Economista

Opinião|Por que juventude europeia se volta para a extrema direita?


O contexto social e econômico pode deixar jovens suscetíveis a qualquer populismo

Por Laura Karpuska

A extrema direita está ganhando a mente e o coração dos jovens europeus. “Na França, surpreendentes 36% dos jovens de 18 a 24 anos apoiam o Rally Nacional (RN), de Marine Le Pen, enquanto 31% apoiam o Partido da Liberdade (PVV), de Geert Wilders, nos Países Baixos”, diz uma das reportagens mais lidas no Financial Times desta semana.

É difícil destacar um único motivo para a ascensão da extrema direita. Na história, a ascensão de grupos extremistas está correlacionada a crises econômicas. O mundo viveu uma grande crise em 2008 e, agora, com a pandemia, mais uma crise. Crises econômicas podem fazer com que expectativas sejam frustradas. Uma forma de canalizar a frustração é um descontentamento generalizado contra o “establishment”, abrindo a porta para candidatos extremistas.

Difícil não lembrar do livro Growing Up Absurd: Problems of Youth in the Organized System, de Paul Goodman. Ele destaca como as estruturas educacionais, econômicas e sociais falharam em fornecer aos jovens um sentido de propósito e oportunidades para um desenvolvimento autêntico. A desmoralização dos jovens resultava, portanto, em um sentimento generalizado de apatia e desengajamento.

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O livro foi um marco nos anos 60. Críticos destacam um idealismo exacerbado do autor, sua visão limitada por certo classicismo e pelo fato de que o livro refletia, de forma muito profunda, o momento histórico norte-americano: guerra fria, movimento de direitos civis e uma certa ressaca do sentimento de um futuro brilhante no pós-Segunda Guerra. Apesar das críticas, é impossível não pensarmos que esse crescimento da extrema direita entre os jovens não está relacionado a um tipo de desmoralização da juventude.

Juventude não necessariamente é mais progressista do que as gerações anteriores Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

Quando os jovens sentem que as instituições não oferecem um caminho claro para uma vida significativa e bem-sucedida, a alternativa que promete mudança – seja ela qual for – e identidade, pertencimento a um grupo, é muito atraente. A extrema direita, com suas mensagens simplificadas e promessas de restauração de ordem e estabilidade, pode parecer uma resposta atraente a essas frustrações.

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A ideia de que jovens serão sempre progressistas é um pouco simplista. O contexto social, econômico e histórico pode deixar jovens suscetíveis a qualquer populismo. Uma geração marcada pela pandemia, com preocupações de sobrevivência, com dificuldades em enxergar um futuro melhor é um prato cheio para extremistas. Será que o “establishment” tem algo a oferecer para os desiludos dessa geração?

A extrema direita está ganhando a mente e o coração dos jovens europeus. “Na França, surpreendentes 36% dos jovens de 18 a 24 anos apoiam o Rally Nacional (RN), de Marine Le Pen, enquanto 31% apoiam o Partido da Liberdade (PVV), de Geert Wilders, nos Países Baixos”, diz uma das reportagens mais lidas no Financial Times desta semana.

É difícil destacar um único motivo para a ascensão da extrema direita. Na história, a ascensão de grupos extremistas está correlacionada a crises econômicas. O mundo viveu uma grande crise em 2008 e, agora, com a pandemia, mais uma crise. Crises econômicas podem fazer com que expectativas sejam frustradas. Uma forma de canalizar a frustração é um descontentamento generalizado contra o “establishment”, abrindo a porta para candidatos extremistas.

Difícil não lembrar do livro Growing Up Absurd: Problems of Youth in the Organized System, de Paul Goodman. Ele destaca como as estruturas educacionais, econômicas e sociais falharam em fornecer aos jovens um sentido de propósito e oportunidades para um desenvolvimento autêntico. A desmoralização dos jovens resultava, portanto, em um sentimento generalizado de apatia e desengajamento.

O livro foi um marco nos anos 60. Críticos destacam um idealismo exacerbado do autor, sua visão limitada por certo classicismo e pelo fato de que o livro refletia, de forma muito profunda, o momento histórico norte-americano: guerra fria, movimento de direitos civis e uma certa ressaca do sentimento de um futuro brilhante no pós-Segunda Guerra. Apesar das críticas, é impossível não pensarmos que esse crescimento da extrema direita entre os jovens não está relacionado a um tipo de desmoralização da juventude.

Juventude não necessariamente é mais progressista do que as gerações anteriores Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

Quando os jovens sentem que as instituições não oferecem um caminho claro para uma vida significativa e bem-sucedida, a alternativa que promete mudança – seja ela qual for – e identidade, pertencimento a um grupo, é muito atraente. A extrema direita, com suas mensagens simplificadas e promessas de restauração de ordem e estabilidade, pode parecer uma resposta atraente a essas frustrações.

A ideia de que jovens serão sempre progressistas é um pouco simplista. O contexto social, econômico e histórico pode deixar jovens suscetíveis a qualquer populismo. Uma geração marcada pela pandemia, com preocupações de sobrevivência, com dificuldades em enxergar um futuro melhor é um prato cheio para extremistas. Será que o “establishment” tem algo a oferecer para os desiludos dessa geração?

