Economista

Opinião|Governantes não darão importância aos riscos ambientais se culparmos mau tempo por desastres


Estado possui papel fundamental na prevenção de tragédias como a que ocorreu nesta semana em São Sebastião

Por Laura Karpuska
Atualização:

Desastres frequentemente são resultado de péssimas políticas públicas. A natureza pode estar sendo particularmente impiedosa conosco, em parte por causa das ações do próprio ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, o Estado possui um papel fundamental na prevenção de tragédias como a que ocorreu nesta semana em São Sebastião. Há muito mais que poderia ser feito nesse sentido.

Vemos que o Estado não consegue chegar nas pessoas. As chuvas no litoral Norte de São Paulo matam e deixam sem casa dezenas de pessoas. Todos os anos. Casas alagadas e cheias de lama também são comuns nas periferias de São Paulo em épocas de chuvas.

Prevenções efetivas incluiriam informação meteorológica adequada – e um protocolo de aviso de segurança e evacuação. O centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avisou ao governo de São Paulo e à Prefeitura de São Sebastião dois dias antes do desastre. Nada foi feito.

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Uma outra política pública que poderia ser efetiva na prevenção de tragédias como a ocorrida recentemente envolveria a implementação de mudanças regulatórias em relação a áreas de risco, incluindo medidas de realocação de moradores e construção de edifícios e casas com materiais adequados. Apesar de existirem solicitações para realocação de famílias na região, esses pedidos têm sido negligenciados pelos governos locais.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em situações como esta é frequente que os governantes decretem estado de calamidade pública. Embora seja necessário agir rapidamente para minimizar os danos, essa declaração pode permitir que as autoridades evitem licitações, o que pode levar a gastos excessivos, contratações inadequadas e desvio de recursos para pequenos grupos de interesse. Remediar, mesmo com maior custo humano e econômico, parece estar sendo mais vantajoso politicamente.

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Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político. Culpar o mau tempo não fará com que governantes passem a dar a devida importância aos riscos ambientais que se materializam em desastres por falta de planejamento e ação política.

A política nos reservou uma grata surpresa nesta semana. Vimos representantes dos três poderes, o presidente Lula, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, reunidos para enfrentar a tragédia na região. Em um momento em que a polarização política parece ser a regra, é louvável ver que as desavenças eleitorais e ideológicas foram deixadas de lado. Trata-se de um importante avanço dado os tempos recentes.

Desastres frequentemente são resultado de péssimas políticas públicas. A natureza pode estar sendo particularmente impiedosa conosco, em parte por causa das ações do próprio ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, o Estado possui um papel fundamental na prevenção de tragédias como a que ocorreu nesta semana em São Sebastião. Há muito mais que poderia ser feito nesse sentido.

Vemos que o Estado não consegue chegar nas pessoas. As chuvas no litoral Norte de São Paulo matam e deixam sem casa dezenas de pessoas. Todos os anos. Casas alagadas e cheias de lama também são comuns nas periferias de São Paulo em épocas de chuvas.

Prevenções efetivas incluiriam informação meteorológica adequada – e um protocolo de aviso de segurança e evacuação. O centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avisou ao governo de São Paulo e à Prefeitura de São Sebastião dois dias antes do desastre. Nada foi feito.

Uma outra política pública que poderia ser efetiva na prevenção de tragédias como a ocorrida recentemente envolveria a implementação de mudanças regulatórias em relação a áreas de risco, incluindo medidas de realocação de moradores e construção de edifícios e casas com materiais adequados. Apesar de existirem solicitações para realocação de famílias na região, esses pedidos têm sido negligenciados pelos governos locais.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em situações como esta é frequente que os governantes decretem estado de calamidade pública. Embora seja necessário agir rapidamente para minimizar os danos, essa declaração pode permitir que as autoridades evitem licitações, o que pode levar a gastos excessivos, contratações inadequadas e desvio de recursos para pequenos grupos de interesse. Remediar, mesmo com maior custo humano e econômico, parece estar sendo mais vantajoso politicamente.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político. Culpar o mau tempo não fará com que governantes passem a dar a devida importância aos riscos ambientais que se materializam em desastres por falta de planejamento e ação política.

A política nos reservou uma grata surpresa nesta semana. Vimos representantes dos três poderes, o presidente Lula, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, reunidos para enfrentar a tragédia na região. Em um momento em que a polarização política parece ser a regra, é louvável ver que as desavenças eleitorais e ideológicas foram deixadas de lado. Trata-se de um importante avanço dado os tempos recentes.

