Economista

Opinião|PT está em risco com a dependência da figura de Lula


Sucessão do presidente dentro da sigla ainda é questão em aberto, e renovação de liderança é essencial para sobrevivência política

Por Laura Karpuska

O PT é único no Brasil. Nasceu com apoio popular e sindical, além de contar com milhares de ativistas, intelectuais e até setores da Igreja, especialmente das comunidades eclesiais de base. Também sempre contou com milhares de ativistas engajados e a simpatia de intelectuais e jornalistas. Ganhou mais eleições à Presidência do que todos os outros partidos somados, inclusive ganhando a última após a crise da Lava Jato. Mas seu futuro pode estar em risco. Com uma base reduzida a Estados do Nordeste, um único prefeito em capital e pouca renovação interna, o PT segue, fortemente, dependente da figura de Lula, e a sucessão de sua liderança ainda é questão em aberto.

O PT também já viveu melhores dias. Embora já tenha dominado a Presidência, Estados e prefeituras, hoje o PT se assemelha a partidos menores, como o PSDB. A maior diferença, claro, é que o PT tem Lula. Abundantes pitacos de analistas sugerem que o problema do PT é a mensagem muito focada em temas identitários. Outros apontam que o partido está fora da rodinha das emendas parlamentares, e, sem esses recursos, é difícil fazer campanhas locais competitivas. Além disso, as centrais sindicais não têm mais os recursos para mobilizar milhões. Todos pontos válidos. Mas há algo mais: a figura de Lula ainda é importante demais para o PT.

Renovação de liderança é essencial para sobrevivência política, mas não é simples. Monarquias terminaram por falta de sucessores, e empresas se tornaram irrelevantes por herdeiros incapazes. O partido fez, sim, uma escolha ao levar o “Lula livre” adiante, colocando todo o partido em prol do seu líder. De certo modo, como sabemos, deu certo. Mas, ao fazê-lo, prejudicou a possibilidade de se renovar. De todos os potenciais herdeiros de Lula, nenhum saiu da sua sombra, muito menos se provaram capazes de liderar o partido para a inevitável adaptação.

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Sucessão da figura de Lula é problema para o PT Foto: Wilton Junior / Estadão

O cemitério de partidos está repleto de partidos que, em algum momento, foram dominantes, porque adaptação partidária é difícil. Partidos trabalhistas do Peru e da Venezuela já se foram há tempos. O Partido Revolucionário Institucional do México, hegemônico desde a década de 1930 e que esteve na presidência até 2018, está na lona. Em comum, esses partidos falharam em se adaptar a novos tempos.

Em retrospecto, o PT já teve sucesso em se readaptar. No começo dos anos 2000, moveu-se ao centro, um movimento marcado pela “Carta ao povo brasileiro”. Mas isso já faz tempo. Sem nenhum governador fora do Nordeste, somente com um prefeito em uma capital, sem prefeituras para sustentar a sua bancada legislativa, o que vai ser do PT caso Lula perca a eleição de 2026?

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Esta coluna foi escrita em colaboração com Lucas Novaes, professor associado do Insper.

O PT é único no Brasil. Nasceu com apoio popular e sindical, além de contar com milhares de ativistas, intelectuais e até setores da Igreja, especialmente das comunidades eclesiais de base. Também sempre contou com milhares de ativistas engajados e a simpatia de intelectuais e jornalistas. Ganhou mais eleições à Presidência do que todos os outros partidos somados, inclusive ganhando a última após a crise da Lava Jato. Mas seu futuro pode estar em risco. Com uma base reduzida a Estados do Nordeste, um único prefeito em capital e pouca renovação interna, o PT segue, fortemente, dependente da figura de Lula, e a sucessão de sua liderança ainda é questão em aberto.

O PT também já viveu melhores dias. Embora já tenha dominado a Presidência, Estados e prefeituras, hoje o PT se assemelha a partidos menores, como o PSDB. A maior diferença, claro, é que o PT tem Lula. Abundantes pitacos de analistas sugerem que o problema do PT é a mensagem muito focada em temas identitários. Outros apontam que o partido está fora da rodinha das emendas parlamentares, e, sem esses recursos, é difícil fazer campanhas locais competitivas. Além disso, as centrais sindicais não têm mais os recursos para mobilizar milhões. Todos pontos válidos. Mas há algo mais: a figura de Lula ainda é importante demais para o PT.

Renovação de liderança é essencial para sobrevivência política, mas não é simples. Monarquias terminaram por falta de sucessores, e empresas se tornaram irrelevantes por herdeiros incapazes. O partido fez, sim, uma escolha ao levar o “Lula livre” adiante, colocando todo o partido em prol do seu líder. De certo modo, como sabemos, deu certo. Mas, ao fazê-lo, prejudicou a possibilidade de se renovar. De todos os potenciais herdeiros de Lula, nenhum saiu da sua sombra, muito menos se provaram capazes de liderar o partido para a inevitável adaptação.

