enfrentado por fábricas de todos os portes e setores do País. Um relatório feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, de 33 setores industriais, 21 diminuíram desde janeiro a parcela da produção destinada à exportação. A entidade afirma que, embora a balança comercial tenha apresentado superávit de US$ 3,2 bilhões em agosto, o resultado é 17% menor que o do mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado do ano até agosto, a queda foi ainda mais expressiva, com saldo 34% inferior na comparação com os mesmos meses de 2011.

"Os números evidenciam que, em 2012, apesar das medidas anunciadas pelo governo, as exportações continuam caindo em um ritmo proporcionalmente maior do que as importações", diz o relatório, assinado por Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da Fiesp.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) concorda. "As exportações caem cada vez mais. Mesmo com o câmbio a R$ 2 ou R$ 2,10, as indústrias não querem exportar porque não vale a pena. Isso ocorre pelos graves problemas estruturais que temos", explica Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi e professor da Universidade de Campinas (Unicamp).

Com a infraestrutura aquém do necessário, além da alta carga tributária e da excessiva burocracia, os empresários têm de usar o 'jeitinho brasileiro'. A mãe de André Castro era boliviana. O conhecimento da cultura local é uma vantagem na hora de negociar. O empresário conta com essa identidade cultural para manter os pedidos, além de programar visitas aos compradores - algo que os chineses ainda não fazem.

Indústrias de maior porte, como a Granol, que agrega valor à soja e faz produtos como óleo, farelo e biodiesel, também têm se esforçado para combater a redução das exportações. Segundo a diretora financeira da empresa, Paula Cadette, o principal problema é a tributação nacional. Os destinos dos produtos Granol são basicamente a União Europeia e a China. "Meu concorrente é o próprio agricultor brasileiro, que vende o grão da soja para outros países sem ser tributado. Eu, que agrego valor à commodity, pago 12% de ICMS na compra do grão. Portanto, chego no porto já com essa carga, o que me tira a competitividade. Se eu pudesse, não exportaria."

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