Juros altos prejudicam a economia, mas o Executivo tem de definir seu rumo; leia análise


Apesar de ruidosa campanha contra os juros altos, Lula tem contribuído amplamente para a continuação do crédito apertado

Por Rolf Kuntz

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026. Expectativas ainda ruins, ou desancoradas, segundo o jargão oficial, têm destaque em nota do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção dos juros básicos em 13,75%.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ruidosa campanha do presidente Lula contra os juros altos seria bom motivo para essa decisão, mas ele tem contribuído mais amplamente para a continuação do crédito apertado. Iniciado seu quinto mês de mandato, ele nada fez, até agora, para aumentar a segurança sobre a evolução dos preços e justificar um real otimismo quanto à atividade econômica.

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Em quatro semanas, a inflação projetada para 2023 subiu de 5,96% para 6,05%, segundo a pesquisa Focus. Nesse intervalo, a expansão estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,90% para 1%, sem expectativa de se atingir 2% em 2026.

Não há como negar: juros básicos de 13,75% ao ano são muito altos, prejudicam a atividade econômica e dificultam a redução da dívida pública. Mas, embora o Copom deva levar em conta o emprego e a produção ao tomar suas decisões, o governo é o responsável principal pela política econômica e pela promoção do crescimento. Para isso, o Executivo tem de fixar seu rumo e oferecer ao mercado a sinalização adequada. Mas isso se resume na palavra governar, um verbo inadequado para descrever as atividades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de seu terceiro mandato.

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Desde janeiro, ele restabeleceu políticas sociais, aliviou a tributação dos grupos de menor renda, mexeu no salário mínimo e prometeu bondades, mas sem explicar como financiará os gastos adicionais. O arcabouço fiscal enviado ao Congresso foi saudado como sinal positivo pelo BC, mas esse projeto é limitado por exceções e, além disso, falta saber como ficará depois de passar pelo Legislativo. A demora no desenho e na apresentação desse esquema talvez seja o sinal mais forte da carência de governo.

Pouco empenhado na gestão governamental, o presidente conseguiu, no entanto, cometer alguns erros importantes. Além de falar bobagens sobre política internacional, de atacar a autonomia do BC e de contrastar responsabilidade social e responsabilidade fiscal, incorreu em tolices graves e notáveis, como a transferência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Órgão fundamental da política de preços mínimos e da formação e gestão de estoques estratégicos, a Conab tem sido muito mais importante, econômica e socialmente, do que parece ter percebido o presidente da República, limitado por seu petismo de palanque. O ministro da Agricultura tem familiaridade com esses temas e poderá, se ouvido pelo chefe, consertar e evitar erros.

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Em seu terceiro mandato, o presidente Lula tem-se mostrado, no entanto, menos inclinado a ouvir bons conselhos do que nos anteriores. Essa autossuficiência pode resultar em danos econômicos. Se isso ocorrer, ainda poderá, naturalmente, jogar a culpa no BC.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026. Expectativas ainda ruins, ou desancoradas, segundo o jargão oficial, têm destaque em nota do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção dos juros básicos em 13,75%.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ruidosa campanha do presidente Lula contra os juros altos seria bom motivo para essa decisão, mas ele tem contribuído mais amplamente para a continuação do crédito apertado. Iniciado seu quinto mês de mandato, ele nada fez, até agora, para aumentar a segurança sobre a evolução dos preços e justificar um real otimismo quanto à atividade econômica.

Em quatro semanas, a inflação projetada para 2023 subiu de 5,96% para 6,05%, segundo a pesquisa Focus. Nesse intervalo, a expansão estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,90% para 1%, sem expectativa de se atingir 2% em 2026.

Não há como negar: juros básicos de 13,75% ao ano são muito altos, prejudicam a atividade econômica e dificultam a redução da dívida pública. Mas, embora o Copom deva levar em conta o emprego e a produção ao tomar suas decisões, o governo é o responsável principal pela política econômica e pela promoção do crescimento. Para isso, o Executivo tem de fixar seu rumo e oferecer ao mercado a sinalização adequada. Mas isso se resume na palavra governar, um verbo inadequado para descrever as atividades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de seu terceiro mandato.

Desde janeiro, ele restabeleceu políticas sociais, aliviou a tributação dos grupos de menor renda, mexeu no salário mínimo e prometeu bondades, mas sem explicar como financiará os gastos adicionais. O arcabouço fiscal enviado ao Congresso foi saudado como sinal positivo pelo BC, mas esse projeto é limitado por exceções e, além disso, falta saber como ficará depois de passar pelo Legislativo. A demora no desenho e na apresentação desse esquema talvez seja o sinal mais forte da carência de governo.

Pouco empenhado na gestão governamental, o presidente conseguiu, no entanto, cometer alguns erros importantes. Além de falar bobagens sobre política internacional, de atacar a autonomia do BC e de contrastar responsabilidade social e responsabilidade fiscal, incorreu em tolices graves e notáveis, como a transferência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Órgão fundamental da política de preços mínimos e da formação e gestão de estoques estratégicos, a Conab tem sido muito mais importante, econômica e socialmente, do que parece ter percebido o presidente da República, limitado por seu petismo de palanque. O ministro da Agricultura tem familiaridade com esses temas e poderá, se ouvido pelo chefe, consertar e evitar erros.

