Congonhas e outros 14 aeroportos vão a leilão nesta quinta-feira; entenda como vai funcionar


Certame será composto por três blocos, e valor estimado de investimentos chega a R$ 11,6 bilhões

Por Juliana Estigarríbia
Atualização:

A 7ª rodada de concessão de aeroportos deve ter pouca competição e ágios conservadores com o cenário de inflação, alta dos juros e incertezas políticas, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A sessão pública está marcada para esta quinta-feira, às 14 horas, na sede da B3, em São Paulo.

Embora o cenário seja desfavorável para leiloar grandes ativos de infraestrutura, o governo federal manteve a decisão de promover a 7ª rodada, após retirar do pacote em fevereiro deste ano o terminal Santos Dumont (RJ).

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas: são 11 terminais no total, incluindo ativos do Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. A outorga mínima é de R$ 740,1 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões.

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O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas Foto: Werther Santana/Estadão

Já o bloco denominado aviação geral (ou executiva) é formado pelos aeroportos Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A contribuição inicial mínima é de R$ 141,4 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 1,7 bilhão.

Já o bloco Norte II é integrado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP), com outorga mínima de R$ 56,9 milhões e contrato de R$ 1,9 bilhão.

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Na visão do sócio da KPMG, Maurício Endo, o momento atual envolve questões delicadas como a campanha presidencial e a volatilidade econômica. “Promover um leilão como esse tem seus riscos. Para players que já atuam no Brasil, esse risco é de certa forma controlado, mas talvez seja mais difícil para uma nova entrante.”

Ele lembra que embora Congonhas seja o maior ativo do leilão, seu bloco é o mais complexo, com terminais espalhados por todo o País. “Congonhas é a joia da coroa, mas tem muito osso pendurado, isso faz com que investidores tenham mais cautela”, destaca.

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Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, a leitura do mercado, hoje, é que o cenário macroeconômico está muito ruim. “Quando as empresas analisaram a fundo a participação no leilão, a conta não fechou”, avalia. “Devemos ver apenas uma proposta para cada bloco, com ágios mínimos. O momento é muito instável”, acrescenta.

Conforme o executivo, grupos que não têm “pulmão” para entrar em outros projetos grandes de infraestrutura devem aproveitar a oportunidade para entrar no setor.

Ficou de fora

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O mercado esperava que a CCR, maior operadora de terminais aeroportuários privados do País, entregasse proposta na 7ª rodada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, a superintendente de RI Flávia Godoy afirmou que o grupo estava “analisando qual lote iria entrar”. No entanto, o grupo anunciou a desistência do plano na terça-feira, 16.

Para o executivo do Banco Fator, a decisão é positiva para o grupo de infraestrutura. “A CCR não entrou em Congonhas porque quanto mais estudou os ativos, mais a empresa viu que não tinha como entrar”, analisa. Ele salienta que o cenário atual para projetos intensivos em capital, especialmente ligados a insumos como massa asfáltica (derivada do petróleo), é um risco muito grande. “Não há horizonte claro de estabilização dos preços.”

O mercado também espera que a espanhola Aena, que opera seis aeroportos arrematados na 5ª rodada, em 2019, leve o lote de Congonhas. Procurada, a empresa informou que não pode comentar o assunto.

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Paulo Dantas, sócio do Castro Barros Advogados, esclarece que quando uma empresa vai elaborar proposta para um leilão, leva em consideração os preços dos insumos naquele momento, com possibilidade de variação para cima ou para baixo. “Essa equação nesse momento é difícil, já que também depende do cenário externo.”

Ele acrescenta que o momento político é muito sensível. “Quando temos eleições, pode haver troca de equipe econômica, o que acaba interferindo na decisão de investimento. Todo mundo que olha o setor está preocupado com o rumo que o País vai tomar, essa é uma preocupação para quem quer investir no longo prazo”, observa. “Principalmente as estrangeiras estão atentas às métricas da conhecida sigla ESG. O momento político influencia essa decisão.”

A 7ª rodada de concessão de aeroportos deve ter pouca competição e ágios conservadores com o cenário de inflação, alta dos juros e incertezas políticas, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A sessão pública está marcada para esta quinta-feira, às 14 horas, na sede da B3, em São Paulo.

Embora o cenário seja desfavorável para leiloar grandes ativos de infraestrutura, o governo federal manteve a decisão de promover a 7ª rodada, após retirar do pacote em fevereiro deste ano o terminal Santos Dumont (RJ).

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas: são 11 terminais no total, incluindo ativos do Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. A outorga mínima é de R$ 740,1 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões.

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas Foto: Werther Santana/Estadão

Já o bloco denominado aviação geral (ou executiva) é formado pelos aeroportos Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A contribuição inicial mínima é de R$ 141,4 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 1,7 bilhão.

