Economista

Opinião|Mundo vive o maior número de conflitos armados das últimas décadas


Nações se distanciam dos ideais da Declaração Universal de Direitos Humanos e alternativas à violência se tornam mais difíceis

Por Laura Karpuska

O mundo está em guerra. Amanhã completam-se dois anos da invasão russa à Ucrânia. Após o hediondo ataque do Hamas à Israel em 7 de outubro passado e com uma escalada desmesurada da contraofensiva israelense, o mundo assiste a mais um conflito. Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria também estão na lista.

O debate entre economistas sobre guerras é peculiar. Quando ainda era aluna de graduação, ouvi de um professor que guerras poderiam ser boas para a economia. A ideia era algo de que há incentivos para aumento de tecnologia. Além disso, seria preciso considerar o processo de reconstrução pós-guerra, que pode gerar benefícios. O Japão era citado como um bom exemplo.

A discussão fica muito reduzida e passa do ponto de tal forma que se perde o principal. Nunca saberemos o que teria sido do mundo sem a guerra A ou a guerra B. As vidas que se perderam, os traumas gerados que assombram gerações, não são mensuráveis economicamente. A discussão pseudo-objetiva, que por vezes é mascarada por dados e debates acalorados sobre definições, serve como uma cortina intelectual ao essencial. Guerras matam, traumatizam, desumanizam.

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A humanidade se fez aquilo que ela é hoje de forma sangrenta. Na história recente, após a 2.ª Guerra e os horrores do Holocausto, sinalizamos que queríamos tentar algo diferente. A assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a criação da ONU e a própria criação do Estado de Israel mostravam que desejamos tentar o diálogo ao invés do conflito armado.

Guerra da Ucrânia está prestes a completar dois anos Foto: Mstyslav Chernov / AP

Mas cá estamos. O mundo hoje vive o maior número de conflitos armados das últimas décadas. Estão os líderes mundiais perdidos, deixando espaço para tiranos? A dificuldade em condenar veementemente um grupo terrorista como o Hamas, o não entendimento de que grupos como esse são endógenos a ambientes em que uma sociedade vivencia a desumanização das vítimas da guerra são mais sinais de que parece estarmos nos distanciando de ideais pacifistas.

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A comunidade internacional escancara sua incapacidade de se manter fiel ao norte de 1948 e usar as instituições existentes para minimizar os danos humanos das guerras. A criação de alternativas não violentas a conflitos geopolíticos não parece possível mesmo em ambientes polarizados. Mesmo que Israel derrube o Hamas, o que acontecerá depois?

O mundo está em guerra. Amanhã completam-se dois anos da invasão russa à Ucrânia. Após o hediondo ataque do Hamas à Israel em 7 de outubro passado e com uma escalada desmesurada da contraofensiva israelense, o mundo assiste a mais um conflito. Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria também estão na lista.

O debate entre economistas sobre guerras é peculiar. Quando ainda era aluna de graduação, ouvi de um professor que guerras poderiam ser boas para a economia. A ideia era algo de que há incentivos para aumento de tecnologia. Além disso, seria preciso considerar o processo de reconstrução pós-guerra, que pode gerar benefícios. O Japão era citado como um bom exemplo.

A discussão fica muito reduzida e passa do ponto de tal forma que se perde o principal. Nunca saberemos o que teria sido do mundo sem a guerra A ou a guerra B. As vidas que se perderam, os traumas gerados que assombram gerações, não são mensuráveis economicamente. A discussão pseudo-objetiva, que por vezes é mascarada por dados e debates acalorados sobre definições, serve como uma cortina intelectual ao essencial. Guerras matam, traumatizam, desumanizam.

A humanidade se fez aquilo que ela é hoje de forma sangrenta. Na história recente, após a 2.ª Guerra e os horrores do Holocausto, sinalizamos que queríamos tentar algo diferente. A assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a criação da ONU e a própria criação do Estado de Israel mostravam que desejamos tentar o diálogo ao invés do conflito armado.

Guerra da Ucrânia está prestes a completar dois anos Foto: Mstyslav Chernov / AP

Mas cá estamos. O mundo hoje vive o maior número de conflitos armados das últimas décadas. Estão os líderes mundiais perdidos, deixando espaço para tiranos? A dificuldade em condenar veementemente um grupo terrorista como o Hamas, o não entendimento de que grupos como esse são endógenos a ambientes em que uma sociedade vivencia a desumanização das vítimas da guerra são mais sinais de que parece estarmos nos distanciando de ideais pacifistas.

A comunidade internacional escancara sua incapacidade de se manter fiel ao norte de 1948 e usar as instituições existentes para minimizar os danos humanos das guerras. A criação de alternativas não violentas a conflitos geopolíticos não parece possível mesmo em ambientes polarizados. Mesmo que Israel derrube o Hamas, o que acontecerá depois?

