Professor da PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo escreve quinzenalmente

Opinião|Volatilidade atual do câmbio é conjuntural ou estrutural?


Economistas tentam responder pergunta ao avaliar expectativas sobre diferenciais entre as taxas de juros no Brasil e no exterior

Por José Márcio de Camargo

Após um breve período de valorização entre meados de março e meados de maio de 2023 (de R$ 5,30/US$ 1,00 para R$ 4,90/US$ 1,00), a taxa de câmbio no Brasil reverteu a trajetória e mostrou desvalorização nos últimos 15 dias de maio, atingindo R$ 5,07/US$ 1,00 no fim do mês, voltando a se valorizar na semana seguinte. Uma pergunta que tem preocupado os analistas é se essa volatilidade é de caráter conjuntural ou se é estrutural, decorrente dos fundamentos da economia brasileira e da economia mundial.

As variáveis mais importantes que afetam a trajetória da taxa de câmbio são: a sustentabilidade fiscal, os diferenciais de taxa de juros entre o Brasil e os Estados Unidos e entre o Brasil e seus pares emergentes e as expectativas quanto ao comportamento desses diferenciais no futuro próximo.

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Após a divulgação do arcabouço fiscal e sua aprovação pela Câmara dos Deputados, a variável que parece estar dominando o comportamento da taxa de câmbio é, exatamente, a expectativa quanto ao comportamento do diferencial de juros.

Banco Central determina a taxa de juros Selic, usada pelo governo em seus títulos Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos está bastante elevado. Enquanto no Brasil a Selic está em 13,75% ao ano, nos Estados Unidos a taxa básica de juros está entre 5,0% e 5,25% ao ano. Entretanto, enquanto nos Estados Unidos as expectativas apontam para um provável aumento de pelo menos 0,25 ponto de porcentagem (p.p.) da taxa básica de juros, o que a levaria para o nível entre 5,25% e 5,5% ao ano, no Brasil a expectativa é de que o Banco Central deverá reduzir a Selic em setembro e terminar 2023 com a taxa básica de juros próxima a 12,0% ao ano. Isso significaria uma redução do diferencial de 8,5 p.p. para 6,5 p.p., ou seja, 2,0 p.p. em menos de seis meses.

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Além disso, praticamente todos os países emergentes estão aumentando suas taxas de juros. Como a expectativa é de que o Brasil deverá ser o primeiro país a iniciar o processo de redução da taxa de juros, o diferencial de juros entre o Brasil e seus pares também deverá diminuir.

Enquanto as expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros internacionais não estabilizarem, teremos volatilidade na taxa de câmbio. Com taxas de juros internacionais mais elevadas, a taxa neutra de juros (a taxa que mantém a inflação constante) no Brasil deve também estar mais alta. O espaço para a redução de juros vai depender, cada vez mais, das políticas monetárias “internacionais”.

Após um breve período de valorização entre meados de março e meados de maio de 2023 (de R$ 5,30/US$ 1,00 para R$ 4,90/US$ 1,00), a taxa de câmbio no Brasil reverteu a trajetória e mostrou desvalorização nos últimos 15 dias de maio, atingindo R$ 5,07/US$ 1,00 no fim do mês, voltando a se valorizar na semana seguinte. Uma pergunta que tem preocupado os analistas é se essa volatilidade é de caráter conjuntural ou se é estrutural, decorrente dos fundamentos da economia brasileira e da economia mundial.

As variáveis mais importantes que afetam a trajetória da taxa de câmbio são: a sustentabilidade fiscal, os diferenciais de taxa de juros entre o Brasil e os Estados Unidos e entre o Brasil e seus pares emergentes e as expectativas quanto ao comportamento desses diferenciais no futuro próximo.

Após a divulgação do arcabouço fiscal e sua aprovação pela Câmara dos Deputados, a variável que parece estar dominando o comportamento da taxa de câmbio é, exatamente, a expectativa quanto ao comportamento do diferencial de juros.

Banco Central determina a taxa de juros Selic, usada pelo governo em seus títulos Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos está bastante elevado. Enquanto no Brasil a Selic está em 13,75% ao ano, nos Estados Unidos a taxa básica de juros está entre 5,0% e 5,25% ao ano. Entretanto, enquanto nos Estados Unidos as expectativas apontam para um provável aumento de pelo menos 0,25 ponto de porcentagem (p.p.) da taxa básica de juros, o que a levaria para o nível entre 5,25% e 5,5% ao ano, no Brasil a expectativa é de que o Banco Central deverá reduzir a Selic em setembro e terminar 2023 com a taxa básica de juros próxima a 12,0% ao ano. Isso significaria uma redução do diferencial de 8,5 p.p. para 6,5 p.p., ou seja, 2,0 p.p. em menos de seis meses.

Além disso, praticamente todos os países emergentes estão aumentando suas taxas de juros. Como a expectativa é de que o Brasil deverá ser o primeiro país a iniciar o processo de redução da taxa de juros, o diferencial de juros entre o Brasil e seus pares também deverá diminuir.

Enquanto as expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros internacionais não estabilizarem, teremos volatilidade na taxa de câmbio. Com taxas de juros internacionais mais elevadas, a taxa neutra de juros (a taxa que mantém a inflação constante) no Brasil deve também estar mais alta. O espaço para a redução de juros vai depender, cada vez mais, das políticas monetárias “internacionais”.

