O outro lado do noticiário

Opinião|Lula admite que empréstimo do Banco dos Brics para a Argentina não vai sair


Como antecipou o ‘Estadão’, resistência de países associados à instituição em relação à mudança de seu estatuto impediu liberação do ‘papagaio’ prometido pelo presidente brasileiro

Por José Fucs
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na terça-feira, 30, que a concessão de uma linha de crédito para a Argentina pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco dos Brics, que ele estava tentando viabilizar, deu ruim.

Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em encontro realizado em Brasília no início de maio: concessão de empréstimo à Argentina pelo Banco dos Brics ficou na promessa Foto: Wilton Junior/Estadão

Como o Estadão antecipou na semana passada, houve resistência de países associados à instituição para a liberação do “papagaio” prometido por Lula ao presidente da Argentina, Alberto Fernández. Ao contrário do que Lula imaginava, faltou apoio para promover a mudança no estatuto do banco que era necessária para concretizar a operação, uma vez que o NDB foi criado com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura exclusivamente para seus membros e não para conceder empréstimos de liquidez a terceiros.

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Também não houve apoio à proposta de concessão de garantias para financiar as exportações brasileiras para a Argentina, que era outra opção defendida por Lula, para aliviar a crise vivida pelo país vizinho, agravada pelo baixo nível de reservas cambiais, hoje calculadas em cerca de US$ 2 bilhões.

“Deselegância”

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Segundo a agência espanhola Efe, Lula confirmou numa roda de jornalistas após o fechamento do encontro de presidentes da América do Sul, em Brasília, que “não foi possível” realizar o negócio, em razão da “dificuldade” existente para mudar o estatuto do banco, hoje dirigido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de forma virtual da reunião anual de governadores do NDB, realizada em Xangai, já havia dito que “não houve tempo” para o grupo analisar o empréstimo para a Argentina, de acordo informações publicadas pelo jornal Clarín, que classificou o resultado do encontro como “mais uma deselegância do Brasil” ao país.

Fundado em 2015 pelos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o NDB hoje reúne também Egito, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Uruguai, admitidos como associados nos últimos anos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na terça-feira, 30, que a concessão de uma linha de crédito para a Argentina pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco dos Brics, que ele estava tentando viabilizar, deu ruim.

Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em encontro realizado em Brasília no início de maio: concessão de empréstimo à Argentina pelo Banco dos Brics ficou na promessa Foto: Wilton Junior/Estadão

Como o Estadão antecipou na semana passada, houve resistência de países associados à instituição para a liberação do “papagaio” prometido por Lula ao presidente da Argentina, Alberto Fernández. Ao contrário do que Lula imaginava, faltou apoio para promover a mudança no estatuto do banco que era necessária para concretizar a operação, uma vez que o NDB foi criado com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura exclusivamente para seus membros e não para conceder empréstimos de liquidez a terceiros.

Também não houve apoio à proposta de concessão de garantias para financiar as exportações brasileiras para a Argentina, que era outra opção defendida por Lula, para aliviar a crise vivida pelo país vizinho, agravada pelo baixo nível de reservas cambiais, hoje calculadas em cerca de US$ 2 bilhões.

“Deselegância”

Segundo a agência espanhola Efe, Lula confirmou numa roda de jornalistas após o fechamento do encontro de presidentes da América do Sul, em Brasília, que “não foi possível” realizar o negócio, em razão da “dificuldade” existente para mudar o estatuto do banco, hoje dirigido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de forma virtual da reunião anual de governadores do NDB, realizada em Xangai, já havia dito que “não houve tempo” para o grupo analisar o empréstimo para a Argentina, de acordo informações publicadas pelo jornal Clarín, que classificou o resultado do encontro como “mais uma deselegância do Brasil” ao país.

Fundado em 2015 pelos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o NDB hoje reúne também Egito, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Uruguai, admitidos como associados nos últimos anos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu na terça-feira, 30, que a concessão de uma linha de crédito para a Argentina pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco dos Brics, que ele estava tentando viabilizar, deu ruim.

Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em encontro realizado em Brasília no início de maio: concessão de empréstimo à Argentina pelo Banco dos Brics ficou na promessa Foto: Wilton Junior/Estadão

Como o Estadão antecipou na semana passada, houve resistência de países associados à instituição para a liberação do “papagaio” prometido por Lula ao presidente da Argentina, Alberto Fernández. Ao contrário do que Lula imaginava, faltou apoio para promover a mudança no estatuto do banco que era necessária para concretizar a operação, uma vez que o NDB foi criado com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura exclusivamente para seus membros e não para conceder empréstimos de liquidez a terceiros.

Também não houve apoio à proposta de concessão de garantias para financiar as exportações brasileiras para a Argentina, que era outra opção defendida por Lula, para aliviar a crise vivida pelo país vizinho, agravada pelo baixo nível de reservas cambiais, hoje calculadas em cerca de US$ 2 bilhões.

“Deselegância”

Segundo a agência espanhola Efe, Lula confirmou numa roda de jornalistas após o fechamento do encontro de presidentes da América do Sul, em Brasília, que “não foi possível” realizar o negócio, em razão da “dificuldade” existente para mudar o estatuto do banco, hoje dirigido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de forma virtual da reunião anual de governadores do NDB, realizada em Xangai, já havia dito que “não houve tempo” para o grupo analisar o empréstimo para a Argentina, de acordo informações publicadas pelo jornal Clarín, que classificou o resultado do encontro como “mais uma deselegância do Brasil” ao país.

Fundado em 2015 pelos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o NDB hoje reúne também Egito, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh e Uruguai, admitidos como associados nos últimos anos.

Opinião por José Fucs

É repórter especial do Estadão. Jornalista desde 1983, foi repórter especial e editor de Economia da revista Época, editor-chefe da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, editor-executivo da Exame e repórter do Estadão, da Gazeta Mercantil e da Folha. Leia publicações anteriores a 18/4/23 em www.estadao.com.br/politica/blog-do-fucs/

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