O mundo está em guerra. Amanhã completam-se dois anos da invasão russa à Ucrânia. Após o hediondo ataque do Hamas à Israel em 7 de outubro passado e com uma escalada desmesurada da contraofensiva israelense, o mundo assiste a mais um conflito. Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria também estão na lista.

O debate entre economistas sobre guerras é peculiar. Quando ainda era aluna de graduação, ouvi de um professor que guerras poderiam ser boas para a economia. A ideia era algo de que há incentivos para aumento de tecnologia. Além disso, seria preciso considerar o processo de reconstrução pós-guerra, que pode gerar benefícios. O Japão era citado como um bom exemplo.

A discussão fica muito reduzida e passa do ponto de tal forma que se perde o principal. Nunca saberemos o que teria sido do mundo sem a guerra A ou a guerra B. As vidas que se perderam, os traumas gerados que assombram gerações, não são mensuráveis economicamente. A discussão pseudo-objetiva, que por vezes é mascarada por dados e debates acalorados sobre definições, serve como uma cortina intelectual ao essencial. Guerras matam, traumatizam, desumanizam.

A humanidade se fez aquilo que ela é hoje de forma sangrenta. Na história recente, após a 2.ª Guerra e os horrores do Holocausto, sinalizamos que queríamos tentar algo diferente. A assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a criação da ONU e a própria criação do Estado de Israel mostravam que desejamos tentar o diálogo ao invés do conflito armado.

Guerra da Ucrânia está prestes a completar dois anos Foto: Mstyslav Chernov / AP

Mas cá estamos. O mundo hoje vive o maior número de conflitos armados das últimas décadas. Estão os líderes mundiais perdidos, deixando espaço para tiranos? A dificuldade em condenar veementemente um grupo terrorista como o Hamas, o não entendimento de que grupos como esse são endógenos a ambientes em que uma sociedade vivencia a desumanização das vítimas da guerra são mais sinais de que parece estarmos nos distanciando de ideais pacifistas.

A comunidade internacional escancara sua incapacidade de se manter fiel ao norte de 1948 e usar as instituições existentes para minimizar os danos humanos das guerras. A criação de alternativas não violentas a conflitos geopolíticos não parece possível mesmo em ambientes polarizados. Mesmo que Israel derrube o Hamas, o que acontecerá depois?

O mundo está em guerra. Amanhã completam-se dois anos da invasão russa à Ucrânia. Após o hediondo ataque do Hamas à Israel em 7 de outubro passado e com uma escalada desmesurada da contraofensiva israelense, o mundo assiste a mais um conflito. Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria e Síria também estão na lista.

O debate entre economistas sobre guerras é peculiar. Quando ainda era aluna de graduação, ouvi de um professor que guerras poderiam ser boas para a economia. A ideia era algo de que há incentivos para aumento de tecnologia. Além disso, seria preciso considerar o processo de reconstrução pós-guerra, que pode gerar benefícios. O Japão era citado como um bom exemplo.

A discussão fica muito reduzida e passa do ponto de tal forma que se perde o principal. Nunca saberemos o que teria sido do mundo sem a guerra A ou a guerra B. As vidas que se perderam, os traumas gerados que assombram gerações, não são mensuráveis economicamente. A discussão pseudo-objetiva, que por vezes é mascarada por dados e debates acalorados sobre definições, serve como uma cortina intelectual ao essencial. Guerras matam, traumatizam, desumanizam.

A humanidade se fez aquilo que ela é hoje de forma sangrenta. Na história recente, após a 2.ª Guerra e os horrores do Holocausto, sinalizamos que queríamos tentar algo diferente. A assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a criação da ONU e a própria criação do Estado de Israel mostravam que desejamos tentar o diálogo ao invés do conflito armado.

Guerra da Ucrânia está prestes a completar dois anos Foto: Mstyslav Chernov / AP

Mas cá estamos. O mundo hoje vive o maior número de conflitos armados das últimas décadas. Estão os líderes mundiais perdidos, deixando espaço para tiranos? A dificuldade em condenar veementemente um grupo terrorista como o Hamas, o não entendimento de que grupos como esse são endógenos a ambientes em que uma sociedade vivencia a desumanização das vítimas da guerra são mais sinais de que parece estarmos nos distanciando de ideais pacifistas.

A comunidade internacional escancara sua incapacidade de se manter fiel ao norte de 1948 e usar as instituições existentes para minimizar os danos humanos das guerras. A criação de alternativas não violentas a conflitos geopolíticos não parece possível mesmo em ambientes polarizados. Mesmo que Israel derrube o Hamas, o que acontecerá depois?

Opinião por Laura Karpuska

Professora do Insper, Ph.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook

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