Lento retorno de trabalhadores põe retomada em xeque nos EUA


Economistas temem que falta de mão de obra afete perspectiva de crescimento da economia do país a longo prazo

Por Redação

O outono deveria marcar o início do fim da escassez de mão de obra que tem limitado a recuperação da economia nos EUA. As parcelas do seguro-desemprego estão chegando ao fim. E as escolas estão reabrindo, liberando muitos cuidadores. Sem dúvida, os economistas e empresários pensaram que, com isso, surgiria uma enxurrada de trabalhadores.

No entanto, a mão de obra encolheu em setembro. Há cinco milhões de pessoas a menos trabalhando do que antes do início da pandemia e até três milhões a menos procurando emprego.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator para retorno ao trabalho. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz
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O lento retorno dos trabalhadores está causando dores de cabeça ao governo Biden, que estava contando com uma forte recuperação econômica para dar força à sua agenda política. Os analistas foram, em grande parte, pegos de surpresa pelo problema, e não sabem quanto tempo ele vai durar.

Na verdade, os economistas apontam para uma complexa teia de fatores sobrepostos, muitos dos quais podem demorar para serem revertidos.

A crise de saúde pública ainda está tornando difícil ou perigoso para algumas pessoas trabalhar, ao mesmo tempo em que as economias acumuladas durante a pandemia facilitam para outras recusar empregos que não desejam. A psicologia talvez também esteja desempenhando um papel: pesquisas sugerem que a pandemia levou muitos a repensarem suas prioridades, enquanto a abundância de vagas abertas – mais de 10 milhões em agosto – pode estar motivando alguns a buscar uma oferta melhor.

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O resultado final é que, possivelmente pela primeira vez em décadas, os trabalhadores em todos os níveis hierárquicos estão com a vantagem. E eles estão usando isso para exigir não apenas salários mais altos, mas também horários flexíveis, benefícios mais generosos e melhores condições de trabalho. Um recorde de 4,3 milhões de pessoas pediram demissão de seus empregos em agosto, em alguns casos para, em pouco tempo, conseguir um trabalho com melhor remuneração na vizinhança.

“É como se todo o país estivesse em algum tipo de renegociação sindical”, disse Betsey Stevenson, economista da Universidade de Michigan, que foi consultora do presidente Barack Obama.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator. A maioria das escolas retomou as aulas presenciais, mas os pais em muitos bairros tiveram de lidar com quarentenas ou retornos temporários e aprendizado remoto. E muitos pais de crianças pequenas estão penando para encontrar uma creche, em parte porque o setor está lidando com sua própria crise de funcionários.

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Os economistas temem que, se a pandemia levar muitas pessoas a optarem por sair do mercado de trabalho, isso poderá ter consequências de longo prazo para o crescimento econômico. O aumento da participação no mercado de trabalho, especialmente entre as mulheres, foi um dos principais impulsionadores dos fortes ganhos de renda e produção depois da Segunda Guerra Mundial. Eles argumentam que a reversão dessa tendência nas últimas décadas tem prejudicado o crescimento econômico.

TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

O outono deveria marcar o início do fim da escassez de mão de obra que tem limitado a recuperação da economia nos EUA. As parcelas do seguro-desemprego estão chegando ao fim. E as escolas estão reabrindo, liberando muitos cuidadores. Sem dúvida, os economistas e empresários pensaram que, com isso, surgiria uma enxurrada de trabalhadores.

No entanto, a mão de obra encolheu em setembro. Há cinco milhões de pessoas a menos trabalhando do que antes do início da pandemia e até três milhões a menos procurando emprego.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator para retorno ao trabalho. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

O lento retorno dos trabalhadores está causando dores de cabeça ao governo Biden, que estava contando com uma forte recuperação econômica para dar força à sua agenda política. Os analistas foram, em grande parte, pegos de surpresa pelo problema, e não sabem quanto tempo ele vai durar.

Na verdade, os economistas apontam para uma complexa teia de fatores sobrepostos, muitos dos quais podem demorar para serem revertidos.

A crise de saúde pública ainda está tornando difícil ou perigoso para algumas pessoas trabalhar, ao mesmo tempo em que as economias acumuladas durante a pandemia facilitam para outras recusar empregos que não desejam. A psicologia talvez também esteja desempenhando um papel: pesquisas sugerem que a pandemia levou muitos a repensarem suas prioridades, enquanto a abundância de vagas abertas – mais de 10 milhões em agosto – pode estar motivando alguns a buscar uma oferta melhor.

