Logística sustenta exportação de grãos não transgênicos


Prática sustentável é chave para o agro nacional

Por Porto do Açu e Estadão Blue Studio

O caso da Milhão Ingredients, empresa que quando surgiu, há 22 anos, movimentava apenas 2.160 toneladas por ano, como gosta de lembrar Luciano Carneiro, sócio-fundador e CEO do grupo, é emblemático. A aposta em produtos que usam ingredientes não transgênicos – que vão terminar na mesa das pessoas seja em forma de pipoca, cereais ou na cerveja –, ao mesmo tempo que abre portas e coloca a indústria brasileira de forma competitiva em vários mercados externos, também eleva a preocupação com a logística.

“O meu produto não pode ser contaminado [por outros feitos de matérias-primas transgênicas]. Por isso é importante termos essa garantia”, explica Carneiro, um dos debatedores do Prumo Day 2024, realizado em São Paulo. A Milhão, hoje, produz mais de 205 mil toneladas por ano e exporta sua linha de mais de 40 produtos finais para 60 países. Na questão logística, a parceria com o Porto do Açu, empreendimento 100% privado no norte do Estado do Rio de Janeiro, se estreita ano a ano. Entre outros motivos, pela capacidade do porto em garantir que não haverá mistura entre os produtos da empresa, à base de milho convencional, com outros, que partem de uma linha de produção desenvolvida com matérias-primas diferentes. A Milhão tem armazéns próprios no Açu.

Luciano Carneiro, da Milhão Ingredients (centro), e Marcelo Altieri, da Yara Brasil, em painel mediado pela jornalista Karla Spotorno Foto: Wanezza Soares/Estadão Blue Studio

“Temos um plano ambicioso de dobrar a nossa produção em dois anos”, afirmou Carneiro. Na virada do ano, a Amaggi anunciou a compra de 50% da Milhão. E, com os recursos da nova parceria, a empresa fundada por Luciano com o irmão, Leandro, adquiriu a unidade de processamento de milho da Louis Dreyfus Company (LDC) em Rio Verde (GO). “Essa indústria, que está em retrofit, deve começar a operar em outubro. Essa parceria com a Amaggi, após um namoro de seis meses, vai ser importante para uma integração maior de toda a cadeia, dentro do processo que chamamos do campo à mesa”, avalia Luciano Carneiro. Com clientes como Nestlé, Kellogg’s, PepsiCo, Royal Canin, BRF, M. Dias Branco, Heineken e Ajinomoto, o grupo faturou R$ 730 milhões em 2023.

Escoamento garantido

Se a produção no Centro-Oeste cresce de forma sólida, a partir principalmente do agronegócio, do lado do Atlântico, o Açu também se estrutura para ser um ponto de saída eficiente para o setor. No início de julho, foram inaugurados dois novos galpões de 6,4 mil metros quadrados cada, com capacidade total de armazenar 70 mil toneladas. O investimento de R$ 100 milhões é da Minas Port, uma das empresas que atuam no terminal. O avanço visa especificamente ampliar a estrutura exclusiva para a cadeia de grãos. No futuro, a ideia é aumentar a separação dos berços de itens como soja e milho das demais cargas movimentadas pelo porto. São investimentos que, segundo os diretores do Porto do Açu, vão aumentar a participação do Estado do Rio de Janeiro no agronegócio nacional.

Para destravar ainda mais a questão logística em direção ao Açu – e o porto localizado no município de São João da Barra já é o segundo em movimentação de cargas do País, atrás apenas de Santos –, existe a expectativa de construção da ferrovia EF-118, entre Vitória e Rio. O projeto consta na lista do PAC do governo federal.

Pelas estimativas, é uma conexão ferroviária que, de imediato, permitiria a circulação de 26 milhões de toneladas/ano, sendo 8 milhões exclusivamente de grãos. Mas o potencial, no futuro, é que os trilhos levem até o litoral fluminense por volta de 40 milhões de toneladas/ano, o que aliviaria as rodovias do Sudeste brasileiro.

Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos

Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil

Pilar ambiental está no centro do debate

Além do pilar econômico e social, o ambiental, leia-se práticas que aumentam a eficiência produtiva e revigoram o meio ambiente, também esteve no centro dos debates durante o Prumo Day 2024. Dentro do chapéu da chamada agricultura regenerativa, existem vários processos que, no fim do dia, indicam como as boas práticas, no longo prazo, levam a resultados positivos. O plantio direto, a recuperação de pastagens e o uso de insumos naturais, por exemplo, são parte de um todo, que não pode mais ser ignorado pelo setor do agronegócio.

