O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) atendeu a pedido da Americanas e colocou sob sigilo os e-mails de executivos da companhia que vierem a ser apreendidos em ação de produção antecipada de provas protocolada pelo Bradesco. Além disso, a Justiça paulista permitiu o compartilhamento das mensagens com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que abriu procedimentos para investigar o rombo contábil de R$ 20 bilhões da companhia.
A Americanas pediu ao TJ que os documentos fiquem sob sigilo até que haja uma triagem pelos peritos nomeados pelo Tribunal. “O teor dos documentos a serem apresentados pelo Grupo Americanas tem caráter sigiloso, contendo não só informações sobre negócios, mas também sobre a vida privada das pessoas atingidas”, afirmou a defesa da varejista.
O sigilo valerá apenas para os e-mails, documentos e demais dados que forem apreendidos até que o perito nomeado faça uma triagem do material. Este é outro ponto em que há um imbróglio. A perita Patrícia Punder, que havia sido designada pelo TJ, renunciou à função por uma “divergência sobre honorários”.
O nome de quem a substituirá ainda não foi definido. Em paralelo, a juíza Andréa Galhardo Palma nomeou a Kroll Associates para substituir a Deloitte na perícia das provas. Ontem, a Deloitte alegou conflito de interesse para renunciar à indicação, que viera em substituição à EY, desqualificada por ter sido contratada pela Americanas para assessorar o comitê independente que também investiga as questões contábeis da companhia.
A ação do Bradesco pediu a apreensão de e-mails de ex e atuais executivos e conselheiros da Americanas nos últimos dez anos, para tentar encontrar, segundo a defesa do banco, os responsáveis pelo rombo contábil de R$ 20 bilhões revelado em janeiro e que levou a empresa à recuperação judicial. O pedido do banco foi aceito.