Queda dos juros nos EUA e Europa deve ficar para 2º semestre, diz representante do FMI


Integrante do Banco Central Europeu também diz que é cedo para comemorar vitória contra a inflação

Por João Caminoto

DAVOS, SUÍÇA - Quem aposta numa redução de juros agressiva pelos principais bancos centrais do mundo - o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE) -, com cortes já neste primeiro semestre, ficou desanimado nesta terça-feira, 16, após um debate realizado no Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) foram taxativos em alertar que o momento de abrir as torneiras de dinheiro ainda vai demorar um pouco, pois as pressões inflacionárias persistem e não podem ser menosprezadas. Mesmo diante dessa previsão de prolongamento, a economia global deve ter um soft landing (pouso suave), ou seja, escapará de uma recessão.

“Os mercados estão esperando os bancos centrais cortarem os juros muito agressivamente”, disse a vice-diretora gerente do FMI, Gita Gopinath. “Isso é um pouco prematuro. A inflação está caindo num bom ritmo, estamos surpresos com a rapidez, mas o trabalho não foi completado.”

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A economista ressaltou que o mercado de trabalho continua aquecido nos EUA, um fator importante de preocupação de pressão inflacionária. “Esperamos que as taxas de juros venham a cair em algum momento neste ano, mas pelos dados que temos hoje isso deve acontecer provavelmente no segundo semestre do ano.”

Em Davos, FMI e BCE falam que é preciso ter cautela com inflação Foto: Denis Balibouse/Reuters

A perspectiva que as taxas de juros permaneçam mais elevadas do que no passado é provável. “Em três ou quatro anos, comparado ao período após a grave crise financeira, entre 2008 e 2019, veremos taxas de juros, na média, maiores”, afirmou Gopinath. “Naquele período os banqueiros centrais estavam diante de taxas de inflação muito baixas e estavam dispostos a estimular a economia, mas hoje, diante dos choques de oferta, vimos que a inflação pode retornar com muita força.” Isso, segundo ela, vai fazer com que as autoridades monetárias sejam mais cautelosas, inclusive se antecipando e não esperando que a inflação fique acima da meta para agir.”

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Diante desse “novo patamar” dos juros, o impacto sobre as dívidas públicas (juros mais altos encarecem o pagamento dessas obrigações dos governos), nos EUA, Europa e diversos emergentes, é mais um fator de preocupação para os próximos anos.

O governador do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, reforçou o alerta de Gopinath, que também é integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE). “É cedo demais para declarar vitória”, disse. “O aperto monetário tem tido muito sucesso até agora e acredito que, mais do que a desinflação dos preços energéticos, isso aconteceu pela competência das autoridades monetárias.”

DAVOS, SUÍÇA - Quem aposta numa redução de juros agressiva pelos principais bancos centrais do mundo - o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE) -, com cortes já neste primeiro semestre, ficou desanimado nesta terça-feira, 16, após um debate realizado no Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) foram taxativos em alertar que o momento de abrir as torneiras de dinheiro ainda vai demorar um pouco, pois as pressões inflacionárias persistem e não podem ser menosprezadas. Mesmo diante dessa previsão de prolongamento, a economia global deve ter um soft landing (pouso suave), ou seja, escapará de uma recessão.

“Os mercados estão esperando os bancos centrais cortarem os juros muito agressivamente”, disse a vice-diretora gerente do FMI, Gita Gopinath. “Isso é um pouco prematuro. A inflação está caindo num bom ritmo, estamos surpresos com a rapidez, mas o trabalho não foi completado.”

A economista ressaltou que o mercado de trabalho continua aquecido nos EUA, um fator importante de preocupação de pressão inflacionária. “Esperamos que as taxas de juros venham a cair em algum momento neste ano, mas pelos dados que temos hoje isso deve acontecer provavelmente no segundo semestre do ano.”

Em Davos, FMI e BCE falam que é preciso ter cautela com inflação Foto: Denis Balibouse/Reuters

A perspectiva que as taxas de juros permaneçam mais elevadas do que no passado é provável. “Em três ou quatro anos, comparado ao período após a grave crise financeira, entre 2008 e 2019, veremos taxas de juros, na média, maiores”, afirmou Gopinath. “Naquele período os banqueiros centrais estavam diante de taxas de inflação muito baixas e estavam dispostos a estimular a economia, mas hoje, diante dos choques de oferta, vimos que a inflação pode retornar com muita força.” Isso, segundo ela, vai fazer com que as autoridades monetárias sejam mais cautelosas, inclusive se antecipando e não esperando que a inflação fique acima da meta para agir.”

Diante desse “novo patamar” dos juros, o impacto sobre as dívidas públicas (juros mais altos encarecem o pagamento dessas obrigações dos governos), nos EUA, Europa e diversos emergentes, é mais um fator de preocupação para os próximos anos.

O governador do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, reforçou o alerta de Gopinath, que também é integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE). “É cedo demais para declarar vitória”, disse. “O aperto monetário tem tido muito sucesso até agora e acredito que, mais do que a desinflação dos preços energéticos, isso aconteceu pela competência das autoridades monetárias.”

DAVOS, SUÍÇA - Quem aposta numa redução de juros agressiva pelos principais bancos centrais do mundo - o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE) -, com cortes já neste primeiro semestre, ficou desanimado nesta terça-feira, 16, após um debate realizado no Encontro Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) foram taxativos em alertar que o momento de abrir as torneiras de dinheiro ainda vai demorar um pouco, pois as pressões inflacionárias persistem e não podem ser menosprezadas. Mesmo diante dessa previsão de prolongamento, a economia global deve ter um soft landing (pouso suave), ou seja, escapará de uma recessão.

“Os mercados estão esperando os bancos centrais cortarem os juros muito agressivamente”, disse a vice-diretora gerente do FMI, Gita Gopinath. “Isso é um pouco prematuro. A inflação está caindo num bom ritmo, estamos surpresos com a rapidez, mas o trabalho não foi completado.”

A economista ressaltou que o mercado de trabalho continua aquecido nos EUA, um fator importante de preocupação de pressão inflacionária. “Esperamos que as taxas de juros venham a cair em algum momento neste ano, mas pelos dados que temos hoje isso deve acontecer provavelmente no segundo semestre do ano.”

Em Davos, FMI e BCE falam que é preciso ter cautela com inflação Foto: Denis Balibouse/Reuters

A perspectiva que as taxas de juros permaneçam mais elevadas do que no passado é provável. “Em três ou quatro anos, comparado ao período após a grave crise financeira, entre 2008 e 2019, veremos taxas de juros, na média, maiores”, afirmou Gopinath. “Naquele período os banqueiros centrais estavam diante de taxas de inflação muito baixas e estavam dispostos a estimular a economia, mas hoje, diante dos choques de oferta, vimos que a inflação pode retornar com muita força.” Isso, segundo ela, vai fazer com que as autoridades monetárias sejam mais cautelosas, inclusive se antecipando e não esperando que a inflação fique acima da meta para agir.”

Diante desse “novo patamar” dos juros, o impacto sobre as dívidas públicas (juros mais altos encarecem o pagamento dessas obrigações dos governos), nos EUA, Europa e diversos emergentes, é mais um fator de preocupação para os próximos anos.

O governador do Banco Central da França, François Villeroy de Galhau, reforçou o alerta de Gopinath, que também é integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE). “É cedo demais para declarar vitória”, disse. “O aperto monetário tem tido muito sucesso até agora e acredito que, mais do que a desinflação dos preços energéticos, isso aconteceu pela competência das autoridades monetárias.”

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