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Opinião|A cultura do medo


Por Claudia Miranda Gonçalves

Por Andréa Nery

O trabalho com lideranças exige cada vez mais o desenvolvimento de habilidades de colaboração, conexão e inovação. Isso ocorre porque essas habilidades são fundamentais para a manutenção e crescimento das empresas no contexto em que estamos inseridos.

No entanto, tenho notado que muitos líderes estão enfrentando desafios significativos para identificar claramente o que está impedindo o florescimento dessas habilidades em meio a um cenário de estresse, desmotivação e falta de engajamento. Com frequência, ouço comentários como "Alcançar os resultados tem sido um desafio", "É assim mesmo que as coisas funcionam por aqui" ou "Os outros parecem não se importar, a culpa é minha ".

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Esses líderes estão lutando para sobreviver no ambiente corporativo, vivendo com medo e tão imersos nas entregas e nos resultados que perdem a compreensão do modus operandi predominante na organização. Eles acabam sem clareza sobre o que podem controlar e o que é uma questão do ambiente externo e do contexto em que estão inseridos.

Aqui recordo as palavras de Paulo Gaudêncio (i) que fazia uma analogia entre "terremotos e labirintites" e a importância de distinguir entre eles. Embora possam gerar sensações semelhantes, essas situações exigem estratégias e ações diferentes para lidar com elas e tomar as decisões corretas.

Em minha experiência em atendimentos individuais, tenho auxiliado essas lideranças no processo de "zoom out" (ii) , permitindo que elas observem os sinais da cultura organizacional. E assim, sejam capazes de identificar o que é deles como indivíduos e o que é da organização. Isso lhes possibilita tomar decisões mais conscientes e definir estratégias sobre seus próximos passos, decidindo quando persistir, quando parar, quando mudar, quando influenciar e, em alguns casos, quando desistir.

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No "zoom out" é crucial observar essas pequenas atitudes que podem passar despercebidas ou causar apenas um leve desconforto, mas que podem apontar para uma cultura do medo. E quando essas atitudes são notadas como parte da cultura, promovem a clareza sobre o que está minando a moral, a confiança, o respeito mútuo e impedindo o desenvolvimento de um ambiente seguro que promova a colaboração e a inovação.

Entre as atitudes mais comuns estão:

1- Falta de comunicação aberta: quando as informações importantes não são compartilhadas de forma transparente.

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2- Micromanagement: quando há um controle excessivo de cada aspecto do trabalho, minando a autonomia e a confiança.

3- Punição da honestidade: quando colaboradores que expressam preocupações, relatam problemas ou fazem perguntas difíceis são desvalorizados e repreendidos.

4- Sobrecarga de trabalho: quando os colaboradores frequentemente lidam com tarefas e prazos irrealistas, levando ao esgotamento e ao medo de não atender às expectativas.

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5- Competição tóxica: quando se incentiva uma competição prejudicial entre os membros da equipe em vez de promover a colaboração.

6- Conversas de corredor: quando boatos são disseminados, criando um ambiente de desconfiança e paranoia.

7- Ignorar problemas éticos: quando a organização fecha os olhos para comportamentos antiéticos e ilegais em prol de resultados ou usando o ambiente de negócios como justificativa.

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Quando se dão conta da cultura do medo e dos impactos que provoca à criatividade, à inovação e à sua saúde mental alcançamos um ponto de inflexão no trabalho e os líderes não só começam a reconhecer este desafio, mas também passam a agir de forma proativa para cuidar da própria saúde mental.

Muitos de forma consciente se tornam defensores incansáveis da transformação da cultura organizacional, promovendo um ambiente onde confiança, respeito e transparência prosperem e fazem uma escolha pelo bem-estar individual e de suas equipes para que todos alcancem seu pleno potencial.

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(i) Paulo Gaudêncio - Men at Work: Como o ser humano pode se tornar e se manter produtivo - Ed. Palavras e Gestos - 3ª edição

(ii) Zoom out - usado figurativamente para descrever a ação de obter uma visão mais ampla ou compreensão geral de uma situação ou tópico.

