O outro lado do noticiário

Opinião|Pico dos juros na eleição de 2022 é o maior álibi de Campos Neto contra acusações de Lula


Embora tenha sido indicado para o cargo por Bolsonaro, comandante do Banco Central manteve taxa Selic nas alturas durante a campanha eleitoral, reforçando atuação técnica e autonomia da instituição

Por José Fucs
Atualização:

A cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com o apoio do PT, de seus aliados à esquerda e das centrais sindicais, pode até “levantar a arquibancada”, mas tem muito pouco a ver com os fatos.

De acordo com Lula, o presidente do BC se coloca como “adversário político-ideológico”, tem “rabo preso a compromissos políticos” e não demonstra “capacidade de autonomia” na gestão da política monetária, por conter o corte nos juros, ao contrário do que ele e seus apoiadores gostariam que acontecesse.

Para Lula, no jantar oferecido a Campos Neto pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, o presidente do BC "quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo" Foto: Wilton Júnior/Estadão
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“Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou o presidente antes da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), na semana passada, com o objetivo de pressionar o órgão a ampliar a redução na taxa básica (Selic).

Lula ainda se aproveitou da participação de Campos Neto em jantar oferecido pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, depois da homenagem que lhe foi feita pela Assembleia Legislativa de São Paulo, para reforçar suas críticas ao presidente do BC que, segundo ele, “quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo” no evento. “É preciso saber a quem Campos Neto é submetido”, declarou.

No entanto, embora tenha sido indicado para o cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto tem um álibi poderoso em seu favor contra as acusações de Lula. Foi no período mais agudo da campanha eleitoral de 2022, afinal, que os juros atingiram seu pico mais recente, de 13,75% ao ano, em razão das pressões inflacionárias que surgiram no pós-pandemia, o que certamente não ajudou Bolsonaro no pleito. Além disso, também conta pontos em seu favor o fato de o início do ciclo de queda da taxa básica (Selic) para o atual patamar, de 10,5% ao ano, só ter começado após o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quando as projeções de inflação voltaram a ficar dentro meta (de 1,5% a 4,5% ao ano), reforçando a atuação técnica e a autonomia do Banco Central (veja o gráfico abaixo).

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Se alguém tivesse de reclamar contra Campos Neto, portanto, seria Bolsonaro, que teve de disputar a eleição quando os juros estavam na estratosfera, e não Lula, que vem se beneficiando dos cortes na Selic, apesar da gastança ilimitada de seu governo e dos déficits registrados nas contas públicas. Mas, nem por isso, se viu o ex-presidente e o então ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejando contra a autonomia do BC e contra Campos Neto na época, como Lula está fazendo agora, tentando forçar uma redução artificial nos juros – como ocorreu nos governos Dilma 1 e 2, com resultados trágicos – para obter dividendos políticos imediatos com os cortes.

Mesmo a ida de Campos Neto ao jantar oferecido por Tarcísio está longe de mostrar que sua atuação à frente do BC tem viés político. Assim como compareceu ao evento promovido pelo governador de São Paulo, Campos Neto participou de um churrasco promovido por Lula na Granja do Torto, em Brasília, em dezembro, ao qual também compareceram dirigentes e parlamentares do PT e da base de sustentação do governo no Congresso. E ninguém falou na ocasião que a presença de Campos Neto no convescote presidencial iria colocar em xeque a política monetária praticada pelo BC.

A cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com o apoio do PT, de seus aliados à esquerda e das centrais sindicais, pode até “levantar a arquibancada”, mas tem muito pouco a ver com os fatos.

De acordo com Lula, o presidente do BC se coloca como “adversário político-ideológico”, tem “rabo preso a compromissos políticos” e não demonstra “capacidade de autonomia” na gestão da política monetária, por conter o corte nos juros, ao contrário do que ele e seus apoiadores gostariam que acontecesse.