Sucessão da figura de Lula é problema para o PT Foto: Wilton Junior / Estadão

O cemitério de partidos está repleto de partidos que, em algum momento, foram dominantes, porque adaptação partidária é difícil. Partidos trabalhistas do Peru e da Venezuela já se foram há tempos. O Partido Revolucionário Institucional do México, hegemônico desde a década de 1930 e que esteve na presidência até 2018, está na lona. Em comum, esses partidos falharam em se adaptar a novos tempos.

Em retrospecto, o PT já teve sucesso em se readaptar. No começo dos anos 2000, moveu-se ao centro, um movimento marcado pela “Carta ao povo brasileiro”. Mas isso já faz tempo. Sem nenhum governador fora do Nordeste, somente com um prefeito em uma capital, sem prefeituras para sustentar a sua bancada legislativa, o que vai ser do PT caso Lula perca a eleição de 2026?

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Esta coluna foi escrita em colaboração com Lucas Novaes, professor associado do Insper.

O PT é único no Brasil. Nasceu com apoio popular e sindical, além de contar com milhares de ativistas, intelectuais e até setores da Igreja, especialmente das comunidades eclesiais de base. Também sempre contou com milhares de ativistas engajados e a simpatia de intelectuais e jornalistas. Ganhou mais eleições à Presidência do que todos os outros partidos somados, inclusive ganhando a última após a crise da Lava Jato. Mas seu futuro pode estar em risco. Com uma base reduzida a Estados do Nordeste, um único prefeito em capital e pouca renovação interna, o PT segue, fortemente, dependente da figura de Lula, e a sucessão de sua liderança ainda é questão em aberto.

O PT também já viveu melhores dias. Embora já tenha dominado a Presidência, Estados e prefeituras, hoje o PT se assemelha a partidos menores, como o PSDB. A maior diferença, claro, é que o PT tem Lula. Abundantes pitacos de analistas sugerem que o problema do PT é a mensagem muito focada em temas identitários. Outros apontam que o partido está fora da rodinha das emendas parlamentares, e, sem esses recursos, é difícil fazer campanhas locais competitivas. Além disso, as centrais sindicais não têm mais os recursos para mobilizar milhões. Todos pontos válidos. Mas há algo mais: a figura de Lula ainda é importante demais para o PT.

Renovação de liderança é essencial para sobrevivência política, mas não é simples. Monarquias terminaram por falta de sucessores, e empresas se tornaram irrelevantes por herdeiros incapazes. O partido fez, sim, uma escolha ao levar o “Lula livre” adiante, colocando todo o partido em prol do seu líder. De certo modo, como sabemos, deu certo. Mas, ao fazê-lo, prejudicou a possibilidade de se renovar. De todos os potenciais herdeiros de Lula, nenhum saiu da sua sombra, muito menos se provaram capazes de liderar o partido para a inevitável adaptação.

Sucessão da figura de Lula é problema para o PT Foto: Wilton Junior / Estadão

O cemitério de partidos está repleto de partidos que, em algum momento, foram dominantes, porque adaptação partidária é difícil. Partidos trabalhistas do Peru e da Venezuela já se foram há tempos. O Partido Revolucionário Institucional do México, hegemônico desde a década de 1930 e que esteve na presidência até 2018, está na lona. Em comum, esses partidos falharam em se adaptar a novos tempos.

Em retrospecto, o PT já teve sucesso em se readaptar. No começo dos anos 2000, moveu-se ao centro, um movimento marcado pela “Carta ao povo brasileiro”. Mas isso já faz tempo. Sem nenhum governador fora do Nordeste, somente com um prefeito em uma capital, sem prefeituras para sustentar a sua bancada legislativa, o que vai ser do PT caso Lula perca a eleição de 2026?

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Esta coluna foi escrita em colaboração com Lucas Novaes, professor associado do Insper.

O PT é único no Brasil. Nasceu com apoio popular e sindical, além de contar com milhares de ativistas, intelectuais e até setores da Igreja, especialmente das comunidades eclesiais de base. Também sempre contou com milhares de ativistas engajados e a simpatia de intelectuais e jornalistas. Ganhou mais eleições à Presidência do que todos os outros partidos somados, inclusive ganhando a última após a crise da Lava Jato. Mas seu futuro pode estar em risco. Com uma base reduzida a Estados do Nordeste, um único prefeito em capital e pouca renovação interna, o PT segue, fortemente, dependente da figura de Lula, e a sucessão de sua liderança ainda é questão em aberto.