“A nossa missão, redefinida, é melhorar e descarbonizar a produção”, afirma Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil. Segundo o executivo, são mais de 150 projetos de ciência e tecnologia em curso no Brasil, sendo que todos apontam para o mesmo horizonte.

“Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos”, analisa o presidente da Yara, empresa norueguesa surgida em 1905 já preocupada em ajudar a alimentar a população.

Segundo Altieri, eventos recentes, como a tragédia climática do Rio Grande do Sul, são um sinal claro. “O desafio da agricultura regenerativa não pode ser resolvido por uma empresa, é preciso que todos nós atuemos em conjunto, em parcerias. Os indícios de que precisamos trabalhar mais rápido também estão presentes”, explica.

Se no campo a Yara Brasil desenvolve, por exemplo, bioestimulantes, que ajudam as culturas a absorver nutrientes do solo, em suas plantas, existe a preocupação com o uso de fontes renováveis de energia. Em Cubatão (SP), onde está uma das operações da empresa, a aposta está na produção de amônia verde a partir do biometano, para substituir o gás natural. Segundo Altieri, o potencial para produção de biometano em regiões como o Estado de São Paulo é bastante alto no Brasil, mas, para isso, avançar na questão de infraestrutura é algo essencial. “A conexão entre os vários pontos de produção, por exemplo, merece atenção”, afirma o presidente da Yara Brasil.

O caso da Milhão Ingredients, empresa que quando surgiu, há 22 anos, movimentava apenas 2.160 toneladas por ano, como gosta de lembrar Luciano Carneiro, sócio-fundador e CEO do grupo, é emblemático. A aposta em produtos que usam ingredientes não transgênicos – que vão terminar na mesa das pessoas seja em forma de pipoca, cereais ou na cerveja –, ao mesmo tempo que abre portas e coloca a indústria brasileira de forma competitiva em vários mercados externos, também eleva a preocupação com a logística.

“O meu produto não pode ser contaminado [por outros feitos de matérias-primas transgênicas]. Por isso é importante termos essa garantia”, explica Carneiro, um dos debatedores do Prumo Day 2024, realizado em São Paulo. A Milhão, hoje, produz mais de 205 mil toneladas por ano e exporta sua linha de mais de 40 produtos finais para 60 países. Na questão logística, a parceria com o Porto do Açu, empreendimento 100% privado no norte do Estado do Rio de Janeiro, se estreita ano a ano. Entre outros motivos, pela capacidade do porto em garantir que não haverá mistura entre os produtos da empresa, à base de milho convencional, com outros, que partem de uma linha de produção desenvolvida com matérias-primas diferentes. A Milhão tem armazéns próprios no Açu.

Luciano Carneiro, da Milhão Ingredients (centro), e Marcelo Altieri, da Yara Brasil, em painel mediado pela jornalista Karla Spotorno Foto: Wanezza Soares/Estadão Blue Studio

“Temos um plano ambicioso de dobrar a nossa produção em dois anos”, afirmou Carneiro. Na virada do ano, a Amaggi anunciou a compra de 50% da Milhão. E, com os recursos da nova parceria, a empresa fundada por Luciano com o irmão, Leandro, adquiriu a unidade de processamento de milho da Louis Dreyfus Company (LDC) em Rio Verde (GO). “Essa indústria, que está em retrofit, deve começar a operar em outubro. Essa parceria com a Amaggi, após um namoro de seis meses, vai ser importante para uma integração maior de toda a cadeia, dentro do processo que chamamos do campo à mesa”, avalia Luciano Carneiro. Com clientes como Nestlé, Kellogg’s, PepsiCo, Royal Canin, BRF, M. Dias Branco, Heineken e Ajinomoto, o grupo faturou R$ 730 milhões em 2023.

Escoamento garantido

Se a produção no Centro-Oeste cresce de forma sólida, a partir principalmente do agronegócio, do lado do Atlântico, o Açu também se estrutura para ser um ponto de saída eficiente para o setor. No início de julho, foram inaugurados dois novos galpões de 6,4 mil metros quadrados cada, com capacidade total de armazenar 70 mil toneladas. O investimento de R$ 100 milhões é da Minas Port, uma das empresas que atuam no terminal. O avanço visa especificamente ampliar a estrutura exclusiva para a cadeia de grãos. No futuro, a ideia é aumentar a separação dos berços de itens como soja e milho das demais cargas movimentadas pelo porto. São investimentos que, segundo os diretores do Porto do Açu, vão aumentar a participação do Estado do Rio de Janeiro no agronegócio nacional.