Para Lula, no jantar oferecido a Campos Neto pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, o presidente do BC "quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo" Foto: Wilton Júnior/Estadão

“Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou o presidente antes da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), na semana passada, com o objetivo de pressionar o órgão a ampliar a redução na taxa básica (Selic).

Lula ainda se aproveitou da participação de Campos Neto em jantar oferecido pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, depois da homenagem que lhe foi feita pela Assembleia Legislativa de São Paulo, para reforçar suas críticas ao presidente do BC que, segundo ele, “quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo” no evento. “É preciso saber a quem Campos Neto é submetido”, declarou.

No entanto, embora tenha sido indicado para o cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto tem um álibi poderoso em seu favor contra as acusações de Lula. Foi no período mais agudo da campanha eleitoral de 2022, afinal, que os juros atingiram seu pico mais recente, de 13,75% ao ano, em razão das pressões inflacionárias que surgiram no pós-pandemia, o que certamente não ajudou Bolsonaro no pleito. Além disso, também conta pontos em seu favor o fato de o início do ciclo de queda da taxa básica (Selic) para o atual patamar, de 10,5% ao ano, só ter começado após o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quando as projeções de inflação voltaram a ficar dentro meta (de 1,5% a 4,5% ao ano), reforçando a atuação técnica e a autonomia do Banco Central (veja o gráfico abaixo).

Se alguém tivesse de reclamar contra Campos Neto, portanto, seria Bolsonaro, que teve de disputar a eleição quando os juros estavam na estratosfera, e não Lula, que vem se beneficiando dos cortes na Selic, apesar da gastança ilimitada de seu governo e dos déficits registrados nas contas públicas. Mas, nem por isso, se viu o ex-presidente e o então ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejando contra a autonomia do BC e contra Campos Neto na época, como Lula está fazendo agora, tentando forçar uma redução artificial nos juros – como ocorreu nos governos Dilma 1 e 2, com resultados trágicos – para obter dividendos políticos imediatos com os cortes.

Mesmo a ida de Campos Neto ao jantar oferecido por Tarcísio está longe de mostrar que sua atuação à frente do BC tem viés político. Assim como compareceu ao evento promovido pelo governador de São Paulo, Campos Neto participou de um churrasco promovido por Lula na Granja do Torto, em Brasília, em dezembro, ao qual também compareceram dirigentes e parlamentares do PT e da base de sustentação do governo no Congresso. E ninguém falou na ocasião que a presença de Campos Neto no convescote presidencial iria colocar em xeque a política monetária praticada pelo BC.

A cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com o apoio do PT, de seus aliados à esquerda e das centrais sindicais, pode até “levantar a arquibancada”, mas tem muito pouco a ver com os fatos.

De acordo com Lula, o presidente do BC se coloca como “adversário político-ideológico”, tem “rabo preso a compromissos políticos” e não demonstra “capacidade de autonomia” na gestão da política monetária, por conter o corte nos juros, ao contrário do que ele e seus apoiadores gostariam que acontecesse.

Para Lula, no jantar oferecido a Campos Neto pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, o presidente do BC "quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo" Foto: Wilton Júnior/Estadão

“Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou o presidente antes da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), na semana passada, com o objetivo de pressionar o órgão a ampliar a redução na taxa básica (Selic).

Lula ainda se aproveitou da participação de Campos Neto em jantar oferecido pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, depois da homenagem que lhe foi feita pela Assembleia Legislativa de São Paulo, para reforçar suas críticas ao presidente do BC que, segundo ele, “quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo” no evento. “É preciso saber a quem Campos Neto é submetido”, declarou.

No entanto, embora tenha sido indicado para o cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto tem um álibi poderoso em seu favor contra as acusações de Lula. Foi no período mais agudo da campanha eleitoral de 2022, afinal, que os juros atingiram seu pico mais recente, de 13,75% ao ano, em razão das pressões inflacionárias que surgiram no pós-pandemia, o que certamente não ajudou Bolsonaro no pleito. Além disso, também conta pontos em seu favor o fato de o início do ciclo de queda da taxa básica (Selic) para o atual patamar, de 10,5% ao ano, só ter começado após o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quando as projeções de inflação voltaram a ficar dentro meta (de 1,5% a 4,5% ao ano), reforçando a atuação técnica e a autonomia do Banco Central (veja o gráfico abaixo).