O resultado final é que, possivelmente pela primeira vez em décadas, os trabalhadores em todos os níveis hierárquicos estão com a vantagem. E eles estão usando isso para exigir não apenas salários mais altos, mas também horários flexíveis, benefícios mais generosos e melhores condições de trabalho. Um recorde de 4,3 milhões de pessoas pediram demissão de seus empregos em agosto, em alguns casos para, em pouco tempo, conseguir um trabalho com melhor remuneração na vizinhança.

“É como se todo o país estivesse em algum tipo de renegociação sindical”, disse Betsey Stevenson, economista da Universidade de Michigan, que foi consultora do presidente Barack Obama.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator. A maioria das escolas retomou as aulas presenciais, mas os pais em muitos bairros tiveram de lidar com quarentenas ou retornos temporários e aprendizado remoto. E muitos pais de crianças pequenas estão penando para encontrar uma creche, em parte porque o setor está lidando com sua própria crise de funcionários.

Os economistas temem que, se a pandemia levar muitas pessoas a optarem por sair do mercado de trabalho, isso poderá ter consequências de longo prazo para o crescimento econômico. O aumento da participação no mercado de trabalho, especialmente entre as mulheres, foi um dos principais impulsionadores dos fortes ganhos de renda e produção depois da Segunda Guerra Mundial. Eles argumentam que a reversão dessa tendência nas últimas décadas tem prejudicado o crescimento econômico.

TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

O outono deveria marcar o início do fim da escassez de mão de obra que tem limitado a recuperação da economia nos EUA. As parcelas do seguro-desemprego estão chegando ao fim. E as escolas estão reabrindo, liberando muitos cuidadores. Sem dúvida, os economistas e empresários pensaram que, com isso, surgiria uma enxurrada de trabalhadores.

No entanto, a mão de obra encolheu em setembro. Há cinco milhões de pessoas a menos trabalhando do que antes do início da pandemia e até três milhões a menos procurando emprego.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator para retorno ao trabalho. Foto: REUTERS/Eduardo Munoz

O lento retorno dos trabalhadores está causando dores de cabeça ao governo Biden, que estava contando com uma forte recuperação econômica para dar força à sua agenda política. Os analistas foram, em grande parte, pegos de surpresa pelo problema, e não sabem quanto tempo ele vai durar.

Na verdade, os economistas apontam para uma complexa teia de fatores sobrepostos, muitos dos quais podem demorar para serem revertidos.

A crise de saúde pública ainda está tornando difícil ou perigoso para algumas pessoas trabalhar, ao mesmo tempo em que as economias acumuladas durante a pandemia facilitam para outras recusar empregos que não desejam. A psicologia talvez também esteja desempenhando um papel: pesquisas sugerem que a pandemia levou muitos a repensarem suas prioridades, enquanto a abundância de vagas abertas – mais de 10 milhões em agosto – pode estar motivando alguns a buscar uma oferta melhor.

O resultado final é que, possivelmente pela primeira vez em décadas, os trabalhadores em todos os níveis hierárquicos estão com a vantagem. E eles estão usando isso para exigir não apenas salários mais altos, mas também horários flexíveis, benefícios mais generosos e melhores condições de trabalho. Um recorde de 4,3 milhões de pessoas pediram demissão de seus empregos em agosto, em alguns casos para, em pouco tempo, conseguir um trabalho com melhor remuneração na vizinhança.

“É como se todo o país estivesse em algum tipo de renegociação sindical”, disse Betsey Stevenson, economista da Universidade de Michigan, que foi consultora do presidente Barack Obama.

Além das preocupações com a saúde, as dificuldades com o cuidado das crianças continuam a ser um fator. A maioria das escolas retomou as aulas presenciais, mas os pais em muitos bairros tiveram de lidar com quarentenas ou retornos temporários e aprendizado remoto. E muitos pais de crianças pequenas estão penando para encontrar uma creche, em parte porque o setor está lidando com sua própria crise de funcionários.

Os economistas temem que, se a pandemia levar muitas pessoas a optarem por sair do mercado de trabalho, isso poderá ter consequências de longo prazo para o crescimento econômico. O aumento da participação no mercado de trabalho, especialmente entre as mulheres, foi um dos principais impulsionadores dos fortes ganhos de renda e produção depois da Segunda Guerra Mundial. Eles argumentam que a reversão dessa tendência nas últimas décadas tem prejudicado o crescimento econômico.

TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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