Economista e sócio da MB Associados

Opinião|Affonso Celso Pastore foi um economista excepcional e uma pessoa maravilhosa


Affonso foi meu professor na USP, e depois amigo durante 61 anos, até as últimas mensagens no dia 15 de fevereiro

Por José Roberto Mendonça de Barros
Atualização:

Em março de 1963, cursando o segundo ano de Economia na hoje FEA/USP, fui aluno do curso de Estatística Geral ministrado por um jovem assistente do professor Luiz de Freitas Bueno – Affonso Celso Pastore.

Iniciava ali uma ligação que se tornou forte e se manteve até agora, 61 anos depois. Nossa última troca de mensagens foi no último dia 15, a propósito de um trabalho que fazíamos juntos.

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Embora ainda não tivesse ideia, a utilização de métodos quantitativos em trabalhos empíricos, uma novidade na época, era o início de uma revolução na forma de analisar a economia e de propor novas soluções para as questões do desenvolvimento.

Seguiram-se os cursos de Estatística Econômica e de Econometria, muito estudo e um aprendizado difícil, incluindo ajustar regressões na mão com velhas máquinas de manivela Facit. O entusiasmo de Affonso sempre nos ajudou, e aprendemos a olhar cuidadosamente os números, plotar gráficos e assim por diante. Ele sempre dizia que era preciso sentir o que os dados estavam dizendo.

Affonso Celso Pastore faleceu no último dia 21 de fevereiro. Foi presidente do Banco Central e economista do Estadão Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
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Em paralelo, Antonio Delfim Netto iniciava a turma nas questões de desenvolvimento econômico, processo intrinsicamente tenso, no qual a solução de uma questão abre dois novos desafios. Adicionalmente, a professora Alice Canabrava nos ensinava como o entendimento da história é indispensável para habilitar o economista a entender o mundo em que vive.

No último ano da escola, fui monitor de pesquisa num grupo liderado pelo professor Delfim e tive a oportunidade de fazer trabalho estatístico em duas notáveis pesquisas. A primeira foi sobre a política cafeeira: O Café do Brasil - Vinte Anos de Substituição no Mercado Internacional. A outra acabou sendo a tese de doutorado de Affonso: A resposta da produção agrícola aos preços no Brasil.

Em paralelo à atividade na FEA, comecei a administrar uma fazenda de café na região de Maringá, o que acabou reforçando a minha conexão com o agronegócio. E isso me levou ao tema de minha tese de doutorado, defendida em 1973, em que propunha que o Brasil poderia vir a exportar até US$ 300 milhões de um produto pouquíssimo conhecido à época, a soja. O orientador do trabalho, naturalmente, foi o Affonso. Desde então, o vínculo que nos uniu por décadas só fez aumentar.

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Esse início da vida adulta me veio à mente quando a Cristina me avisou, muito cedinho no dia 21, do passamento de Affonso, um economista excepcional, companheiro de muitos sofrimentos são-paulinos e uma pessoa maravilhosa.

Vai em paz, amigo. Foi uma alegria tê-lo conhecido.

Em março de 1963, cursando o segundo ano de Economia na hoje FEA/USP, fui aluno do curso de Estatística Geral ministrado por um jovem assistente do professor Luiz de Freitas Bueno – Affonso Celso Pastore.

Iniciava ali uma ligação que se tornou forte e se manteve até agora, 61 anos depois. Nossa última troca de mensagens foi no último dia 15, a propósito de um trabalho que fazíamos juntos.

Embora ainda não tivesse ideia, a utilização de métodos quantitativos em trabalhos empíricos, uma novidade na época, era o início de uma revolução na forma de analisar a economia e de propor novas soluções para as questões do desenvolvimento.

Seguiram-se os cursos de Estatística Econômica e de Econometria, muito estudo e um aprendizado difícil, incluindo ajustar regressões na mão com velhas máquinas de manivela Facit. O entusiasmo de Affonso sempre nos ajudou, e aprendemos a olhar cuidadosamente os números, plotar gráficos e assim por diante. Ele sempre dizia que era preciso sentir o que os dados estavam dizendo.

Affonso Celso Pastore faleceu no último dia 21 de fevereiro. Foi presidente do Banco Central e economista do Estadão Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Em paralelo, Antonio Delfim Netto iniciava a turma nas questões de desenvolvimento econômico, processo intrinsicamente tenso, no qual a solução de uma questão abre dois novos desafios. Adicionalmente, a professora Alice Canabrava nos ensinava como o entendimento da história é indispensável para habilitar o economista a entender o mundo em que vive.

