Economista e sócio da MB Associados

Opinião|Plano econômico de Javier Milei na Argentina vai naufragar


Programa não tem nem sequer âncora nominal, nem conjunto de reformas; há também clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela recuperação da produção agrícola

Por José Roberto Mendonça de Barros

O programa econômico argentino não configura um plano consistente e vai naufragar. Seu grande sucesso inicial, a produção de superávit fiscal em janeiro e fevereiro, o primeiro em uma década, que tanto impressionou muitos analistas, é simples de ser produzido. Com inflação de dois dígitos, bastam alguns cortes nominais de pagamentos e transferências para se conseguir quedas reais brutais, como as que se observaram.

O difícil será sustentar esses ganhos em um regime democrático, pelo tempo suficiente para abafar a inflação, em meio ao aumento da pobreza e à forte recessão que serão inevitáveis.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que as famílias e as empresas na Argentina dividem-se em dois grupos: os que só têm pesos (como aposentados e muitos assalariados) e os que têm pesos e moeda estrangeira. O fato de todos eles fazerem contas em dólar só torna mais aguda a dicotomia.

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O dito plano é simples: após uma desvalorização nominal no câmbio oficial, liberam-se preços e tarifas (que na maior parte dos casos são multiplicados por três ou mais) e cortam-se as transferências públicas, que mantêm a inflação alta e produzem uma enorme contração de renda. Por exemplo, ao cabo do primeiro bimestre, em termos reais, as receitas caíram mais de 8%, os gastos primários caíram 28%, as transferências às províncias, 33%, e os dispêndios de capital, 73%.

José Roberto Mendonça de Barros: 'o governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco'.  Foto: Natacha Pisarenko/AP

A grande pergunta é se esse padrão será minimamente sustentável, questão que ganha força se notarmos que o dólar oficial já valorizou 35% desde a última mudança. Vamos ter outra correção?

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Ademais, o plano não tem nem sequer uma âncora nominal, nem um conjunto organizado de reformas econômicas a serem aprovadas pelo Congresso. Ao contrário, as propostas do Executivo alteraram todas as regras simultaneamente na chamada “Lei Ônibus” e estão sendo sistematicamente rejeitadas pelo Congresso e por Tribunais.

O governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco.

Há também uma clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela importante recuperação da produção agrícola. Os indicadores de produção industrial caíram mais de 10% e a construção, mais de 6% em janeiro e fevereiro, antevendo o que vem adiante.

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É muito difícil imaginar que se absorva sem reações uma queda abrupta de 20% a 30% na renda real de parte significativa da sociedade, que já ostentava na origem níveis elevados de pobreza, em regime democrático.

Os níveis de incerteza voltarão a se elevar. O plano vai naufragar.

O programa econômico argentino não configura um plano consistente e vai naufragar. Seu grande sucesso inicial, a produção de superávit fiscal em janeiro e fevereiro, o primeiro em uma década, que tanto impressionou muitos analistas, é simples de ser produzido. Com inflação de dois dígitos, bastam alguns cortes nominais de pagamentos e transferências para se conseguir quedas reais brutais, como as que se observaram.

O difícil será sustentar esses ganhos em um regime democrático, pelo tempo suficiente para abafar a inflação, em meio ao aumento da pobreza e à forte recessão que serão inevitáveis.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que as famílias e as empresas na Argentina dividem-se em dois grupos: os que só têm pesos (como aposentados e muitos assalariados) e os que têm pesos e moeda estrangeira. O fato de todos eles fazerem contas em dólar só torna mais aguda a dicotomia.

O dito plano é simples: após uma desvalorização nominal no câmbio oficial, liberam-se preços e tarifas (que na maior parte dos casos são multiplicados por três ou mais) e cortam-se as transferências públicas, que mantêm a inflação alta e produzem uma enorme contração de renda. Por exemplo, ao cabo do primeiro bimestre, em termos reais, as receitas caíram mais de 8%, os gastos primários caíram 28%, as transferências às províncias, 33%, e os dispêndios de capital, 73%.

José Roberto Mendonça de Barros: 'o governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco'.  Foto: Natacha Pisarenko/AP

A grande pergunta é se esse padrão será minimamente sustentável, questão que ganha força se notarmos que o dólar oficial já valorizou 35% desde a última mudança. Vamos ter outra correção?

