Juros caem, mas taxas continuam altas para financiamentos


Para especialistas, incerteza política faz com que mercado segure repasse da queda da Selic para consumidor

Por Malena Oliveira e Ricardo Rossetto

O consumidor que toma dinheiro emprestado ainda sente pouco os efeitos da redução da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 9,25% e com perspectiva de chegar a 7,5% até o fim deste ano.

Em tempos de juro ainda alto, é preciso cuidado para não cair em armadilhas Foto:

Segundo os dados mais recentes do Banco Central, em junho do ano passado, quando a Selic ainda estava em 14,25% ao ano, as taxas médias de juros no crédito consignado – a linha mais barata de financiamento pessoal – estavam em 29,4% ao ano, sendo 2,2% ao mês. Um ano depois, com o juro básico a 10,25% (a taxa só caiu para 9,25% no fim de julho), a taxa a que o consumidor tem acesso na boca do caixa recuou pouco, para 27,4% ao ano, sendo 2,0% ao mês.

continua após a publicidade

A maior redução foi vista no crédito sem garantia, em que as taxas médias passaram de 128,2% ao ano (7,1% ao mês) para 125,0% ao ano (7,0% ao mês), na mesma comparação. Para veículos, essas taxas saíram de 26,0% ao ano (1,9% ao mês) e foram a 24,0% ao ano (1,8% ao mês) no mesmo período. No caso dos imóveis, as taxas médias para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS foram de 11,2% ao ano(0,9% ao mês) para 9,2% ao ano (0,7% ao mês), na mesma base.

O repasse mais lento dessa redução, explicam os especialistas, acontece por conta do ainda incerto cenário econômico. Segundo o economista Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, esse ritmo deve continuar nos próximos meses, até que a economia dê sinais mais claros de recuperação e o governo ajuste suas contas. “A aprovação da reforma da Previdência deve oferecer um sossego maior aos bancos, que passarão paulatinamente a emprestar mais dinheiro”, ele diz.

continua após a publicidade

Veja as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada modalidade de crédito

1 | 6

CRÉDITO PARA TODOS OS BOLSOS

Foto: USP imagens
2 | 6

ROTATIVO DO CARTÃO DE CRÉDITO

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
3 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO INSS (AO ANO)

Foto: Estadão
4 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PRIVADO (AO ANO)

5 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PÚBLICO (AO ANO)

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
6 | 6

CRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO (AO ANO)

E se por um lado a oferta é cara e escassa, por outro, a demanda também permanece pequena. Segundo a Boa Vista SCPC, a procura por crédito caiu 0,7% no primeiro semestre, mas ficou estável em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. “Quem tem dívida com um banco está tentando pagá-la em primeiro lugar”, diz Yan Cattani, economista do birô de crédito.

Além disso, muitas pessoas estão tentando trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, aponta Ricardo Kalichsztein, presidente da plataforma Bom Pra Crédito – que reúne mais de 25 bancos e fintechs e recebe cerca de 350 mil solicitações de crédito por mês. Ele nota a procura por empréstimos de até R$ 3 mil por um consumidor endividado, mas sem restrições no CPF.

continua após a publicidade

Seis por meia dúzia. Quem já se comprometeu com um crédito ou está endividado encontra alternativas no mercado para pagar juros menores, mas precisa ficar atento para não acabar tendo custos semelhantes à dívida original ou até superiores.

Tomar um empréstimo sem garantia em uma fintech, por exemplo, acarreta juros na faixa de 2% ao mês – a mesma taxa do consignado em grandes bancos. Porém, quem tem um imóvel ou veículo em seu nome pode dar o bem como garantia e diminuir esse custo para pouco mais de 1% ao mês, em média.

Montadora financia carro mais barato do que banco; veja a diferença

1 | 16

Montadora x banco

Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
2 | 16

Por que na montadora é mais barato?

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
3 | 16

Mercedes

Foto: Merdeces-Benz
4 | 16

Renault

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 16

Peugeot

Foto: Sergio Castro/Estadão
6 | 16

BMW

7 | 16

Chevrolet

Foto: Chevrolet
8 | 16

Volkswagen

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
9 | 16

Bradesco

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
10 | 16

Banco Safra

Foto: Paulo Whitaker|Reuters
11 | 16

Volvo

Foto: Volvo
12 | 16

Itaú

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 16

Banco do Brasil

Foto: Reuters
14 | 16

Honda

Foto: Rafael Arbex/Estadão
15 | 16

Santander

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
16 | 16

Caixa

Foto: Fábio Motta/Estadão
continua após a publicidade

Diante do aumento do desemprego, os próprios bancos passaram a oferecer linhas de crédito para renegociação. Assim, vale fazer as contas e considerar mais de uma alternativa.

