Economista e sócio da MB Associados

Opinião|Como o Brasil pode navegar no cenário internacional


Mesmo com um cenário complexo, o comércio exterior continuará a ser fonte de crescimento

Por José Roberto Mendonça de Barros

Vivemos um período marcado por choques não econômicos: pandemia, aquecimento global e grandes questões geopolíticas (EUA x China e duas guerras).

Estamos em meio a uma revolução tecnológica, acelerada pelo avanço da digitalização, na qual desponta a inteligência artificial. Estamos também pressionados pela necessária transição energética em direção a uma economia de baixo carbono.

Alguns efeitos já começam a aparecer nos fluxos de investimento, com a queda da China como destino, e de comércio, onde a corrente chinesa se dirige cada vez mais para os países em desenvolvimento.

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Nessas condições, o Brasil, que está numa região de pouco interesse estratégico e é produtor confiável, tem de manter conversa com todos os países, pois pode se beneficiar do comércio externo.

Safra agrícola recorde em 2023 ajudou a melhorar a projeção para o crescimento do PIB Foto: Epitácio Pessoa / Estadão

Foi exatamente isso o que ocorreu no ano corrente, quando uma safra e uma balança comercial agrícola recordes levaram à primeira revisão para maior do crescimento do PIB em relação às projeções do início desse exercício.

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Mas não foi apenas nesse grupo de produtos que houve melhoras, pois petróleo e minérios continuaram crescendo firmemente. Assim, projetamos um saldo comercial da ordem de US$ 90 bilhões, valor inédito e cuja magnitude deve se manter nos próximos anos, naturalmente ajustada pelas condições de cada momento no curto prazo.

Mesmo com um cenário internacional complexo, o comércio exterior continuará a ser fonte de crescimento. Nos próximos anos, um novo grupo de produtos vai se incorporar a esse fluxo: materiais de baixo carbono, como etanol C-negativo, SAF e hidrogênio verde.

O crescimento de 2023 deverá ser da ordem de 3%, pois devemos somar a resiliência do mercado de trabalho à política fiscal expansionista e ao início da redução da queda da Selic.

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A aprovação da reforma tributária no Senado certamente reforçará expectativas mais construtivas. Esse cenário continuará a ter como grande fragilidade nossa difícil situação fiscal. Sem resolver isso não haverá crescimento sustentável.

Para 2024, o crescimento projetado será pior, de 2%. Antes de tudo como decorrência do fenômeno do El Niño: se a safra 2023-24 for parecida com a deste ano já será muito bom.

O crescimento dos países desenvolvidos será menor, por conta da política monetária. A sinalização do alívio de juros pode vir no final do primeiro semestre e, se a guerra do Oriente Médio não escalar, o petróleo deverá ter seus preços mais ou menos estáveis, pressionando menos a inflação.

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Assim, imaginamos que a Selic poderá chegar a 9,25%.

Vivemos um período marcado por choques não econômicos: pandemia, aquecimento global e grandes questões geopolíticas (EUA x China e duas guerras).

Estamos em meio a uma revolução tecnológica, acelerada pelo avanço da digitalização, na qual desponta a inteligência artificial. Estamos também pressionados pela necessária transição energética em direção a uma economia de baixo carbono.

Alguns efeitos já começam a aparecer nos fluxos de investimento, com a queda da China como destino, e de comércio, onde a corrente chinesa se dirige cada vez mais para os países em desenvolvimento.

Nessas condições, o Brasil, que está numa região de pouco interesse estratégico e é produtor confiável, tem de manter conversa com todos os países, pois pode se beneficiar do comércio externo.

Safra agrícola recorde em 2023 ajudou a melhorar a projeção para o crescimento do PIB Foto: Epitácio Pessoa / Estadão

Foi exatamente isso o que ocorreu no ano corrente, quando uma safra e uma balança comercial agrícola recordes levaram à primeira revisão para maior do crescimento do PIB em relação às projeções do início desse exercício.