Se alguém tivesse de reclamar contra Campos Neto, portanto, seria Bolsonaro, que teve de disputar a eleição quando os juros estavam na estratosfera, e não Lula, que vem se beneficiando dos cortes na Selic, apesar da gastança ilimitada de seu governo e dos déficits registrados nas contas públicas. Mas, nem por isso, se viu o ex-presidente e o então ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejando contra a autonomia do BC e contra Campos Neto na época, como Lula está fazendo agora, tentando forçar uma redução artificial nos juros – como ocorreu nos governos Dilma 1 e 2, com resultados trágicos – para obter dividendos políticos imediatos com os cortes.

Mesmo a ida de Campos Neto ao jantar oferecido por Tarcísio está longe de mostrar que sua atuação à frente do BC tem viés político. Assim como compareceu ao evento promovido pelo governador de São Paulo, Campos Neto participou de um churrasco promovido por Lula na Granja do Torto, em Brasília, em dezembro, ao qual também compareceram dirigentes e parlamentares do PT e da base de sustentação do governo no Congresso. E ninguém falou na ocasião que a presença de Campos Neto no convescote presidencial iria colocar em xeque a política monetária praticada pelo BC.

A cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com o apoio do PT, de seus aliados à esquerda e das centrais sindicais, pode até “levantar a arquibancada”, mas tem muito pouco a ver com os fatos.

De acordo com Lula, o presidente do BC se coloca como “adversário político-ideológico”, tem “rabo preso a compromissos políticos” e não demonstra “capacidade de autonomia” na gestão da política monetária, por conter o corte nos juros, ao contrário do que ele e seus apoiadores gostariam que acontecesse.

Para Lula, no jantar oferecido a Campos Neto pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, o presidente do BC "quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo" Foto: Wilton Júnior/Estadão

“Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou o presidente antes da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), na semana passada, com o objetivo de pressionar o órgão a ampliar a redução na taxa básica (Selic).

Lula ainda se aproveitou da participação de Campos Neto em jantar oferecido pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, depois da homenagem que lhe foi feita pela Assembleia Legislativa de São Paulo, para reforçar suas críticas ao presidente do BC que, segundo ele, “quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo” no evento. “É preciso saber a quem Campos Neto é submetido”, declarou.

No entanto, embora tenha sido indicado para o cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto tem um álibi poderoso em seu favor contra as acusações de Lula. Foi no período mais agudo da campanha eleitoral de 2022, afinal, que os juros atingiram seu pico mais recente, de 13,75% ao ano, em razão das pressões inflacionárias que surgiram no pós-pandemia, o que certamente não ajudou Bolsonaro no pleito. Além disso, também conta pontos em seu favor o fato de o início do ciclo de queda da taxa básica (Selic) para o atual patamar, de 10,5% ao ano, só ter começado após o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quando as projeções de inflação voltaram a ficar dentro meta (de 1,5% a 4,5% ao ano), reforçando a atuação técnica e a autonomia do Banco Central (veja o gráfico abaixo).

Se alguém tivesse de reclamar contra Campos Neto, portanto, seria Bolsonaro, que teve de disputar a eleição quando os juros estavam na estratosfera, e não Lula, que vem se beneficiando dos cortes na Selic, apesar da gastança ilimitada de seu governo e dos déficits registrados nas contas públicas. Mas, nem por isso, se viu o ex-presidente e o então ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejando contra a autonomia do BC e contra Campos Neto na época, como Lula está fazendo agora, tentando forçar uma redução artificial nos juros – como ocorreu nos governos Dilma 1 e 2, com resultados trágicos – para obter dividendos políticos imediatos com os cortes.