O PT também já viveu melhores dias. Embora já tenha dominado a Presidência, Estados e prefeituras, hoje o PT se assemelha a partidos menores, como o PSDB. A maior diferença, claro, é que o PT tem Lula. Abundantes pitacos de analistas sugerem que o problema do PT é a mensagem muito focada em temas identitários. Outros apontam que o partido está fora da rodinha das emendas parlamentares, e, sem esses recursos, é difícil fazer campanhas locais competitivas. Além disso, as centrais sindicais não têm mais os recursos para mobilizar milhões. Todos pontos válidos. Mas há algo mais: a figura de Lula ainda é importante demais para o PT.

Renovação de liderança é essencial para sobrevivência política, mas não é simples. Monarquias terminaram por falta de sucessores, e empresas se tornaram irrelevantes por herdeiros incapazes. O partido fez, sim, uma escolha ao levar o “Lula livre” adiante, colocando todo o partido em prol do seu líder. De certo modo, como sabemos, deu certo. Mas, ao fazê-lo, prejudicou a possibilidade de se renovar. De todos os potenciais herdeiros de Lula, nenhum saiu da sua sombra, muito menos se provaram capazes de liderar o partido para a inevitável adaptação.

Sucessão da figura de Lula é problema para o PT Foto: Wilton Junior / Estadão

O cemitério de partidos está repleto de partidos que, em algum momento, foram dominantes, porque adaptação partidária é difícil. Partidos trabalhistas do Peru e da Venezuela já se foram há tempos. O Partido Revolucionário Institucional do México, hegemônico desde a década de 1930 e que esteve na presidência até 2018, está na lona. Em comum, esses partidos falharam em se adaptar a novos tempos.

Em retrospecto, o PT já teve sucesso em se readaptar. No começo dos anos 2000, moveu-se ao centro, um movimento marcado pela “Carta ao povo brasileiro”. Mas isso já faz tempo. Sem nenhum governador fora do Nordeste, somente com um prefeito em uma capital, sem prefeituras para sustentar a sua bancada legislativa, o que vai ser do PT caso Lula perca a eleição de 2026?

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Esta coluna foi escrita em colaboração com Lucas Novaes, professor associado do Insper.

O PT é único no Brasil. Nasceu com apoio popular e sindical, além de contar com milhares de ativistas, intelectuais e até setores da Igreja, especialmente das comunidades eclesiais de base. Também sempre contou com milhares de ativistas engajados e a simpatia de intelectuais e jornalistas. Ganhou mais eleições à Presidência do que todos os outros partidos somados, inclusive ganhando a última após a crise da Lava Jato. Mas seu futuro pode estar em risco. Com uma base reduzida a Estados do Nordeste, um único prefeito em capital e pouca renovação interna, o PT segue, fortemente, dependente da figura de Lula, e a sucessão de sua liderança ainda é questão em aberto.

O PT também já viveu melhores dias. Embora já tenha dominado a Presidência, Estados e prefeituras, hoje o PT se assemelha a partidos menores, como o PSDB. A maior diferença, claro, é que o PT tem Lula. Abundantes pitacos de analistas sugerem que o problema do PT é a mensagem muito focada em temas identitários. Outros apontam que o partido está fora da rodinha das emendas parlamentares, e, sem esses recursos, é difícil fazer campanhas locais competitivas. Além disso, as centrais sindicais não têm mais os recursos para mobilizar milhões. Todos pontos válidos. Mas há algo mais: a figura de Lula ainda é importante demais para o PT.

Renovação de liderança é essencial para sobrevivência política, mas não é simples. Monarquias terminaram por falta de sucessores, e empresas se tornaram irrelevantes por herdeiros incapazes. O partido fez, sim, uma escolha ao levar o “Lula livre” adiante, colocando todo o partido em prol do seu líder. De certo modo, como sabemos, deu certo. Mas, ao fazê-lo, prejudicou a possibilidade de se renovar. De todos os potenciais herdeiros de Lula, nenhum saiu da sua sombra, muito menos se provaram capazes de liderar o partido para a inevitável adaptação.

Sucessão da figura de Lula é problema para o PT Foto: Wilton Junior / Estadão

O cemitério de partidos está repleto de partidos que, em algum momento, foram dominantes, porque adaptação partidária é difícil. Partidos trabalhistas do Peru e da Venezuela já se foram há tempos. O Partido Revolucionário Institucional do México, hegemônico desde a década de 1930 e que esteve na presidência até 2018, está na lona. Em comum, esses partidos falharam em se adaptar a novos tempos.

Em retrospecto, o PT já teve sucesso em se readaptar. No começo dos anos 2000, moveu-se ao centro, um movimento marcado pela “Carta ao povo brasileiro”. Mas isso já faz tempo. Sem nenhum governador fora do Nordeste, somente com um prefeito em uma capital, sem prefeituras para sustentar a sua bancada legislativa, o que vai ser do PT caso Lula perca a eleição de 2026?

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Esta coluna foi escrita em colaboração com Lucas Novaes, professor associado do Insper.

Opinião por Laura Karpuska

Professora do Insper, Ph.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook

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