Porém, com a expectativa de redução no juro básico e, por consequência, das taxas repassadas ao consumidor, quem puder esperar um pouco mais pode sair ganhando, principalmente nos financiamentos mais longos, como a compra de um carro ou da casa própria.

No caso específico dos imóveis, pesa a questão do compromisso de compra. “Há pessoas que já fizeram um contrato e agora precisam financiar o restante do valor. Daí, não tem jeito”, diz Rafael Sasso, da plataforma Melhortaxa.com.

continua após a publicidade

Confira quais bancos oferecem a melhor taxa de financiamento imobiliário

1 | 20

O SONHO DA CASA PRÓPRIA

Foto: Aloisio Mauricio/Foto Arena
2 | 20

CAIXA - PROGRAMA MINHA, CASA MINHA VIDA

Foto: Gilberto Marques
3 | 20

BANCO DO BRASIL - PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

Foto: Marcos de Paula/Estadão
4 | 20

BANCO DO BRASIL - FGTS

Foto: Marcio Fernandes de Oliveira/Estadão
5 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SHF) COM RELACIONAMENTO

Foto: Angel Navarrete/Bloomberg
6 | 20

BRADESCO - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 20

BANRISUL

Foto: Ricardo Chaves/RBS
8 | 20

ITAÚ

Foto: Estadão
9 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH) SEM RELACIONAMENTO

Foto: Marcos Paula/Estadão
10 | 20

BANCO DO BRASIL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Sergio Neves/Estadão
11 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA

Foto: Werther Santana/Estadão
12 | 20

Caixa FGTS

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 20

CAIXA - RELACIONAMENTO

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
14 | 20

CAIXA - TAXA BALCÃO

Foto: Werther Santan/Estadão
15 | 20

BANRISUL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Debora Klempous/Estadão
16 | 20

SANTANDER - COM RELACIONAMENTO

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 20

ITAÚ - TAXA DE MERCADO

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
18 | 20

BRADESCO - TAXA DE MERCADO

Foto: Rafael Arbex/Estadão
19 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
20 | 20

SANTANDER - SEM RELACIONAMENTO

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Uma simulação feita por Sasso mostra o efeito das taxas de juros no longo prazo. Ele toma como exemplo uma pessoa de 37 anos que busca financiamento para um imóvel de R$ 300 mil a uma taxa de 10,5% ao ano (a mais alta até junho). A pessoa pagaria parcelas mensais de R$ 2.788,15 em um prazo de 30 anos (360 meses). Se sua renda fosse menor que R$ 9,2 mil, não conseguiria o crédito, pois a parcela seria maior que 30% da renda. Com a queda da taxa para 9,49% (a mais baixa atualmente), a parcela cairia para R$ 2.604,02. Em 30 anos, o financiamento terá custado cerca de R$ 33 mil menos.

Antes de examinar qualquer oferta, é preciso analisar as próprias condições financeiras. “A melhor decisão é tomada quando o consumidor tem plena consciência de seu fluxo de caixa”, diz Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. “O grande erro é olhar apenas para o bem, o prazo e a taxa, sem considerar o momento financeiro que se vive.”

O consumidor que toma dinheiro emprestado ainda sente pouco os efeitos da redução da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 9,25% e com perspectiva de chegar a 7,5% até o fim deste ano.

Em tempos de juro ainda alto, é preciso cuidado para não cair em armadilhas Foto:

Segundo os dados mais recentes do Banco Central, em junho do ano passado, quando a Selic ainda estava em 14,25% ao ano, as taxas médias de juros no crédito consignado – a linha mais barata de financiamento pessoal – estavam em 29,4% ao ano, sendo 2,2% ao mês. Um ano depois, com o juro básico a 10,25% (a taxa só caiu para 9,25% no fim de julho), a taxa a que o consumidor tem acesso na boca do caixa recuou pouco, para 27,4% ao ano, sendo 2,0% ao mês.

