Economista

Opinião|Calor deveria intensificar nossa vontade por ações efetivas contra catástrofes climáticas


Inércia de agentes públicos e empresas privadas pode complicar a vida e afetar o fornecimento de serviços essenciais

Por Laura Karpuska

Nesta semana, relembrei os primeiros dias de lockdown em 2020. Em São Paulo, a temperatura havia baixado, trazendo refresco ao usual calor de março. O céu, roxo-acinzentado, ficara limpo, revelando as estrelas. E o ar, em poucos dias, estava mais puro. Esse experimento evidenciou que é possível fazer ajustes que aprimoram a qualidade do ar, a temperatura e o nosso bem-estar.

O jornal The New York Times publicou nesta semana um artigo comparando Hoboken, em Nova Jersey, e Manhattan, em Nova York, após as fortes chuvas que aconteceram em setembro. Enquanto em Nova York pessoas ficaram desalojadas e parte do metrô alagou, em Hoboken poucas horas depois das fortes chuvas acontecia um festival de música e arte.

Depois do furacão Sandy, Hoboken ficou devastada. Eles aprenderam com a experiência. Desde 2012, foram construídos reservatórios absorventes de água, como cisternas em parques, e o sistema de esgoto vem sendo renovado.

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Parques, muitas vezes vistos como artigos de luxo, são cruciais em uma cidade. O arquiteto Michael Kimmelman, ao comentar o caso no The New York Times, afirmou que “parques são tão importantes quanto qualquer outra coisa, porque não são apenas lugares para relaxar”. Fico me perguntando se Kimmelman já veio a São Paulo e vivenciou a nossa falta de verde, nossos rios aterrados e nosso excesso de asfalto.

Eventos climáticos extremos como ondas de calor e tempestades devem se tornar cada vez mais comuns Foto: Alex Silva / Estadão

Aqui, chuvas comuns causam danos, desde semáforos inoperantes até enchentes que destroem casas mal estruturadas e fazem os bueiros transbordarem esgoto pelas ruas. Recentemente, milhares ficaram sem luz devido a ventos mais fortes que a média. O incidente expôs a falta de preparo técnico da Enel, responsável pela eletricidade na região, para prevenir ou remediar a situação. A área de relações públicas da Aneel também deixou a desejar, não trazendo boas justificativas para a demora.

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O prefeito Ricardo Nunes travou uma guerra com a empresa na tentativa de diminuir o dano de imagem à Prefeitura. Ele também aproveitou a oportunidade para dizer que, quem quiser aterrar os fios elétricos expostos, pode enterrar, que a Prefeitura vai pagar a metade. Não há um plano.

O calor desta semana e a falta de luz recente deveriam intensificar nossa vontade por ações efetivas contra catástrofes climáticas. Diante da inércia de algumas prefeituras, gestores públicos, empresas privadas e nossa como cidadãos, surge uma questão fundamental: o que queremos para nossas cidades nesse novo ambiente? Certamente, queremos luz, água tratada, semáforos funcionando e parques. Já que é para sonhar, ar limpo também.

Nesta semana, relembrei os primeiros dias de lockdown em 2020. Em São Paulo, a temperatura havia baixado, trazendo refresco ao usual calor de março. O céu, roxo-acinzentado, ficara limpo, revelando as estrelas. E o ar, em poucos dias, estava mais puro. Esse experimento evidenciou que é possível fazer ajustes que aprimoram a qualidade do ar, a temperatura e o nosso bem-estar.

O jornal The New York Times publicou nesta semana um artigo comparando Hoboken, em Nova Jersey, e Manhattan, em Nova York, após as fortes chuvas que aconteceram em setembro. Enquanto em Nova York pessoas ficaram desalojadas e parte do metrô alagou, em Hoboken poucas horas depois das fortes chuvas acontecia um festival de música e arte.

Depois do furacão Sandy, Hoboken ficou devastada. Eles aprenderam com a experiência. Desde 2012, foram construídos reservatórios absorventes de água, como cisternas em parques, e o sistema de esgoto vem sendo renovado.

Parques, muitas vezes vistos como artigos de luxo, são cruciais em uma cidade. O arquiteto Michael Kimmelman, ao comentar o caso no The New York Times, afirmou que “parques são tão importantes quanto qualquer outra coisa, porque não são apenas lugares para relaxar”. Fico me perguntando se Kimmelman já veio a São Paulo e vivenciou a nossa falta de verde, nossos rios aterrados e nosso excesso de asfalto.

Eventos climáticos extremos como ondas de calor e tempestades devem se tornar cada vez mais comuns Foto: Alex Silva / Estadão

Aqui, chuvas comuns causam danos, desde semáforos inoperantes até enchentes que destroem casas mal estruturadas e fazem os bueiros transbordarem esgoto pelas ruas. Recentemente, milhares ficaram sem luz devido a ventos mais fortes que a média. O incidente expôs a falta de preparo técnico da Enel, responsável pela eletricidade na região, para prevenir ou remediar a situação. A área de relações públicas da Aneel também deixou a desejar, não trazendo boas justificativas para a demora.

O prefeito Ricardo Nunes travou uma guerra com a empresa na tentativa de diminuir o dano de imagem à Prefeitura. Ele também aproveitou a oportunidade para dizer que, quem quiser aterrar os fios elétricos expostos, pode enterrar, que a Prefeitura vai pagar a metade. Não há um plano.

O calor desta semana e a falta de luz recente deveriam intensificar nossa vontade por ações efetivas contra catástrofes climáticas. Diante da inércia de algumas prefeituras, gestores públicos, empresas privadas e nossa como cidadãos, surge uma questão fundamental: o que queremos para nossas cidades nesse novo ambiente? Certamente, queremos luz, água tratada, semáforos funcionando e parques. Já que é para sonhar, ar limpo também.

