Economista e sócio da MB Associados

Opinião|Recessão à vista: juros devem começar a cair em setembro nos Estados Unidos


Parte do apoio a cenários pessimistas, que ficaram muito populares, terá de ser revista

Por José Roberto Mendonça de Barros

No dia 29 de julho, o mundo viveu um dia de cão, na sequência da divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho americano. O número de novos empregos criados, 114 mil, foi bastante inferior ao projetado e a taxa de desemprego subiu, pela terceira vez, para 4,3%.

Imediatamente, os mercados ficaram nervosos, temendo a chegada de uma recessão não antecipada, com muitos analistas culpando a demora do banco central americano para iniciar a redução das taxas de juros.

Em paralelo, certos ativos de risco ainda têm um ajuste considerável a fazer, devido à bolha criada pela euforia com a inteligência artificial. Os preços das principais empresas subiram a ponto de exigir a projeção de crescimentos extraordinários por mais de duas décadas para justificá-los.

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Finalmente, a mudança na política monetária japonesa, consubstanciada por duas elevações de juros, detonou uma bomba no mercado financeiro local, expressa por uma queda de 13% do Nikkei e a aceleração do desmonte de operações de “carry-trade” (tomada de empréstimos em iene para carregar ativos em outras moedas, inclusive o real).

Bolsas tiveram forte queda na segunda-feira, 29 de julho Foto: Werther Santana / Estadão

Com isso, o tumulto foi fenomenal. Mas, em meio a ele, muitos começaram a se perguntar se realmente faz sentido o receio de uma recessão relevante na economia americana neste momento. Por exemplo, o ISM de serviços subiu de 48,8% para 51,4% de junho para julho, indo da contração à expansão, e o componente de emprego, de 46,1% para 51,1%, números expressivos.

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Esses e outros indicadores sugerem que existe certa desaceleração no consumo e um esfriamento no mercado de trabalho, resposta natural a uma política monetária restritiva. A inflação segue a caminho da meta e, definitivamente, chegou a hora de o Federal Reserve começar a reduzir os juros.

As chances de um pouso relativamente suave, que no meu entender pode incluir até uma pequena recessão técnica, ainda parecem maiores.

Na política, vimos uma alucinante sucessão de acontecimentos: um atentado, a desistência de Biden e a indicação de Kamala Harris, que energizou a campanha democrata. Trump não é mais o favorito absoluto.

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Mais uma vez, o velho ditado da terra de meu pai deve ser lembrado: “Mineração e eleição só depois da apuração”.

Como implicação, parte do apoio a cenários extremamente pessimistas, que ficaram muito populares recentemente, terá de ser revista, especialmente porque as taxas de juros cairão a partir de setembro e o dólar deve se enfraquecer num futuro próximo.

No dia 29 de julho, o mundo viveu um dia de cão, na sequência da divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho americano. O número de novos empregos criados, 114 mil, foi bastante inferior ao projetado e a taxa de desemprego subiu, pela terceira vez, para 4,3%.

Imediatamente, os mercados ficaram nervosos, temendo a chegada de uma recessão não antecipada, com muitos analistas culpando a demora do banco central americano para iniciar a redução das taxas de juros.

Em paralelo, certos ativos de risco ainda têm um ajuste considerável a fazer, devido à bolha criada pela euforia com a inteligência artificial. Os preços das principais empresas subiram a ponto de exigir a projeção de crescimentos extraordinários por mais de duas décadas para justificá-los.

Finalmente, a mudança na política monetária japonesa, consubstanciada por duas elevações de juros, detonou uma bomba no mercado financeiro local, expressa por uma queda de 13% do Nikkei e a aceleração do desmonte de operações de “carry-trade” (tomada de empréstimos em iene para carregar ativos em outras moedas, inclusive o real).