A maior redução foi vista no crédito sem garantia, em que as taxas médias passaram de 128,2% ao ano (7,1% ao mês) para 125,0% ao ano (7,0% ao mês), na mesma comparação. Para veículos, essas taxas saíram de 26,0% ao ano (1,9% ao mês) e foram a 24,0% ao ano (1,8% ao mês) no mesmo período. No caso dos imóveis, as taxas médias para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS foram de 11,2% ao ano(0,9% ao mês) para 9,2% ao ano (0,7% ao mês), na mesma base.

O repasse mais lento dessa redução, explicam os especialistas, acontece por conta do ainda incerto cenário econômico. Segundo o economista Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, esse ritmo deve continuar nos próximos meses, até que a economia dê sinais mais claros de recuperação e o governo ajuste suas contas. “A aprovação da reforma da Previdência deve oferecer um sossego maior aos bancos, que passarão paulatinamente a emprestar mais dinheiro”, ele diz.

Veja as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada modalidade de crédito

1 | 6

CRÉDITO PARA TODOS OS BOLSOS

Foto: USP imagens
2 | 6

ROTATIVO DO CARTÃO DE CRÉDITO

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
3 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO INSS (AO ANO)

Foto: Estadão
4 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PRIVADO (AO ANO)

5 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PÚBLICO (AO ANO)

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
6 | 6

CRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO (AO ANO)

E se por um lado a oferta é cara e escassa, por outro, a demanda também permanece pequena. Segundo a Boa Vista SCPC, a procura por crédito caiu 0,7% no primeiro semestre, mas ficou estável em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. “Quem tem dívida com um banco está tentando pagá-la em primeiro lugar”, diz Yan Cattani, economista do birô de crédito.

Além disso, muitas pessoas estão tentando trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, aponta Ricardo Kalichsztein, presidente da plataforma Bom Pra Crédito – que reúne mais de 25 bancos e fintechs e recebe cerca de 350 mil solicitações de crédito por mês. Ele nota a procura por empréstimos de até R$ 3 mil por um consumidor endividado, mas sem restrições no CPF.

Seis por meia dúzia. Quem já se comprometeu com um crédito ou está endividado encontra alternativas no mercado para pagar juros menores, mas precisa ficar atento para não acabar tendo custos semelhantes à dívida original ou até superiores.

Tomar um empréstimo sem garantia em uma fintech, por exemplo, acarreta juros na faixa de 2% ao mês – a mesma taxa do consignado em grandes bancos. Porém, quem tem um imóvel ou veículo em seu nome pode dar o bem como garantia e diminuir esse custo para pouco mais de 1% ao mês, em média.

Montadora financia carro mais barato do que banco; veja a diferença

1 | 16

Montadora x banco

Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
2 | 16

Por que na montadora é mais barato?

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
3 | 16

Mercedes

Foto: Merdeces-Benz
4 | 16

Renault

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 16

Peugeot

Foto: Sergio Castro/Estadão
6 | 16

BMW

7 | 16

Chevrolet

Foto: Chevrolet
8 | 16

Volkswagen

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
9 | 16

Bradesco

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
10 | 16

Banco Safra

Foto: Paulo Whitaker|Reuters
11 | 16

Volvo

Foto: Volvo
12 | 16

Itaú

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 16

Banco do Brasil

Foto: Reuters
14 | 16

Honda

Foto: Rafael Arbex/Estadão
15 | 16

Santander

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
16 | 16

Caixa

Foto: Fábio Motta/Estadão

Diante do aumento do desemprego, os próprios bancos passaram a oferecer linhas de crédito para renegociação. Assim, vale fazer as contas e considerar mais de uma alternativa.

Porém, com a expectativa de redução no juro básico e, por consequência, das taxas repassadas ao consumidor, quem puder esperar um pouco mais pode sair ganhando, principalmente nos financiamentos mais longos, como a compra de um carro ou da casa própria.

No caso específico dos imóveis, pesa a questão do compromisso de compra. “Há pessoas que já fizeram um contrato e agora precisam financiar o restante do valor. Daí, não tem jeito”, diz Rafael Sasso, da plataforma Melhortaxa.com.