A extrema direita está ganhando a mente e o coração dos jovens europeus. “Na França, surpreendentes 36% dos jovens de 18 a 24 anos apoiam o Rally Nacional (RN), de Marine Le Pen, enquanto 31% apoiam o Partido da Liberdade (PVV), de Geert Wilders, nos Países Baixos”, diz uma das reportagens mais lidas no Financial Times desta semana.

É difícil destacar um único motivo para a ascensão da extrema direita. Na história, a ascensão de grupos extremistas está correlacionada a crises econômicas. O mundo viveu uma grande crise em 2008 e, agora, com a pandemia, mais uma crise. Crises econômicas podem fazer com que expectativas sejam frustradas. Uma forma de canalizar a frustração é um descontentamento generalizado contra o “establishment”, abrindo a porta para candidatos extremistas.

Difícil não lembrar do livro Growing Up Absurd: Problems of Youth in the Organized System, de Paul Goodman. Ele destaca como as estruturas educacionais, econômicas e sociais falharam em fornecer aos jovens um sentido de propósito e oportunidades para um desenvolvimento autêntico. A desmoralização dos jovens resultava, portanto, em um sentimento generalizado de apatia e desengajamento.

O livro foi um marco nos anos 60. Críticos destacam um idealismo exacerbado do autor, sua visão limitada por certo classicismo e pelo fato de que o livro refletia, de forma muito profunda, o momento histórico norte-americano: guerra fria, movimento de direitos civis e uma certa ressaca do sentimento de um futuro brilhante no pós-Segunda Guerra. Apesar das críticas, é impossível não pensarmos que esse crescimento da extrema direita entre os jovens não está relacionado a um tipo de desmoralização da juventude.

Juventude não necessariamente é mais progressista do que as gerações anteriores Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

Quando os jovens sentem que as instituições não oferecem um caminho claro para uma vida significativa e bem-sucedida, a alternativa que promete mudança – seja ela qual for – e identidade, pertencimento a um grupo, é muito atraente. A extrema direita, com suas mensagens simplificadas e promessas de restauração de ordem e estabilidade, pode parecer uma resposta atraente a essas frustrações.

A ideia de que jovens serão sempre progressistas é um pouco simplista. O contexto social, econômico e histórico pode deixar jovens suscetíveis a qualquer populismo. Uma geração marcada pela pandemia, com preocupações de sobrevivência, com dificuldades em enxergar um futuro melhor é um prato cheio para extremistas. Será que o “establishment” tem algo a oferecer para os desiludos dessa geração?

A extrema direita está ganhando a mente e o coração dos jovens europeus. “Na França, surpreendentes 36% dos jovens de 18 a 24 anos apoiam o Rally Nacional (RN), de Marine Le Pen, enquanto 31% apoiam o Partido da Liberdade (PVV), de Geert Wilders, nos Países Baixos”, diz uma das reportagens mais lidas no Financial Times desta semana.

É difícil destacar um único motivo para a ascensão da extrema direita. Na história, a ascensão de grupos extremistas está correlacionada a crises econômicas. O mundo viveu uma grande crise em 2008 e, agora, com a pandemia, mais uma crise. Crises econômicas podem fazer com que expectativas sejam frustradas. Uma forma de canalizar a frustração é um descontentamento generalizado contra o “establishment”, abrindo a porta para candidatos extremistas.

Difícil não lembrar do livro Growing Up Absurd: Problems of Youth in the Organized System, de Paul Goodman. Ele destaca como as estruturas educacionais, econômicas e sociais falharam em fornecer aos jovens um sentido de propósito e oportunidades para um desenvolvimento autêntico. A desmoralização dos jovens resultava, portanto, em um sentimento generalizado de apatia e desengajamento.

O livro foi um marco nos anos 60. Críticos destacam um idealismo exacerbado do autor, sua visão limitada por certo classicismo e pelo fato de que o livro refletia, de forma muito profunda, o momento histórico norte-americano: guerra fria, movimento de direitos civis e uma certa ressaca do sentimento de um futuro brilhante no pós-Segunda Guerra. Apesar das críticas, é impossível não pensarmos que esse crescimento da extrema direita entre os jovens não está relacionado a um tipo de desmoralização da juventude.

Juventude não necessariamente é mais progressista do que as gerações anteriores Foto: HÉLVIO ROMERO / ESTADÃO

Quando os jovens sentem que as instituições não oferecem um caminho claro para uma vida significativa e bem-sucedida, a alternativa que promete mudança – seja ela qual for – e identidade, pertencimento a um grupo, é muito atraente. A extrema direita, com suas mensagens simplificadas e promessas de restauração de ordem e estabilidade, pode parecer uma resposta atraente a essas frustrações.

A ideia de que jovens serão sempre progressistas é um pouco simplista. O contexto social, econômico e histórico pode deixar jovens suscetíveis a qualquer populismo. Uma geração marcada pela pandemia, com preocupações de sobrevivência, com dificuldades em enxergar um futuro melhor é um prato cheio para extremistas. Será que o “establishment” tem algo a oferecer para os desiludos dessa geração?

Opinião por Laura Karpuska

Professora do Insper, Ph.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook

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