Por Redação

Como a trajetória da economia nos países avançados, a expectativa de que o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciasse uma nova rodada de afrouxamento monetário foram murchando ao longo dos últimos dias. Na medida em que se aproximava o momento do discurso de Bernanke, nesta sexta-feira, na reunião anual promovida pelo Fed de Kansas City, em Jackson Hole, cidadezinha turística no deserto do meio-oeste americano, os analistas - e os mercados - ampliavam a descrença em algum anúncio de medidas imediatas.

Os sinais de que a economia americana, assim como a dos países da zona do euro, continua fraca e problemática poderiam ser um estímulo a alguma surpresa vinda da Fed. Mas, quem refletia por mais um de um minuto, percebia que as chances de um anúncio bombástico não eram muitas.

O que pode um banco central fazer para estimular a economia? Em primeiríssimo lugar, cortar os juros de referência. Mas isso, no caso americano - e também na zona do euro - não é mais possível. Simplesmente porque as taxas já estão em zero.

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Ampliar a liquidez, injetando dinheiro na economia, também é uma atribuição de banco central, em ambientes recessivos. Mas, esse instrumento pode fazer sentido quando há no horizonte sinais de deflação ou de inflação muito baixa. E, no caso americano, em que o Fed mira, ainda que informalmente, uma taxa de no máximo 2% ao ano, a alta de preços já alcança uns 3,5%.

Restou a Bernanke apostar numa recuperação a longo prazo e utilizar a enigmática linguagem dos bancos centrais para deixar em suspenso a possibilidade de recorrer a novos afrouxamentos monetários mais para frente, em setembro, na reunião ordinária do comitê de mercado aberto (o Copom deles). Anúncio concreto mesmo só o de que a reunião de setembro durará dois dias, para permitir debates mais aprofundados sobre o caráter da crise, sua provável duração e os estímulos capazes de superá-la.

A não ser decidir que vale a pena ampliar as metas informais de inflação, ampliando mais ainda a liquidez da economia, ao Fed realmente resta pouco a fazer. Mais inflação é um caminho perigoso para a redução de dívidas - mas, em todo caso, é um caminho. Mesmo assim, a bola está com a política fiscal, pois, se as dívidas inibem o consumo - e este os investimentos -, a liquidez empoça nos bancos.

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Só que, nos EUA, uma política fiscal expansionista, assim como a ideia de promover um pouco mais de inflação, esbarra na política partidária e fica refém do calendário eleitoral, que prevê disputa presidencial em 2012. A sinuca é daquelas de bico.

 

Como a trajetória da economia nos países avançados, a expectativa de que o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciasse uma nova rodada de afrouxamento monetário foram murchando ao longo dos últimos dias. Na medida em que se aproximava o momento do discurso de Bernanke, nesta sexta-feira, na reunião anual promovida pelo Fed de Kansas City, em Jackson Hole, cidadezinha turística no deserto do meio-oeste americano, os analistas - e os mercados - ampliavam a descrença em algum anúncio de medidas imediatas.

Os sinais de que a economia americana, assim como a dos países da zona do euro, continua fraca e problemática poderiam ser um estímulo a alguma surpresa vinda da Fed. Mas, quem refletia por mais um de um minuto, percebia que as chances de um anúncio bombástico não eram muitas.

O que pode um banco central fazer para estimular a economia? Em primeiríssimo lugar, cortar os juros de referência. Mas isso, no caso americano - e também na zona do euro - não é mais possível. Simplesmente porque as taxas já estão em zero.

Ampliar a liquidez, injetando dinheiro na economia, também é uma atribuição de banco central, em ambientes recessivos. Mas, esse instrumento pode fazer sentido quando há no horizonte sinais de deflação ou de inflação muito baixa. E, no caso americano, em que o Fed mira, ainda que informalmente, uma taxa de no máximo 2% ao ano, a alta de preços já alcança uns 3,5%.

Restou a Bernanke apostar numa recuperação a longo prazo e utilizar a enigmática linguagem dos bancos centrais para deixar em suspenso a possibilidade de recorrer a novos afrouxamentos monetários mais para frente, em setembro, na reunião ordinária do comitê de mercado aberto (o Copom deles). Anúncio concreto mesmo só o de que a reunião de setembro durará dois dias, para permitir debates mais aprofundados sobre o caráter da crise, sua provável duração e os estímulos capazes de superá-la.

A não ser decidir que vale a pena ampliar as metas informais de inflação, ampliando mais ainda a liquidez da economia, ao Fed realmente resta pouco a fazer. Mais inflação é um caminho perigoso para a redução de dívidas - mas, em todo caso, é um caminho. Mesmo assim, a bola está com a política fiscal, pois, se as dívidas inibem o consumo - e este os investimentos -, a liquidez empoça nos bancos.

Só que, nos EUA, uma política fiscal expansionista, assim como a ideia de promover um pouco mais de inflação, esbarra na política partidária e fica refém do calendário eleitoral, que prevê disputa presidencial em 2012. A sinuca é daquelas de bico.