Já o bloco Norte II é integrado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP), com outorga mínima de R$ 56,9 milhões e contrato de R$ 1,9 bilhão.

Na visão do sócio da KPMG, Maurício Endo, o momento atual envolve questões delicadas como a campanha presidencial e a volatilidade econômica. “Promover um leilão como esse tem seus riscos. Para players que já atuam no Brasil, esse risco é de certa forma controlado, mas talvez seja mais difícil para uma nova entrante.”

Ele lembra que embora Congonhas seja o maior ativo do leilão, seu bloco é o mais complexo, com terminais espalhados por todo o País. “Congonhas é a joia da coroa, mas tem muito osso pendurado, isso faz com que investidores tenham mais cautela”, destaca.

Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, a leitura do mercado, hoje, é que o cenário macroeconômico está muito ruim. “Quando as empresas analisaram a fundo a participação no leilão, a conta não fechou”, avalia. “Devemos ver apenas uma proposta para cada bloco, com ágios mínimos. O momento é muito instável”, acrescenta.

Conforme o executivo, grupos que não têm “pulmão” para entrar em outros projetos grandes de infraestrutura devem aproveitar a oportunidade para entrar no setor.

Ficou de fora

O mercado esperava que a CCR, maior operadora de terminais aeroportuários privados do País, entregasse proposta na 7ª rodada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, a superintendente de RI Flávia Godoy afirmou que o grupo estava “analisando qual lote iria entrar”. No entanto, o grupo anunciou a desistência do plano na terça-feira, 16.

Para o executivo do Banco Fator, a decisão é positiva para o grupo de infraestrutura. “A CCR não entrou em Congonhas porque quanto mais estudou os ativos, mais a empresa viu que não tinha como entrar”, analisa. Ele salienta que o cenário atual para projetos intensivos em capital, especialmente ligados a insumos como massa asfáltica (derivada do petróleo), é um risco muito grande. “Não há horizonte claro de estabilização dos preços.”

O mercado também espera que a espanhola Aena, que opera seis aeroportos arrematados na 5ª rodada, em 2019, leve o lote de Congonhas. Procurada, a empresa informou que não pode comentar o assunto.

Paulo Dantas, sócio do Castro Barros Advogados, esclarece que quando uma empresa vai elaborar proposta para um leilão, leva em consideração os preços dos insumos naquele momento, com possibilidade de variação para cima ou para baixo. “Essa equação nesse momento é difícil, já que também depende do cenário externo.”

Ele acrescenta que o momento político é muito sensível. “Quando temos eleições, pode haver troca de equipe econômica, o que acaba interferindo na decisão de investimento. Todo mundo que olha o setor está preocupado com o rumo que o País vai tomar, essa é uma preocupação para quem quer investir no longo prazo”, observa. “Principalmente as estrangeiras estão atentas às métricas da conhecida sigla ESG. O momento político influencia essa decisão.”

A 7ª rodada de concessão de aeroportos deve ter pouca competição e ágios conservadores com o cenário de inflação, alta dos juros e incertezas políticas, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A sessão pública está marcada para esta quinta-feira, às 14 horas, na sede da B3, em São Paulo.

Embora o cenário seja desfavorável para leiloar grandes ativos de infraestrutura, o governo federal manteve a decisão de promover a 7ª rodada, após retirar do pacote em fevereiro deste ano o terminal Santos Dumont (RJ).

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas: são 11 terminais no total, incluindo ativos do Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. A outorga mínima é de R$ 740,1 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões.

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas Foto: Werther Santana/Estadão

Já o bloco denominado aviação geral (ou executiva) é formado pelos aeroportos Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A contribuição inicial mínima é de R$ 141,4 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 1,7 bilhão.

Já o bloco Norte II é integrado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP), com outorga mínima de R$ 56,9 milhões e contrato de R$ 1,9 bilhão.

Na visão do sócio da KPMG, Maurício Endo, o momento atual envolve questões delicadas como a campanha presidencial e a volatilidade econômica. “Promover um leilão como esse tem seus riscos. Para players que já atuam no Brasil, esse risco é de certa forma controlado, mas talvez seja mais difícil para uma nova entrante.”

Ele lembra que embora Congonhas seja o maior ativo do leilão, seu bloco é o mais complexo, com terminais espalhados por todo o País. “Congonhas é a joia da coroa, mas tem muito osso pendurado, isso faz com que investidores tenham mais cautela”, destaca.

Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, a leitura do mercado, hoje, é que o cenário macroeconômico está muito ruim. “Quando as empresas analisaram a fundo a participação no leilão, a conta não fechou”, avalia. “Devemos ver apenas uma proposta para cada bloco, com ágios mínimos. O momento é muito instável”, acrescenta.

