BRASÍLIA - Mesmo após o fim do ciclo de alta da Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,8 pontos porcentuais de dezembro para janeiro, informou há pouco o Banco Central. A taxa passou de 407,7% para 411,5% ao ano.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.
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No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 179,6% para 182,1% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 92,9% para 94,9%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
A taxa média de juros no crédito livre (que exclui crédito habitacional, agrícola e BNDES) subiu de 41,7% ao ano em dezembro para 43,5% em janeiro, informou o BC. No primeiro mês de 2022, era de 35,3%.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa apenas oscilou de 132,1% ao ano para 132,0% ao ano de dezembro para janeiro. No crédito pessoal, porém, a taxa passou de 40,9% para 41,7% ao ano.
Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Os dados divulgados hoje pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 28,7% ao ano em dezembro para 29,0% em janeiro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 30,1% ao ano em dezembro para 31,2% ao ano em janeiro. No primeiro mês de 2022, estava em 25,6%.
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,4 ponto porcentual em janeiro ante dezembro, aos 21,9% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.