Economista e sócio da MB Associados

Opinião|Economia brasileira não está à beira do colapso


Sinais de um desarranjo, com desvalorização cambial e inflação significativamente mais elevada, ainda não ocorreram e não devem ocorrer

Por José Roberto Mendonça de Barros

O pessimismo anda excessivo. Em alguns momentos, se chegou a projetar um crescimento da Selic de até 13,5%, elevadíssimo frente a uma inflação que anda na faixa de 4,5%. No dia 11 passado, a NTN longa (B 60) chegou a um juro de 6,5%!

Ao contrário do que esses números sugerem, nossa economia não está à beira do colapso. Embora a questão fiscal esteja muito ruim e poderá caminhar para algo insustentável no futuro, parece-me evidente que há um certo exagero no ar.

Sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade.  Foto: JF DIORIO /ESTADÃO
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Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora possível, está longe de ser o mais provável. Isso porque um quadro de desarranjo crescente leva necessariamente a uma pressão no prêmio de risco, que se transforma numa desvalorização cambial e numa inflação consolidada e significativamente mais elevada, algo que ainda não ocorreu.

Não ocorreu e creio que não ocorrerá pela entrada em campo, nesta altura, de um novo ator: o distinto público. A sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade. A experiência da derrocada do governo Dilma já deveria ter ensinado essa lição. E isso é tão mais verdade quanto mais fraco é o governo, especialmente chamuscado que foi nas recentes eleições.

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Assim como o Executivo já aceitou a inevitabilidade da elevação da taxa de juros, vai acabar aceitando que o expansionismo terá que encontrar limites, fazendo com que o impulso fiscal, que já está sendo reduzido neste segundo semestre, tenha que ser reforçado por cortes de gastos nos próximos meses.

****

Estima-se que existam hoje 90 milhões de residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores, muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda a população brasileira.

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Nem a China consegue digerir isso facilmente, e a fraqueza do mercado de construção é uma das principais causas da desaceleração que vem afetando o país. Mas o maior peso vem da arrebatadora tendência de envelhecimento e queda absoluta da população, que se iniciou em 2022. O World Population Prospect 2024 menciona que, de hoje até 2054, haverá no país uma redução de 204 milhões de pessoas!!

Não há como compensar isto. O país vai desacelerar mesmo.

O pessimismo anda excessivo. Em alguns momentos, se chegou a projetar um crescimento da Selic de até 13,5%, elevadíssimo frente a uma inflação que anda na faixa de 4,5%. No dia 11 passado, a NTN longa (B 60) chegou a um juro de 6,5%!

Ao contrário do que esses números sugerem, nossa economia não está à beira do colapso. Embora a questão fiscal esteja muito ruim e poderá caminhar para algo insustentável no futuro, parece-me evidente que há um certo exagero no ar.

Sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade.  Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora possível, está longe de ser o mais provável. Isso porque um quadro de desarranjo crescente leva necessariamente a uma pressão no prêmio de risco, que se transforma numa desvalorização cambial e numa inflação consolidada e significativamente mais elevada, algo que ainda não ocorreu.

Não ocorreu e creio que não ocorrerá pela entrada em campo, nesta altura, de um novo ator: o distinto público. A sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade. A experiência da derrocada do governo Dilma já deveria ter ensinado essa lição. E isso é tão mais verdade quanto mais fraco é o governo, especialmente chamuscado que foi nas recentes eleições.

Assim como o Executivo já aceitou a inevitabilidade da elevação da taxa de juros, vai acabar aceitando que o expansionismo terá que encontrar limites, fazendo com que o impulso fiscal, que já está sendo reduzido neste segundo semestre, tenha que ser reforçado por cortes de gastos nos próximos meses.

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Estima-se que existam hoje 90 milhões de residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores, muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda a população brasileira.

Nem a China consegue digerir isso facilmente, e a fraqueza do mercado de construção é uma das principais causas da desaceleração que vem afetando o país. Mas o maior peso vem da arrebatadora tendência de envelhecimento e queda absoluta da população, que se iniciou em 2022. O World Population Prospect 2024 menciona que, de hoje até 2054, haverá no país uma redução de 204 milhões de pessoas!!