Conforme o executivo, grupos que não têm “pulmão” para entrar em outros projetos grandes de infraestrutura devem aproveitar a oportunidade para entrar no setor.

Ficou de fora

O mercado esperava que a CCR, maior operadora de terminais aeroportuários privados do País, entregasse proposta na 7ª rodada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, a superintendente de RI Flávia Godoy afirmou que o grupo estava “analisando qual lote iria entrar”. No entanto, o grupo anunciou a desistência do plano na terça-feira, 16.

Para o executivo do Banco Fator, a decisão é positiva para o grupo de infraestrutura. “A CCR não entrou em Congonhas porque quanto mais estudou os ativos, mais a empresa viu que não tinha como entrar”, analisa. Ele salienta que o cenário atual para projetos intensivos em capital, especialmente ligados a insumos como massa asfáltica (derivada do petróleo), é um risco muito grande. “Não há horizonte claro de estabilização dos preços.”

O mercado também espera que a espanhola Aena, que opera seis aeroportos arrematados na 5ª rodada, em 2019, leve o lote de Congonhas. Procurada, a empresa informou que não pode comentar o assunto.

Paulo Dantas, sócio do Castro Barros Advogados, esclarece que quando uma empresa vai elaborar proposta para um leilão, leva em consideração os preços dos insumos naquele momento, com possibilidade de variação para cima ou para baixo. “Essa equação nesse momento é difícil, já que também depende do cenário externo.”

Ele acrescenta que o momento político é muito sensível. “Quando temos eleições, pode haver troca de equipe econômica, o que acaba interferindo na decisão de investimento. Todo mundo que olha o setor está preocupado com o rumo que o País vai tomar, essa é uma preocupação para quem quer investir no longo prazo”, observa. “Principalmente as estrangeiras estão atentas às métricas da conhecida sigla ESG. O momento político influencia essa decisão.”

A 7ª rodada de concessão de aeroportos deve ter pouca competição e ágios conservadores com o cenário de inflação, alta dos juros e incertezas políticas, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A sessão pública está marcada para esta quinta-feira, às 14 horas, na sede da B3, em São Paulo.

Embora o cenário seja desfavorável para leiloar grandes ativos de infraestrutura, o governo federal manteve a decisão de promover a 7ª rodada, após retirar do pacote em fevereiro deste ano o terminal Santos Dumont (RJ).

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas: são 11 terminais no total, incluindo ativos do Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. A outorga mínima é de R$ 740,1 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões.

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas Foto: Werther Santana/Estadão

Já o bloco denominado aviação geral (ou executiva) é formado pelos aeroportos Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A contribuição inicial mínima é de R$ 141,4 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 1,7 bilhão.

Já o bloco Norte II é integrado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP), com outorga mínima de R$ 56,9 milhões e contrato de R$ 1,9 bilhão.

Na visão do sócio da KPMG, Maurício Endo, o momento atual envolve questões delicadas como a campanha presidencial e a volatilidade econômica. “Promover um leilão como esse tem seus riscos. Para players que já atuam no Brasil, esse risco é de certa forma controlado, mas talvez seja mais difícil para uma nova entrante.”

Ele lembra que embora Congonhas seja o maior ativo do leilão, seu bloco é o mais complexo, com terminais espalhados por todo o País. “Congonhas é a joia da coroa, mas tem muito osso pendurado, isso faz com que investidores tenham mais cautela”, destaca.

Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, a leitura do mercado, hoje, é que o cenário macroeconômico está muito ruim. “Quando as empresas analisaram a fundo a participação no leilão, a conta não fechou”, avalia. “Devemos ver apenas uma proposta para cada bloco, com ágios mínimos. O momento é muito instável”, acrescenta.

Conforme o executivo, grupos que não têm “pulmão” para entrar em outros projetos grandes de infraestrutura devem aproveitar a oportunidade para entrar no setor.

Ficou de fora

O mercado esperava que a CCR, maior operadora de terminais aeroportuários privados do País, entregasse proposta na 7ª rodada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, a superintendente de RI Flávia Godoy afirmou que o grupo estava “analisando qual lote iria entrar”. No entanto, o grupo anunciou a desistência do plano na terça-feira, 16.

Para o executivo do Banco Fator, a decisão é positiva para o grupo de infraestrutura. “A CCR não entrou em Congonhas porque quanto mais estudou os ativos, mais a empresa viu que não tinha como entrar”, analisa. Ele salienta que o cenário atual para projetos intensivos em capital, especialmente ligados a insumos como massa asfáltica (derivada do petróleo), é um risco muito grande. “Não há horizonte claro de estabilização dos preços.”