Mas não foi apenas nesse grupo de produtos que houve melhoras, pois petróleo e minérios continuaram crescendo firmemente. Assim, projetamos um saldo comercial da ordem de US$ 90 bilhões, valor inédito e cuja magnitude deve se manter nos próximos anos, naturalmente ajustada pelas condições de cada momento no curto prazo.

Mesmo com um cenário internacional complexo, o comércio exterior continuará a ser fonte de crescimento. Nos próximos anos, um novo grupo de produtos vai se incorporar a esse fluxo: materiais de baixo carbono, como etanol C-negativo, SAF e hidrogênio verde.

O crescimento de 2023 deverá ser da ordem de 3%, pois devemos somar a resiliência do mercado de trabalho à política fiscal expansionista e ao início da redução da queda da Selic.

A aprovação da reforma tributária no Senado certamente reforçará expectativas mais construtivas. Esse cenário continuará a ter como grande fragilidade nossa difícil situação fiscal. Sem resolver isso não haverá crescimento sustentável.

Para 2024, o crescimento projetado será pior, de 2%. Antes de tudo como decorrência do fenômeno do El Niño: se a safra 2023-24 for parecida com a deste ano já será muito bom.

O crescimento dos países desenvolvidos será menor, por conta da política monetária. A sinalização do alívio de juros pode vir no final do primeiro semestre e, se a guerra do Oriente Médio não escalar, o petróleo deverá ter seus preços mais ou menos estáveis, pressionando menos a inflação.

Assim, imaginamos que a Selic poderá chegar a 9,25%.

Vivemos um período marcado por choques não econômicos: pandemia, aquecimento global e grandes questões geopolíticas (EUA x China e duas guerras).

Estamos em meio a uma revolução tecnológica, acelerada pelo avanço da digitalização, na qual desponta a inteligência artificial. Estamos também pressionados pela necessária transição energética em direção a uma economia de baixo carbono.

Alguns efeitos já começam a aparecer nos fluxos de investimento, com a queda da China como destino, e de comércio, onde a corrente chinesa se dirige cada vez mais para os países em desenvolvimento.

Nessas condições, o Brasil, que está numa região de pouco interesse estratégico e é produtor confiável, tem de manter conversa com todos os países, pois pode se beneficiar do comércio externo.

Safra agrícola recorde em 2023 ajudou a melhorar a projeção para o crescimento do PIB Foto: Epitácio Pessoa / Estadão

Foi exatamente isso o que ocorreu no ano corrente, quando uma safra e uma balança comercial agrícola recordes levaram à primeira revisão para maior do crescimento do PIB em relação às projeções do início desse exercício.

Mas não foi apenas nesse grupo de produtos que houve melhoras, pois petróleo e minérios continuaram crescendo firmemente. Assim, projetamos um saldo comercial da ordem de US$ 90 bilhões, valor inédito e cuja magnitude deve se manter nos próximos anos, naturalmente ajustada pelas condições de cada momento no curto prazo.

Mesmo com um cenário internacional complexo, o comércio exterior continuará a ser fonte de crescimento. Nos próximos anos, um novo grupo de produtos vai se incorporar a esse fluxo: materiais de baixo carbono, como etanol C-negativo, SAF e hidrogênio verde.

O crescimento de 2023 deverá ser da ordem de 3%, pois devemos somar a resiliência do mercado de trabalho à política fiscal expansionista e ao início da redução da queda da Selic.

A aprovação da reforma tributária no Senado certamente reforçará expectativas mais construtivas. Esse cenário continuará a ter como grande fragilidade nossa difícil situação fiscal. Sem resolver isso não haverá crescimento sustentável.

Para 2024, o crescimento projetado será pior, de 2%. Antes de tudo como decorrência do fenômeno do El Niño: se a safra 2023-24 for parecida com a deste ano já será muito bom.

O crescimento dos países desenvolvidos será menor, por conta da política monetária. A sinalização do alívio de juros pode vir no final do primeiro semestre e, se a guerra do Oriente Médio não escalar, o petróleo deverá ter seus preços mais ou menos estáveis, pressionando menos a inflação.

Assim, imaginamos que a Selic poderá chegar a 9,25%.

Opinião por José Roberto Mendonça de Barros

Economista e sócio da MB Associados

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