Ademais, o plano não tem nem sequer uma âncora nominal, nem um conjunto organizado de reformas econômicas a serem aprovadas pelo Congresso. Ao contrário, as propostas do Executivo alteraram todas as regras simultaneamente na chamada “Lei Ônibus” e estão sendo sistematicamente rejeitadas pelo Congresso e por Tribunais.

O governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco.

Há também uma clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela importante recuperação da produção agrícola. Os indicadores de produção industrial caíram mais de 10% e a construção, mais de 6% em janeiro e fevereiro, antevendo o que vem adiante.

É muito difícil imaginar que se absorva sem reações uma queda abrupta de 20% a 30% na renda real de parte significativa da sociedade, que já ostentava na origem níveis elevados de pobreza, em regime democrático.

Os níveis de incerteza voltarão a se elevar. O plano vai naufragar.

O programa econômico argentino não configura um plano consistente e vai naufragar. Seu grande sucesso inicial, a produção de superávit fiscal em janeiro e fevereiro, o primeiro em uma década, que tanto impressionou muitos analistas, é simples de ser produzido. Com inflação de dois dígitos, bastam alguns cortes nominais de pagamentos e transferências para se conseguir quedas reais brutais, como as que se observaram.

O difícil será sustentar esses ganhos em um regime democrático, pelo tempo suficiente para abafar a inflação, em meio ao aumento da pobreza e à forte recessão que serão inevitáveis.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que as famílias e as empresas na Argentina dividem-se em dois grupos: os que só têm pesos (como aposentados e muitos assalariados) e os que têm pesos e moeda estrangeira. O fato de todos eles fazerem contas em dólar só torna mais aguda a dicotomia.

O dito plano é simples: após uma desvalorização nominal no câmbio oficial, liberam-se preços e tarifas (que na maior parte dos casos são multiplicados por três ou mais) e cortam-se as transferências públicas, que mantêm a inflação alta e produzem uma enorme contração de renda. Por exemplo, ao cabo do primeiro bimestre, em termos reais, as receitas caíram mais de 8%, os gastos primários caíram 28%, as transferências às províncias, 33%, e os dispêndios de capital, 73%.

José Roberto Mendonça de Barros: 'o governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco'.  Foto: Natacha Pisarenko/AP

A grande pergunta é se esse padrão será minimamente sustentável, questão que ganha força se notarmos que o dólar oficial já valorizou 35% desde a última mudança. Vamos ter outra correção?

Ademais, o plano não tem nem sequer uma âncora nominal, nem um conjunto organizado de reformas econômicas a serem aprovadas pelo Congresso. Ao contrário, as propostas do Executivo alteraram todas as regras simultaneamente na chamada “Lei Ônibus” e estão sendo sistematicamente rejeitadas pelo Congresso e por Tribunais.

O governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco.

Há também uma clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela importante recuperação da produção agrícola. Os indicadores de produção industrial caíram mais de 10% e a construção, mais de 6% em janeiro e fevereiro, antevendo o que vem adiante.

É muito difícil imaginar que se absorva sem reações uma queda abrupta de 20% a 30% na renda real de parte significativa da sociedade, que já ostentava na origem níveis elevados de pobreza, em regime democrático.

Os níveis de incerteza voltarão a se elevar. O plano vai naufragar.

O programa econômico argentino não configura um plano consistente e vai naufragar. Seu grande sucesso inicial, a produção de superávit fiscal em janeiro e fevereiro, o primeiro em uma década, que tanto impressionou muitos analistas, é simples de ser produzido. Com inflação de dois dígitos, bastam alguns cortes nominais de pagamentos e transferências para se conseguir quedas reais brutais, como as que se observaram.

O difícil será sustentar esses ganhos em um regime democrático, pelo tempo suficiente para abafar a inflação, em meio ao aumento da pobreza e à forte recessão que serão inevitáveis.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que as famílias e as empresas na Argentina dividem-se em dois grupos: os que só têm pesos (como aposentados e muitos assalariados) e os que têm pesos e moeda estrangeira. O fato de todos eles fazerem contas em dólar só torna mais aguda a dicotomia.