Mesmo a ida de Campos Neto ao jantar oferecido por Tarcísio está longe de mostrar que sua atuação à frente do BC tem viés político. Assim como compareceu ao evento promovido pelo governador de São Paulo, Campos Neto participou de um churrasco promovido por Lula na Granja do Torto, em Brasília, em dezembro, ao qual também compareceram dirigentes e parlamentares do PT e da base de sustentação do governo no Congresso. E ninguém falou na ocasião que a presença de Campos Neto no convescote presidencial iria colocar em xeque a política monetária praticada pelo BC.

A cruzada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com o apoio do PT, de seus aliados à esquerda e das centrais sindicais, pode até “levantar a arquibancada”, mas tem muito pouco a ver com os fatos.

De acordo com Lula, o presidente do BC se coloca como “adversário político-ideológico”, tem “rabo preso a compromissos políticos” e não demonstra “capacidade de autonomia” na gestão da política monetária, por conter o corte nos juros, ao contrário do que ele e seus apoiadores gostariam que acontecesse.

Para Lula, no jantar oferecido a Campos Neto pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, o presidente do BC "quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo" Foto: Wilton Júnior/Estadão

“Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de demonstrar que não está preocupado com a nossa governança”, afirmou o presidente antes da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), na semana passada, com o objetivo de pressionar o órgão a ampliar a redução na taxa básica (Selic).

Lula ainda se aproveitou da participação de Campos Neto em jantar oferecido pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas, depois da homenagem que lhe foi feita pela Assembleia Legislativa de São Paulo, para reforçar suas críticas ao presidente do BC que, segundo ele, “quase assumiu a candidatura ao governo de São Paulo” no evento. “É preciso saber a quem Campos Neto é submetido”, declarou.

No entanto, embora tenha sido indicado para o cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, Campos Neto tem um álibi poderoso em seu favor contra as acusações de Lula. Foi no período mais agudo da campanha eleitoral de 2022, afinal, que os juros atingiram seu pico mais recente, de 13,75% ao ano, em razão das pressões inflacionárias que surgiram no pós-pandemia, o que certamente não ajudou Bolsonaro no pleito. Além disso, também conta pontos em seu favor o fato de o início do ciclo de queda da taxa básica (Selic) para o atual patamar, de 10,5% ao ano, só ter começado após o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quando as projeções de inflação voltaram a ficar dentro meta (de 1,5% a 4,5% ao ano), reforçando a atuação técnica e a autonomia do Banco Central (veja o gráfico abaixo).

Se alguém tivesse de reclamar contra Campos Neto, portanto, seria Bolsonaro, que teve de disputar a eleição quando os juros estavam na estratosfera, e não Lula, que vem se beneficiando dos cortes na Selic, apesar da gastança ilimitada de seu governo e dos déficits registrados nas contas públicas. Mas, nem por isso, se viu o ex-presidente e o então ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejando contra a autonomia do BC e contra Campos Neto na época, como Lula está fazendo agora, tentando forçar uma redução artificial nos juros – como ocorreu nos governos Dilma 1 e 2, com resultados trágicos – para obter dividendos políticos imediatos com os cortes.

Mesmo a ida de Campos Neto ao jantar oferecido por Tarcísio está longe de mostrar que sua atuação à frente do BC tem viés político. Assim como compareceu ao evento promovido pelo governador de São Paulo, Campos Neto participou de um churrasco promovido por Lula na Granja do Torto, em Brasília, em dezembro, ao qual também compareceram dirigentes e parlamentares do PT e da base de sustentação do governo no Congresso. E ninguém falou na ocasião que a presença de Campos Neto no convescote presidencial iria colocar em xeque a política monetária praticada pelo BC.

Opinião por José Fucs

É repórter especial do Estadão. Jornalista desde 1983, foi repórter especial e editor de Economia da revista Época, editor-chefe da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, editor-executivo da Exame e repórter do Estadão, da Gazeta Mercantil e da Folha. Leia publicações anteriores a 18/4/23 em www.estadao.com.br/politica/blog-do-fucs/

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