Por Andréa Nery

O trabalho com lideranças exige cada vez mais o desenvolvimento de habilidades de colaboração, conexão e inovação. Isso ocorre porque essas habilidades são fundamentais para a manutenção e crescimento das empresas no contexto em que estamos inseridos.

No entanto, tenho notado que muitos líderes estão enfrentando desafios significativos para identificar claramente o que está impedindo o florescimento dessas habilidades em meio a um cenário de estresse, desmotivação e falta de engajamento. Com frequência, ouço comentários como "Alcançar os resultados tem sido um desafio", "É assim mesmo que as coisas funcionam por aqui" ou "Os outros parecem não se importar, a culpa é minha ".

Esses líderes estão lutando para sobreviver no ambiente corporativo, vivendo com medo e tão imersos nas entregas e nos resultados que perdem a compreensão do modus operandi predominante na organização. Eles acabam sem clareza sobre o que podem controlar e o que é uma questão do ambiente externo e do contexto em que estão inseridos.

Aqui recordo as palavras de Paulo Gaudêncio (i) que fazia uma analogia entre "terremotos e labirintites" e a importância de distinguir entre eles. Embora possam gerar sensações semelhantes, essas situações exigem estratégias e ações diferentes para lidar com elas e tomar as decisões corretas.

Em minha experiência em atendimentos individuais, tenho auxiliado essas lideranças no processo de "zoom out" (ii) , permitindo que elas observem os sinais da cultura organizacional. E assim, sejam capazes de identificar o que é deles como indivíduos e o que é da organização. Isso lhes possibilita tomar decisões mais conscientes e definir estratégias sobre seus próximos passos, decidindo quando persistir, quando parar, quando mudar, quando influenciar e, em alguns casos, quando desistir.

No "zoom out" é crucial observar essas pequenas atitudes que podem passar despercebidas ou causar apenas um leve desconforto, mas que podem apontar para uma cultura do medo. E quando essas atitudes são notadas como parte da cultura, promovem a clareza sobre o que está minando a moral, a confiança, o respeito mútuo e impedindo o desenvolvimento de um ambiente seguro que promova a colaboração e a inovação.

Entre as atitudes mais comuns estão:

1- Falta de comunicação aberta: quando as informações importantes não são compartilhadas de forma transparente.

2- Micromanagement: quando há um controle excessivo de cada aspecto do trabalho, minando a autonomia e a confiança.

3- Punição da honestidade: quando colaboradores que expressam preocupações, relatam problemas ou fazem perguntas difíceis são desvalorizados e repreendidos.

4- Sobrecarga de trabalho: quando os colaboradores frequentemente lidam com tarefas e prazos irrealistas, levando ao esgotamento e ao medo de não atender às expectativas.

5- Competição tóxica: quando se incentiva uma competição prejudicial entre os membros da equipe em vez de promover a colaboração.

6- Conversas de corredor: quando boatos são disseminados, criando um ambiente de desconfiança e paranoia.

7- Ignorar problemas éticos: quando a organização fecha os olhos para comportamentos antiéticos e ilegais em prol de resultados ou usando o ambiente de negócios como justificativa.

Quando se dão conta da cultura do medo e dos impactos que provoca à criatividade, à inovação e à sua saúde mental alcançamos um ponto de inflexão no trabalho e os líderes não só começam a reconhecer este desafio, mas também passam a agir de forma proativa para cuidar da própria saúde mental.

Muitos de forma consciente se tornam defensores incansáveis da transformação da cultura organizacional, promovendo um ambiente onde confiança, respeito e transparência prosperem e fazem uma escolha pelo bem-estar individual e de suas equipes para que todos alcancem seu pleno potencial.

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(i) Paulo Gaudêncio - Men at Work: Como o ser humano pode se tornar e se manter produtivo - Ed. Palavras e Gestos - 3ª edição

(ii) Zoom out - usado figurativamente para descrever a ação de obter uma visão mais ampla ou compreensão geral de uma situação ou tópico.