No último ano da escola, fui monitor de pesquisa num grupo liderado pelo professor Delfim e tive a oportunidade de fazer trabalho estatístico em duas notáveis pesquisas. A primeira foi sobre a política cafeeira: O Café do Brasil - Vinte Anos de Substituição no Mercado Internacional. A outra acabou sendo a tese de doutorado de Affonso: A resposta da produção agrícola aos preços no Brasil.

Em paralelo à atividade na FEA, comecei a administrar uma fazenda de café na região de Maringá, o que acabou reforçando a minha conexão com o agronegócio. E isso me levou ao tema de minha tese de doutorado, defendida em 1973, em que propunha que o Brasil poderia vir a exportar até US$ 300 milhões de um produto pouquíssimo conhecido à época, a soja. O orientador do trabalho, naturalmente, foi o Affonso. Desde então, o vínculo que nos uniu por décadas só fez aumentar.

Esse início da vida adulta me veio à mente quando a Cristina me avisou, muito cedinho no dia 21, do passamento de Affonso, um economista excepcional, companheiro de muitos sofrimentos são-paulinos e uma pessoa maravilhosa.

Vai em paz, amigo. Foi uma alegria tê-lo conhecido.

Em março de 1963, cursando o segundo ano de Economia na hoje FEA/USP, fui aluno do curso de Estatística Geral ministrado por um jovem assistente do professor Luiz de Freitas Bueno – Affonso Celso Pastore.

Iniciava ali uma ligação que se tornou forte e se manteve até agora, 61 anos depois. Nossa última troca de mensagens foi no último dia 15, a propósito de um trabalho que fazíamos juntos.

Embora ainda não tivesse ideia, a utilização de métodos quantitativos em trabalhos empíricos, uma novidade na época, era o início de uma revolução na forma de analisar a economia e de propor novas soluções para as questões do desenvolvimento.

Seguiram-se os cursos de Estatística Econômica e de Econometria, muito estudo e um aprendizado difícil, incluindo ajustar regressões na mão com velhas máquinas de manivela Facit. O entusiasmo de Affonso sempre nos ajudou, e aprendemos a olhar cuidadosamente os números, plotar gráficos e assim por diante. Ele sempre dizia que era preciso sentir o que os dados estavam dizendo.

Affonso Celso Pastore faleceu no último dia 21 de fevereiro. Foi presidente do Banco Central e economista do Estadão Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Em paralelo, Antonio Delfim Netto iniciava a turma nas questões de desenvolvimento econômico, processo intrinsicamente tenso, no qual a solução de uma questão abre dois novos desafios. Adicionalmente, a professora Alice Canabrava nos ensinava como o entendimento da história é indispensável para habilitar o economista a entender o mundo em que vive.

No último ano da escola, fui monitor de pesquisa num grupo liderado pelo professor Delfim e tive a oportunidade de fazer trabalho estatístico em duas notáveis pesquisas. A primeira foi sobre a política cafeeira: O Café do Brasil - Vinte Anos de Substituição no Mercado Internacional. A outra acabou sendo a tese de doutorado de Affonso: A resposta da produção agrícola aos preços no Brasil.

Em paralelo à atividade na FEA, comecei a administrar uma fazenda de café na região de Maringá, o que acabou reforçando a minha conexão com o agronegócio. E isso me levou ao tema de minha tese de doutorado, defendida em 1973, em que propunha que o Brasil poderia vir a exportar até US$ 300 milhões de um produto pouquíssimo conhecido à época, a soja. O orientador do trabalho, naturalmente, foi o Affonso. Desde então, o vínculo que nos uniu por décadas só fez aumentar.

Esse início da vida adulta me veio à mente quando a Cristina me avisou, muito cedinho no dia 21, do passamento de Affonso, um economista excepcional, companheiro de muitos sofrimentos são-paulinos e uma pessoa maravilhosa.

Vai em paz, amigo. Foi uma alegria tê-lo conhecido.

Em março de 1963, cursando o segundo ano de Economia na hoje FEA/USP, fui aluno do curso de Estatística Geral ministrado por um jovem assistente do professor Luiz de Freitas Bueno – Affonso Celso Pastore.

Iniciava ali uma ligação que se tornou forte e se manteve até agora, 61 anos depois. Nossa última troca de mensagens foi no último dia 15, a propósito de um trabalho que fazíamos juntos.

Embora ainda não tivesse ideia, a utilização de métodos quantitativos em trabalhos empíricos, uma novidade na época, era o início de uma revolução na forma de analisar a economia e de propor novas soluções para as questões do desenvolvimento.