Para destravar ainda mais a questão logística em direção ao Açu – e o porto localizado no município de São João da Barra já é o segundo em movimentação de cargas do País, atrás apenas de Santos –, existe a expectativa de construção da ferrovia EF-118, entre Vitória e Rio. O projeto consta na lista do PAC do governo federal.

Pelas estimativas, é uma conexão ferroviária que, de imediato, permitiria a circulação de 26 milhões de toneladas/ano, sendo 8 milhões exclusivamente de grãos. Mas o potencial, no futuro, é que os trilhos levem até o litoral fluminense por volta de 40 milhões de toneladas/ano, o que aliviaria as rodovias do Sudeste brasileiro.

Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos

Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil

Pilar ambiental está no centro do debate

Além do pilar econômico e social, o ambiental, leia-se práticas que aumentam a eficiência produtiva e revigoram o meio ambiente, também esteve no centro dos debates durante o Prumo Day 2024. Dentro do chapéu da chamada agricultura regenerativa, existem vários processos que, no fim do dia, indicam como as boas práticas, no longo prazo, levam a resultados positivos. O plantio direto, a recuperação de pastagens e o uso de insumos naturais, por exemplo, são parte de um todo, que não pode mais ser ignorado pelo setor do agronegócio.

“A nossa missão, redefinida, é melhorar e descarbonizar a produção”, afirma Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil. Segundo o executivo, são mais de 150 projetos de ciência e tecnologia em curso no Brasil, sendo que todos apontam para o mesmo horizonte.

“Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos”, analisa o presidente da Yara, empresa norueguesa surgida em 1905 já preocupada em ajudar a alimentar a população.

Segundo Altieri, eventos recentes, como a tragédia climática do Rio Grande do Sul, são um sinal claro. “O desafio da agricultura regenerativa não pode ser resolvido por uma empresa, é preciso que todos nós atuemos em conjunto, em parcerias. Os indícios de que precisamos trabalhar mais rápido também estão presentes”, explica.

Se no campo a Yara Brasil desenvolve, por exemplo, bioestimulantes, que ajudam as culturas a absorver nutrientes do solo, em suas plantas, existe a preocupação com o uso de fontes renováveis de energia. Em Cubatão (SP), onde está uma das operações da empresa, a aposta está na produção de amônia verde a partir do biometano, para substituir o gás natural. Segundo Altieri, o potencial para produção de biometano em regiões como o Estado de São Paulo é bastante alto no Brasil, mas, para isso, avançar na questão de infraestrutura é algo essencial. “A conexão entre os vários pontos de produção, por exemplo, merece atenção”, afirma o presidente da Yara Brasil.

O caso da Milhão Ingredients, empresa que quando surgiu, há 22 anos, movimentava apenas 2.160 toneladas por ano, como gosta de lembrar Luciano Carneiro, sócio-fundador e CEO do grupo, é emblemático. A aposta em produtos que usam ingredientes não transgênicos – que vão terminar na mesa das pessoas seja em forma de pipoca, cereais ou na cerveja –, ao mesmo tempo que abre portas e coloca a indústria brasileira de forma competitiva em vários mercados externos, também eleva a preocupação com a logística.

“O meu produto não pode ser contaminado [por outros feitos de matérias-primas transgênicas]. Por isso é importante termos essa garantia”, explica Carneiro, um dos debatedores do Prumo Day 2024, realizado em São Paulo. A Milhão, hoje, produz mais de 205 mil toneladas por ano e exporta sua linha de mais de 40 produtos finais para 60 países. Na questão logística, a parceria com o Porto do Açu, empreendimento 100% privado no norte do Estado do Rio de Janeiro, se estreita ano a ano. Entre outros motivos, pela capacidade do porto em garantir que não haverá mistura entre os produtos da empresa, à base de milho convencional, com outros, que partem de uma linha de produção desenvolvida com matérias-primas diferentes. A Milhão tem armazéns próprios no Açu.