Confira quais bancos oferecem a melhor taxa de financiamento imobiliário

1 | 20

O SONHO DA CASA PRÓPRIA

Foto: Aloisio Mauricio/Foto Arena
2 | 20

CAIXA - PROGRAMA MINHA, CASA MINHA VIDA

Foto: Gilberto Marques
3 | 20

BANCO DO BRASIL - PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

Foto: Marcos de Paula/Estadão
4 | 20

BANCO DO BRASIL - FGTS

Foto: Marcio Fernandes de Oliveira/Estadão
5 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SHF) COM RELACIONAMENTO

Foto: Angel Navarrete/Bloomberg
6 | 20

BRADESCO - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 20

BANRISUL

Foto: Ricardo Chaves/RBS
8 | 20

ITAÚ

Foto: Estadão
9 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH) SEM RELACIONAMENTO

Foto: Marcos Paula/Estadão
10 | 20

BANCO DO BRASIL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Sergio Neves/Estadão
11 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA

Foto: Werther Santana/Estadão
12 | 20

Caixa FGTS

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 20

CAIXA - RELACIONAMENTO

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
14 | 20

CAIXA - TAXA BALCÃO

Foto: Werther Santan/Estadão
15 | 20

BANRISUL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Debora Klempous/Estadão
16 | 20

SANTANDER - COM RELACIONAMENTO

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 20

ITAÚ - TAXA DE MERCADO

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
18 | 20

BRADESCO - TAXA DE MERCADO

Foto: Rafael Arbex/Estadão
19 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
20 | 20

SANTANDER - SEM RELACIONAMENTO

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Uma simulação feita por Sasso mostra o efeito das taxas de juros no longo prazo. Ele toma como exemplo uma pessoa de 37 anos que busca financiamento para um imóvel de R$ 300 mil a uma taxa de 10,5% ao ano (a mais alta até junho). A pessoa pagaria parcelas mensais de R$ 2.788,15 em um prazo de 30 anos (360 meses). Se sua renda fosse menor que R$ 9,2 mil, não conseguiria o crédito, pois a parcela seria maior que 30% da renda. Com a queda da taxa para 9,49% (a mais baixa atualmente), a parcela cairia para R$ 2.604,02. Em 30 anos, o financiamento terá custado cerca de R$ 33 mil menos.

Antes de examinar qualquer oferta, é preciso analisar as próprias condições financeiras. “A melhor decisão é tomada quando o consumidor tem plena consciência de seu fluxo de caixa”, diz Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. “O grande erro é olhar apenas para o bem, o prazo e a taxa, sem considerar o momento financeiro que se vive.”

O consumidor que toma dinheiro emprestado ainda sente pouco os efeitos da redução da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 9,25% e com perspectiva de chegar a 7,5% até o fim deste ano.

Em tempos de juro ainda alto, é preciso cuidado para não cair em armadilhas Foto:

Segundo os dados mais recentes do Banco Central, em junho do ano passado, quando a Selic ainda estava em 14,25% ao ano, as taxas médias de juros no crédito consignado – a linha mais barata de financiamento pessoal – estavam em 29,4% ao ano, sendo 2,2% ao mês. Um ano depois, com o juro básico a 10,25% (a taxa só caiu para 9,25% no fim de julho), a taxa a que o consumidor tem acesso na boca do caixa recuou pouco, para 27,4% ao ano, sendo 2,0% ao mês.

A maior redução foi vista no crédito sem garantia, em que as taxas médias passaram de 128,2% ao ano (7,1% ao mês) para 125,0% ao ano (7,0% ao mês), na mesma comparação. Para veículos, essas taxas saíram de 26,0% ao ano (1,9% ao mês) e foram a 24,0% ao ano (1,8% ao mês) no mesmo período. No caso dos imóveis, as taxas médias para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS foram de 11,2% ao ano(0,9% ao mês) para 9,2% ao ano (0,7% ao mês), na mesma base.

O repasse mais lento dessa redução, explicam os especialistas, acontece por conta do ainda incerto cenário econômico. Segundo o economista Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, esse ritmo deve continuar nos próximos meses, até que a economia dê sinais mais claros de recuperação e o governo ajuste suas contas. “A aprovação da reforma da Previdência deve oferecer um sossego maior aos bancos, que passarão paulatinamente a emprestar mais dinheiro”, ele diz.

Veja as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada modalidade de crédito

1 | 6

CRÉDITO PARA TODOS OS BOLSOS

Foto: USP imagens
2 | 6

ROTATIVO DO CARTÃO DE CRÉDITO

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
3 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO INSS (AO ANO)

Foto: Estadão
4 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PRIVADO (AO ANO)

5 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PÚBLICO (AO ANO)

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
6 | 6

CRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO (AO ANO)

E se por um lado a oferta é cara e escassa, por outro, a demanda também permanece pequena. Segundo a Boa Vista SCPC, a procura por crédito caiu 0,7% no primeiro semestre, mas ficou estável em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. “Quem tem dívida com um banco está tentando pagá-la em primeiro lugar”, diz Yan Cattani, economista do birô de crédito.