Após um breve período de valorização entre meados de março e meados de maio de 2023 (de R$ 5,30/US$ 1,00 para R$ 4,90/US$ 1,00), a taxa de câmbio no Brasil reverteu a trajetória e mostrou desvalorização nos últimos 15 dias de maio, atingindo R$ 5,07/US$ 1,00 no fim do mês, voltando a se valorizar na semana seguinte. Uma pergunta que tem preocupado os analistas é se essa volatilidade é de caráter conjuntural ou se é estrutural, decorrente dos fundamentos da economia brasileira e da economia mundial.

As variáveis mais importantes que afetam a trajetória da taxa de câmbio são: a sustentabilidade fiscal, os diferenciais de taxa de juros entre o Brasil e os Estados Unidos e entre o Brasil e seus pares emergentes e as expectativas quanto ao comportamento desses diferenciais no futuro próximo.

Após a divulgação do arcabouço fiscal e sua aprovação pela Câmara dos Deputados, a variável que parece estar dominando o comportamento da taxa de câmbio é, exatamente, a expectativa quanto ao comportamento do diferencial de juros.

Banco Central determina a taxa de juros Selic, usada pelo governo em seus títulos Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos está bastante elevado. Enquanto no Brasil a Selic está em 13,75% ao ano, nos Estados Unidos a taxa básica de juros está entre 5,0% e 5,25% ao ano. Entretanto, enquanto nos Estados Unidos as expectativas apontam para um provável aumento de pelo menos 0,25 ponto de porcentagem (p.p.) da taxa básica de juros, o que a levaria para o nível entre 5,25% e 5,5% ao ano, no Brasil a expectativa é de que o Banco Central deverá reduzir a Selic em setembro e terminar 2023 com a taxa básica de juros próxima a 12,0% ao ano. Isso significaria uma redução do diferencial de 8,5 p.p. para 6,5 p.p., ou seja, 2,0 p.p. em menos de seis meses.

Além disso, praticamente todos os países emergentes estão aumentando suas taxas de juros. Como a expectativa é de que o Brasil deverá ser o primeiro país a iniciar o processo de redução da taxa de juros, o diferencial de juros entre o Brasil e seus pares também deverá diminuir.

Enquanto as expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros internacionais não estabilizarem, teremos volatilidade na taxa de câmbio. Com taxas de juros internacionais mais elevadas, a taxa neutra de juros (a taxa que mantém a inflação constante) no Brasil deve também estar mais alta. O espaço para a redução de juros vai depender, cada vez mais, das políticas monetárias “internacionais”.

Após um breve período de valorização entre meados de março e meados de maio de 2023 (de R$ 5,30/US$ 1,00 para R$ 4,90/US$ 1,00), a taxa de câmbio no Brasil reverteu a trajetória e mostrou desvalorização nos últimos 15 dias de maio, atingindo R$ 5,07/US$ 1,00 no fim do mês, voltando a se valorizar na semana seguinte. Uma pergunta que tem preocupado os analistas é se essa volatilidade é de caráter conjuntural ou se é estrutural, decorrente dos fundamentos da economia brasileira e da economia mundial.

As variáveis mais importantes que afetam a trajetória da taxa de câmbio são: a sustentabilidade fiscal, os diferenciais de taxa de juros entre o Brasil e os Estados Unidos e entre o Brasil e seus pares emergentes e as expectativas quanto ao comportamento desses diferenciais no futuro próximo.

Após a divulgação do arcabouço fiscal e sua aprovação pela Câmara dos Deputados, a variável que parece estar dominando o comportamento da taxa de câmbio é, exatamente, a expectativa quanto ao comportamento do diferencial de juros.

Banco Central determina a taxa de juros Selic, usada pelo governo em seus títulos Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos está bastante elevado. Enquanto no Brasil a Selic está em 13,75% ao ano, nos Estados Unidos a taxa básica de juros está entre 5,0% e 5,25% ao ano. Entretanto, enquanto nos Estados Unidos as expectativas apontam para um provável aumento de pelo menos 0,25 ponto de porcentagem (p.p.) da taxa básica de juros, o que a levaria para o nível entre 5,25% e 5,5% ao ano, no Brasil a expectativa é de que o Banco Central deverá reduzir a Selic em setembro e terminar 2023 com a taxa básica de juros próxima a 12,0% ao ano. Isso significaria uma redução do diferencial de 8,5 p.p. para 6,5 p.p., ou seja, 2,0 p.p. em menos de seis meses.

Além disso, praticamente todos os países emergentes estão aumentando suas taxas de juros. Como a expectativa é de que o Brasil deverá ser o primeiro país a iniciar o processo de redução da taxa de juros, o diferencial de juros entre o Brasil e seus pares também deverá diminuir.

Enquanto as expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros internacionais não estabilizarem, teremos volatilidade na taxa de câmbio. Com taxas de juros internacionais mais elevadas, a taxa neutra de juros (a taxa que mantém a inflação constante) no Brasil deve também estar mais alta. O espaço para a redução de juros vai depender, cada vez mais, das políticas monetárias “internacionais”.

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Professor aposentado do Departamento de Economia da PUC-Rio, é economista-chefe da Genial Investimentos

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