Não há como compensar isto. O país vai desacelerar mesmo.

O pessimismo anda excessivo. Em alguns momentos, se chegou a projetar um crescimento da Selic de até 13,5%, elevadíssimo frente a uma inflação que anda na faixa de 4,5%. No dia 11 passado, a NTN longa (B 60) chegou a um juro de 6,5%!

Ao contrário do que esses números sugerem, nossa economia não está à beira do colapso. Embora a questão fiscal esteja muito ruim e poderá caminhar para algo insustentável no futuro, parece-me evidente que há um certo exagero no ar.

Sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade.  Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora possível, está longe de ser o mais provável. Isso porque um quadro de desarranjo crescente leva necessariamente a uma pressão no prêmio de risco, que se transforma numa desvalorização cambial e numa inflação consolidada e significativamente mais elevada, algo que ainda não ocorreu.

Não ocorreu e creio que não ocorrerá pela entrada em campo, nesta altura, de um novo ator: o distinto público. A sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade. A experiência da derrocada do governo Dilma já deveria ter ensinado essa lição. E isso é tão mais verdade quanto mais fraco é o governo, especialmente chamuscado que foi nas recentes eleições.

Assim como o Executivo já aceitou a inevitabilidade da elevação da taxa de juros, vai acabar aceitando que o expansionismo terá que encontrar limites, fazendo com que o impulso fiscal, que já está sendo reduzido neste segundo semestre, tenha que ser reforçado por cortes de gastos nos próximos meses.

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Estima-se que existam hoje 90 milhões de residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores, muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda a população brasileira.

Nem a China consegue digerir isso facilmente, e a fraqueza do mercado de construção é uma das principais causas da desaceleração que vem afetando o país. Mas o maior peso vem da arrebatadora tendência de envelhecimento e queda absoluta da população, que se iniciou em 2022. O World Population Prospect 2024 menciona que, de hoje até 2054, haverá no país uma redução de 204 milhões de pessoas!!

Não há como compensar isto. O país vai desacelerar mesmo.

O pessimismo anda excessivo. Em alguns momentos, se chegou a projetar um crescimento da Selic de até 13,5%, elevadíssimo frente a uma inflação que anda na faixa de 4,5%. No dia 11 passado, a NTN longa (B 60) chegou a um juro de 6,5%!

Ao contrário do que esses números sugerem, nossa economia não está à beira do colapso. Embora a questão fiscal esteja muito ruim e poderá caminhar para algo insustentável no futuro, parece-me evidente que há um certo exagero no ar.

Sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade.  Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora possível, está longe de ser o mais provável. Isso porque um quadro de desarranjo crescente leva necessariamente a uma pressão no prêmio de risco, que se transforma numa desvalorização cambial e numa inflação consolidada e significativamente mais elevada, algo que ainda não ocorreu.

Não ocorreu e creio que não ocorrerá pela entrada em campo, nesta altura, de um novo ator: o distinto público. A sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os benefícios da previsibilidade. A experiência da derrocada do governo Dilma já deveria ter ensinado essa lição. E isso é tão mais verdade quanto mais fraco é o governo, especialmente chamuscado que foi nas recentes eleições.

Assim como o Executivo já aceitou a inevitabilidade da elevação da taxa de juros, vai acabar aceitando que o expansionismo terá que encontrar limites, fazendo com que o impulso fiscal, que já está sendo reduzido neste segundo semestre, tenha que ser reforçado por cortes de gastos nos próximos meses.

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Estima-se que existam hoje 90 milhões de residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores, muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda a população brasileira.

Nem a China consegue digerir isso facilmente, e a fraqueza do mercado de construção é uma das principais causas da desaceleração que vem afetando o país. Mas o maior peso vem da arrebatadora tendência de envelhecimento e queda absoluta da população, que se iniciou em 2022. O World Population Prospect 2024 menciona que, de hoje até 2054, haverá no país uma redução de 204 milhões de pessoas!!

Não há como compensar isto. O país vai desacelerar mesmo.

Opinião por José Roberto Mendonça de Barros

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