Luciano Carneiro, da Milhão Ingredients (centro), e Marcelo Altieri, da Yara Brasil, em painel mediado pela jornalista Karla Spotorno Foto: Wanezza Soares/Estadão Blue Studio

“Temos um plano ambicioso de dobrar a nossa produção em dois anos”, afirmou Carneiro. Na virada do ano, a Amaggi anunciou a compra de 50% da Milhão. E, com os recursos da nova parceria, a empresa fundada por Luciano com o irmão, Leandro, adquiriu a unidade de processamento de milho da Louis Dreyfus Company (LDC) em Rio Verde (GO). “Essa indústria, que está em retrofit, deve começar a operar em outubro. Essa parceria com a Amaggi, após um namoro de seis meses, vai ser importante para uma integração maior de toda a cadeia, dentro do processo que chamamos do campo à mesa”, avalia Luciano Carneiro. Com clientes como Nestlé, Kellogg’s, PepsiCo, Royal Canin, BRF, M. Dias Branco, Heineken e Ajinomoto, o grupo faturou R$ 730 milhões em 2023.

Escoamento garantido

Se a produção no Centro-Oeste cresce de forma sólida, a partir principalmente do agronegócio, do lado do Atlântico, o Açu também se estrutura para ser um ponto de saída eficiente para o setor. No início de julho, foram inaugurados dois novos galpões de 6,4 mil metros quadrados cada, com capacidade total de armazenar 70 mil toneladas. O investimento de R$ 100 milhões é da Minas Port, uma das empresas que atuam no terminal. O avanço visa especificamente ampliar a estrutura exclusiva para a cadeia de grãos. No futuro, a ideia é aumentar a separação dos berços de itens como soja e milho das demais cargas movimentadas pelo porto. São investimentos que, segundo os diretores do Porto do Açu, vão aumentar a participação do Estado do Rio de Janeiro no agronegócio nacional.

Para destravar ainda mais a questão logística em direção ao Açu – e o porto localizado no município de São João da Barra já é o segundo em movimentação de cargas do País, atrás apenas de Santos –, existe a expectativa de construção da ferrovia EF-118, entre Vitória e Rio. O projeto consta na lista do PAC do governo federal.

Pelas estimativas, é uma conexão ferroviária que, de imediato, permitiria a circulação de 26 milhões de toneladas/ano, sendo 8 milhões exclusivamente de grãos. Mas o potencial, no futuro, é que os trilhos levem até o litoral fluminense por volta de 40 milhões de toneladas/ano, o que aliviaria as rodovias do Sudeste brasileiro.

Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos

Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil

Pilar ambiental está no centro do debate

Além do pilar econômico e social, o ambiental, leia-se práticas que aumentam a eficiência produtiva e revigoram o meio ambiente, também esteve no centro dos debates durante o Prumo Day 2024. Dentro do chapéu da chamada agricultura regenerativa, existem vários processos que, no fim do dia, indicam como as boas práticas, no longo prazo, levam a resultados positivos. O plantio direto, a recuperação de pastagens e o uso de insumos naturais, por exemplo, são parte de um todo, que não pode mais ser ignorado pelo setor do agronegócio.

“A nossa missão, redefinida, é melhorar e descarbonizar a produção”, afirma Marcelo Altieri, presidente da Yara Brasil. Segundo o executivo, são mais de 150 projetos de ciência e tecnologia em curso no Brasil, sendo que todos apontam para o mesmo horizonte.

“Para enfrentar o desafio da produção de alimentos para toda a população, precisamos olhar, em detalhes, para sistemas alimentares mais resilientes, mais produtivos e não apenas sustentáveis, mas também regenerativos”, analisa o presidente da Yara, empresa norueguesa surgida em 1905 já preocupada em ajudar a alimentar a população.

Segundo Altieri, eventos recentes, como a tragédia climática do Rio Grande do Sul, são um sinal claro. “O desafio da agricultura regenerativa não pode ser resolvido por uma empresa, é preciso que todos nós atuemos em conjunto, em parcerias. Os indícios de que precisamos trabalhar mais rápido também estão presentes”, explica.

Se no campo a Yara Brasil desenvolve, por exemplo, bioestimulantes, que ajudam as culturas a absorver nutrientes do solo, em suas plantas, existe a preocupação com o uso de fontes renováveis de energia. Em Cubatão (SP), onde está uma das operações da empresa, a aposta está na produção de amônia verde a partir do biometano, para substituir o gás natural. Segundo Altieri, o potencial para produção de biometano em regiões como o Estado de São Paulo é bastante alto no Brasil, mas, para isso, avançar na questão de infraestrutura é algo essencial. “A conexão entre os vários pontos de produção, por exemplo, merece atenção”, afirma o presidente da Yara Brasil.

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