Desastres frequentemente são resultado de péssimas políticas públicas. A natureza pode estar sendo particularmente impiedosa conosco, em parte por causa das ações do próprio ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, o Estado possui um papel fundamental na prevenção de tragédias como a que ocorreu nesta semana em São Sebastião. Há muito mais que poderia ser feito nesse sentido.

Vemos que o Estado não consegue chegar nas pessoas. As chuvas no litoral Norte de São Paulo matam e deixam sem casa dezenas de pessoas. Todos os anos. Casas alagadas e cheias de lama também são comuns nas periferias de São Paulo em épocas de chuvas.

Prevenções efetivas incluiriam informação meteorológica adequada – e um protocolo de aviso de segurança e evacuação. O centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avisou ao governo de São Paulo e à Prefeitura de São Sebastião dois dias antes do desastre. Nada foi feito.

Uma outra política pública que poderia ser efetiva na prevenção de tragédias como a ocorrida recentemente envolveria a implementação de mudanças regulatórias em relação a áreas de risco, incluindo medidas de realocação de moradores e construção de edifícios e casas com materiais adequados. Apesar de existirem solicitações para realocação de famílias na região, esses pedidos têm sido negligenciados pelos governos locais.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em situações como esta é frequente que os governantes decretem estado de calamidade pública. Embora seja necessário agir rapidamente para minimizar os danos, essa declaração pode permitir que as autoridades evitem licitações, o que pode levar a gastos excessivos, contratações inadequadas e desvio de recursos para pequenos grupos de interesse. Remediar, mesmo com maior custo humano e econômico, parece estar sendo mais vantajoso politicamente.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político. Culpar o mau tempo não fará com que governantes passem a dar a devida importância aos riscos ambientais que se materializam em desastres por falta de planejamento e ação política.

A política nos reservou uma grata surpresa nesta semana. Vimos representantes dos três poderes, o presidente Lula, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, reunidos para enfrentar a tragédia na região. Em um momento em que a polarização política parece ser a regra, é louvável ver que as desavenças eleitorais e ideológicas foram deixadas de lado. Trata-se de um importante avanço dado os tempos recentes.

Desastres frequentemente são resultado de péssimas políticas públicas. A natureza pode estar sendo particularmente impiedosa conosco, em parte por causa das ações do próprio ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, o Estado possui um papel fundamental na prevenção de tragédias como a que ocorreu nesta semana em São Sebastião. Há muito mais que poderia ser feito nesse sentido.

Vemos que o Estado não consegue chegar nas pessoas. As chuvas no litoral Norte de São Paulo matam e deixam sem casa dezenas de pessoas. Todos os anos. Casas alagadas e cheias de lama também são comuns nas periferias de São Paulo em épocas de chuvas.

Prevenções efetivas incluiriam informação meteorológica adequada – e um protocolo de aviso de segurança e evacuação. O centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avisou ao governo de São Paulo e à Prefeitura de São Sebastião dois dias antes do desastre. Nada foi feito.

Uma outra política pública que poderia ser efetiva na prevenção de tragédias como a ocorrida recentemente envolveria a implementação de mudanças regulatórias em relação a áreas de risco, incluindo medidas de realocação de moradores e construção de edifícios e casas com materiais adequados. Apesar de existirem solicitações para realocação de famílias na região, esses pedidos têm sido negligenciados pelos governos locais.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em situações como esta é frequente que os governantes decretem estado de calamidade pública. Embora seja necessário agir rapidamente para minimizar os danos, essa declaração pode permitir que as autoridades evitem licitações, o que pode levar a gastos excessivos, contratações inadequadas e desvio de recursos para pequenos grupos de interesse. Remediar, mesmo com maior custo humano e econômico, parece estar sendo mais vantajoso politicamente.

Reconhecer que os verdadeiros culpados por um desastre como o que vivemos é um passo importante para o accountability político. Culpar o mau tempo não fará com que governantes passem a dar a devida importância aos riscos ambientais que se materializam em desastres por falta de planejamento e ação política.

A política nos reservou uma grata surpresa nesta semana. Vimos representantes dos três poderes, o presidente Lula, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, e o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, reunidos para enfrentar a tragédia na região. Em um momento em que a polarização política parece ser a regra, é louvável ver que as desavenças eleitorais e ideológicas foram deixadas de lado. Trata-se de um importante avanço dado os tempos recentes.

Opinião por Laura Karpuska

Professora do Insper, Ph.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook

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