Por Andréa Nery

O trabalho com lideranças exige cada vez mais o desenvolvimento de habilidades de colaboração, conexão e inovação. Isso ocorre porque essas habilidades são fundamentais para a manutenção e crescimento das empresas no contexto em que estamos inseridos.

No entanto, tenho notado que muitos líderes estão enfrentando desafios significativos para identificar claramente o que está impedindo o florescimento dessas habilidades em meio a um cenário de estresse, desmotivação e falta de engajamento. Com frequência, ouço comentários como "Alcançar os resultados tem sido um desafio", "É assim mesmo que as coisas funcionam por aqui" ou "Os outros parecem não se importar, a culpa é minha ".

Esses líderes estão lutando para sobreviver no ambiente corporativo, vivendo com medo e tão imersos nas entregas e nos resultados que perdem a compreensão do modus operandi predominante na organização. Eles acabam sem clareza sobre o que podem controlar e o que é uma questão do ambiente externo e do contexto em que estão inseridos.

Aqui recordo as palavras de Paulo Gaudêncio (i) que fazia uma analogia entre "terremotos e labirintites" e a importância de distinguir entre eles. Embora possam gerar sensações semelhantes, essas situações exigem estratégias e ações diferentes para lidar com elas e tomar as decisões corretas.

Em minha experiência em atendimentos individuais, tenho auxiliado essas lideranças no processo de "zoom out" (ii) , permitindo que elas observem os sinais da cultura organizacional. E assim, sejam capazes de identificar o que é deles como indivíduos e o que é da organização. Isso lhes possibilita tomar decisões mais conscientes e definir estratégias sobre seus próximos passos, decidindo quando persistir, quando parar, quando mudar, quando influenciar e, em alguns casos, quando desistir.

No "zoom out" é crucial observar essas pequenas atitudes que podem passar despercebidas ou causar apenas um leve desconforto, mas que podem apontar para uma cultura do medo. E quando essas atitudes são notadas como parte da cultura, promovem a clareza sobre o que está minando a moral, a confiança, o respeito mútuo e impedindo o desenvolvimento de um ambiente seguro que promova a colaboração e a inovação.

Entre as atitudes mais comuns estão:

1- Falta de comunicação aberta: quando as informações importantes não são compartilhadas de forma transparente.

2- Micromanagement: quando há um controle excessivo de cada aspecto do trabalho, minando a autonomia e a confiança.

3- Punição da honestidade: quando colaboradores que expressam preocupações, relatam problemas ou fazem perguntas difíceis são desvalorizados e repreendidos.

4- Sobrecarga de trabalho: quando os colaboradores frequentemente lidam com tarefas e prazos irrealistas, levando ao esgotamento e ao medo de não atender às expectativas.

5- Competição tóxica: quando se incentiva uma competição prejudicial entre os membros da equipe em vez de promover a colaboração.

6- Conversas de corredor: quando boatos são disseminados, criando um ambiente de desconfiança e paranoia.

7- Ignorar problemas éticos: quando a organização fecha os olhos para comportamentos antiéticos e ilegais em prol de resultados ou usando o ambiente de negócios como justificativa.

Quando se dão conta da cultura do medo e dos impactos que provoca à criatividade, à inovação e à sua saúde mental alcançamos um ponto de inflexão no trabalho e os líderes não só começam a reconhecer este desafio, mas também passam a agir de forma proativa para cuidar da própria saúde mental.

Muitos de forma consciente se tornam defensores incansáveis da transformação da cultura organizacional, promovendo um ambiente onde confiança, respeito e transparência prosperem e fazem uma escolha pelo bem-estar individual e de suas equipes para que todos alcancem seu pleno potencial.

______________________________________________________

(i) Paulo Gaudêncio - Men at Work: Como o ser humano pode se tornar e se manter produtivo - Ed. Palavras e Gestos - 3ª edição

(ii) Zoom out - usado figurativamente para descrever a ação de obter uma visão mais ampla ou compreensão geral de uma situação ou tópico.

Opinião por Claudia Miranda Gonçalves

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