Seguiram-se os cursos de Estatística Econômica e de Econometria, muito estudo e um aprendizado difícil, incluindo ajustar regressões na mão com velhas máquinas de manivela Facit. O entusiasmo de Affonso sempre nos ajudou, e aprendemos a olhar cuidadosamente os números, plotar gráficos e assim por diante. Ele sempre dizia que era preciso sentir o que os dados estavam dizendo.

Affonso Celso Pastore faleceu no último dia 21 de fevereiro. Foi presidente do Banco Central e economista do Estadão Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Em paralelo, Antonio Delfim Netto iniciava a turma nas questões de desenvolvimento econômico, processo intrinsicamente tenso, no qual a solução de uma questão abre dois novos desafios. Adicionalmente, a professora Alice Canabrava nos ensinava como o entendimento da história é indispensável para habilitar o economista a entender o mundo em que vive.

No último ano da escola, fui monitor de pesquisa num grupo liderado pelo professor Delfim e tive a oportunidade de fazer trabalho estatístico em duas notáveis pesquisas. A primeira foi sobre a política cafeeira: O Café do Brasil - Vinte Anos de Substituição no Mercado Internacional. A outra acabou sendo a tese de doutorado de Affonso: A resposta da produção agrícola aos preços no Brasil.

Em paralelo à atividade na FEA, comecei a administrar uma fazenda de café na região de Maringá, o que acabou reforçando a minha conexão com o agronegócio. E isso me levou ao tema de minha tese de doutorado, defendida em 1973, em que propunha que o Brasil poderia vir a exportar até US$ 300 milhões de um produto pouquíssimo conhecido à época, a soja. O orientador do trabalho, naturalmente, foi o Affonso. Desde então, o vínculo que nos uniu por décadas só fez aumentar.

Esse início da vida adulta me veio à mente quando a Cristina me avisou, muito cedinho no dia 21, do passamento de Affonso, um economista excepcional, companheiro de muitos sofrimentos são-paulinos e uma pessoa maravilhosa.

Vai em paz, amigo. Foi uma alegria tê-lo conhecido.

Em março de 1963, cursando o segundo ano de Economia na hoje FEA/USP, fui aluno do curso de Estatística Geral ministrado por um jovem assistente do professor Luiz de Freitas Bueno – Affonso Celso Pastore.

Iniciava ali uma ligação que se tornou forte e se manteve até agora, 61 anos depois. Nossa última troca de mensagens foi no último dia 15, a propósito de um trabalho que fazíamos juntos.

Embora ainda não tivesse ideia, a utilização de métodos quantitativos em trabalhos empíricos, uma novidade na época, era o início de uma revolução na forma de analisar a economia e de propor novas soluções para as questões do desenvolvimento.

Seguiram-se os cursos de Estatística Econômica e de Econometria, muito estudo e um aprendizado difícil, incluindo ajustar regressões na mão com velhas máquinas de manivela Facit. O entusiasmo de Affonso sempre nos ajudou, e aprendemos a olhar cuidadosamente os números, plotar gráficos e assim por diante. Ele sempre dizia que era preciso sentir o que os dados estavam dizendo.

Affonso Celso Pastore faleceu no último dia 21 de fevereiro. Foi presidente do Banco Central e economista do Estadão Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Em paralelo, Antonio Delfim Netto iniciava a turma nas questões de desenvolvimento econômico, processo intrinsicamente tenso, no qual a solução de uma questão abre dois novos desafios. Adicionalmente, a professora Alice Canabrava nos ensinava como o entendimento da história é indispensável para habilitar o economista a entender o mundo em que vive.

No último ano da escola, fui monitor de pesquisa num grupo liderado pelo professor Delfim e tive a oportunidade de fazer trabalho estatístico em duas notáveis pesquisas. A primeira foi sobre a política cafeeira: O Café do Brasil - Vinte Anos de Substituição no Mercado Internacional. A outra acabou sendo a tese de doutorado de Affonso: A resposta da produção agrícola aos preços no Brasil.

Em paralelo à atividade na FEA, comecei a administrar uma fazenda de café na região de Maringá, o que acabou reforçando a minha conexão com o agronegócio. E isso me levou ao tema de minha tese de doutorado, defendida em 1973, em que propunha que o Brasil poderia vir a exportar até US$ 300 milhões de um produto pouquíssimo conhecido à época, a soja. O orientador do trabalho, naturalmente, foi o Affonso. Desde então, o vínculo que nos uniu por décadas só fez aumentar.

Esse início da vida adulta me veio à mente quando a Cristina me avisou, muito cedinho no dia 21, do passamento de Affonso, um economista excepcional, companheiro de muitos sofrimentos são-paulinos e uma pessoa maravilhosa.

Vai em paz, amigo. Foi uma alegria tê-lo conhecido.

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