Em seu terceiro mandato, o presidente Lula tem-se mostrado, no entanto, menos inclinado a ouvir bons conselhos do que nos anteriores. Essa autossuficiência pode resultar em danos econômicos. Se isso ocorrer, ainda poderá, naturalmente, jogar a culpa no BC.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026. Expectativas ainda ruins, ou desancoradas, segundo o jargão oficial, têm destaque em nota do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção dos juros básicos em 13,75%.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ruidosa campanha do presidente Lula contra os juros altos seria bom motivo para essa decisão, mas ele tem contribuído mais amplamente para a continuação do crédito apertado. Iniciado seu quinto mês de mandato, ele nada fez, até agora, para aumentar a segurança sobre a evolução dos preços e justificar um real otimismo quanto à atividade econômica.

Em quatro semanas, a inflação projetada para 2023 subiu de 5,96% para 6,05%, segundo a pesquisa Focus. Nesse intervalo, a expansão estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,90% para 1%, sem expectativa de se atingir 2% em 2026.

Não há como negar: juros básicos de 13,75% ao ano são muito altos, prejudicam a atividade econômica e dificultam a redução da dívida pública. Mas, embora o Copom deva levar em conta o emprego e a produção ao tomar suas decisões, o governo é o responsável principal pela política econômica e pela promoção do crescimento. Para isso, o Executivo tem de fixar seu rumo e oferecer ao mercado a sinalização adequada. Mas isso se resume na palavra governar, um verbo inadequado para descrever as atividades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de seu terceiro mandato.

Desde janeiro, ele restabeleceu políticas sociais, aliviou a tributação dos grupos de menor renda, mexeu no salário mínimo e prometeu bondades, mas sem explicar como financiará os gastos adicionais. O arcabouço fiscal enviado ao Congresso foi saudado como sinal positivo pelo BC, mas esse projeto é limitado por exceções e, além disso, falta saber como ficará depois de passar pelo Legislativo. A demora no desenho e na apresentação desse esquema talvez seja o sinal mais forte da carência de governo.

Pouco empenhado na gestão governamental, o presidente conseguiu, no entanto, cometer alguns erros importantes. Além de falar bobagens sobre política internacional, de atacar a autonomia do BC e de contrastar responsabilidade social e responsabilidade fiscal, incorreu em tolices graves e notáveis, como a transferência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Órgão fundamental da política de preços mínimos e da formação e gestão de estoques estratégicos, a Conab tem sido muito mais importante, econômica e socialmente, do que parece ter percebido o presidente da República, limitado por seu petismo de palanque. O ministro da Agricultura tem familiaridade com esses temas e poderá, se ouvido pelo chefe, consertar e evitar erros.

Em seu terceiro mandato, o presidente Lula tem-se mostrado, no entanto, menos inclinado a ouvir bons conselhos do que nos anteriores. Essa autossuficiência pode resultar em danos econômicos. Se isso ocorrer, ainda poderá, naturalmente, jogar a culpa no BC.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026. Expectativas ainda ruins, ou desancoradas, segundo o jargão oficial, têm destaque em nota do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a manutenção dos juros básicos em 13,75%.

Radares do mercado e do Banco Central (BC) mostram inflação bem acima da meta neste ano e até 2026  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ruidosa campanha do presidente Lula contra os juros altos seria bom motivo para essa decisão, mas ele tem contribuído mais amplamente para a continuação do crédito apertado. Iniciado seu quinto mês de mandato, ele nada fez, até agora, para aumentar a segurança sobre a evolução dos preços e justificar um real otimismo quanto à atividade econômica.

Em quatro semanas, a inflação projetada para 2023 subiu de 5,96% para 6,05%, segundo a pesquisa Focus. Nesse intervalo, a expansão estimada para o Produto Interno Bruto (PIB) passou de 0,90% para 1%, sem expectativa de se atingir 2% em 2026.

Não há como negar: juros básicos de 13,75% ao ano são muito altos, prejudicam a atividade econômica e dificultam a redução da dívida pública. Mas, embora o Copom deva levar em conta o emprego e a produção ao tomar suas decisões, o governo é o responsável principal pela política econômica e pela promoção do crescimento. Para isso, o Executivo tem de fixar seu rumo e oferecer ao mercado a sinalização adequada. Mas isso se resume na palavra governar, um verbo inadequado para descrever as atividades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de seu terceiro mandato.

Desde janeiro, ele restabeleceu políticas sociais, aliviou a tributação dos grupos de menor renda, mexeu no salário mínimo e prometeu bondades, mas sem explicar como financiará os gastos adicionais. O arcabouço fiscal enviado ao Congresso foi saudado como sinal positivo pelo BC, mas esse projeto é limitado por exceções e, além disso, falta saber como ficará depois de passar pelo Legislativo. A demora no desenho e na apresentação desse esquema talvez seja o sinal mais forte da carência de governo.

Pouco empenhado na gestão governamental, o presidente conseguiu, no entanto, cometer alguns erros importantes. Além de falar bobagens sobre política internacional, de atacar a autonomia do BC e de contrastar responsabilidade social e responsabilidade fiscal, incorreu em tolices graves e notáveis, como a transferência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Órgão fundamental da política de preços mínimos e da formação e gestão de estoques estratégicos, a Conab tem sido muito mais importante, econômica e socialmente, do que parece ter percebido o presidente da República, limitado por seu petismo de palanque. O ministro da Agricultura tem familiaridade com esses temas e poderá, se ouvido pelo chefe, consertar e evitar erros.

Em seu terceiro mandato, o presidente Lula tem-se mostrado, no entanto, menos inclinado a ouvir bons conselhos do que nos anteriores. Essa autossuficiência pode resultar em danos econômicos. Se isso ocorrer, ainda poderá, naturalmente, jogar a culpa no BC.

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