Além disso, muitas pessoas estão tentando trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, aponta Ricardo Kalichsztein, presidente da plataforma Bom Pra Crédito – que reúne mais de 25 bancos e fintechs e recebe cerca de 350 mil solicitações de crédito por mês. Ele nota a procura por empréstimos de até R$ 3 mil por um consumidor endividado, mas sem restrições no CPF.

Seis por meia dúzia. Quem já se comprometeu com um crédito ou está endividado encontra alternativas no mercado para pagar juros menores, mas precisa ficar atento para não acabar tendo custos semelhantes à dívida original ou até superiores.

Tomar um empréstimo sem garantia em uma fintech, por exemplo, acarreta juros na faixa de 2% ao mês – a mesma taxa do consignado em grandes bancos. Porém, quem tem um imóvel ou veículo em seu nome pode dar o bem como garantia e diminuir esse custo para pouco mais de 1% ao mês, em média.

Montadora financia carro mais barato do que banco; veja a diferença

1 | 16

Montadora x banco

Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
2 | 16

Por que na montadora é mais barato?

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
3 | 16

Mercedes

Foto: Merdeces-Benz
4 | 16

Renault

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 16

Peugeot

Foto: Sergio Castro/Estadão
6 | 16

BMW

7 | 16

Chevrolet

Foto: Chevrolet
8 | 16

Volkswagen

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
9 | 16

Bradesco

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
10 | 16

Banco Safra

Foto: Paulo Whitaker|Reuters
11 | 16

Volvo

Foto: Volvo
12 | 16

Itaú

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 16

Banco do Brasil

Foto: Reuters
14 | 16

Honda

Foto: Rafael Arbex/Estadão
15 | 16

Santander

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
16 | 16

Caixa

Foto: Fábio Motta/Estadão

Diante do aumento do desemprego, os próprios bancos passaram a oferecer linhas de crédito para renegociação. Assim, vale fazer as contas e considerar mais de uma alternativa.

Porém, com a expectativa de redução no juro básico e, por consequência, das taxas repassadas ao consumidor, quem puder esperar um pouco mais pode sair ganhando, principalmente nos financiamentos mais longos, como a compra de um carro ou da casa própria.

No caso específico dos imóveis, pesa a questão do compromisso de compra. “Há pessoas que já fizeram um contrato e agora precisam financiar o restante do valor. Daí, não tem jeito”, diz Rafael Sasso, da plataforma Melhortaxa.com.

Confira quais bancos oferecem a melhor taxa de financiamento imobiliário

1 | 20

O SONHO DA CASA PRÓPRIA

Foto: Aloisio Mauricio/Foto Arena
2 | 20

CAIXA - PROGRAMA MINHA, CASA MINHA VIDA

Foto: Gilberto Marques
3 | 20

BANCO DO BRASIL - PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

Foto: Marcos de Paula/Estadão
4 | 20

BANCO DO BRASIL - FGTS

Foto: Marcio Fernandes de Oliveira/Estadão
5 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SHF) COM RELACIONAMENTO

Foto: Angel Navarrete/Bloomberg
6 | 20

BRADESCO - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 20

BANRISUL

Foto: Ricardo Chaves/RBS
8 | 20

ITAÚ

Foto: Estadão
9 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH) SEM RELACIONAMENTO

Foto: Marcos Paula/Estadão
10 | 20

BANCO DO BRASIL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Sergio Neves/Estadão
11 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA

Foto: Werther Santana/Estadão
12 | 20

Caixa FGTS

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 20

CAIXA - RELACIONAMENTO

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
14 | 20

CAIXA - TAXA BALCÃO

Foto: Werther Santan/Estadão
15 | 20

BANRISUL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Debora Klempous/Estadão
16 | 20

SANTANDER - COM RELACIONAMENTO

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 20

ITAÚ - TAXA DE MERCADO

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
18 | 20

BRADESCO - TAXA DE MERCADO

Foto: Rafael Arbex/Estadão
19 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
20 | 20

SANTANDER - SEM RELACIONAMENTO

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Uma simulação feita por Sasso mostra o efeito das taxas de juros no longo prazo. Ele toma como exemplo uma pessoa de 37 anos que busca financiamento para um imóvel de R$ 300 mil a uma taxa de 10,5% ao ano (a mais alta até junho). A pessoa pagaria parcelas mensais de R$ 2.788,15 em um prazo de 30 anos (360 meses). Se sua renda fosse menor que R$ 9,2 mil, não conseguiria o crédito, pois a parcela seria maior que 30% da renda. Com a queda da taxa para 9,49% (a mais baixa atualmente), a parcela cairia para R$ 2.604,02. Em 30 anos, o financiamento terá custado cerca de R$ 33 mil menos.