Bolsas tiveram forte queda na segunda-feira, 29 de julho Foto: Werther Santana / Estadão

Com isso, o tumulto foi fenomenal. Mas, em meio a ele, muitos começaram a se perguntar se realmente faz sentido o receio de uma recessão relevante na economia americana neste momento. Por exemplo, o ISM de serviços subiu de 48,8% para 51,4% de junho para julho, indo da contração à expansão, e o componente de emprego, de 46,1% para 51,1%, números expressivos.

Esses e outros indicadores sugerem que existe certa desaceleração no consumo e um esfriamento no mercado de trabalho, resposta natural a uma política monetária restritiva. A inflação segue a caminho da meta e, definitivamente, chegou a hora de o Federal Reserve começar a reduzir os juros.

As chances de um pouso relativamente suave, que no meu entender pode incluir até uma pequena recessão técnica, ainda parecem maiores.

Na política, vimos uma alucinante sucessão de acontecimentos: um atentado, a desistência de Biden e a indicação de Kamala Harris, que energizou a campanha democrata. Trump não é mais o favorito absoluto.

Mais uma vez, o velho ditado da terra de meu pai deve ser lembrado: “Mineração e eleição só depois da apuração”.

Como implicação, parte do apoio a cenários extremamente pessimistas, que ficaram muito populares recentemente, terá de ser revista, especialmente porque as taxas de juros cairão a partir de setembro e o dólar deve se enfraquecer num futuro próximo.

No dia 29 de julho, o mundo viveu um dia de cão, na sequência da divulgação de dados fracos sobre o mercado de trabalho americano. O número de novos empregos criados, 114 mil, foi bastante inferior ao projetado e a taxa de desemprego subiu, pela terceira vez, para 4,3%.

Imediatamente, os mercados ficaram nervosos, temendo a chegada de uma recessão não antecipada, com muitos analistas culpando a demora do banco central americano para iniciar a redução das taxas de juros.

Em paralelo, certos ativos de risco ainda têm um ajuste considerável a fazer, devido à bolha criada pela euforia com a inteligência artificial. Os preços das principais empresas subiram a ponto de exigir a projeção de crescimentos extraordinários por mais de duas décadas para justificá-los.

Finalmente, a mudança na política monetária japonesa, consubstanciada por duas elevações de juros, detonou uma bomba no mercado financeiro local, expressa por uma queda de 13% do Nikkei e a aceleração do desmonte de operações de “carry-trade” (tomada de empréstimos em iene para carregar ativos em outras moedas, inclusive o real).

Bolsas tiveram forte queda na segunda-feira, 29 de julho Foto: Werther Santana / Estadão

Com isso, o tumulto foi fenomenal. Mas, em meio a ele, muitos começaram a se perguntar se realmente faz sentido o receio de uma recessão relevante na economia americana neste momento. Por exemplo, o ISM de serviços subiu de 48,8% para 51,4% de junho para julho, indo da contração à expansão, e o componente de emprego, de 46,1% para 51,1%, números expressivos.

Esses e outros indicadores sugerem que existe certa desaceleração no consumo e um esfriamento no mercado de trabalho, resposta natural a uma política monetária restritiva. A inflação segue a caminho da meta e, definitivamente, chegou a hora de o Federal Reserve começar a reduzir os juros.

As chances de um pouso relativamente suave, que no meu entender pode incluir até uma pequena recessão técnica, ainda parecem maiores.

Na política, vimos uma alucinante sucessão de acontecimentos: um atentado, a desistência de Biden e a indicação de Kamala Harris, que energizou a campanha democrata. Trump não é mais o favorito absoluto.

Mais uma vez, o velho ditado da terra de meu pai deve ser lembrado: “Mineração e eleição só depois da apuração”.

Como implicação, parte do apoio a cenários extremamente pessimistas, que ficaram muito populares recentemente, terá de ser revista, especialmente porque as taxas de juros cairão a partir de setembro e o dólar deve se enfraquecer num futuro próximo.

Opinião por José Roberto Mendonça de Barros

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