 

Como a trajetória da economia nos países avançados, a expectativa de que o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciasse uma nova rodada de afrouxamento monetário foram murchando ao longo dos últimos dias. Na medida em que se aproximava o momento do discurso de Bernanke, nesta sexta-feira, na reunião anual promovida pelo Fed de Kansas City, em Jackson Hole, cidadezinha turística no deserto do meio-oeste americano, os analistas - e os mercados - ampliavam a descrença em algum anúncio de medidas imediatas.

Os sinais de que a economia americana, assim como a dos países da zona do euro, continua fraca e problemática poderiam ser um estímulo a alguma surpresa vinda da Fed. Mas, quem refletia por mais um de um minuto, percebia que as chances de um anúncio bombástico não eram muitas.

O que pode um banco central fazer para estimular a economia? Em primeiríssimo lugar, cortar os juros de referência. Mas isso, no caso americano - e também na zona do euro - não é mais possível. Simplesmente porque as taxas já estão em zero.

Ampliar a liquidez, injetando dinheiro na economia, também é uma atribuição de banco central, em ambientes recessivos. Mas, esse instrumento pode fazer sentido quando há no horizonte sinais de deflação ou de inflação muito baixa. E, no caso americano, em que o Fed mira, ainda que informalmente, uma taxa de no máximo 2% ao ano, a alta de preços já alcança uns 3,5%.

Restou a Bernanke apostar numa recuperação a longo prazo e utilizar a enigmática linguagem dos bancos centrais para deixar em suspenso a possibilidade de recorrer a novos afrouxamentos monetários mais para frente, em setembro, na reunião ordinária do comitê de mercado aberto (o Copom deles). Anúncio concreto mesmo só o de que a reunião de setembro durará dois dias, para permitir debates mais aprofundados sobre o caráter da crise, sua provável duração e os estímulos capazes de superá-la.

A não ser decidir que vale a pena ampliar as metas informais de inflação, ampliando mais ainda a liquidez da economia, ao Fed realmente resta pouco a fazer. Mais inflação é um caminho perigoso para a redução de dívidas - mas, em todo caso, é um caminho. Mesmo assim, a bola está com a política fiscal, pois, se as dívidas inibem o consumo - e este os investimentos -, a liquidez empoça nos bancos.

Só que, nos EUA, uma política fiscal expansionista, assim como a ideia de promover um pouco mais de inflação, esbarra na política partidária e fica refém do calendário eleitoral, que prevê disputa presidencial em 2012. A sinuca é daquelas de bico.

 

Como a trajetória da economia nos países avançados, a expectativa de que o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciasse uma nova rodada de afrouxamento monetário foram murchando ao longo dos últimos dias. Na medida em que se aproximava o momento do discurso de Bernanke, nesta sexta-feira, na reunião anual promovida pelo Fed de Kansas City, em Jackson Hole, cidadezinha turística no deserto do meio-oeste americano, os analistas - e os mercados - ampliavam a descrença em algum anúncio de medidas imediatas.

Os sinais de que a economia americana, assim como a dos países da zona do euro, continua fraca e problemática poderiam ser um estímulo a alguma surpresa vinda da Fed. Mas, quem refletia por mais um de um minuto, percebia que as chances de um anúncio bombástico não eram muitas.

O que pode um banco central fazer para estimular a economia? Em primeiríssimo lugar, cortar os juros de referência. Mas isso, no caso americano - e também na zona do euro - não é mais possível. Simplesmente porque as taxas já estão em zero.

Ampliar a liquidez, injetando dinheiro na economia, também é uma atribuição de banco central, em ambientes recessivos. Mas, esse instrumento pode fazer sentido quando há no horizonte sinais de deflação ou de inflação muito baixa. E, no caso americano, em que o Fed mira, ainda que informalmente, uma taxa de no máximo 2% ao ano, a alta de preços já alcança uns 3,5%.

Restou a Bernanke apostar numa recuperação a longo prazo e utilizar a enigmática linguagem dos bancos centrais para deixar em suspenso a possibilidade de recorrer a novos afrouxamentos monetários mais para frente, em setembro, na reunião ordinária do comitê de mercado aberto (o Copom deles). Anúncio concreto mesmo só o de que a reunião de setembro durará dois dias, para permitir debates mais aprofundados sobre o caráter da crise, sua provável duração e os estímulos capazes de superá-la.

A não ser decidir que vale a pena ampliar as metas informais de inflação, ampliando mais ainda a liquidez da economia, ao Fed realmente resta pouco a fazer. Mais inflação é um caminho perigoso para a redução de dívidas - mas, em todo caso, é um caminho. Mesmo assim, a bola está com a política fiscal, pois, se as dívidas inibem o consumo - e este os investimentos -, a liquidez empoça nos bancos.

Só que, nos EUA, uma política fiscal expansionista, assim como a ideia de promover um pouco mais de inflação, esbarra na política partidária e fica refém do calendário eleitoral, que prevê disputa presidencial em 2012. A sinuca é daquelas de bico.

 

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