Antes de examinar qualquer oferta, é preciso analisar as próprias condições financeiras. “A melhor decisão é tomada quando o consumidor tem plena consciência de seu fluxo de caixa”, diz Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. “O grande erro é olhar apenas para o bem, o prazo e a taxa, sem considerar o momento financeiro que se vive.”

O consumidor que toma dinheiro emprestado ainda sente pouco os efeitos da redução da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 9,25% e com perspectiva de chegar a 7,5% até o fim deste ano.

Em tempos de juro ainda alto, é preciso cuidado para não cair em armadilhas Foto:

Segundo os dados mais recentes do Banco Central, em junho do ano passado, quando a Selic ainda estava em 14,25% ao ano, as taxas médias de juros no crédito consignado – a linha mais barata de financiamento pessoal – estavam em 29,4% ao ano, sendo 2,2% ao mês. Um ano depois, com o juro básico a 10,25% (a taxa só caiu para 9,25% no fim de julho), a taxa a que o consumidor tem acesso na boca do caixa recuou pouco, para 27,4% ao ano, sendo 2,0% ao mês.

A maior redução foi vista no crédito sem garantia, em que as taxas médias passaram de 128,2% ao ano (7,1% ao mês) para 125,0% ao ano (7,0% ao mês), na mesma comparação. Para veículos, essas taxas saíram de 26,0% ao ano (1,9% ao mês) e foram a 24,0% ao ano (1,8% ao mês) no mesmo período. No caso dos imóveis, as taxas médias para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS foram de 11,2% ao ano(0,9% ao mês) para 9,2% ao ano (0,7% ao mês), na mesma base.

O repasse mais lento dessa redução, explicam os especialistas, acontece por conta do ainda incerto cenário econômico. Segundo o economista Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, esse ritmo deve continuar nos próximos meses, até que a economia dê sinais mais claros de recuperação e o governo ajuste suas contas. “A aprovação da reforma da Previdência deve oferecer um sossego maior aos bancos, que passarão paulatinamente a emprestar mais dinheiro”, ele diz.

Veja as taxas de juros cobradas pelos bancos em cada modalidade de crédito

1 | 6

CRÉDITO PARA TODOS OS BOLSOS

Foto: USP imagens
2 | 6

ROTATIVO DO CARTÃO DE CRÉDITO

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
3 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO INSS (AO ANO)

Foto: Estadão
4 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PRIVADO (AO ANO)

5 | 6

CRÉDITO PESSOAL CONSIGNADO PÚBLICO (AO ANO)

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
6 | 6

CRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO (AO ANO)

E se por um lado a oferta é cara e escassa, por outro, a demanda também permanece pequena. Segundo a Boa Vista SCPC, a procura por crédito caiu 0,7% no primeiro semestre, mas ficou estável em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. “Quem tem dívida com um banco está tentando pagá-la em primeiro lugar”, diz Yan Cattani, economista do birô de crédito.

Além disso, muitas pessoas estão tentando trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, aponta Ricardo Kalichsztein, presidente da plataforma Bom Pra Crédito – que reúne mais de 25 bancos e fintechs e recebe cerca de 350 mil solicitações de crédito por mês. Ele nota a procura por empréstimos de até R$ 3 mil por um consumidor endividado, mas sem restrições no CPF.

Seis por meia dúzia. Quem já se comprometeu com um crédito ou está endividado encontra alternativas no mercado para pagar juros menores, mas precisa ficar atento para não acabar tendo custos semelhantes à dívida original ou até superiores.

Tomar um empréstimo sem garantia em uma fintech, por exemplo, acarreta juros na faixa de 2% ao mês – a mesma taxa do consignado em grandes bancos. Porém, quem tem um imóvel ou veículo em seu nome pode dar o bem como garantia e diminuir esse custo para pouco mais de 1% ao mês, em média.