O dito plano é simples: após uma desvalorização nominal no câmbio oficial, liberam-se preços e tarifas (que na maior parte dos casos são multiplicados por três ou mais) e cortam-se as transferências públicas, que mantêm a inflação alta e produzem uma enorme contração de renda. Por exemplo, ao cabo do primeiro bimestre, em termos reais, as receitas caíram mais de 8%, os gastos primários caíram 28%, as transferências às províncias, 33%, e os dispêndios de capital, 73%.

José Roberto Mendonça de Barros: 'o governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco'.  Foto: Natacha Pisarenko/AP

A grande pergunta é se esse padrão será minimamente sustentável, questão que ganha força se notarmos que o dólar oficial já valorizou 35% desde a última mudança. Vamos ter outra correção?

Ademais, o plano não tem nem sequer uma âncora nominal, nem um conjunto organizado de reformas econômicas a serem aprovadas pelo Congresso. Ao contrário, as propostas do Executivo alteraram todas as regras simultaneamente na chamada “Lei Ônibus” e estão sendo sistematicamente rejeitadas pelo Congresso e por Tribunais.

O governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco.

Há também uma clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela importante recuperação da produção agrícola. Os indicadores de produção industrial caíram mais de 10% e a construção, mais de 6% em janeiro e fevereiro, antevendo o que vem adiante.

É muito difícil imaginar que se absorva sem reações uma queda abrupta de 20% a 30% na renda real de parte significativa da sociedade, que já ostentava na origem níveis elevados de pobreza, em regime democrático.

Os níveis de incerteza voltarão a se elevar. O plano vai naufragar.

O programa econômico argentino não configura um plano consistente e vai naufragar. Seu grande sucesso inicial, a produção de superávit fiscal em janeiro e fevereiro, o primeiro em uma década, que tanto impressionou muitos analistas, é simples de ser produzido. Com inflação de dois dígitos, bastam alguns cortes nominais de pagamentos e transferências para se conseguir quedas reais brutais, como as que se observaram.

O difícil será sustentar esses ganhos em um regime democrático, pelo tempo suficiente para abafar a inflação, em meio ao aumento da pobreza e à forte recessão que serão inevitáveis.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que as famílias e as empresas na Argentina dividem-se em dois grupos: os que só têm pesos (como aposentados e muitos assalariados) e os que têm pesos e moeda estrangeira. O fato de todos eles fazerem contas em dólar só torna mais aguda a dicotomia.

O dito plano é simples: após uma desvalorização nominal no câmbio oficial, liberam-se preços e tarifas (que na maior parte dos casos são multiplicados por três ou mais) e cortam-se as transferências públicas, que mantêm a inflação alta e produzem uma enorme contração de renda. Por exemplo, ao cabo do primeiro bimestre, em termos reais, as receitas caíram mais de 8%, os gastos primários caíram 28%, as transferências às províncias, 33%, e os dispêndios de capital, 73%.

José Roberto Mendonça de Barros: 'o governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco'.  Foto: Natacha Pisarenko/AP

A grande pergunta é se esse padrão será minimamente sustentável, questão que ganha força se notarmos que o dólar oficial já valorizou 35% desde a última mudança. Vamos ter outra correção?

Ademais, o plano não tem nem sequer uma âncora nominal, nem um conjunto organizado de reformas econômicas a serem aprovadas pelo Congresso. Ao contrário, as propostas do Executivo alteraram todas as regras simultaneamente na chamada “Lei Ônibus” e estão sendo sistematicamente rejeitadas pelo Congresso e por Tribunais.

O governo é muito fraco politicamente, agravado pelo discurso libertário radical e um programa econômico tosco.

Há também uma clara subestimação do tamanho da recessão que irá ocorrer, mitigada apenas pela importante recuperação da produção agrícola. Os indicadores de produção industrial caíram mais de 10% e a construção, mais de 6% em janeiro e fevereiro, antevendo o que vem adiante.

É muito difícil imaginar que se absorva sem reações uma queda abrupta de 20% a 30% na renda real de parte significativa da sociedade, que já ostentava na origem níveis elevados de pobreza, em regime democrático.

Os níveis de incerteza voltarão a se elevar. O plano vai naufragar.

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