Economista

Opinião|Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para todos


O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

Por Laura Karpuska

A Carta ao Povo Brasileiro fez 20 anos nesta semana. “Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social”, dizia o documento.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirma que Lula não precisa de uma nova carta, pois seus dois mandatos falam por si só. Na carta de 2002, Lula e sua equipe deixaram claras quatro diretrizes do seu governo: respeito às contas públicas, respeito aos contratos brasileiros, combate à inflação e uma política conciliadora. Entre os apoiadores do PT, os dois governos devem servir como compromisso de que caminho tomaria um novo governo. Mas e entre os demais?

Nesta semana, o PT divulgou as diretrizes do programa de governo Lula-Alckmin. Na economia, foram destacados quase 50 pontos. Fica difícil identificar neles o que poderia ser um programa de governo. Como conciliar o desejo de “superar o modelo neoliberal que levou o País ao atraso”, a disposição para revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, as discussões sobre transformação ecológica, a defesa da Amazônia e o combate às desigualdades regionais?

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'Com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?' Foto: Nelson Almeida/AFP

Mas o documento deve ser lido com lentes políticas, e não técnicas. E aqui fica a pergunta: com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?

No dia do lançamento da campanha, vimos a primeira propaganda oficial da chapa. O vídeo aborda dois lados da eleição presidencial. Com tela dividida, vemos um lado do prato vazio. O outro, com arroz, feijão e carne. A dicotomia permanece ao longo do vídeo, que mostra dois caminhos de escolha para os brasileiros. Um que acolhe e quer paz. O outro que cruza os braços e quer guerra.

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Diferentemente da campanha de 90, que contou com os slogans “Lula lá” e “Sem medo de ser feliz”, o novo slogan diz: “Se a gente quiser, a gente pode”. Ficamos menos na esperança e mais na responsabilização do eleitorado sobre suas escolhas futuras.

Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para o todo. A carta de 2002 falou com os eleitores cativos do PT, mas falou, como sua chamada sugere, com o povo brasileiro. Lula não herdaria, caso eleito, o Brasil de FHC, mas, sim, o de Bolsonaro. É um país que está em frangalhos institucionalmente e com o tecido social bastante fragilizado. Convergências hoje são mais fundamentais do que foram anteriormente.

O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

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* PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

A Carta ao Povo Brasileiro fez 20 anos nesta semana. “Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social”, dizia o documento.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirma que Lula não precisa de uma nova carta, pois seus dois mandatos falam por si só. Na carta de 2002, Lula e sua equipe deixaram claras quatro diretrizes do seu governo: respeito às contas públicas, respeito aos contratos brasileiros, combate à inflação e uma política conciliadora. Entre os apoiadores do PT, os dois governos devem servir como compromisso de que caminho tomaria um novo governo. Mas e entre os demais?

Nesta semana, o PT divulgou as diretrizes do programa de governo Lula-Alckmin. Na economia, foram destacados quase 50 pontos. Fica difícil identificar neles o que poderia ser um programa de governo. Como conciliar o desejo de “superar o modelo neoliberal que levou o País ao atraso”, a disposição para revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, as discussões sobre transformação ecológica, a defesa da Amazônia e o combate às desigualdades regionais?

'Com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?' Foto: Nelson Almeida/AFP

Mas o documento deve ser lido com lentes políticas, e não técnicas. E aqui fica a pergunta: com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?

No dia do lançamento da campanha, vimos a primeira propaganda oficial da chapa. O vídeo aborda dois lados da eleição presidencial. Com tela dividida, vemos um lado do prato vazio. O outro, com arroz, feijão e carne. A dicotomia permanece ao longo do vídeo, que mostra dois caminhos de escolha para os brasileiros. Um que acolhe e quer paz. O outro que cruza os braços e quer guerra.

Diferentemente da campanha de 90, que contou com os slogans “Lula lá” e “Sem medo de ser feliz”, o novo slogan diz: “Se a gente quiser, a gente pode”. Ficamos menos na esperança e mais na responsabilização do eleitorado sobre suas escolhas futuras.

Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para o todo. A carta de 2002 falou com os eleitores cativos do PT, mas falou, como sua chamada sugere, com o povo brasileiro. Lula não herdaria, caso eleito, o Brasil de FHC, mas, sim, o de Bolsonaro. É um país que está em frangalhos institucionalmente e com o tecido social bastante fragilizado. Convergências hoje são mais fundamentais do que foram anteriormente.

O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

* PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

A Carta ao Povo Brasileiro fez 20 anos nesta semana. “Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social”, dizia o documento.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirma que Lula não precisa de uma nova carta, pois seus dois mandatos falam por si só. Na carta de 2002, Lula e sua equipe deixaram claras quatro diretrizes do seu governo: respeito às contas públicas, respeito aos contratos brasileiros, combate à inflação e uma política conciliadora. Entre os apoiadores do PT, os dois governos devem servir como compromisso de que caminho tomaria um novo governo. Mas e entre os demais?

Nesta semana, o PT divulgou as diretrizes do programa de governo Lula-Alckmin. Na economia, foram destacados quase 50 pontos. Fica difícil identificar neles o que poderia ser um programa de governo. Como conciliar o desejo de “superar o modelo neoliberal que levou o País ao atraso”, a disposição para revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, as discussões sobre transformação ecológica, a defesa da Amazônia e o combate às desigualdades regionais?

'Com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?' Foto: Nelson Almeida/AFP

Mas o documento deve ser lido com lentes políticas, e não técnicas. E aqui fica a pergunta: com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?