Nesta semana, relembrei os primeiros dias de lockdown em 2020. Em São Paulo, a temperatura havia baixado, trazendo refresco ao usual calor de março. O céu, roxo-acinzentado, ficara limpo, revelando as estrelas. E o ar, em poucos dias, estava mais puro. Esse experimento evidenciou que é possível fazer ajustes que aprimoram a qualidade do ar, a temperatura e o nosso bem-estar.

O jornal The New York Times publicou nesta semana um artigo comparando Hoboken, em Nova Jersey, e Manhattan, em Nova York, após as fortes chuvas que aconteceram em setembro. Enquanto em Nova York pessoas ficaram desalojadas e parte do metrô alagou, em Hoboken poucas horas depois das fortes chuvas acontecia um festival de música e arte.

Depois do furacão Sandy, Hoboken ficou devastada. Eles aprenderam com a experiência. Desde 2012, foram construídos reservatórios absorventes de água, como cisternas em parques, e o sistema de esgoto vem sendo renovado.

Parques, muitas vezes vistos como artigos de luxo, são cruciais em uma cidade. O arquiteto Michael Kimmelman, ao comentar o caso no The New York Times, afirmou que “parques são tão importantes quanto qualquer outra coisa, porque não são apenas lugares para relaxar”. Fico me perguntando se Kimmelman já veio a São Paulo e vivenciou a nossa falta de verde, nossos rios aterrados e nosso excesso de asfalto.

Eventos climáticos extremos como ondas de calor e tempestades devem se tornar cada vez mais comuns Foto: Alex Silva / Estadão

Aqui, chuvas comuns causam danos, desde semáforos inoperantes até enchentes que destroem casas mal estruturadas e fazem os bueiros transbordarem esgoto pelas ruas. Recentemente, milhares ficaram sem luz devido a ventos mais fortes que a média. O incidente expôs a falta de preparo técnico da Enel, responsável pela eletricidade na região, para prevenir ou remediar a situação. A área de relações públicas da Aneel também deixou a desejar, não trazendo boas justificativas para a demora.

O prefeito Ricardo Nunes travou uma guerra com a empresa na tentativa de diminuir o dano de imagem à Prefeitura. Ele também aproveitou a oportunidade para dizer que, quem quiser aterrar os fios elétricos expostos, pode enterrar, que a Prefeitura vai pagar a metade. Não há um plano.

O calor desta semana e a falta de luz recente deveriam intensificar nossa vontade por ações efetivas contra catástrofes climáticas. Diante da inércia de algumas prefeituras, gestores públicos, empresas privadas e nossa como cidadãos, surge uma questão fundamental: o que queremos para nossas cidades nesse novo ambiente? Certamente, queremos luz, água tratada, semáforos funcionando e parques. Já que é para sonhar, ar limpo também.

Nesta semana, relembrei os primeiros dias de lockdown em 2020. Em São Paulo, a temperatura havia baixado, trazendo refresco ao usual calor de março. O céu, roxo-acinzentado, ficara limpo, revelando as estrelas. E o ar, em poucos dias, estava mais puro. Esse experimento evidenciou que é possível fazer ajustes que aprimoram a qualidade do ar, a temperatura e o nosso bem-estar.

O jornal The New York Times publicou nesta semana um artigo comparando Hoboken, em Nova Jersey, e Manhattan, em Nova York, após as fortes chuvas que aconteceram em setembro. Enquanto em Nova York pessoas ficaram desalojadas e parte do metrô alagou, em Hoboken poucas horas depois das fortes chuvas acontecia um festival de música e arte.

Depois do furacão Sandy, Hoboken ficou devastada. Eles aprenderam com a experiência. Desde 2012, foram construídos reservatórios absorventes de água, como cisternas em parques, e o sistema de esgoto vem sendo renovado.

Parques, muitas vezes vistos como artigos de luxo, são cruciais em uma cidade. O arquiteto Michael Kimmelman, ao comentar o caso no The New York Times, afirmou que “parques são tão importantes quanto qualquer outra coisa, porque não são apenas lugares para relaxar”. Fico me perguntando se Kimmelman já veio a São Paulo e vivenciou a nossa falta de verde, nossos rios aterrados e nosso excesso de asfalto.

Eventos climáticos extremos como ondas de calor e tempestades devem se tornar cada vez mais comuns Foto: Alex Silva / Estadão

Aqui, chuvas comuns causam danos, desde semáforos inoperantes até enchentes que destroem casas mal estruturadas e fazem os bueiros transbordarem esgoto pelas ruas. Recentemente, milhares ficaram sem luz devido a ventos mais fortes que a média. O incidente expôs a falta de preparo técnico da Enel, responsável pela eletricidade na região, para prevenir ou remediar a situação. A área de relações públicas da Aneel também deixou a desejar, não trazendo boas justificativas para a demora.

O prefeito Ricardo Nunes travou uma guerra com a empresa na tentativa de diminuir o dano de imagem à Prefeitura. Ele também aproveitou a oportunidade para dizer que, quem quiser aterrar os fios elétricos expostos, pode enterrar, que a Prefeitura vai pagar a metade. Não há um plano.

O calor desta semana e a falta de luz recente deveriam intensificar nossa vontade por ações efetivas contra catástrofes climáticas. Diante da inércia de algumas prefeituras, gestores públicos, empresas privadas e nossa como cidadãos, surge uma questão fundamental: o que queremos para nossas cidades nesse novo ambiente? Certamente, queremos luz, água tratada, semáforos funcionando e parques. Já que é para sonhar, ar limpo também.

Opinião por Laura Karpuska

Professora do Insper, Ph.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook

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