BRASÍLIA - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta segunda-feira que as novas taxas de juros para financiamento do setor agrícola serão "praticamente neutras" no Plano Safra 2015/2016. As taxas, como haviam adiantado o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a própria ministra, no entanto, serão mais altas que a do plano 2014/15, que teve taxa média de 6,5% ao ano.
"(O Plano Safra) seguirá o mesmo curso, o mesmo rumo e as taxas de juro serão praticamente neutras, como foram no ano passado", afirmou a ministra. Kátia Abreu, que participou de reunião na manhã desta segunda-feira com a presidente Dilma Rousseff e os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, informou que o anúncio do Plano será no dia 19 de maio.
"A Fazenda e o Ministério da Agricultura têm trabalhado nos detalhes do Plano. A presidente melhorou bastante as propostas", afirmou, ressaltando que não poderia adiantar quais são esses pontos aprimorados. Ela explicou que em 2014 as taxas de juros foram, em média, de 6,5%, mesmo valor da taxa de inflação no País, o que tornou as taxas neutras. A ministra garantiu que, apesar das novas taxas, haverá disponibilidade de verba para os financiamentos.
"O essencial é decidir as diretrizes, os recursos não irão faltar", disse. Segundo ela, os ajustes na economia adotados pelo governo não vão comprometer o Plano Safra. "O ajuste fiscal não pode ser sinônimo de imobilismo, não está sendo enquadrado em todos os programas de governo. Existem programas de governo que estão funcionando. O plano safra é um dos pontos que o governo exclui do ajuste", afirmou Kátia Abreu.
De acordo com Kátia Abreu, as taxas anunciadas na última semana para o pré-custeio, modalidade de financiamento de insumos, condizem com a realidade da economia. "Acredito que taxa de juros entre 8,5% e até 9% está muito compatível com o nível de inflação de 8,5%. Independente de ajuste fiscal, se nós temos uma inflação maior, e os juros reais do País aumentaram, não tem diferença nenhuma do mundo rural. Nós vivemos no mesmo mundo que os demais empresários do Brasil vivem", disse.
Conab. Questionada se haverá troca de comando na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a ministra respondeu que não está informada. "Não tenho conhecimento, de manutenção ou substituição. Ninguém comentou nada disso comigo", disse.
Defesa Agropecuária. A ministra Kátia Abreu informou ainda que o Palácio do Planalto marcou para o dia 6 de maio o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária. "Esse plano de defesa agropecuária é um avanço na defesa agropecuária do País, vamos melhorar todo o marco regulatório, melhorar a questão da qualificação, num trabalho muito ativo junto aos Estados e municípios no combate e na defesa (agropecuária), (com) regras e normas não só pra prevenção, mas em caso de risco, como todos nós devemos agir em todo o País", disse a ministra.
Segundo Kátia Abreu, os Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) passarão por uma reestruturação e modernização, sinalizando aos consumidores brasileiros e do mundo o "compromisso" das autoridades brasileiras com a "questão sanitária". O plano também prevê a elaboração de um estudo com os custos envolvidos na defesa agropecuária. "Hoje não existe milimetricamente medido quanto custa por hectare a ferrugem na soja, quanto custa por cabeça de bovinos a prevenção e o caso de risco; teremos um custo elaborado para que a União, o governo e o Congresso Nacional possam, de fato, lutar por esses recursos e mantê-los porque eles, de fato, serão necessários", afirmou a ministra.