Montadora financia carro mais barato do que banco; veja a diferença

1 | 16

Montadora x banco

Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
2 | 16

Por que na montadora é mais barato?

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
3 | 16

Mercedes

Foto: Merdeces-Benz
4 | 16

Renault

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
5 | 16

Peugeot

Foto: Sergio Castro/Estadão
6 | 16

BMW

7 | 16

Chevrolet

Foto: Chevrolet
8 | 16

Volkswagen

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
9 | 16

Bradesco

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
10 | 16

Banco Safra

Foto: Paulo Whitaker|Reuters
11 | 16

Volvo

Foto: Volvo
12 | 16

Itaú

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 16

Banco do Brasil

Foto: Reuters
14 | 16

Honda

Foto: Rafael Arbex/Estadão
15 | 16

Santander

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
16 | 16

Caixa

Foto: Fábio Motta/Estadão

Diante do aumento do desemprego, os próprios bancos passaram a oferecer linhas de crédito para renegociação. Assim, vale fazer as contas e considerar mais de uma alternativa.

Porém, com a expectativa de redução no juro básico e, por consequência, das taxas repassadas ao consumidor, quem puder esperar um pouco mais pode sair ganhando, principalmente nos financiamentos mais longos, como a compra de um carro ou da casa própria.

No caso específico dos imóveis, pesa a questão do compromisso de compra. “Há pessoas que já fizeram um contrato e agora precisam financiar o restante do valor. Daí, não tem jeito”, diz Rafael Sasso, da plataforma Melhortaxa.com.

Confira quais bancos oferecem a melhor taxa de financiamento imobiliário

1 | 20

O SONHO DA CASA PRÓPRIA

Foto: Aloisio Mauricio/Foto Arena
2 | 20

CAIXA - PROGRAMA MINHA, CASA MINHA VIDA

Foto: Gilberto Marques
3 | 20

BANCO DO BRASIL - PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

Foto: Marcos de Paula/Estadão
4 | 20

BANCO DO BRASIL - FGTS

Foto: Marcio Fernandes de Oliveira/Estadão
5 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SHF) COM RELACIONAMENTO

Foto: Angel Navarrete/Bloomberg
6 | 20

BRADESCO - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 20

BANRISUL

Foto: Ricardo Chaves/RBS
8 | 20

ITAÚ

Foto: Estadão
9 | 20

SANTANDER - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH) SEM RELACIONAMENTO

Foto: Marcos Paula/Estadão
10 | 20

BANCO DO BRASIL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Sergio Neves/Estadão
11 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA

Foto: Werther Santana/Estadão
12 | 20

Caixa FGTS

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
13 | 20

CAIXA - RELACIONAMENTO

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
14 | 20

CAIXA - TAXA BALCÃO

Foto: Werther Santan/Estadão
15 | 20

BANRISUL - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH)

Foto: Debora Klempous/Estadão
16 | 20

SANTANDER - COM RELACIONAMENTO

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 20

ITAÚ - TAXA DE MERCADO

Foto: Tiago Queiroz/Estadão
18 | 20

BRADESCO - TAXA DE MERCADO

Foto: Rafael Arbex/Estadão
19 | 20

BANCO DO BRASIL - CARTEIRA HIPOTECÁRIA (CH)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
20 | 20

SANTANDER - SEM RELACIONAMENTO

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Uma simulação feita por Sasso mostra o efeito das taxas de juros no longo prazo. Ele toma como exemplo uma pessoa de 37 anos que busca financiamento para um imóvel de R$ 300 mil a uma taxa de 10,5% ao ano (a mais alta até junho). A pessoa pagaria parcelas mensais de R$ 2.788,15 em um prazo de 30 anos (360 meses). Se sua renda fosse menor que R$ 9,2 mil, não conseguiria o crédito, pois a parcela seria maior que 30% da renda. Com a queda da taxa para 9,49% (a mais baixa atualmente), a parcela cairia para R$ 2.604,02. Em 30 anos, o financiamento terá custado cerca de R$ 33 mil menos.

Antes de examinar qualquer oferta, é preciso analisar as próprias condições financeiras. “A melhor decisão é tomada quando o consumidor tem plena consciência de seu fluxo de caixa”, diz Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. “O grande erro é olhar apenas para o bem, o prazo e a taxa, sem considerar o momento financeiro que se vive.”

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.