No dia do lançamento da campanha, vimos a primeira propaganda oficial da chapa. O vídeo aborda dois lados da eleição presidencial. Com tela dividida, vemos um lado do prato vazio. O outro, com arroz, feijão e carne. A dicotomia permanece ao longo do vídeo, que mostra dois caminhos de escolha para os brasileiros. Um que acolhe e quer paz. O outro que cruza os braços e quer guerra.

Diferentemente da campanha de 90, que contou com os slogans “Lula lá” e “Sem medo de ser feliz”, o novo slogan diz: “Se a gente quiser, a gente pode”. Ficamos menos na esperança e mais na responsabilização do eleitorado sobre suas escolhas futuras.

Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para o todo. A carta de 2002 falou com os eleitores cativos do PT, mas falou, como sua chamada sugere, com o povo brasileiro. Lula não herdaria, caso eleito, o Brasil de FHC, mas, sim, o de Bolsonaro. É um país que está em frangalhos institucionalmente e com o tecido social bastante fragilizado. Convergências hoje são mais fundamentais do que foram anteriormente.

O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

* PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

A Carta ao Povo Brasileiro fez 20 anos nesta semana. “Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social”, dizia o documento.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirma que Lula não precisa de uma nova carta, pois seus dois mandatos falam por si só. Na carta de 2002, Lula e sua equipe deixaram claras quatro diretrizes do seu governo: respeito às contas públicas, respeito aos contratos brasileiros, combate à inflação e uma política conciliadora. Entre os apoiadores do PT, os dois governos devem servir como compromisso de que caminho tomaria um novo governo. Mas e entre os demais?

Nesta semana, o PT divulgou as diretrizes do programa de governo Lula-Alckmin. Na economia, foram destacados quase 50 pontos. Fica difícil identificar neles o que poderia ser um programa de governo. Como conciliar o desejo de “superar o modelo neoliberal que levou o País ao atraso”, a disposição para revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, as discussões sobre transformação ecológica, a defesa da Amazônia e o combate às desigualdades regionais?

'Com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?' Foto: Nelson Almeida/AFP

Mas o documento deve ser lido com lentes políticas, e não técnicas. E aqui fica a pergunta: com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?

No dia do lançamento da campanha, vimos a primeira propaganda oficial da chapa. O vídeo aborda dois lados da eleição presidencial. Com tela dividida, vemos um lado do prato vazio. O outro, com arroz, feijão e carne. A dicotomia permanece ao longo do vídeo, que mostra dois caminhos de escolha para os brasileiros. Um que acolhe e quer paz. O outro que cruza os braços e quer guerra.

Diferentemente da campanha de 90, que contou com os slogans “Lula lá” e “Sem medo de ser feliz”, o novo slogan diz: “Se a gente quiser, a gente pode”. Ficamos menos na esperança e mais na responsabilização do eleitorado sobre suas escolhas futuras.

Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para o todo. A carta de 2002 falou com os eleitores cativos do PT, mas falou, como sua chamada sugere, com o povo brasileiro. Lula não herdaria, caso eleito, o Brasil de FHC, mas, sim, o de Bolsonaro. É um país que está em frangalhos institucionalmente e com o tecido social bastante fragilizado. Convergências hoje são mais fundamentais do que foram anteriormente.

O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

* PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

A Carta ao Povo Brasileiro fez 20 anos nesta semana. “Há outro caminho possível. É o caminho do crescimento econômico com estabilidade e responsabilidade social”, dizia o documento.

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirma que Lula não precisa de uma nova carta, pois seus dois mandatos falam por si só. Na carta de 2002, Lula e sua equipe deixaram claras quatro diretrizes do seu governo: respeito às contas públicas, respeito aos contratos brasileiros, combate à inflação e uma política conciliadora. Entre os apoiadores do PT, os dois governos devem servir como compromisso de que caminho tomaria um novo governo. Mas e entre os demais?

Nesta semana, o PT divulgou as diretrizes do programa de governo Lula-Alckmin. Na economia, foram destacados quase 50 pontos. Fica difícil identificar neles o que poderia ser um programa de governo. Como conciliar o desejo de “superar o modelo neoliberal que levou o País ao atraso”, a disposição para revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro, as discussões sobre transformação ecológica, a defesa da Amazônia e o combate às desigualdades regionais?

'Com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?' Foto: Nelson Almeida/AFP

Mas o documento deve ser lido com lentes políticas, e não técnicas. E aqui fica a pergunta: com quem a coligação Lula-Alckmin queria dialogar?

No dia do lançamento da campanha, vimos a primeira propaganda oficial da chapa. O vídeo aborda dois lados da eleição presidencial. Com tela dividida, vemos um lado do prato vazio. O outro, com arroz, feijão e carne. A dicotomia permanece ao longo do vídeo, que mostra dois caminhos de escolha para os brasileiros. Um que acolhe e quer paz. O outro que cruza os braços e quer guerra.

Diferentemente da campanha de 90, que contou com os slogans “Lula lá” e “Sem medo de ser feliz”, o novo slogan diz: “Se a gente quiser, a gente pode”. Ficamos menos na esperança e mais na responsabilização do eleitorado sobre suas escolhas futuras.

Todo governo, embora eleito por uma maioria, sempre terá de governar para o todo. A carta de 2002 falou com os eleitores cativos do PT, mas falou, como sua chamada sugere, com o povo brasileiro. Lula não herdaria, caso eleito, o Brasil de FHC, mas, sim, o de Bolsonaro. É um país que está em frangalhos institucionalmente e com o tecido social bastante fragilizado. Convergências hoje são mais fundamentais do que foram anteriormente.

O que Lula e Alckmin têm a oferecer àqueles que querem ir além do que foi feito nos governos do PT para reconstruir o Brasil?

* PROFESSORA DO INSPER, PH.D. EM ECONOMIA PELA UNIVERSIDADE DE NOVA YORK EM STONY BROOK

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