O mercado também espera que a espanhola Aena, que opera seis aeroportos arrematados na 5ª rodada, em 2019, leve o lote de Congonhas. Procurada, a empresa informou que não pode comentar o assunto.

Paulo Dantas, sócio do Castro Barros Advogados, esclarece que quando uma empresa vai elaborar proposta para um leilão, leva em consideração os preços dos insumos naquele momento, com possibilidade de variação para cima ou para baixo. “Essa equação nesse momento é difícil, já que também depende do cenário externo.”

Ele acrescenta que o momento político é muito sensível. “Quando temos eleições, pode haver troca de equipe econômica, o que acaba interferindo na decisão de investimento. Todo mundo que olha o setor está preocupado com o rumo que o País vai tomar, essa é uma preocupação para quem quer investir no longo prazo”, observa. “Principalmente as estrangeiras estão atentas às métricas da conhecida sigla ESG. O momento político influencia essa decisão.”

A 7ª rodada de concessão de aeroportos deve ter pouca competição e ágios conservadores com o cenário de inflação, alta dos juros e incertezas políticas, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. A sessão pública está marcada para esta quinta-feira, às 14 horas, na sede da B3, em São Paulo.

Embora o cenário seja desfavorável para leiloar grandes ativos de infraestrutura, o governo federal manteve a decisão de promover a 7ª rodada, após retirar do pacote em fevereiro deste ano o terminal Santos Dumont (RJ).

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas: são 11 terminais no total, incluindo ativos do Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. A outorga mínima é de R$ 740,1 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 11,6 bilhões.

O leilão será composto por três blocos, sendo o mais importante encabeçado por Congonhas Foto: Werther Santana/Estadão

Já o bloco denominado aviação geral (ou executiva) é formado pelos aeroportos Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A contribuição inicial mínima é de R$ 141,4 milhões e o valor estimado para todo o contrato é de R$ 1,7 bilhão.

Já o bloco Norte II é integrado pelos aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP), com outorga mínima de R$ 56,9 milhões e contrato de R$ 1,9 bilhão.

Na visão do sócio da KPMG, Maurício Endo, o momento atual envolve questões delicadas como a campanha presidencial e a volatilidade econômica. “Promover um leilão como esse tem seus riscos. Para players que já atuam no Brasil, esse risco é de certa forma controlado, mas talvez seja mais difícil para uma nova entrante.”

Ele lembra que embora Congonhas seja o maior ativo do leilão, seu bloco é o mais complexo, com terminais espalhados por todo o País. “Congonhas é a joia da coroa, mas tem muito osso pendurado, isso faz com que investidores tenham mais cautela”, destaca.

Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, a leitura do mercado, hoje, é que o cenário macroeconômico está muito ruim. “Quando as empresas analisaram a fundo a participação no leilão, a conta não fechou”, avalia. “Devemos ver apenas uma proposta para cada bloco, com ágios mínimos. O momento é muito instável”, acrescenta.

Conforme o executivo, grupos que não têm “pulmão” para entrar em outros projetos grandes de infraestrutura devem aproveitar a oportunidade para entrar no setor.

Ficou de fora

O mercado esperava que a CCR, maior operadora de terminais aeroportuários privados do País, entregasse proposta na 7ª rodada. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, a superintendente de RI Flávia Godoy afirmou que o grupo estava “analisando qual lote iria entrar”. No entanto, o grupo anunciou a desistência do plano na terça-feira, 16.

Para o executivo do Banco Fator, a decisão é positiva para o grupo de infraestrutura. “A CCR não entrou em Congonhas porque quanto mais estudou os ativos, mais a empresa viu que não tinha como entrar”, analisa. Ele salienta que o cenário atual para projetos intensivos em capital, especialmente ligados a insumos como massa asfáltica (derivada do petróleo), é um risco muito grande. “Não há horizonte claro de estabilização dos preços.”

O mercado também espera que a espanhola Aena, que opera seis aeroportos arrematados na 5ª rodada, em 2019, leve o lote de Congonhas. Procurada, a empresa informou que não pode comentar o assunto.

Paulo Dantas, sócio do Castro Barros Advogados, esclarece que quando uma empresa vai elaborar proposta para um leilão, leva em consideração os preços dos insumos naquele momento, com possibilidade de variação para cima ou para baixo. “Essa equação nesse momento é difícil, já que também depende do cenário externo.”

Ele acrescenta que o momento político é muito sensível. “Quando temos eleições, pode haver troca de equipe econômica, o que acaba interferindo na decisão de investimento. Todo mundo que olha o setor está preocupado com o rumo que o País vai tomar, essa é uma preocupação para quem quer investir no longo prazo”, observa. “Principalmente as estrangeiras estão atentas às métricas da conhecida sigla ESG. O momento político influencia essa decisão.”

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